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ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Escolas, pelo importante papel que desempenham no acompanhamento e na formação de seguidas gerações, sempre foram as instituições que mais verdadeiramente espelharam não só a família, mas a sociedade em todas as suas etapas de transformação ao longo do tempo.
Isso não quer dizer, necessariamente, que as escolas tenham acompanhado e evoluído na mesma rapidez verificada na sociedade. As transformações sociais, provocadas pelo processo contínuo na deterioração dos núcleos familiares tradicionais, têm surpreendido as escolas, colocando em xeque o modelo atual de ensino e, pior, entrado em linha direta de colisão contra os professores. Pais com preguiça de ensinar e medo de educar. Professores sem estímulo e cada vez mais sobrecarregados. Essa situação, por sua gravidade, ganhou dimensões que chegam a superar questões como os baixos salários, a falta de equipamentos adequados e de incentivos para categoria.
De fato, a falta de educação nas famílias representa hoje o maior problema a afligir a quase totalidade dos professores. Ao inchaço populacional sem paralelo em outras unidades da federação, vieram se juntar a formação de bairros sem infraestrutura e improvisados, onde o desemprego e a falta de equipamentos públicos formam um conjunto de degradação social sem paralelo a outros momentos da nossa história.
A esse quadro caótico somam-se os casos constantes de violência induzidos pelo consumo de drogas e de bebidas alcoólicas. É em meio a esse ambiente deteriorado que se situam grande parte das escolas públicas hoje, principalmente aquelas situadas nas periferias das capitais, onde os antagonismos e as desigualdades têm gerado um tipo novo de aluno. Não mais aquele rebelde que desejava mudar o mundo nos anos sessenta em diante, mais um público totalmente diverso, criado agora num ambiente em que a sobrevivência pertence aos mais aguerridos.
Não há escolas e professores hoje que não tenham experimentado esse mundo novo, selvagem e perigoso. A esses ingredientes explosivos vieram se juntar os antagonismos políticos, insuflados por políticos e mesmo professores irresponsáveis que ainda acreditam que as contradições sociais podem ser resolvidas com coquetéis molotovs e arruaças.
Transformadas de centros de ensino em verdadeiros reformatórios, muitas escolas vivem situações em que professores e funcionários são agredidos e ameaçados diariamente. Sendo que a maioria dos casos ficam circunscritos dentro dos muros escolares para não alarmar a população e não provocar ira maior dos infratores.
Essa situação surreal já chegou ao conhecimento de instituições internacionais como a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo essa entidade, que reúne a maioria dos países do Ocidente, o Brasil ocupa o primeiro lugar no ranking de agressões, físicas ou verbais, contra professores no ambiente escolar.
Ciente desse problema, o GDF chegou a editar a Lei 5.531 de 2015, garantindo proteção ao professor e ao empregado da educação, estabelecendo, entre outras providências, que em casos de ameaça ou prática de violência contra o professor, a instituição deve afastar esse trabalhador enquanto perdurar a situação de risco.
Em outros estados, como em Mato Grosso, a lei 10.473 passou a estabelecer uma política de prevenção à violência contra profissionais da educação, responsabilizando, inclusive, os pais de alunos por essas ocorrências. Quando professores necessitam de proteção legal para trabalhar é sinal de que a situação já chegou ao limite do tolerável.
A frase que foi pronunciada:
“Boas maneiras abrirão portas que a melhor instrução não consegue.”
Clarence Thomas
Alternativa
Em uma discussão na Câmara dos Deputados, Osmar Guerra sugeriu que a escola que funciona bem deveria ser premiada, para estimular as outras. Hoje quem não trabalha e quem trabalha têm o mesmo resultado. Então, para que se esforçar? Isso é da condição humana, instintiva. Bons professores e boa prática educacional merecem o reconhecimento do Ministério da Educação.
Reciprocidade
Não há um rastreamento possível nos portais de transparência, onde o contribuinte possa acompanhar o uso das verbas do orçamento repassadas para a União, Estados e Municípios, principalmente para a Educação. Se voltássemos ao tempo em que a população era fiscal do governo, talvez as quase 2 mil crianças do Recife não estariam fora da escola. Há dinheiro, mas as obras paradas e atrasadas tiram a oportunidade das crianças. Até quando as falhas de governos serão toleradas?
Outros tempos
Ninguém mais fala na PEC da Felicidade. O senador Cristovam, autor da PEC, está na frente na corrida para o Senado. Professor, o parlamentar pelo DF conhece a realidade educacional do país. Com tanta violência nas escolas, essa geração está fadada a se distanciar da felicidade. Seja ela obrigada a ser alcançada por uma Proposta de Emenda à Constituição ou não.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
O almirante Pena Boto foi fazer propaganda do comunismo nos Estados Unidos, e, antes de sair, falou mal do presidente, como se fosse seu parceiro. Aliás, esse almirante é responsável pelo grande número de adesões ao PC, que se verificaram ultimamente. (Publicado em 27.10.1961)
ARI CUNHA
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Interferências políticas na máquina pública têm sido uma constante ao longo de toda a nossa história e, pelas experiências resultantes dessas práticas, torna-se mais do que evidente que esse imiscuir é totalmente nocivo para a sociedade. Esse fato decorre de que a influência política é sempre feita para benefício do próprio autor e de seu grupo, desprezando, portanto, o interesse público.
Além dessa distorção, trazer malefícios diretos ao conjunto da sociedade, ela produz uma casta de pseudos funcionários que passa a agir sob o comando de grupos alheios ao serviço público. Os exemplos dessa prática malsã se repetem às centenas a cada novo governo.
Um exemplo dessa distorção é observado na rotineira prática das indicações políticas, feitas por parlamentares da base de apoio ao governo nos legislativos federal e local. A persistência desse modelo, que se enquadra no conhecido toma lá dá cá, vem, ano após ano, produzindo todo o tipo de escândalos, alimentando as páginas do noticiário policial e, como acontece quase sempre, sem a devida punição aos envolvidos.
Nesses casos, o prejuízo acaba recaindo sobre os contribuintes, uma vez que a justiça não consegue chegar à bom termo quando o assunto é o binômino imunidade versus impunidade. O arrastar molenga das ações envolvendo as más ações políticas encontra nos tribunais superiores um campo ideal.
Sabedores dessa situação, a cada ano novas e repetidas investidas políticas são feitas sobre a máquina pública, com resultados sempre ruins para os pagadores de impostos. Aqui no Distrito Federal, essas distorções ganharam vulto exatamente após a instalação da Câmara Distrital.
