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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
jornalistacircecunha@gmail.com
Entre as caixas da mudança, aparece uma preciosidade cuidadosamente guardada em uma pasta com plásticos. Lá estão várias cartas, de ministros, governadores, senadores, deputados, amigos, parentes e uma carta do ex-presidente da República, concretizador de Brasília, Juscelino Kubistchek.
Foi enviada quando o jornalista Ari Cunha respondia por um processo pesado no Superior Tribunal Militar, por ter registrado a tortura de uma mulher grávida nesta coluna.
No alvoroço do momento, desespero de alguns e alegria de outros, o maior exército a se convocar em momentos como esse é a família. Mas não houve necessidade de convocação. Espontaneamente chegavam parentes do Ceará, Rio de Janeiro e Paraná. Em todo o sofrimento, ainda é possível ter olhos para ver o lado positivo do acontecimento. Toda a família unida pelo propósito de proteger um, e tantos outros inocentes que sofriam naquele momento.
As irmãs e esposa em oração todo o tempo. Os filhos apontados na escola entre cochichos de pais dos colegas. Dona Lourdes dizia que os “dedos das mãos eram muitos para contar os amigos que tiveram coragem de se aproximar do jornalista para dar apoio.”
Como caçula, com 11 anos à época, tentava compreender o que se passava. Não podia ver um papel em cima da mesa que lia. Nada escapava à busca de entendimento: cartas, documentos, manuscritos. A curiosidade era tanta que fui enviada para Nova Jersey para passar alguns meses longe daquele clima.
Ari Cunha sofreu tanto à época que apenas uma afta o deixou calado. Ela lhe ocupava toda a boca. Lourdes, que era enfermeira, preparava um shake salgado para dar de almoço, a cada gole, lágrimas escorriam pelo rosto do jornalista.
Mas as orações começaram a dar resultado. O responsável pela promotoria conseguiu um emprego bem melhor e foi para outra jurisdição. O advogado pioneiro, Celio Silva, brilhante no processo, trouxe, depois de um tempo que durou quase uma eternidade, a paz à família. Esse é um breve contexto do momento quando chegou a carta que vocês lerão a seguir.
Peço aos revisores que mantenham a gramática da época.
BH, 30.09.72
Meu caro Ari Cunha,
Kafka, o sombrio e notável escritor tcheko, desaparecido em 1924, escreveu um romance trágico, o Processo, no qual o personagem central era meu homônimo, pois se chamava JK. O crime imaginário que lhe imputaram truxe-lhe taes torturas moraes que, ao fim de alguns anos ele sucumbiu, vítima de um terrível nervous breakdown que o levou ao suicídio.
Eu, pilherando, digo: si eu não tivesse nervos que se assemelhassem a fios de aço, não possuísse um estomago de avestruz que digere blocos de pedra e não me ornasse o peito um coração do arcanjo S. Miguel, não teria resistido às investidas que Kafka idealizou em 1924 e que me parece foram copiadas do memorável romance do autor tcheko.
Lendo os jornaes, vi que chegou a sua hora de entrar na galeria sombria de Kafka. Sei felizmente que a bravura, a generosidade e a paciência são virtudes que vivem dentro de você e graças as quaes poderá lutar contra a imaginação de Kafka, transfundida para o Novo Continente.
Tenho uma santa, ou um espírito, como quiser interpretar, que me ajuda a resolver os problemas grandes. Chama-se Julia Kubitschek – lhe mandei a minha mensagem implorando-lhe que ajude o mais sagaz, digo leal e bravo jornalista deste país. Com meus abraços, seu amigo de sempre,
Juscelino Kubitschek
A frase que foi pronunciada:
Ainda que o ódio, às vezes, tenha a característica de uma simbólica justiça, irreparável poderá ser o resultado do amargo sentimento.
Taw Ranon
Estado
Na Câmara Legislativa, o secretário de Cultura do DF, Cláudio Abrantes, fez um comentário interessante dizendo que lamentava ver setores do Estado e da sociedade desaprovando investimentos na cultura. Uma capital importante como Brasília não ter, até hoje, um teatro decente, certamente não é julgamento da população. O Carnaval da cidade acontece graças ao esforço dos interessados nessa modalidade de cultura. Ano a ano, é preciso implorar por migalhas para poder fazer acontecer a alegria nas ruas. Investir em cultura é obrigação do Estado, ao povo cabe usufruir dessa riqueza.
Mais que justo
Embora uma escola boa para criança de 3 anos custe quase o valor de uma mensalidade na universidade, as professoras do ensino infantil são as mais mal pagas. Por isso, a Câmara dos Deputados recebeu, de especialistas, o pedido de um projeto de lei que preveja o pagamento do piso salarial nacional dos professores a essas profissionais.
História de Brasília
Dentre as modificações de Taguatinga, está a retirada, do atual local, da Caixa Dágua, que será colocada noutro lugar. Foi condenada pela Assessoria de Planejamento. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Não se sabe ao certo porque as chamadas Unidades de Conservação (UC), espalhadas por todo o Brasil, sobretudo na parte norte do país, possuem essa denominação se o próprio governo, por meio de leis de cunho ambiental, permite que essas áreas possuam concessões para a exploração mineral e madeireira, notem, em escala industrial, tanto para a comercialização interna, como para o exterior.
São commodities originadas de recursos naturais finitos. O rastro deixado por essas atividades, formado, em sua maioria, por imensas clareiras e buracos na floresta, decretam o fim de um bioma riquíssimo, transformando, ao mesmo tempo, em potenciais áreas desérticas e irrecuperáveis. Somente o custo para minimizar os impactos ecológicos desses latifúndios de escombros supera, em centenas de vezes, os lucros obtidos com sua destruição.
O pior de tudo é observar que é o Estado o indutor desse tipo de política, dentro da conhecida engrenagem de estatização dos lucros e da repartição dos problemas para a população. É um modelo que se arrasta há décadas e que não trouxe, até hoje, benefícios duradouros e reais para as populações próximas a esses empreendimentos.
Se são áreas cuja denominação diz ser de Conservação, a pergunta que fica é que tipo de conservação é possível num sistema que deixa para trás um gigantesco processo de terra arrasada e que acaba resultando em mais miséria ainda.
O Estado, por sua natureza, não possui a capacidade de criar riquezas, obtém-na por meio de alienação de terras, que abrigam biomas só encontrados em nosso país. Não é de hoje que multinacionais dos mais variados cantos do planeta, até mesmo de países que alardeiam serem os paladinos na defesa do meio ambiente, estão explorando, sem dó ou piedade, grandes áreas no norte do país.
Os recursos obtidos com essa verdadeira razia ao nosso meio ambiente vão direto para os cofres do governo, deixando as populações que, na teoria, iriam ser beneficiadas com essa exploração, cada vez mais empobrecidas.