Seguindo um costume que já virou tradição no Brasil, os deputados distritais passaram, desde o primeiro dia da primeira legislatura, a adotarem os mesmos mecanismos, indicando prepostos para postos chaves para a máquina administrativa do DF, no intuito claro de formar um grupo, dentro do governo, que passa a agir sob o comando exclusivo do padrinho político, obedecendo ordens e executando missões, muitas vezes contrárias e lesivas ao interesse da população.
Não surpreende, pois, o tamanho da folha de pagamento e o tamanho dos escândalos que se sucedem num ritmo constante. Leitura diária nos jornais locais dão conta desse mecanismo disfuncional que onera o cidadão, provocando reflexos no bom atendimento nos hospitais, nas muitas carências observadas nas escolas públicas, na segurança pública e por aí vai.
Curioso e preocupante que esse fenômeno conta, além da rendição obrigatória do Executivo aos interesses políticos de sua bancada, dentro de um governo de coalizão, ele é fruto também da vontade do eleitorado, que a cada quatro anos, se dirige as sessões de votação como gado marcado para morrer, alheio as próprias necessidades, como se votar fosse apenas uma festa da democracia em que ele não tivesse participação decisiva. Para eleitores assim, todo o castigo é pouco.
A frase que não foi pronunciada:
“Vendam o voto. Mas não entreguem a mercadoria!”
Gerson, querendo levar vantagem em tudo
Celular
Ontem foi o dia do pedestre. O uso de celular é responsável por 80% dos acidentes causados em transeuntes. Na Alemanha, em Ausburg, a prefeitura estendeu o sinal dos semáforos para o chão. Assim, o aficionado por celular consegue captar o sinal enquanto estiver lendo ou teclando.
Despenca
O mercado está em baixa. Uma sala onde o dono oferece 6 meses de carência, onde o inquilino economizaria R$1.200 mensais, pagando apenas o condomínio e IPTU, não consegue ser alugada. Faixas de vende-se por todos os lados em empresas de Brasília.
Dada a largada
O TRE começa a dar posse aos voluntários que trabalharão nas eleições. A comunicação continua a chegar pelos Correios e há possibilidade de o tribunal se comunicar também por e-mail. A expectativa dos mesários é que os fiscais de partido aumentem, já que apenas os partidos de esquerda estão preocupados em acompanhar os trabalhos nas seções.
Outros tempos
Na última sequência das histórias de Brasília, foi publicado, em outubro de 1961, uma declaração do deputado Amaral Furlan ao então ministro Ulisses Guimarães. Era um voo ministerial onde a reclamação se resumia em protestar contra os ministros, que apesar de não pagarem as passagens, eram os primeiros a entrar no avião da Panair. Naquele tempo, a aeronave servia uísque escocês para os passageiros ilustres. Já em terra, em Brasília, as autoridades dividiam espaço tranquilamente com os passageiros.
Registro
Joaquim Pinheiro, jornalista com mais de 30 anos de atuação, lança o livro “Relatos, notícias e memórias”. Será no shopping Midway, em Natal, dia 15.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Em Brasília, entretanto, os ministros ficam em contato com os passageiros sem aborrecimentos. É praxe da cidade, quebrada apenas por poucos indivíduos inconvenientes. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
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Seja lá quem for candidato ungido com a maioria dos votos nas próximas eleições para presidente da República, uma coisa é certa: terá, já no primeiro dia de trabalho, que se haver com a questão da segurança pública, tornada hoje um assunto premente e que pode facilmente ser colocado como um problema de vida ou morte.
O status alcançado por esse tema, num país onde não faltam problemas sérios de toda a ordem, se deve ao fato de que estão morrendo mais brasileiros hoje, de forma violenta, do que nas mais cruéis guerras espalhadas pelo mundo afora.
Considerado por outro prisma, é possível constatar, sem maiores alarmes, que o que assistimos hoje, na maioria das ruas de nossas cidades, é um verdadeiro clima de guerra civil. Os constantes tiroteios, como estamos acostumados a acompanhar diariamente, ao vivo e a cores na antiga capital do país, com o uso de armamentos de guerra, falam por si. Mesmo o uso das Forças Armadas nesses conflitos, comprovam, de modo enviesado, que há muito adentramos para o labirinto sinistro da guerra interna.
Colocada sob o ponto de vista histórico, podemos afirmar, sem exagero, que a grande ameaça que o regime militar via nos anos sessenta, com a guerrilha urbana, e que levou ao endurecimento do regime e a perda completa dos direitos civis, nem de longe se compara com a situação atual de nossas cidades, capturadas por organizações criminosas que agem com táticas típicas de guerra e que, aos poucos, estão se espalhando por todo o continente, crescendo em poderio e internacionalizando-se.
Questões que antes poderiam ocupar a agenda do governo como o endurecimento das penas ou a certeza de punição, perdem importância e passam a segundo plano. Mesmo assuntos como a superlotação dos presídios ou a liberalização das drogas, nessa altura dos acontecimentos, já não são de sumo interesse.
O que parece importar agora é quando agir. De preferência o mais urgente possível e, ainda por cima, contando com o auxílio de todo o aparato de segurança do continente, numa ação conjunta e coordenada. Em casos dessa natureza é preciso, à semelhança do que ocorreu com a ideologia de segurança nacional dos anos sessenta, decretar o fim das salvaguardas legais com que o crime conta atualmente, pondo fim a livre comunicação entre os chefes de quadrilha e o mundo exterior.
Diante da amplitude do problema, a confecção de leis, do tipo populista, feita apenas para agradar ao eleitor, de nada adianta. É preciso entender que a criminalidade hoje adota modelos copiados em outras partes do mundo.
A internet, ensina a fabricação de bombas. O poderio da bandidagem já é capaz de aliciar policiais, juízes e outros agentes da lei; estão infiltrados inclusive no legislativo.
Obviamente, que nenhuma medida ou ação terá o condão de reestabelecer a segurança pública sem que antes se adote as chamadas prevenções primárias, que consistem basicamente nas reformas socioeconômicas que têm na educação, seu carro chefe.
Em nosso caso, a situação de caos experimentada pela segurança pública encontra ainda um forte complicador que é representado pela dimensão tomada pelos casos de corrupção que parecem enferrujar e paralisar os mecanismos da máquina pública, tornando qualquer ação inútil do ponto de vista prático.
De fato, há um abismo a ser transposto e só é possível vencê-lo com a participação conjunta de toda a sociedade, afinal esse é um problema de todos nós.
A frase que foi pronunciada:
“A segurança pública está ruindo.”
José Mariano Beltrame, ex-secretário de segurança do Rio de Janeiro.
Vale a visita
Uma beleza ver o Centro de Convenções lotado de jovens estudantes animados. Alunos do IFB de todo o país se encontram em Brasília, no Centro de Convenções. Trata-se do Conecta IF, um encontro de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. São vários stands onde os alunos transmitem aos visitantes o conhecimento em sua área. Além disso, palestras, shows, workshops, tudo é aberto à comunidade.
Super valorizada
Está certo que a água se tornou um produto de valor. Mas daí a se pagar uma passagem de avião pela Latam Brasília-Rio e ter só água servida no voo, é um disparate. Quem te viu e quem te vê.
$$$
Revolta total dos motoristas que estão dirigindo com a carteira provisória. Depois de pagar autoescola e várias taxas do Detran, nossa leitora informa que o Departamento de Trânsito está cobrando mais uma taxa de R$ 138,00 para ter a carteira de motorista definitiva.
Aborto
Bruna Ribeiro colheu por toda a Internet estudos científicos contra o aborto. Depoimentos, fotos, filmes. Vale a pena ver no Blog do Ari Cunha, do dia 5 de agosto. Não é possível ficarmos calados diante dessa matança cheia de interesses escusos por trás.
HISTORIA DE BRASILIA
Em Brasília, entretanto. Os ministros ficam em contato com os passageiros sem aborrecimentos. É praxa da cidade, quebrada apenas por poucos indivíduos inconvenientes. (Publicado em 26.10,2018).
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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No Brasil, quem ousa defender a vida, seja dos cidadãos ou do meio ambiente em geral, é logo tornado alvo e morto, impiedosamente, por bandidos que integram organizações ou a mando de empresas legais, muitas delas tornadas poderosas, graças aos incentivos e isenções que recebem dos cofres públicos e graças à proteção e ao lobby que recebem de numerosas bancadas, com assento no Congresso Nacional.
Por ano, uma média de mais de 500 policiais são assassinados em todo o país. Trata-se de um número assustador e que demonstra, com clareza, que aqueles profissionais que são treinados pelo Estado, muitos deles jovens, para dar proteção à sociedade, contra a criminalidade crescente, estão, às centenas, tombando em combate, deixando um flanco aberto para a escalada da criminalidade entre nós.
Utilizando, muitas vezes, armas obsoletas e de baixo calibre, sem opção de fogo contra o armamento sofisticado exibidos pelos bandidos, nossos policiais são presas fáceis do crime. A cada ano, tem crescido o número desses profissionais mortos por delinquentes. Em 2018, as estatísticas se repetem, como um policial morto a cada 54 horas, apenas no estado do Rio de Janeiro. Aqui em Brasília, a situação se repete. Em 2017, 20 policiais foram mortos e outras dezenas feridos com gravidade em todo o Distrito Federal e nas regiões do entorno. O problema é que estatísticas são elaboradas apenas para preencher formulários com uma aritmética fria que logo são deixadas de lado e parecem não possuir influência ou impactos maiores quer sobre as autoridades, quer sobre os próprios cidadãos, bombardeados com dados e gráficos todos os dias. Se a situação daqueles que defendem a sociedade contra o avanço da criminalidade nas cidades é de calamidade, o mesmo ocorre em relação àqueles que defendem o meio ambiente.
Relatório apresentado há pouco pela ONG britânica Global Witness (GW) acusa o Brasil de ser o país com o maior índice de ativistas ambientais assassinados. O relatório, com dados do ano de 2017, mostra que das 207 vítimas identificadas em 22 países naquele ano, 57 mortes foram contabilizadas em nosso país. Desse total, 60% ocorreram na América Latina.
De acordo com a GW, 2017 foi um dos anos mais violentos para aquelas pessoas que defendem o meio ambiente. “A comida em nossos pratos, os anéis em nossos dedos e os móveis de madeira em nossas casas: muitas vezes há uma realidade violenta por trás dos utensílios domésticos do nosso cotidiano. À medida que o agronegócio cresce, as florestas tropicais são derrubadas e a mineração continua a gerar enormes receitas para as grandes corporações globais, ocorrem ataques cada vez mais brutais aos defensores da terra e do meio ambiente”, diz o relatório da GW.
De acordo com essa ONG, o agronegócio, a mineração e o extrativismo têm sido apontados como os setores mais perigosos para todos aqueles que querem a Terra partilhada por todos.
A frase que foi pronunciada:
“Esqueça-se. Seja eterno. Torne-se parte do seu ambiente.”
Yayoi Kusama, artista plástica e escritora japonesa
Aborto
Veja no blog do Ari Cunha de ontem, depoimentos, filmes, fotos e frases sobre o aborto. Participe nos comentários!
Será?
Álvaro Dias, candidato à Presidência, declarou que não aceitará indicações políticas para ministérios nem para agência reguladoras, dando a entender que o conhecimento técnico será prioridade. Como isso irá refletir na candidatura ninguém sabe. Às vezes o apoio da população pode ter o peso para a aceitação no Congresso. Será que podemos acabar com o toma lá, dá cá?
Energia
Recebemos uma carta de Rangel Ferreira, presidente da Associação Brasiliense de Energia Solar Fotovoltaica expondo a preocupação quanto alguns esclarecimentos necessários aos leitores. Acompanhando o desenvolvimento da energia solar fotovoltaica, o Brasil percebe o impacto ambiental no uso de combustíveis fósseis e começa a rever a política energética a longo prazo, dinamizando o uso de novas fontes renováveis de energia. No blog do Ari Cunha, a íntegra do artigo.
–> A energia solar fotovoltaica como vetor de desenvolvimento sustentável
Na medida em que os principais países do mundo partem cada vez mais para a utilização de energias renováveis em suas matrizes elétricas é de se esperar que novas tecnologias se desenvolvam e contribuam para o desenvolvimento dos setores elétricos mundo afora, como é o caso da energia solar fotovoltaica. Países desenvolvidos, que reconhecidamente utilizaram durante décadas combustíveis fósseis como carvão e petróleo como fonte de energia, recentemente revisaram suas políticas energéticas, avaliaram os impactos ambientais causados ao meio ambiente ao longo do tempo e como consequência decidiram atualizar suas matrizes energéticas ampliando e incentivando o emprego de fontes renováveis de energia.
O conceito de Desenvolvimento Sustentável foi apresentado, em 1987, no Relatório Brundtland. A definição predominante e comumente empregada de desenvolvimento sustentável consiste no desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. Grandes reuniões se sucederam, como foi o caso da RIO 92, sediada no Brasil, contribuindo para despertar e trazer ao conhecimento popular as observações e constatações de que o clima estava sendo afetado pelo desenvolvimento humano, em especial, o aquecimento global.