Comunidades ribeirinhas, tribos indígenas e pequenos núcleos urbanos nos arredores desses empreendimentos multimilionários continuam à mingua, entregues aos cuidados de ONGs, que se aproveitam, desse modelo perverso, para arrancar ainda mais recursos que deveriam atender, primordialmente, essas populações. Percorrer essas áreas, próximas às mineradoras ou próximo aos madeireiros, é presenciar a miséria e a carência absolutas, resultantes de um sistema que, longe dos olhos do mundo, explora e expropria as famílias locais, sem comiseração alguma.
Enquanto as mais modernas tecnologias, em forma de máquinas, extraem, em volume industrial, as riquezas dessas regiões, as populações locais sobrevivem com os mesmos manejos dos tempos coloniais, através de extrativismo, caça e pesca. Isso enquanto ainda restam áreas propícias à essas atividades primárias.
Países como a China, com populações numerosas na casa de bilhão, extraem o que podem dos recursos naturais dessas regiões do país, pois sabem da leniência do governo, da falta de fiscalização eficaz e do amor pelo dinheiro que sucessivos governos nutrem por dólares. Para uma situação que, por si própria, já é calamitosa, ainda temos que destacar que o atual governo, por sua confissão pública de que o patriotismo é tudo aquilo que ele historicamente aprendeu a combater, fica a apreensão de que a defesa dos valores e das riquezas nacionais, dentro do conjunto que conhecemos por pátria, estão em péssimas mãos.
Sem esse sentido de amor e de proteção pelo que é nosso, toda e qualquer política que fale em defesa do meio ambiente e das populações em seu entorno é falsa e desprovida de razão e fé.
A frase que foi pronunciada:
“A terra não pertence a nós; nós pertencemos à Terra.”
Marlee Matlin
Outro lado
Mesmo com todas as campanhas educacionais que favorecem o respeito ao ciclista, quem pedala não respeita o trânsito. Anda na contramão, não usa sinalizadores, rejeita a ciclovia. É hora de reavivar as campanhas de conscientização dos próprios ciclistas.
Educação e Saúde
Anos e anos de Covid, pandemia, pessoas privadas do ir e vir. Mesmo depois de toda essa experiência aterradora, as pessoas continuam a espirrar sem o mínimo de preocupação. Aparam os germes com as mãos e depois pegam em tudo ou espirram sem proteção alguma, dando uma chuveirada em quem estiver por perto. Atitude inimaginável em países desenvolvidos. Está na hora de uma campanha educativa do Ministério da Saúde e Ministério da Educação mostrando que espirrar na dobra do braço é o melhor para todos.
História de Brasília
As questões de terras em Taguatinga estão pegando fogo. Há lotes com vários donos disputando a unhas e dentes, e, agora, o deputado José Menck levou a melhor contra a Caixa Econômica, que vai recorrer judicialmente. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Historiadores e outros observadores situados na popa da barca da vida, essa nau que navega sem descanso, possuem o delicado ofício de ir remendando, um a um, os retalhos que compõem o tecido do passado. Sem essa tarefa primordial, o presente passa a não fazer sentido algum e o porto do futuro, tão almejado por todos, deixa de existir, perdido em alguma região incerta e não sabida. Portanto é preciso ir catando esses pequenos recortes e migalhas deixadas desordenadamente por todos os cantos, selecionando-os e assim estabelecer uma conexão racional entre eles.
Em nosso caso particular, esse é um trabalho que necessita ser feito com o maior rigor e fidelidade possível, dada a tentação contínua, sobretudo de nossas autoridades, em reescrever o passado, apagando os fatos e construindo narrativas fictícias sobre os escombros deixados para trás.
O século XXI tem sido prolífico na geração de fatos históricos e marcantes para o Brasil. Apenas à guisa de exemplo, quem se der ao trabalho de ir juntando as declarações feitas aqui e ali por nossas autoridades, nos três Poderes, principalmente nos últimos anos, verá que, por detrás das narrativas oficiais, construídas com esforço e genialidade, se esconde um emaranhado de enredos factuais, que parece ser mantido, trancado a sete chaves, bem longe do conhecimento público.
Um trabalho de remendo dessas declarações feitas a esmo, pode nos dar uma pista do porquê estamos onde estamos. Se os tempos atuais não se mostram abertos à possibilidade de dizer o que precisa ser dito, isso se deve às novas interpretações dadas à Constituição. Não que nossa Carta tenha sofrido alterações. O que parece ter sido mudado são as interpretações dadas, agora, à Carta de 88.
A frase que foi pronunciada:
“No começo pensei que estava lutando para salvar as seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora percebo que estou lutando pela humanidade.”
Chico Mendes
Proatividade
Treinamento na torre do aeroporto, coordenado com os Bombeiros e a Latam, chamou a atenção de quem passava por ali. Prevenir é uma maneira inteligente de agir. A prática deveria servir de exemplo para os governos. Geleiras derretendo e nenhuma ação de prevenção para o que virá pela frente
Personalidades
Veja, no link Eunice Foote: a feminista que descobriu o efeito estufa e foi esquecida, agora homenageada pelo Google, a matéria da BBC News sobre a cientista Eunice Foote. Já no séc. 19, teve a percepção da existência do efeito estufa. Adiante de seu tempo, Eunice foi homenageada pelo Google graças às pesquisas de John Perlin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
Representantes
“Agora que ficou constatado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que Brasília tem a terceira maior capital do Brasil em termos populacionais, certamente o número de parlamentares a serem eleitos para defender a capital de todos os brasileiros vai aumentar. Os brasilienses precisam defender mais e melhor o nosso belo quadradinho.” Quem assina a missiva ao jornal é João Vítola.
Menos burocracia
“Para a Professora de Biologia Molecular da Universidade de Brown, Anne Fausto Sterling, cinco são as possibilidades de identificação para o sexo; e, para o professor de sexualidade e médico brasileiro Ronaldo Pamplona da Costa, são onze as possibilidades”. Já para um urologista ou ginecologista, apenas dois: os que têm próstata ou os que têm útero.
Proatividade
Depois do desastre do Noroeste, com 56 unidades residenciais afetadas, está na hora de uma vistoria minuciosa para prevenir novos acidentes. Na comercial da 213 Norte, bloco D, há um local com botijões enormes ao lado de fora, o que deixa os moradores mais observadores apreensivos.
Pauta
Clarice Cardell e Célia Porto são responsáveis pela seleção dos artistas que participarão do Natal de Brasília. O Projeto “Um Sonho de Natal” começa no dia 15 de dezembro e vai até 01 de janeiro. Além de corais, a seleção abrangerá teatro infantil, bandas e orquestras locais e apresentações de DJ’s. Veja as informações detalhadas a seguir.
–> Aberto chamamento público para artistas participarem do Natal de Brasília
Projeto “Um Sonho de Natal” acontece de 15 de dezembro a 01 de janeiro promovendo atividades culturais
O projeto “Um Sonho de Natal” está com chamamento público aberto para bandas, corais e grupos de teatro locais participarem do grande evento de fim de ano da capital federal. Marcado para acontecer de 15 de dezembro a 1º de janeiro, o projeto transformará três pontos icônicos da cidade – a Esplanada dos Ministérios, a Praça do Buriti e a Praça do Cruzeiro – em espaços mágicos repletos de atividades para todas as idades. Os interessados têm até sexta-feira (08/12) para formalizarem suas inscrições, com resultados divulgados dia 9 no site oficial.