Com isso, foram adotadas políticas mundiais no tocante a combater especialmente as mudanças climáticas, como foi o caso do Protocolo de Quioto, em 1997. O protocolo tinha como objetivo principal evitar o aumento das emissões de CO2 na atmosfera contribuindo assim para a estabilidade climática. Os prejuízos do aquecimento global além de afetar a existência de populações residentes em ilhas com o aumento do nível do mar, acarretariam em mudança climáticas significantes que poderiam impactar profundamente a forma do ser humano produzir e atender suas necessidades. O protocolo evoluiu recebeu críticas, apoios, esteve a ponto de ser extinto, porém foi resgatado, evoluiu e se transformou no Acordo de Paris, assinado pelo Brasil em 2015 e ratificado e promulgado em 2016 e 2017, respectivamente.
Entre as metas assumidas pelo Brasil para contribuir com o acordo estão a redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país deverá aumentar a participação da bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, além de garantir a participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.
No tocante ao financiamento, o Acordo de Paris determinou que os países desenvolvidos investirão 100 bilhões de dólares por ano em medidas de combate à mudança do clima e adaptação, em países em desenvolvimento. Para garantir que mais países pudessem financiar projetos com objetivos de contribuir para os objetivos do acordo foram autorizados financiamentos entre países em desenvolvimento. Abriu-se, portanto, uma vasta gama de oportunidades para todos os países em desenvolvimento. O Brasil desponta como um dos países com maior atratividade de projetos e ações de apoio às mudanças climáticas.
A matriz elétrica brasileira é composta atualmente por 0,78% de energia solar, 7,81% de eólica, 8,72% de biomassa e 60,76% de hídrica. Ao todo, 78,07% da matriz elétrica brasileira é renovável. Porém, para fins de cálculos e validação do Acordo de Paris, a matriz hidráulica não é computada como energia renovável, o que reduz significativamente a participação das energias renováveis na matriz elétrica nacional, para 17,31%. Ou seja, para o país atingir os compromissos determinados será necessário praticamente triplicar a matriz energética renovável do país. A composição final da participação de cada fonte de energia na matriz energética ainda não está clara, mas sem dúvidas os investimentos mais significativos estarão na energia solar, que não corresponde a 1%.
Os desafios para atingir as metas propostas para a energia solar são incontáveis, porém não faltam estímulos e oportunidades num país tropical de proporções continentais e que apresenta uma das melhores radiações solares do planeta. Além disso, a democratização por parte dessa iniciativa, através da publicação da Resolução Normativa 482/12 (REN 482/12) publicada pela ANEEL e sua posterior atualização, através da REN 687/15, permitiu a popularização de sistemas de energia solar fotovoltaica no Brasil através da Geração Distribuída. Os consumidores passaram a ter oportunidade direta de contribuir para a diversificação da matriz elétrica nacional, o que possibilitou a instalação de mais de 30 mil de sistemas no Brasil, nos últimos dois anos, o que contribuiu para inserção de mais de 300 MW de energia solar na matriz elétrica nacional.
E, é com essa participação popular, que o Brasil deve esperar atingir suas contribuições e voltar a ser visto como referência internacional no tocante ao uso de energias renováveis. Retomar o protagonismo mundial nas discussões e acordos mundiais sobre mudanças climáticas, bem como voltar a ser considerado um defensor do desenvolvimento sustentável. É imperioso que o país avance ainda mais nas regulações normativas evitando qualquer intervenção indevida no setor energético, em especial, na Geração Distribuída. Ampliar, dentro do possível, a potência instalada dos minigeradores de energia de 5 MW para 10 MW e, futuramente, numa próxima revisão das resoluções normativas, a possibilidade de comercialização dos créditos gerados na geração distribuída, tal qual ocorre no mercado livre de energia.
RANGEL FERREIRA
Presidente da Associação Brasiliense de Energia Solar Fotovoltaica
Eles e Elas
Sem críticas ou julgamentos, a sociedade brasileira, com o empurrão de inúmeros estabelecimentos de ensino, começa a evitar o tratamento dos alunos por gênero. Meninos ou meninas agora são crianças, aluno ou aluna agora são estudantes. Não ficou bem claro a razão disso. Mas parece que é o futuro chegando.
Agenda positiva
Hospital do Paranoá, madrugada de domingo para segunda-feira. Atendimento aos moradores do Itapuã e Paranoá tranquilo. Dr. Marcelo Martins muito atencioso com os pacientes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Outra particularidade do vôo ministerial: no Rio, os ministros são levados para uma sala da Panair, com portas à prova de “curiosos”, com porteiro e tudo. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
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–> A ARTE contra o aborto:
Esta escultura é obra do artista tcheco Martin Hudáček e se chama “Memorial a Criança Não Nascida”.
A criança perdoa a mãe pelo crime do aborto.
A mãe é mármore: o peso e a dor do arrependimento.
A criança é translúcida: como o perdão.
Escultura de Timothy Schmalz.
Mostra a desolação de um Anjo da Guarda diante do berço vazio da alma que lhe foi confiada:
um bebê abortado pela mãe.
–> AS CIÊNCIAS DA SAÚDE contra o aborto:
“Uma forma de se colocar esse questionamento é se podemos valorar a dignidade da pessoa humana. Porque se começamos a valorar esta dignidade de tudo o que é humano e relativizamos isso, começamos a definir quem fica e quem sai, quem morre e quem vive, quem é útil para a sociedade e quem é inútil.
Por exemplo: podemos dizer que um idoso com estágio avançado de alguma tipo de demência seja inútil? Por sua funcionalidade ao Estado, talvez. Mas e pela dignidade da pessoa humana? Podemos dizer que um réu confesso de um crime deixa de ser humano e por isso perde a sua dignidade enquanto pessoa? Também não; apesar de sabermos da necessidade de punição.
Então por que quando falamos de fetos (que são vidas, biologicamente falando), não nos damos ao trabalho de fazer esta discussão? O que está em jogo é a dignidade da pessoa humana em todo e qualquer contexto! Do nascituro ao idoso, do vulnerável ao excluído.”
Angela Ferreira, Psicóloga.
–> As CIÊNCIAS HUMANAS contra o aborto:
–> As MULHERES contra o aborto:
–> Os CRISTÃOS contra o aborto:
“A cultura do relativismo é a mesma patologia que impele uma pessoa a aproveitar-se de outra e a tratá-la como mero objecto, obrigando-a a trabalhos forçados, ou reduzindo-a à escravidão por causa duma dívida. É a mesma lógica que leva à exploração sexual das crianças, ou ao abandono dos idosos que não servem os interesses próprios. É também a lógica interna daqueles que dizem: «Deixemos que as forças invisíveis do mercado regulem a economia, porque os seus efeitos sobre a sociedade e a natureza são danos inevitáveis». Se não há verdades objectivas nem princípios estáveis, fora da satisfação das aspirações próprias e das necessidades imediatas, que limites pode haver para o tráfico de seres humanos, a criminalidade organizada, o narcotráfico, o comércio de diamantes ensanguentados e de peles de animais em vias de extinção? Não é a mesma lógica relativista a que justifica a compra de órgãos dos pobres com a finalidade de os vender ou utilizar para experimentação, ou o descarte de crianças porque não correspondem ao desejo de seus pais? É a mesma lógica do «usa e joga fora» que produz tantos resíduos, só pelo desejo desordenado de consumir mais do que realmente se tem necessidade. Portanto, não podemos pensar que os programas políticos ou a força da lei sejam suficientes para evitar os comportamentos que afetam o meio ambiente, porque, quando é a cultura que se corrompe deixando de reconhecer qualquer verdade objectiva ou quaisquer princípios universalmente válidos, as leis só se poderão entender como imposições arbitrárias e obstáculos a evitar.”
(Papa Francisco, Laudato si, parágrafo 123)
“Separe o ato sexual da geração de filhos e você também separará o sexo do contexto matrimonial – tanto em princípio quanto na prática. Enquanto a conexão natural entre o ato sexual e os bebês for mantida, percebemos intuitivamente que a relação sexual é o contexto adequado para aqueles que se comprometeram a criar filhos: esse compromisso é chamado casamento. Insira a contracepção nesse nó apertado do vínculo casamento-sexo-bebês e tudo começa a se desmanchar.”
(Christopher West)
“Em todas essas ocasiões, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, fiel à sua missão evangelizadora, reiterou a “sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural”, condenando, “assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam legalizar o aborto no Brasil”
(CNBB, Nota Pela vida, contra o aborto, 11 de abril de 2017)
–> O que NÃO te falam sobre o aborto (pessoas que descobriram a verdade da pior forma):
Leia sobre em: Casos reais de abortos “mal” sucedidos.
–> O aborto em NÚMEROS:
–> O ATO (obs.: vídeos e imagens fortes; imagens reproduzidas da internet):
–> Eles QUASE nos foram tirados:
–> Somos MAIORIA SIM e somos a favor da VIDA. SEMPRE!!!
Está rodando no WhatsApp a seguinte campanha:
Os abortistas dizem que o Brasil é a favor da descriminalização do aborto. Será? Que tal informá-los que estão errados? Mande uma mensagem para a imprensa: “Eu sou contra o aborto.” Vamos inundar as caixas de mensagens dos jornalistas! (Abaixo, segue a lista com os números de WhatsApp de alguns noticiários).
- RJ TV: +55 21 99424-2523
- CBN São Paulo: +55 11 99911-9981
- CBN Vitória: +55 27 99299-4297
- EP TV: +55 19 99992-0000
- Band News: +55 21 99623-6060
“ESCOLHE POIS A VIDA.”
Deuteronômio 30, 12-19
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Estabelecer hoje parcelamentos de expansão urbana em áreas onde há a presença de importantes aquíferos, além de discutível, coloca o futuro de milhões de pessoas sob um sério risco. Sem água, não há vida e muito menos condições de fixação de populações.
Construtores, empreendedores e muitos políticos não se sensibilizam com questões dessa natureza. Aliás, a natureza, na visão dessa gente, tem que oferecer lucros, não importando de que maneira. Há um consenso geral que considera ser impossível, hoje em dia, a construção de Brasília, nos moldes em que foi erguida naquele período. A razão é que as imensas movimentações de terras para aplainar as grandes áreas, onde seriam implantados todo o Plano Piloto, ocasionaram o assoreamento e aterramento de muitos córregos e matas ciliares que existiam nessas áreas, provocando um verdadeiro extermínio de plantas, animais e de nascentes.
Ainda hoje, não se sabe, ao certo, a extensão desses estragos. O que se vê é que jazem sob ruas, avenidas e quadras residenciais da cidade, um grande número de cursos d’água que cederam lugar ao avanço poeirento do progresso. Justificar essa imensa destruição da natureza, numa época, em que não se discutiam assuntos dessa ordem, é tempo perdido. O fato é que os homens parecem não aprender com o passado. A construção do Trevo de Triagem Norte (TTN), considerada fundamental para o pesado escoamento viário daquela região, aterrou, sem dó, nem piedade, importante nascente de água que existia de um lado e outro da Ponte do Braguetto, assoreando, de morte também, o grande espelho de água que recebe as águas do córrego Bananal.
Ninguém protestou. As construtoras e os empreendedores aplaudiram. Parte da população ficou inerte tendo as reclamações abafadas pelo barulho das máquinas. Segue a passagem das estações assinalando ameaçadoramente, para todos, que os períodos de estiagem vão ficando cada vez mais prolongados e os reservatórios que abastecem a cidade com índices de cotas cada vez menores.
O que seria impensável no passado, no caso a utilização das águas do Lago Paranoá, que coleta grande parte do esgoto da cidade, para o consumo humano, hoje é uma realidade que, ainda por cima, é comemorada como trunfo para alguns. Aos poucos, vamos deixando para trás a certeza de que só a preservação do meio ambiente tornará possível o estabelecimento de pessoas na região, em troca de um futuro incerto, debitado na conta das gerações vindouras. Indiferentes a essa realidade que nos ameaça, prosseguimos erguendo bairros sobre o que restou de natureza, apenas para atender à uma demanda criada pelos especuladores e umas poucas autoridades públicas.
Num ciclo que parece não ter fim, a cada ano, os brasilienses de boa índole assistem, sem meios de agir, ao estabelecimento de novas expansões urbanas. Norte, Sul, Leste e Oeste, vamos cercando toda a capital com assentamentos mal planejados, favelas, invasões disfarçadas em condomínios, com áreas rurais tendo sua destinação primária mudada ao sabor dos ventos.
O caso em pauta, nesse momento, é a expansão do Setor Habitacional Taquari, numa região que abriga os córregos do Urubu e Jerivá, considerado importante sítio de recarga de aquífero. Para se ter uma ideia da importância dessa região, basta dizer que mais de 50% da água pura, que ainda chega a bacia do Paranoá, provém dessa região, conhecida como Serrinha.
A expansão das etapas II e III desse bairro irá afetar, segundo ambientalistas, mais de cinquenta pequenos cursos de água limpa que ainda insistem em correr por essa região. Há inclusive estudos do Prodema que atestam que a diluição de esgoto no Lago Paranoá chegou ao limite. Dejetos de toda a natureza, produzidos por bairros programados para receber milhares de famílias, nunca é devidamente estipulado.
É corrente a constatação de que a maioria dos projetos de amenização dos impactos ambientais gerados por projeto de assentamento, na sua grande maioria, não são implementados ou, quando o são, ficam muito aquém do necessário.