No quesito artístico, são oferecidas oportunidades para 26 apresentações de teatro infantil, 09 bandas locais, 16 corais, 02 orquestras locais, 48 apresentações de DJ’s, O evento contará ainda com curadoria especializada para garantir uma programação de qualidade. Os cachês variam de R$ 500 a R$ 6.000, conforme a atividade a ser oferecida.
Clarice Cardell e Célia Porto são responsáveis pela seleção. Clarice Cardell, formada em artes cênicas pela Universidade de Brasília e com especialização em cinema no NIC (Nucleo de Investigacion Cinematográfica de Madri), é a fundadora, diretora e atriz da companhia teatral La Casa Incierta. Já Célia Porto, cantora profissional com quatro CDs gravados, recebeu diversos prêmios pela sua contribuição à música brasileira. Com 20 anos de carreira, ela se destaca não apenas como cantora, mas também na produção e direção artística de eventos.
Os interessados em participar do evento podem se inscrever por meio dos formulários disponíveis nos seguintes links:
– Formulário artístico: https://forms.gle/9hXzGQAoM9XqZVkv8
Dúvidas e informações podem ser solicitadas pelo e-mail: contato@nataldebrasilia.com.br
Um Sonho de Natal
Este ano, a capital do país se prepara para celebrar o Natal de maneira única e extraordinária. O evento “Um Sonho de Natal” acontecerá de 15 de dezembro a 1º de janeiro, transformando três pontos icônicos da cidade em espaços mágicos e repletos de atividades para todas as idades: a Esplanada dos Ministérios, a Praça do Buriti e a Praça do Cruzeiro. Tudo isto valorizando a acessibilidade para PCDs e idosos e a sustentabilidade, com a parceria com cooperativas de coleta de lixo.
Durante os 18 dias do projeto, são esperadas 1 milhão de pessoas para desfrutarem não só de uma cenografia encantadora para registros memoráveis, mas principalmente se divertirem e usufruírem de experiências culturais diversificadas. “Um Sonho de Natal” contemplará diariamente shows com bandas, orquestras, DJs e corais da cidade. E para a criançada, tem uma programação pensada diretamente para elas: teatro e oficinas com capacidade para atender 860 crianças por dia, um total de mais de 15 mil crianças.
Mobilidade
Visando atender a diversidade de gostos e idades, a organização do evento disponibilizará transporte gratuito, interligando todo o circuito de Natal a cada meia hora. Essa iniciativa visa garantir que o público possa desfrutar plenamente de todas as atrações proporcionadas pelo evento.
Transparência
“Um Sonho de Natal” é uma realização do Centro de Cultura Popular Brasileira, executado por meio de licitação pública através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e GDF, com o apoio de diversos parceiros, proporcionando à população de Brasília uma experiência natalina memorável e repleta de encanto.
Serviço
Um Sonho de Natal
Período: 15 de dezembro a 01 de janeiro de 2024
Horário: De 17h às 22h
Local: Esplanada dos Ministérios, Praça do Buriti e Praça do Cruzeiro
Entrada: Gratuita todos os dias
Ingressos para oficinas infantis, roda gigante, brinquedoteca e apresentação do Grupo Tholl: online, via Sympla
https://nataldebrasilia.com.br/
Siga no Instagram: @nataldebrasilia
Vítima
Houve um mal-entendido num chamado feito aos Bombeiros. A equipe saiu do quartel preparada para o atendimento a uma vítima de picada de cobra. Quando chegou ao local, susto geral. Não era picada. Era mordida. Não era cobra. Era uma porca.
História de Brasília
Os subprefeitos das cidades satélites estão com as mãos na cabeça: é de tal forma grande o número de pedidos de deputados, para a doação de lotes, que nenhum deles se sente com interêsse em levar adiante os planos que tinham quando de sua posse. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Em carta recebida no jornal, o leitor atento nos corrigiu com propriedade. Na coluna intitulada “Desabrigados pelo Marco Temporal”, publicada no domingo, 3 de dezembro, dissemos que, em decisão recente emanada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), essa Corte teria declarado ser constitucional o Marco Temporal, quando o correto seria apontar que o Supremo, por maioria, decidiu considerar inconstitucional a tese do Marco Temporal, estabelecendo a demarcação dos territórios indígenas.
Para aquela alta Corte, como bem lembrou nosso missivista, a tese do Marco Temporal independe do fato de que as comunidades indígenas estivessem ou não ocupando as áreas em disputa na data da promulgação da Constituição em 05 de outubro de 1988. Ou seja: essa data não pode definir a ocupação tradicional da terra pelas nações indígenas.
De resto, a coluna, ao agradecer ao leitor pela observação, salienta que essa decisão, por mais ajustada legalmente que pareça dos doutos ministros, não possui o condão de pacificar a questão das disputas territoriais envolvendo o homem do campo e os índios.
O prolongado lapso de tempo entre a promulgação da Constituição, 1988, e a decisão do Supremo, de setembro de 2023, serviu para que essa questão ganhasse ainda mais gravidade e riscos para todos os envolvidos. Durante décadas, milhares de famílias de pequenos agricultores e pecuaristas ocuparam, de boa-fé, terras da União, na certeza de que, algum dia, no futuro, essas terras seriam oficializadas pelo Poder Público, conferindo a posse para quem lá estava de fato (Uti Possidetis).
A leniência de seguidos governos empurrou o caso para frente. Mesmo o Supremo, à época da promulgação da Carta de 88, jamais se debruçou sobre a questão, mesmo sabendo de sua gravidade e urgência.
Com essa decisão tardia, o problema ganhou maior amplitude e complexidade. O fato é que essa determinação agora, tomada na esteira de muitas outras, com certo tempero político, tem provocado centenas de desapropriações relâmpagos em muitas regiões espalhadas pelo território nacional, com famílias inteiras empurradas para as estradas, onde passaram a vagar sem destino.
Com elas, seguem também as criações, gado, galinhas, bodes e outros animais, todos subnutridos, alguns já mortos e deixados à beira do caminho, numa cena desoladora, que, possivelmente, nossos ministros jamais imaginariam ou sequer tomaram conhecimento.
Com isso, criou-se sim uma situação, à semelhança de outras, como legalização do aborto ou das drogas, de insegurança jurídica no campo e que não pode passar desapercebida por nenhum brasileiro.
A frase que foi pronunciada:
“No começo pensei que estava lutando para salvar as seringueiras, depois pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora percebo que estou lutando pela humanidade.”
Chico Mendes
Proatividade
Treinamento na torre do aeroporto, coordenada com os Bombeiros e a Latam, chamou a atenção de quem passava por ali. Prevenir é uma maneira inteligente de agir. A prática deveria servir de exemplo para os governos. Geleiras derretendo e nenhuma ação de prevenção para o que virá pela frente.