Vivemos tempos contraditórios. Engatinhamos a caminho do desenvolvimento. Ainda não aprendemos a erguer, sem destruir ao mesmo tempo. A questão aqui é que, objetivamente, vamos alargando desertos áridos em nossa volta. Não bastassem os enormes latifúndios de monocultura que derrubam o cerrado para benefício apenas dos donos dessas áreas, vamos também destruindo o que ainda resta do verde e da água, contidos nesse pequenino quadrilátero chamado Distrito Federal.
A frase que foi pronunciada:
“Não se pode fazer voltar a água que passou nem a hora que transcorreu.”
Ovídio
Dados
Há um caso de subnotificação em relação a crimes cometidos nas regiões onde delegacias estão desativadas. As estatísticas não correspondem com a realidade. Rodrigo Franco, presidente do Sinpol, dá o exemplo da área rural do Paranoá, como a comunidade Café Sem Troco, que fica a 43 quilômetros do Paranoá.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Aliás, nesse vôo, os ministros tomam uísque escocês, e os passageiros comuns saboreiam o nacional. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
colunadoaricunha@gmail.com;
Basta uma observação superficial para constatar que alguma coisa em nosso modelo de ensino não vai bem. Análises exaustivas, das mais diversas, sob diferentes focos, têm sido feitas e os resultados parecem apontar para lugar nenhum. O que acontece hoje em nossas salas de aula, principalmente no ensino público, demonstra de fato que prosseguimos por caminhos incertos.
Fossem instaladas câmeras em algumas dessas escolas, de Norte a Sul do país, para registrar o dia a dia de alunos e professores em sala de aula, o resultado mostraria, de forma inconteste, uma realidade que, em muitos casos, gostaríamos de não assistir. Violência, em todos os seus graus, opondo aluno contra aluno, brigas de gangues, consumo de drogas, agressões contra professores, ao pessoal de apoio, e uma infinidade de ações absolutamente fora de controle parecem ter tomado conta de nossas escolas.
Na verdade, as escolas espelham a sociedade tal como ela é. Somente com a questão da indisciplina, que vem se alastrando por boa parte das instituições públicas de ensino, perde-se um tempo precioso para o bom desenvolvimento do conteúdo programático.
A indisciplina amedronta também os próprios alunos e tem atingido, sobremaneira, muitos professores, obrigando-os, inclusive, a se afastarem do magistério. A violência, que tem tomado as ruas de nossas cidades, vem também se repetindo com mais intensidade dentro das nossas escolas. O que fazer?
Sem mudar a sociedade, pouco pode ser feito dentro das escolas. Essa questão, vista de outra maneira, indica que é preciso e urgente empreender mudanças dentro das escolas, para depois ver como essa nova postura prática pode influenciar no comportamento da própria sociedade.
A afirmação de Lévi-Strauss de que “passamos da barbárie à decadência, sem conhecer a civilização”, pode vir a ser confirmada em nosso país, caso deixemos as coisas como estão. Países como é o caso da Suécia, distante em quilômetros e progresso social da gente, começa a perceber e a encarar as chamadas novas pedagogias como erro histórico.
Métodos adotados atualmente, dando mais iniciativa e liberdade aos alunos em sala de aula, têm se mostrado incapazes de conduzir a educação à um bom termo, ao mesmo tempo em que retiram do professor a condução básica de dirigir o processo de ensino. Pelo menos é o que tem constatado a pedagoga e catedrática sueca, Inger Enkvist.
A autora de vários livros sobre educação e atual assessora do governo sueco para assuntos de pedagogia acredita e defende que as escolas hoje, mesmo num momento em que pais e filhos parecem estabelecer relações diferente daquelas do passado, necessitam estar conscientes de que sua tarefa principal é ainda de formar, intelectualmente, os jovens das diversas idades. Para ela, a escola não pode ser uma creche e nem o professor ser transformado em um psicólogo ou assistente social. A formação intelectual, fornecida pelas escolas, visa, em sua opinião, prepará-los para o mercado de trabalho, transmitindo-lhes cultura, ao mesmo tempo em que irá proporcionar a todos uma ideia de ordem social. Esses conceitos devem ser reforçados ainda mais, já que as escolas constituem a primeira instituição com a qual as crianças se deparam na vida.
Nesse sentido, a pedagoga reforça que os professores devem mostrar que existem regras, dentro e fora da escola, que precisam ser seguidas. Para tanto, diz, é preciso mostrar que o professor é a autoridade local e deve ser respeitado, assim como seus colegas de classe.
Para Inger Enkvist, é impossível aprender bem sem disciplina. “Não se é bom professor apenas pelo que se sabe sobre a matéria, nem só porque sabe conquistar os alunos. É preciso combinar ambos os elementos: atrair os alunos para a matéria para ensiná-la adequadamente. É preciso recrutar professores excelentes em que alunos, pais e autoridades possam confiar. E a menos que haja uma situação grave, devemos deixá-los trabalhar”, afirma a pedagoga. É um assunto a ser pensado com seriedade por aqui.
A frase que foi pronunciada:
“As ditaduras são sempre corruptas, porque roubaram o que pertence a todos: a liberdade de participar do poder “.
Inger Enkvist
Quermesse
Leve seu copo para o templo budista nesse final de semana. A edição 2018 da Quermesse é ecológica. Os copinhos serão cobrados.
Agências
Algumas mudanças previstas pelo Senado Federal para as agências reguladoras. A mais importante é a obrigatoriedade de apresentar um plano de gestão anual ao Congresso. A Lei Geral das Agências Reguladoras, do senador Eunício Oliveira, também prevê o serviço de ouvidoria à disposição dos usuários. A sugestão da senadora Rose de Freitas é que seja programada uma consulta pública para qualquer edição de atos normativos das agências.
Detran
Mais cedo ou mais tarde, o Detran vai precisar ceder em relação ao estacionamento pago nas entrequadras. A arrecadação das multas é grande nessa área. Mais uma razão para poupar o contribuinte e dar maior conforto aos motoristas, além de aumentar giro no comércio local.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Do deputado Amaral Furlan, ao ministro Ulisses Guimarães, no vôo ministerial da Panair: “Os ministros, que não pagam, são os primeiros a entrar”. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Pobre país cuja a democracia republicana, por suas deficiências congênitas, se organiza estruturalmente contando apenas com a atuação aleatória das forças da gravidade. Com um modelo desses, baseado em atrações momentâneas de pessoas e grupos, sem projetos, sem identidade e principalmente sem propósitos, todo e qualquer arranjo, chamado aqui de coligação, tende, invariavelmente ao fracasso.
Com isso, ajudam também a desmontar o próprio Estado, entregue sempre a grupos políticos instáveis e interesseiros. Reformar o modelo parece mais simples do que reformar essas elites que aí estão no reboliço eleitoral. O problema aqui é que, como tecido nas mãos de um alfaiate, o modelo final só se ajusta ao corpo e ao desejo desses grupos.
Na insistência de um modelo dessa natureza, que desde o retorno da democracia tem sido empregado sem cerimônias e que agora passou a ser denominado eufemisticamente de presidencialismo de coalizão, repousam as principais fontes de crises sistêmicas, conduzindo o país a instabilidades não só de natureza política, mas sobretudo afetando a economia e, por tabela, a vida de todos os cidadãos.
O que se tem visto nesse preâmbulo das eleições, com a formação de chapas aleatórias, é a repetição dos mesmos esquemas geradores de repetidas crises. A um quadro, com essa configuração radioativa, se soma uma miríade de legendas políticas estruturadas justamente para colher a maior quantidade possível de vantagens oferecidas por um conjunto de leis eleitorais caridosas e perdulárias.
Para o cientista político Sérgio Abranches, autor da expressão presidencialismo de coalizão, um modelo com essas características acaba por conduzir o país à um dilema institucional, com o Executivo tendo que se render constantemente às vontades pantagruélicas de um Congresso, que, uma vez devidamente empossado, volta as costas para a população e para suas agruras. Não surpreende, pois, que a governabilidade, num sistema assim, esteja sempre sobre o limbo.
Indiferente às crises, que passam sempre a ser debitadas ao presidente e parecem não atingir os parlamentares, não só o Congresso, como a maioria dos parlamentos locais, inclusive a Câmara Distrital, repetem, sem remorsos, esse modelo predador, isolando os Executivos e deles extraindo o máximo de vantagens possíveis.
Obviamente que ao eleitor também cabe parcela de responsabilidade por esse tipo de arranjo, principalmente quando faz suas escolhas usando os mesmos critérios de benefícios imediatos que move a todos indistintamente. É da natureza de um modelo como esse induzir o clientelismo e a corrupção, normalmente negociada num imenso balcão montado permanentemente nas ante salas do poder.
Dessa forma, o que se tem, desde a formação embrionária e instável das chapas, do modelo que irá colhê-las depois de eleitas, pelo grande número de legendas que passarão a disputar os mil e um benefícios de uma legislação feita sob medida, absolutamente tudo, acaba sendo formatado para resultar num modelo gerador de crises e numa democracia de baixíssima qualidade, insuficiente para conduzir o Brasil ao patamar de nações desenvolvidas.
A frase que foi pronunciada:
“A liberdade da imprensa não faz sentir o seu poder apenas sobre as opiniões políticas, mas também sobre todas as opiniões dos homens. Não modifica somente as leis, mas os costumes (…). Amo-a pela consideração dos males que impede, mais ainda do que pelos bens que produz.”
Alexis De Tocqueville
Novidade
É do deputado Wasny de Roure o projeto que institui, no calendário oficial de eventos do DF, o Dia Distrital de Conscientização e Tratamento da Doença Celíaca, que será comemorado no terceiro domingo do mês de maio. Interessante que o título à data comemorativa cita ‘Tratamento’, sendo que essa é uma doença autoimune e o único tratamento é não consumir glúten.
Vácuo
Quanto antes a doença celíaca for diagnosticada, menos sofrimento para os pacientes. Espera-se maior esclarecimento para a população sobre o assunto. Mais interação com os profissionais de saúde, pesquisadores, fabricantes de alimentos, fornecedores.
Realidade
Deu no site Proteste nessa semana. “Teste: detectamos glúten em alimento que afirma não conter essa proteína. Uma marca de macarrão do tipo penne estampa em seu rótulo que é “livre de glúten”, mas as análises demonstram o contrário.” No Brasil, não há preocupação nem em conhecer as estatísticas sobre o assunto. Com isso, políticas públicas estão distantes.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Um deputado muito procurado hoje em Brasília é o sr. Lamartine Távora, que é afilhado do prefeito Sette Câmara. Enquanto isto, o dr. Carvalho Sobrinho diz que o deputado Lamartine Távora será o Carlos Murilo do Sette. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Pesquisas feitas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e pela ONG Todos pela Educação, em tempo e lugares diferentes, usando também métodos diferentes, chegaram ao mesmo resultado: apenas uma pequeníssima minoria dos professores, tanto das escolas da América Latina como das escolas brasileiras, recomendam a profissão para seus alunos ou filhos.
O primeiro estudo, intitulado “Profissão Professor na América Latina – Por que a docência perdeu prestígio e como recuperá-lo?” mostrou ainda que apenas 5% dos indivíduos com menos de 15 anos desejariam seguir a carreira do magistério. Mesmo em países onde a educação da população é levada a sério esse índice não ultrapassa os 25%.
Um dado comum às duas pesquisas indica que os baixos salários continuam sendo o principal motivo para esse desinteresse geral. No Brasil, como no restante do continente, os salários dos professores seguem praticamente no mesmo patamar há décadas e, não raro, não acompanham a média salarial de outras categorias com o mesmo nível de formação.
São dados que apresentam um sério risco para todo e qualquer programa de educação, seja no Brasil ou mesmo na América Latina, e ameaçam seriamente o futuro de imensas legiões de jovens, se algo não for feito com urgência. Na maioria dos casos, a remuneração dos profissionais de ensino chega a ser menos da metade de outras categorias no mesmo nível.
Quando se atinge uma situação onde os próprios mestres, juntamente com os novos alunos, chegam a conclusão que seguir em frente com essa carreira é um erro e uma perda de tempo, é porque a profissão do magistério parece já ter atingido o patamar de uma ocupação em fraco desaparecimento. No caso da pesquisa mostrada pela ONG Todos pela Educação, o índice de professores que não indicariam a profissão para seus alunos ou para seus filhos é de 49%. Esse índice se eleva à medida que os professores possuem mais anos atuando no magistério. Quanto mais se entregam ao magistério, mais os profissionais em educação reconhecem o tempo perdido com uma profissão que não é valorizada, nem pelo governo e pelas secretarias de educação, nem mesmo pelas famílias dos alunos. No ensino médio, onde estão os alunos na fase da adolescência e com maiores problemas de comportamento, trazidos de casa e do meio onde vivem, a maioria dos docentes confessa arrependimento com a escolha dessa profissão.
Nessa etapa, contribui para o desinteresse os correntes casos de violência contra os professores. Nessa fase também é comum verificar casos de estresse e de doenças do sistema nervoso adquiridos por esses profissionais e onde estão os maiores casos também de pedidos de afastamento.
A realidade obriga os professores, como orientadores que são, a dizer a verdade aos seus alunos. Nesse caso, recomendam a todos que não sigam com a ideia de vir a se tornarem professores, para que não tenham que enfrentar os mesmos problemas de seus mestres. Salários baixos, violência, descaso das autoridades e as péssimas condições da maioria das escolas, tanto no Brasil como no continente, parecem decretar o fim dessa profissão e o futuro da própria América Latina.