Personalidades
Veja, no link Eunice Foote: a feminista que descobriu o efeito estufa e foi esquecida, agora homenageada pelo Google, a matéria da BBC News sobre a cientista Eunice Foote. Já no séc. 19, teve a percepção da existência do efeito estufa. Adiante de seu tempo, Eunice foi homenageada pelo Google graças às pesquisas de John Perlin, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara.
Representantes
“Agora que ficou constatado, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que Brasília tem a terceira maior capital do Brasil em termos populacionais, certamente o número de parlamentares a serem eleitos para defender a capital de todos os brasileiros vai aumentar. Os brasilienses precisam defender mais e melhor o nosso belo quadradinho.” Quem assina a missiva ao jornal é João Vítola.
Pauta
Clarice Cardell e Célia Porto são responsáveis pela seleção dos artistas que participarão do Natal de Brasília. O Projeto “Um Sonho de Natal” começa no dia 15 de dezembro e vai até 01 de janeiro. Além de corais, a seleção abrangerá teatro infantil, bandas e orquestras locais e apresentações de DJ’s. Veja as informações detalhadas a seguir.
–> Aberto chamamento público para artistas participarem do Natal de Brasília
Projeto “Um Sonho de Natal” acontece de 15 de dezembro a 01 de janeiro promovendo atividades culturais
O projeto “Um Sonho de Natal” está com chamamento público aberto para bandas, corais e grupos de teatro locais participarem do grande evento de fim de ano da capital federal. Marcado para acontecer de 15 de dezembro a 1º de janeiro, o projeto transformará três pontos icônicos da cidade – a Esplanada dos Ministérios, a Praça do Buriti e a Praça do Cruzeiro – em espaços mágicos repletos de atividades para todas as idades. Os interessados têm até sexta-feira (08/12) para formalizarem suas inscrições, com resultados divulgados dia 9 no site oficial.
No quesito artístico, são oferecidas oportunidades para 26 apresentações de teatro infantil, 09 bandas locais, 16 corais, 02 orquestras locais, 48 apresentações de DJ’s, O evento contará ainda com curadoria especializada para garantir uma programação de qualidade. Os cachês variam de R$ 500 a R$ 6.000, conforme a atividade a ser oferecida.
Clarice Cardell e Célia Porto são responsáveis pela seleção. Clarice Cardell, formada em artes cênicas pela Universidade de Brasília e com especialização em cinema no NIC (Nucleo de Investigacion Cinematográfica de Madri), é a fundadora, diretora e atriz da companhia teatral La Casa Incierta. Já Célia Porto, cantora profissional com quatro CDs gravados, recebeu diversos prêmios pela sua contribuição à música brasileira. Com 20 anos de carreira, ela se destaca não apenas como cantora, mas também na produção e direção artística de eventos.
Os interessados em participar do evento podem se inscrever por meio dos formulários disponíveis nos seguintes links:
– Formulário artístico: https://forms.gle/9hXzGQAoM9XqZVkv8
Dúvidas e informações podem ser solicitadas pelo e-mail: contato@nataldebrasilia.com.br
Um Sonho de Natal
Este ano, a capital do país se prepara para celebrar o Natal de maneira única e extraordinária. O evento “Um Sonho de Natal” acontecerá de 15 de dezembro a 1º de janeiro, transformando três pontos icônicos da cidade em espaços mágicos e repletos de atividades para todas as idades: a Esplanada dos Ministérios, a Praça do Buriti e a Praça do Cruzeiro. Tudo isto valorizando a acessibilidade para PCDs e idosos e a sustentabilidade, com a parceria com cooperativas de coleta de lixo.
Durante os 18 dias do projeto, são esperadas 1 milhão de pessoas para desfrutarem não só de uma cenografia encantadora para registros memoráveis, mas principalmente se divertirem e usufruírem de experiências culturais diversificadas. “Um Sonho de Natal” contemplará diariamente shows com bandas, orquestras, DJs e corais da cidade. E para a criançada, tem uma programação pensada diretamente para elas: teatro e oficinas com capacidade para atender 860 crianças por dia, um total de mais de 15 mil crianças.
Mobilidade
Visando atender a diversidade de gostos e idades, a organização do evento disponibilizará transporte gratuito, interligando todo o circuito de Natal a cada meia hora. Essa iniciativa visa garantir que o público possa desfrutar plenamente de todas as atrações proporcionadas pelo evento.
Transparência
“Um Sonho de Natal” é uma realização do Centro de Cultura Popular Brasileira, executado por meio de licitação pública através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e GDF, com o apoio de diversos parceiros, proporcionando à população de Brasília uma experiência natalina memorável e repleta de encanto.
Serviço
Um Sonho de Natal
Período: 15 de dezembro a 01 de janeiro de 2024
Horário: De 17h às 22h
Local: Esplanada dos Ministérios, Praça do Buriti e Praça do Cruzeiro
Entrada: Gratuita todos os dias
Ingressos para oficinas infantis, roda gigante, brinquedoteca e apresentação do Grupo Tholl: online, via Sympla
https://nataldebrasilia.com.br/
Siga no Instagram: @nataldebrasilia
História de Brasília
Os subprefeitos das cidades satélites estão com as mãos na cabeça: é de tal forma grande o número de pedidos de deputados, para a doação de lotes, que nenhum deles se sente com interêsse em levar adiante os planos que tinham quando de sua posse. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Deus, tenha piedade de nós! Livra-nos da vergonha. Principalmente em fóruns internacionais, onde as mídias sociais interligadas mostram, em tempo real para todo o mundo, que andamos ainda, desde o século XV, em círculos, em busca de uma identidade como nação.
Poupe-nos dos vexames e não deixais que nossas autoridades caiam na tentação de acharem que são mais espertas do que o resto do mundo. Livra-os também do vício da mentira. E não permita que cenas patéticas, de choro sem sentimentos crie, no imaginário do mundo, uma ideia errada do que somos como povo.
Orando dessa forma, quem sabe, Deus e o mundo possam nos redimir da falta de compromisso e seriedade com que nossos representantes encaram as mais urgentes agendas e promessas globais. Inflar dados e estatísticas, alterando os números superlativos sobre queimadas e derrubada de matas nativas, mesmo ignorando que o mundo assiste agora a capital do Amazonas, Manaus, afogada em densas nuvens de fumaça, resultante das maiores e mais dispersas queimadas dos últimos 25 anos é, no mínimo, uma ousadia desprovida de inteligência.
Pior é que para não ficar feio e deselegante, o mundo finge acreditar. No íntimo, o mundo presente na COP28 sabe que nossa floresta tropical, por sua imensidão territorial e mesmo pela falta de zelo histórico com que cuidamos desse patrimônio, pertence tanto ao Estado brasileiro como às centenas de ONGs que agem no local, como aos madeireiros financiados por indústrias internacionais, como aos garimpeiros, aos contrabandistas de espécies vegetais e minerais, como as mineradoras multinacionais, como as facções criminosas que operam naquela região e a muitos outros parasitas que por aquelas bandas vagueiam em busca de riqueza fácil.