A frase que foi pronunciada:
“O objetivo da educação é substituir uma mente vazia por uma mente aberta.” (Malcolm Forbes)
UnB
A Universidade de Brasília planejou para esse ano mais de 300 câmeras nos estacionamentos do campus. Os furtos a carros não estão controlados. A promessa também tratava de mais duzentos vigilantes de empresas privadas, outra centena do quadro efetivo e uma reorganização dos porteiros e pontos para a presença de segurança. Drones também estão no orçamento e os estudantes desenvolveram um aplicativo que conta com a comunidade universitária para apontar locais vulneráveis a furtos, assaltos e estupros.
Alambrado da barragem
Reforçado o alambrado destruído na barragem do Paranoá. Ainda parece frágil para segurar carro desgovernado, mas está bem melhor que antes.
União
Brasília passa por uma transformação cíclica. No início da capital, todos os moradores se cumprimentavam, eram verdadeiros solidários. Depois, os brasilienses passaram a reclamar que nos elevadores ou na rua ninguém dá um simples bom dia. Graças à violência imposta à cidade, moradores de casas e apartamentos começam a se unir por aplicativos para trocar informações sobre gente suspeita na redondeza. Parece que a camaradagem está voltando.
Agradecimentos
Mais uma vez, agradecemos o carinho de todos os presentes no cemitério, as cartas, e-mails, telefonemas e manifestações sinceras sobre a convivência com o querido Ari Cunha. A gratidão da família Cunha a todos.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Não repercutiu no Congresso nem na opinião pública a atitude de Nicolino Gozador do grupo (pequeno) comandado pelo sr. Adauto Lúcio Cardoso, mudando a capital cada seis meses para o Rio e para Brasília. (Publicado em 26.10.1961)
ARI CUNHA
Visto, lido e ouvido
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Teilhard de Chardin escreveu que “a coisa mais gratificante da vida é ser capaz de dar uma grande parte de si mesmo aos outros.” Assim foi meu pai. Todas as pessoas que chegam para nos consolar nesse momento de dor, lembram de um pouco deixado por ele. Como lição, como carinho, inteligência, diplomacia, perseverança e como acolhimento.
Nesses anos em que fiquei lado a lado com meu pai, na coluna Visto, lido e ouvido, ao mesmo tempo em que aprendia a manter o rigor do difícil ofício de um editorialista, crescia em mim o temor de que meu mestre e pai me faltaria, deixando-me só, como uma náufraga, à deriva, perdida no imenso mar. Aquele mesmo mar em que um dia, lá no Ceará, ele me levantava pelos bracinhos a cada vez que vinha uma onda.
Durante o tempo em que trabalhamos juntos, aprendi a jamais misturar os assuntos do trabalho com a vida íntima da família. E a jamais usar a coluna para interesses pessoais. São muitas as lições deixadas pelo Ari Cunha. Tanto nos momentos de glória quanto naqueles dias sufocantes das provações. Quanta sabedoria nos ensinou com exemplos no dia-a-dia. Assim, prosseguimos nossa jornada. Um desacordo daqui, uma gargalhada de lá.
Em casa, sou a filha caçula, com tudo o que isso importa. Nasci no dia da posse de Jango. Lá estava meu pai, entre a família e o jornal, buscando as notícias dos dois lados. Pequena, queria ter a mesma profissão do meu pai. Falar ao telefone e ler jornal, era o que eu dizia. Já formada em jornalismo, fui convidada a partilhar daquele espaço. O mesmo que toda a minha família acompanhou com os primeiros capítulos, vivendo a história da cidade.
No jornal, sua assistente, sujeita a toda a carga de responsabilidade e cobranças que o ofício exige. Jamais reclamei dessa dualidade. Com isso, aprendi a não misturar as coisas e nesses últimos vinte anos em que passamos a compartilhar nossas vidas diuturnamente, pude constatar, de perto, a imensa responsabilidade que pesava sobre os ombros do meu pai para comandar o maior jornal da capital, e que tinha, sob sua direção, o maior time de jornalistas e editores jamais reunidos em uma redação.
Além dessa tarefa hercúlea, que somente poucos suportam, cabia a ele entregar, todos os dias, a coluna, que durante muitas décadas tem sido a leitura obrigatória não só de todos os brasilienses, mas das autoridades que por aqui cumpriam suas missões.
Tenho um orgulho enorme de saber que meu pai e mestre era do tipo de jornalista à antiga. Daqueles que sabiam, com precisão, cada ofício dentro de um jornal. Jornalistas de seu tempo e com sua responsabilidade, sem computadores e internet, sabiam fazer de tudo num jornal, do início ao fim, entrando com as notícias de um lado, pondo as impressoras para girar de outro, e entregando o produto acabado nas bancas logo pela manhã. Olha aê o Correio… cantavam os jornaleiros logo cedo pelas quadras de Brasília. Comprar o pão, o leite e o jornal era rotina de muita gente.
Meu pai nunca foi avesso à tecnologia. Tão logo chegaram os computadores quis um, e um laptop. Gostava de aprender. Queria as novidades. Como ele dizia que os dedos tinham asas, voavam sem receios.
Em muitas e variadas mãos, ali estava o trabalho de meu pai e de toda a equipe do Correio Braziliense. Todos o viam com respeito e admiração pela simplicidade, comportamento agregador e a rara capacidade de se sentir à vontade em qualquer lugar com qualquer pessoa.
Houve um tempo em que meu pai era o personagem mais conhecido e respeitado da cidade. Percorrer uma pequena distância levava horas. Todos o paravam, contando casos e sugerindo notas. Usava desse prestígio apenas para defender a cidade que adotou como lar e para ajudar as pessoas que para aqui vinham se estabelecer com bons propósitos.
Com isso, fez uma legião de bons amigos, que tinham nele uma figura magnânima. Jamais usou de seu imenso prestígio em proveito próprio, levando uma vida, à medida do possível, longe dos holofotes. Preferia a companhia dos amigos sinceros e de lugares pouco badalados, como o Café Flor do Abaeté, na 105 Sul, ou nas feiras populares, onde podia sentir os aromas puros da natureza. Falar apenas de meu pai é falar de nossa intimidade familiar e talvez isso não interesse muito. Aqui com os meus pensamentos, sei que somos uma família rara. Todos os domingos, na grande mesa, filhos, netos e bisnetos juntos, sempre em torno do alimento. Para o corpo e para a alma.
Vamos sentir muita falta da presença do patriarca da família. Somos mais uma família de candangos que para aqui veio quando tudo era pó e esperança. Seguimos na terceira geração e vamos deixando sob essa terra vermelha nossos antepassados queridos, que deram à Brasília muito de si.