A Amazônia já é do mundo. Caiu na vida. Afirmar que a atual gestão do país vai salvar a Amazônia e a reputação do Brasil sobre esse problema é uma mentira pueril. O fato, e os satélites mostram a destruição com precisão, quase um quinto da floresta amazônica já desapareceu e apresenta hoje uma realidade quase irreversível. Ainda assim, as motosserras não param de zunir dia após dia. O mundo sabe desse problema e o compara com que dizem nossas autoridades do alto das tribunas. O final não bate. Não coaduna. E não adianta colocar a culpa no fenômeno El Nino.
O discurso para a COP e para o mundo, com promessas de que a onda de desmatamento irá cessar em 2030, juntamente com a Agenda da ONU, não encontra respaldo interno pelas condições precárias da economia do país e tão pouco conta com o entusiasmo das autoridades, muitas delas pouco afeitas às questões ambientais e a desafios dessa natureza.
É preciso combinar antes com esses atores que lá estão dilapidando essas riquezas e com os políticos dessas regiões, que fingem nada saber. Mesmo diante de tantas promessas em favor de uma economia verde, bastou um convite, feito pelos xeques do petróleo no mundo, para que o Brasil, por meio da Petrobras, faça parte do grupo da Opep+, para que os olhos de nossas autoridades brilhassem como ouro faiscando e caíssem as fantasias.
Às favas, a preservação e as emissões de gases do efeito estufa provocados pela queima do produtos fósseis. Nossos representantes não conseguiram esconder o entusiasmo com o convite e até ensaiam criar uma Petrobras no Oriente Médio. A adesão àqueles que representam hoje os antípodas do combate ao efeito estufa veio da forma mais singela e marota: “Acho importante a gente participar, porque a gente precisa convencer os países que produzem petróleo que eles precisam se preparar para o fim dos combustíveis fósseis”, disse o presidente do Brasil. “E se preparar significa aproveitar o dinheiro que eles lucram para fazer investimento… Porque se a gente não criar alternativa, a gente não vai poder dizer isso.”
A frase que foi pronunciada:
“A economia é clara: a mudança global para as energias renováveis é inevitável. A única questão é quanto aquecimento o nosso planeta suportará antes que isso aconteça.”
Secretário-Geral António Guterres em comentários na abertura da Cúpula Mundial de Ação Climática COP28
Erramos
Em carta, leitor nos corrigiu com propriedade na coluna intitulada Desabrigados pelo Marco Temporal. Dissemos, à certa altura, que o STF declarou ser constitucional o Marco Temporal quando é justamente o contrário.
Burocracia
Medical Center, edifício de atendimento clínico, resolveu cadastrar as pessoas que entram no prédio causando um transtorno enorme. Fila longa e pacientes sem poder comparecer no horário marcado.
Interesses
Continua o transtorno com a falta de comunicação entre instituições. Aposentados que precisam retirar o dinheiro do banco recebem orientações truncadas por todos os lados, dificultando o acesso ao direito que lhe cabe. INSS, bancos e empresas com ruídos na comunicação.
Compromisso
No dia 10, na Igreja do Perpétuo Socorro de Taguatinga, 19h, o coral do Senado cantará músicas natalinas e a Missa de Palmeri. Nada de surpresas que desagradem leigos ou a comunidade cristã.
História de Brasília
Os ônibus da TCB que servem à L-2 atrasam comumente seus horários, deixando os passageiros ao sol, esperando quase uma hora. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Seguindo fielmente os rastos da insegurança jurídica, impressos e disseminados em nossa sofrida terra, fruto de decisões sem lastro na realidade nacional, eis que nos é apresentada, agora, a filha bastarda mais nova de todo esse atropelo nas leis que vêm fragmentando e flagelando o país nesses últimos anos. Trata-se aqui da insegurança jurídica no campo, fruto podre de decisão, que tem, nas guias da ideologia política, sua linha mestra ou seu guizo.
Quem teve a oportunidade de ler obras seminais como “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa e “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, ambas do período modernista e que buscavam redescobrir o Brasil real além das cidades, por certo, encontrará verossimilhança ao assistir a um vídeo que flutua agora nas redes sociais, mostrando um garoto franzino, de idade incerta, mas que aparenta ter pouco mais de 13 anos e que. há dias, vem perambulando pelas estradas ermas ou corredores rurais sem fim, conduzindo, sem destino, uma boiada, igualmente esquelética e sem brilho nos olhos.
A um interlocutor que questiona e filma toda a cena, o menino, transformado em homem gigante pelas condições de uma vida bruta, responde com timidez o que faz ali, sozinho, nesse fim de mundo, tangendo as poucas cabeças de gado de seu pai em busca de pastos ou repouso. Segue o diálogo: “Meu fi, de quem é esse gado?” “De meu pai”, responde o menino. “O que foi, você está na estrada aí, moço?”, segue o interlocutor. “Não tem lugar prá ir. A gente tava ali na Apyterewa” (considerada agora reserva indígena, segundo decisão do Supremo, que tornou constitucional o chamado Marco Temporal, desapropriando à força todas as terras ocupadas há décadas pelo homem branco, devolvendo-as, de modo atabalhoado, as nações indígenas). “Vieram os homens e expulsaram todo mundo. Nós só tinha o gado e o pasto”, completou o menino.
De uma hora para outra, centenas de famílias dessa localidade, situada entre os municípios de São Felix do Xingu e Altamira, no Pará, perderam tudo para os índios e agora vagam sem destino nos corredores infinitos daquela distante e conflituosa terra do Norte. “Faz dias que você está nesse corredor?, segue o interlocutor. “Faz uma quatro semanas.”. “Vai levar o gado pra onde, moço?”. A criança diz: “Vou deixar no corredor, num tem lugar pra” pôr”. Tá dormindo onde?” “No corredor”, responde o menino. “Então, cê está na estrada vigiando gado?”. “Tô.”
Em muitas outras localidades, perdidas nos confins do Brasil, a história vem se repetindo, com famílias anônimas sem ter, de uma hora para outra, para onde ir. É esse o Brasil real que boa parte da mídia não mostra e que as autoridades fingem desconhecer ou simplesmente lavaram as mãos. Desapropriar terras é fácil, quando essa decisão tem como esforço apenas o desenho feito pela caneta numa folha de papel. Outra bem mais difícil é concretizar esse tipo de lei, conferindo as devidas responsabilidades ao Estado, que seria, nesses casos, dar novas terras aos desabrigados, impedindo injustiças e fazendo o que mandam as leis, que é estabelecer o equilíbrio e a harmonia das partes.
Assim como existem hoje os desabrigados por enchentes, barragens e outros acidentes naturais e por causas humanas, temos hoje os desabrigados pela desapropriação de terras impostas pelo Marco Temporal e que vão se juntar nessa fila imensa na espera de reparação, que possivelmente jamais virá.
A frase que foi pronunciada:
“Eu digo que a democracia só é útil lá para que possa transmitir e florescer e dar frutos nas maneiras, no formas mais elevadas de interação entre as pessoas e suas crenças – na religião, literatura, faculdades e escolas – democracia em toda a vida pública e privada…”
Walt Whitman
Vermelho
Dois semáforos com problemas apontados por leitores. O primeiro, na saída do Setor Bancário Norte para o Eixinho. Passa 3 minutos vermelho para todos os sentidos; e o segundo, do outro lado do Pão de Açúcar, onde passageiros perdem a condução por não conseguirem fazer a travessia a tempo.
Lembranças
Emoção assistir vídeo dos mil quilômetros de Brasília de 1970. O clima, as vestimentas, as pessoas famosas que aparecem com a simplicidade que Brasília nasceu. Veja, a seguir, e sinta emoções e saudades.
Deleite
Em um passeio pelo Eixão Norte/Sul, em diferentes épocas, podem-se colher abacates, mangas, jacas, goiabas, amoras, jambo e tantas outras frutas. Esse é um passeio interessante que poucos turistas conhecem.
História de Brasília
A razão para o que ocorre, é que o deputado, sendo cearense, trouxe, de sua terra, uma cozinheira que prepara excelentes tapioquinhas de côco, e a afluência de amigos não é devido a outra coisa, senão a uma demonstração pantagruélica, com variações para a mandioca. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Dois problemas, causados em sua origem, têm colocado mais entraves à séria discussão sobre o consumo e/ou a liberação das drogas em nosso país. O primeiro deles reside no fato de que o Supremo, avançando o sinal, achou por bem liberalizar o consumo dessas substâncias, atropelando decisões que, por seu amparo constitucional, manda ser feito no âmbito do Poder Legislativo, onde estão os representantes da população.
É aí nesse Foro que essa importante decisão deveria ser levada adiante. O segundo problema é que, por falta de estudos mais aprofundados e mesmo de um debate amplo e aberto em âmbito nacional, essa discussão tem muito ainda que caminhar. Colocar o carro na frente dos bois, como ensinavam os antigos, é um contrassenso. Deixar que esse assunto seja, de forma definitiva, decidido por pessoas que, por sua vivência profissional, revelam total desconhecimento da questão, é tão perigoso como a tentativa de impor ordenamentos que vão contra o consenso geral, costumes e tradições de nossa sociedade. O mais sensato nessa discussão toda, feita por doutos juristas, seria começar a construção desse projeto de liberalização, pelo alicerce e não pelo telhado.
Uma das milhares de medidas legais que poderiam ser adotadas, antes do regramento de liberalidades, seria obrigar as escolas e os meios de comunicação a promoverem campanhas sistemáticas e contínuas, alertando para os perigos físicos e psicológicos do consumo dessas substâncias, com anúncios em milhões de pontos espalhados pelo país. Ou seja, primeiro educar.
Um outro ponto racional seria a adoção de medidas legais para cercar o problema, impedindo que ele adentrasse nas instituições públicas. Para isso bastaria a exigência de exames para detectar o consumo dessas substâncias, para todo o funcionalismo público, incluindo aí alunos e professores das escolas públicas, médicos, policiais, militares, políticos e toda uma infinidade de profissões pagas pelo contribuinte.
Com essa obrigação os profissionais que gozam de estabilidade funcional e de prerrogativa e que precisam desses empregos e funções pensariam duas vezes, para não serem exonerados a bem do serviço público. Não faz sentido o pagador de impostos financiar os vícios e maus costumes de uma parcela do funcionalismo. Essa simples medida, impediria ainda muitos acidentes e outros contratempos. Não é de hoje que se sabe que o consumo de substâncias proibidas por parte do funcionalismo é alta e acarreta grandes prejuízos aos cidadão.
A liberalização de substâncias psicotrópicas, que seguramente afetam a produção cognitiva dos indivíduos, por seus males, deveria, em contrapartida, deixar claro para aqueles que fazem uso desses produtos, que, por lei, ele passa a ser visto pelo Estado, e por tabela, pela própria sociedade, como um indivíduo incapaz de prestar quaisquer serviços públicos para a população. Não se enganem: em qualquer situação em que um dependente químico atue, haverá sempre uma possibilidade de risco à segurança da sociedade.
Como a dificuldade em combater a disseminação das drogas reside, basicamente, em posturas individuais e subjetivas, fazendo, de cada cidadão, um juiz de si próprio, é preciso começar as ações de restrição de consumo pelo próprio indivíduo, limitando seus passos e impedindo que ela haja como agente propagador desse mal do século. Não é estabelecendo quantidades de drogas que cada um pode portar que se adotam medidas efetivamente eficazes, mas fazendo com que cada um, individualmente, tenha a possibilidade de livre escolha do caminho que quer seguir.
A frase que foi pronunciada:
“As pessoas usam drogas, legais e ilegais, porque as suas vidas são intoleravelmente dolorosas ou monótonas. Eles odeiam o trabalho e não encontram descanso no lazer. Eles estão afastados de suas famílias e de seus vizinhos. Deveria dizer-nos algo que nas sociedades saudáveis o uso de drogas é comemorativo, alegre e ocasional, enquanto entre nós é solitário, vergonhoso e viciante. Precisamos de drogas, aparentemente, porque nos perdemos.”
Wendell Berry, A Arte do Lugar Comum: Os Ensaios Agrários
Amadores
Sistemas administrativos não se cruzam causando enorme prejuízo aos contribuintes. É inimaginável que as polícias deste país com dimensões continentais não tenham um banco de dados em comum. Nem tribunais conjugam informações com a Secretaria da Fazenda local ou federal.
Sem pudor
Para quem critica os cartórios, fica a fala de um funcionário que sabe o que diz. “Não fossem os cartórios em Brasília, os grileiros estariam vendendo frações da calçada da Praça dos Três Poderes.”
Só no Brasil
Uma senhora, que parecia querida de todos os funcionários do Detran, atendia o público descascando uma manga suculenta.
História de Brasília
A razão para o que ocorre, é que o deputado, sendo cearense, trouxe, de sua terra, uma cozinheira que prepara excelentes tapioquinhas de côco, e a afluência de amigos não é devido a outra coisa, senão a uma demonstração pantagruélica, com variações para a mandioca. (Publicada em 27.03.1962)
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Não se sabe ao certo que propostas ou discursos o atual governo levará à Conferência de Mudanças Climáticas promovida pela Organização das Nações Unidas (COP 28), que ocorrerá em Dubai, entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro. Por certo, o mundo inteiro estará de olho nesse encontro, o que pode tornar essa Conferência uma excelente vitrine e uma oportunidade ímpar para que os outros países e o Brasil, inclusive, mostrem que projetos reais possuem e como têm feito para torná-los exequíveis.
Nessa COP 28, o Brasil, segundo todos os analistas acreditam, terá papel de destaque. Não propriamente por ações derivadas do governo, que, ao que se sabe, não possui canais abertos com esse importante setor de nossa economia, mas por causa, sobretudo, do papel desempenhado pelos pecuaristas e por toda a cadeia privada ligada ao agronegócio.
Ser considerado hoje como o maior produtor mundial de alimentos, confere ao Brasil uma posição sem precedentes nesse encontro e dá, ao país e à sua força de trabalho, um protagonismo dos mais nobres e elogiáveis.
Não é de hoje, por conta da força do lobby internacional ligado ao meio ambiente e aos mercados consumidores, cada vez mais ciosos também com a preservação do planeta, que o agronegócio brasileiro vem se precavendo e melhorando suas práticas em busca da preservação dos recursos naturais. A antiga imagem do produtor, alheio ao mundo moderno e suas necessidades ficou para trás. Quem visita hoje os homens de negócio ligados ao campo percebe estar na presença de gente sofisticada e plugada no mundo moderno. O maquinário e a tecnologia de ponta substituíram as enxadas e o arado. Mesmo a criação de animais experimenta o que de melhor existe hoje em tecnologia para a pecuária.
O mercado exige e os lucros são assentados justamente nesse tipo de demanda especial. Mesmo os aspectos sanitários dos animais são observados de perto, pois qualquer distração nessa área provoca prejuízos imensos e sujam a reputação em questão de segundos. Em negócios desse tipo, onde tudo é grande e delicado, não adianta fingir. Os protocolos internacionais precisam ser seguidos rigorosamente. Tudo é visível por especialistas que a toda hora vigiam o setor, quer por tecnologia de satélites, tudo vê em tempo real.
Segundo dados divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), houve, entre 2021 e 2022, um crescimento da área plantada de grãos de mais de 81% e uma aumento de produção da ordem de 433%. São números fantásticos, ainda mais quando se verifica que o aumento na produção de grãos não provocou um aumento nas áreas de plantio. Isso significa mais produção sem necessidade de desmatar mais áreas nativas. O que importa, nessa Conferência, e talvez o governo não esteja atento a esse fato, é que o mundo sabe exatamente o que ocorre em nosso país, mesmo que por aqui se façam de desentendidos.
Portanto, de nada adianta ir para essa Conferência e apresentar dados otimizados e fora da realidade e, como é de praxe, usar a tribuna como se fosse um palanque político e eleitoral. Os satélites de última geração em tecnologia não mentem. Por isso, de nada adianta mentir sobre o alarmante incêndio que cobriu Manaus de fumaça por semanas ou as queimadas no Pantanal, que seguem ardendo como nunca.
Também em relação ao desmatamento do Cerrado é preciso dizer a verdade mostrando que as ações do atual governo estão ainda muito longe do que seria razoável e que a imensa região do Matopiba continua sendo devastada. De fato, o que o governo teria, de modo oficial e verdadeiro, a oferecer ao mundo, nessa COP28, baseia-se, em grande parte, no trabalho realizado pela iniciativa privada, que colhe agora seu momento de júbilo fora da influência e de ações do governo.
A frase que não foi pronunciada:
“Minha filha, lei não é poesia! A lei que dá margem à interpretação é inútil. É roteiro de novela.”
Dona Dita, pensando na Justiça de outros países
Muito boa
Casal com recém-nascido estava ouvindo as notícias na TV sobre a aprovação da PEC do Senado que limita decisões monocráticas do STF. O marido comenta: Parece que ele acordou. A esposa assustada pergunta: o neném? Não, Rodrigo Pacheco!
Grilagem
Grileiros arregaçam as mangas e recomeçam a agir na certeza da impunidade. Entre o Paranoá e o Setor de Mansões do Lago Norte, o desmatamento não é mais com fogo. O veneno vai matando o cerrado e escorrendo para o lago. Ou o governo age imediatamente, ou vamos assistir o Não Vale a Pena Ver De Novo.
História de Brasília
A razão para o que ocorre, é que o deputado, sendo cearense, trouxe, de sua terra, uma cozinheira que prepara excelentes tapioquinhas de côco, e a afluência de amigos não é devido a outra coisa, senão a uma demonstração pantagruélica, com variações para a mandioca. (Publicada em 27.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
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Repetia o filósofo de Mondubim que a diferença entre o remédio e o veneno está apenas na quantidade. Infelizmente o mundo moderno parece ter perdido essa e outras receitas, mergulhado que está num mar de excessos, vivendo numa espécie de abundância e exageros que fogem totalmente do que seja racionalidade.
O consumismo, que seria um fenômeno possibilitado pelo capitalismo, surge agora também como uma antítese à bonança, colocando em risco a existência do próprio homem. O problema é que o consumo não se restringe apenas a bens materiais, estendendo-se muito além dos desejos humanos.
O turismo, tal qual ele se desenvolve hoje em todo o mundo, parece ter rompido, definitivamente, as barreiras do que se pode considerar aceitável e positivo, transformando muitos países e regiões do planeta em lugares expostos a um grande e contínuo fluxo de visitantes, uma horda de estrangeiros que muitas vezes supera o número de habitantes locais.
Com isso, o cotidiano dos habitantes dessas áreas é radicalmente alterado, transformando cada dia dos moradores locais num verdadeiro inferno, onde tudo passa a ser disputado. Fenômeno idêntico, e talvez com maiores repercussões negativas, vem ocorrendo no caso particular do grande e crescente fluxo de imigrantes. Quer queira, quer não, o imigrante adulto já traz de seu país de origem toda a bagagem cultural que adquiriu ao longo da vida. Isso faz com que ele não se deixe integrar com facilidade aos costumes locais do novo lar. E isso é um problema que vem se agravando nos últimos anos, gerando conflitos que muitas vezes acabam resultando em mortes.
De certo modo, as previsões para os países que mais recebem populações de imigrantes não são boas. O aumento dos conflitos armados no terceiro mundo e as alterações bruscas trazidas pelo efeito estufa ao meio ambiente em todo o mundo têm forçado, cada vez mais, o deslocamento de populações inteiras pelo planeta. Os conflitos étnicos se espalham por toda parte. Na mesma direção, aumentam os casos de racismo e, principalmente, de xenofobia.
Relatos de intolerância contra os estrangeiros se multiplicam. Caso emblemático aqui, para ficar apenas na geografia dos países de língua portuguesa, é o de intolerância dos nativos de Portugal contra a imigração dos brasileiros que para lá foram se estabelecer; o que, à primeira vista, poderia parecer um ganho para a terra Lusa, já que o envelhecimento daquela população, juntamente com a queda acentuada de natalidade, vinha provocando um esvaziamento sério populacional do país. Aldeias inteiras, à semelhança do que ocorre também na Espanha e na Itália, estão hoje sem moradores. Mas, ainda assim, as populações desses países estão cada vez mais insatisfeitas com o fluxo imigratório.
No caso de Portugal, segundo pesquisa e depoimentos de brasileiros residentes lá, a xenofobia cresceu nos últimos anos mais de 830%, o que é um percentual altíssimo, e que não deixa de surpreender, já que muitos brasileiros possuem a noção de que a terrinha distante, antiga colônia, é um lugar acolhedor para aqueles que falam o mesmo idioma e possuem pontos históricos coincidentes. Nada mais enganoso.
Em lugares como Lisboa e Porto os casos de maus tratos aos brasileiros se sucedem. Estima-se que mais de 400 mil brasileiros vivam hoje naquele país, o que perfaz cerca de menos de 8% da população lusa. Na verdade, a presença de brasileiros em solo português é, para os locais, cada vez mais incômoda.
Também a noção histórica distorcida e passada aos portugueses, desde os primeiros anos de ensino, tem mostrado que a colonização foi excepcionalmente benéfica aos brasileiros, sendo os colonizadores formados por pessoas do mais alto grau de humanismo, todos eles devotados ao bem-estar das populações submetidas. Também os livros de história de Portugal mostram aquele país como uma nação muito superior à brasileira. Nada mais falso do que isso. Essa pretensa superioridade racial, repassada de geração em geração, faz com que os portugueses se sintam na condição de humilhar os brasileiros que lá estão, com piadas xenófobas e mesmos discursos diretos do tipo: “Fora brazucas”, “vão para sua terra”, “não queremos vocês aqui”.
Essas e outras ofensas são ditas com frequência e mesmo pichadas nos muros das casas dos imigrantes. Brasileiros, com descendência portuguesa e que procuram a embaixada de Portugal e os consulados espalhados pelo país, em busca de cidadania, vão na ilusão de que em Portugal serão bem recebidos por todos, afinal são dois países irmãos. Assim que chegam a Portugal, ficam sabendo que a coisa não é bem assim. São maltratados desde o desembarque. Na condição de estrangeiros, não são bem-vistos em parte alguma daquele país. Por mais que se esforcem, ficarão sempre na condição de estrangeiros, apartados do convívio dos nativos, xingados e mesmo expulsos de muitos lugares.
Os portugueses possuem a noção falsa de que estão trabalhando para sustentar os imigrantes idos do Brasil. Em 2020, os brasileiros contribuíram com mais de 350 milhões de euros para a segurança social portuguesa. Em 2021, esse número saltou para mais de 414 milhões de euros. Ou seja, dinheiro pago ao sistema de apoio aos trabalhadores imigrantes e que incluem também os portugueses. A questão toda está no dilema vivido hoje por uma multidão de brasileiros que ruma para Portugal: ou ser cidadão de segunda e terceira classe num Brasil dominado pelo ódio de uma esquerda míope, ou ser eternamente estrangeiro e escorraçado além-mar, tratado como perigoso por uma malta de saloios iletrados, que acreditam ser cosmopolitas.
A frase que foi pronunciada:
“Dino leva mais seguranças à Câmara do que à favela da Maré.”
Deputado Capitão Alden (PL-BA)
História de Brasília
O deputado Martins Rodrigues, líder da maioria, tem notado que ao contrário do que ocorre comumente, seus amigos o procuram mais de manhã cedinho, à hora do café, e não à noite, para um uísque e conversa política. (Publicada em 27.03.1962)
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Esta coluna, por sua defesa intransigente e histórica da capital, recebe, com entusiasmo, a notícia de que o governo do Distrito Federal finalmente dará início às obras de um projeto modelo para a reforma do Setor Comercial Local Residencial Norte (SCLRN). É o primeiro passo, quem sabe, para uma reforma bem resolvida de toda a Avenida W3 Norte e Sul.
Por enquanto, o que se sabe é que essa reforma será feita, inicialmente, nas quadras 707/708 Norte. Segundo o Conselho de Planejamento Territorial e Urbano do Distrito Federal, que aprovou a primeira etapa dessa reforma, o projeto irá transformar aquele espaço, bem como as áreas no entorno próximo, de modo a se constituir como um modelo acabado, que servirá como piloto ou exemplo a ser estendido ou replicado para toda a região da W3 Norte.
A previsão é que o modelo piloto tenha um foco na acessibilidade com a instalação de calçadas mais largas, piso tátil, para os portadores de necessidades especiais, com mais arborização, ciclovias, novos mobiliários urbanos e novas praças. No Plano Piloto, nenhuma outra área, dentro de Brasília, apresenta um tamanho grau de possibilidades e de retorno econômico e social do que as Avenidas W3 Norte e Sul.
Trata-se, como ficou assentado aqui neste espaço, em diversas oportunidades, de uma avenida que, por sua extensão e localização, cortando a cidade pelo meio, de uma ponta a outra, repleta de atividades comerciais variadas, tão logo, venha a ser racionalmente reformada, trará um fabuloso retorno econômico para a capital.
Tudo isso sem a necessidade de obras caríssimas e de grande impacto ambiental, bastando, aos reformadores, nesse caso, a uniformização de pisos e fachadas, iluminação adequada, ligação por calçamento amplo das duas avenidas, policiamento e outras melhorias, todas elas dentro do âmbito de reforma e de modernização.
A geração de empregos que uma avenida comercial grande como essa pode trazer para a cidade e para o entorno da capital dá a certeza que esse é um projeto fadado ao sucesso. Do ponto de vista do turismo e de ganho para a própria população brasiliense, que terá de volta a sua mais tradicional e pioneira avenida, a reforma de toda a Avenida W3 Sul e Norte, tão logo fique pronta, atrairá não só as maiores lojas de departamento da cidade, mas também os mais sofisticados restaurantes, cafés e outros pontos de encontro, fazendo, desse imenso espaço aberto, a atração principal da capital.
Poucas cidades pelo mundo possuem a possibilidade e mesmo a sorte de trazer, à tona e à vida, uma avenida com essa dimensão. Reta e completamente plana, com amplos espaços livres e prontos a receber projetos de uma boa arquitetura, capaz de dar um novo dinamismo urbano a uma área que, por décadas, permaneceu adormecida e esquecida.
A valorização imobiliária dessa nova avenida é outro ponto a ser destacado. Não somente dos imóveis comerciais locais, mas de todo o entorno imediato. Também é de se mencionar que, uma vez realizada toda essa reforma, também as ruas perpendiculares de comércio irão, por inércia, seguir o movimento de reforma, modernizando seus espaços para não perder a freguesia.
Para a cidade, esse projeto, caso venha a ser concluído, será um verdadeiro presente de Natal e, quem sabe, o início de nova fase de revitalização de todo o Plano Piloto, esse senhor sessentão.
A frase que foi pronunciada:
“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”
Oscar Niemeyer
Natal
Hoje é o último dia para fazer compras no Bazar de Natal da Paróquia Rainha da Paz. De 10h as 20h, o público vai ver de perto o resultado da Oficina de Artes.
Ontem & Hoje
Na roda dos aposentados, é unânime. Mensagens de que outro telefone acessou o aplicativo “Meu INSS”, telefonemas incessantes oferecendo crédito consignado, ligações de bandidos avisando que seu cartão foi usado nas Casas Bahia. Deve ser a versão eletrônica da Jorgina de Freitas.
Prove o contrário
Uma solução tão simples que não é dada porque quem trabalha na reciclagem é invisível para a sociedade. O que custa juntar garrafas pets em casa, latas, papelão e deixar em sacos separados no lixo? Acabaria com a cena degradante de homens, mulheres e crianças manuseando lixo para escolher o que é reciclável.
História de Brasília
Ontem, como soprasse vento muito forte em Brasília, a reportagem procurou saber pelo menos a velocidade e temperatura, e não havia quem desse uma informação. Só funcionava a estação de rádio. (Publicada em 27.03.1962)