Vida digna pela paz, educação e trabalho

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Maternidade bombardeada na Ucrânia. Foto: MFA Ucrânia / Twitter

 

         Novos tempos se aproximam, enquanto crises se aprofundam de todos os lados. Um mundo mais imediatista, onde guerras se instalam com diferentes tipos de armas. Quando a humanidade, por suas escolhas, vê-se, mais um vez em sua história, imersa nos campos áridos da disputa e da luta fratricida, é sempre necessário e vital buscar, nas pausas da reflexão, a luz e a sabedoria daqueles que, por sua experiência e bom senso, podem indicar os caminhos de volta à vida.

         É em encruzilhadas e abismos, como agora se anunciam no Leste da Europa, que, mais do que nunca, é preciso convocar a presença dos verdadeiros construtores de pontes, a restabelecer laços e vínculos perdidos. “É na viagem que fiz à Romênia e à Eslováquia, quando passava pelas aldeias havia pessoas que me cumprimentavam, rapazes, garotas, jovens casais, homens jovens, mulheres jovens, mas de uma certa idade só havia mulheres; quase não havia homens idosos: a guerra! Tudo isso é muito duro. Acredito que temos que reagir, a guerra é terrível. E temos que fazer algo novo sobre esse fracasso, encontrar uma lição de vida nisso,” disse o papa Francisco à Delegação do Instituto de Estudos Internacionais de Salamanca (Espanha), na quinta-feira, 26 de janeiro de 2023.

         Nesse momento, a Educação parece ganhar uma dimensão toda especial e urgente, uma vez que se observa que, é justamente por se afastar de uma educação que induza à fraternidade e à partilha que, mais uma vez, ouve-se falar em guerras e destruições.

         A educação, nos moldes em que ela é ativamente desenvolvida em vários países do globo, estimula, sobremaneira, o espírito da competição entre o alunado, para que sobreviva numa sociedade cada vez mais competitiva e excludente. Essa é a raiz da maioria das guerras.

         Para a educadora italiana, construtora de pontes, Maria Montessori (1870-1952), na educação estruturada para a competição, está o princípio da maioria das guerras que temos assistido ao longo da história humana. “A paz – dizia ela – não escraviza o homem, pelo contrário, ela o exalta. Não o humilha, muito ao contrário, ela o torna consciente de seu poder no universo. E porque está baseada na natureza humana, ela é um princípio universal e constante que vale para todo ser humano.”

         É esse princípio que deve ser nosso guia na elaboração de uma ciência da paz e na educação dos homens para a paz. Tivessem os generais e políticos que hoje estão envolvidos direta e indiretamente nesse conflito envolvendo a Rússia e a Ucrânia recebido, em tempo de escola, uma educação próxima daqueles conceitos Montessorianos, por certo, não estaríamos assistindo agora ao espetáculo horrendo da dança da morte nos campos de batalha.

         O que os soldados fazem agora nas frentes de batalha, a mando de seus superiores, é repetir o modelo de competição que recebiam em suas escolas. Com uma diferença: agora os jogos e as disputas saíram das salas de aula e estão sendo praticadas de arma em punho, numa autêntica caça humana.

         Sempre que possível, é preciso aprofundar o tema educação, incentivando a reflexão pelo pacto Educativo Global, conforme convocado pelo próprio Papa. Entre os objetivos, estão: Analisar o contexto da educação na cultura atual, e seus desafios potencializados pela pandemia. Verificar o impacto das políticas públicas na educação. Identificar valores e referências em vista de uma educação humanizadora na perspectiva da solidariedade. Pensar o papel da família, da comunidade e da sociedade no processo educativo, com a colaboração dos educadores e das instituições de ensino. Incentivar propostas educativas que promovam a dignidade humana, a cultura do encontro e o cuidado com a casa comum. Promover uma educação comprometida com novas formas de economia, de política e de progresso verdadeiramente a serviço da vida humana, em especial, pelo trabalho.

 

A frase que foi pronunciada:

“Não há necessidade de provar que a educação é o maior bem para o homem. Sem educação, as pessoas são rudes, pobres e infelizes.”

Chernyshevsky

Nikolay Gavrilovich Chernyshevsky. Imagem: domínio público

 

Água

Em tempos de chuva é que se vê a qualidade das obras da cidade. Algumas se destacam pelo serviço bem feito com material consistente. É preciso mais atenção na contratação de empresas de terraplanagem e pavimentação asfáltica. As reclamações estão por todos os lados.

Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

 

Marimbondos e abelhas

Momento de discussão de preservação de flora e fauna merece um tempo de reflexão. O Corpo de Bombeiros não é capacitado pra o tratamento de invasão de abelhas. Por isso, quando é chamado, o protocolo é exterminar. É hora de a Embrapa disponibilizar um ramal para chamados de urgência quando for preciso tratar de marimbondos e abelhas.

Foto: Reprodução/CBMDF

 

História de Brasília

Os fiscais da NOVACAP, aproveitando a expulsão dos que estavam em situação irregular, vivem, agora, pressionando os que ficaram, e o suborno é um fato. É comum um fiscal chegar a um comerciante, insinuar-se o dono de tudo, fazer “compras” e não pagar. (Publicada em 15.03.1962)

Feliz ano novo é…

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Posse do Lula, em 1º de janeiro de 2003. Foto: Senado Federal.

 

          Feliz ano novo, mas com os velhos ideais de justiça e solidariedade. Ano novo sim, mas com os velhos e fiéis amigos que restaram, que não abandonaram o barco, mesmo diante das tempestades anunciadas no horizonte. Ano novo para todos que possuem fígado sadio, pronto para aguentar as torpezas da água ardente e para aqueles que creem ainda que novas jornadas e descobertas são possíveis com o uso de velhas e malfadadas fórmulas. Novo ano sim, mas apenas para os inocentes, crianças e idosos, que sonham e imaginam sempre um paraíso distante. Feliz ano novo para aqueles que seguem os mandamentos sagrados e, nem por um instante, acreditam nos homens, mesmo que não os desprezem. Feliz ano 2023, quando a Terra, mais uma vez, completa seu movimento de translação, viajando à 107.000 Km por hora, em torno de sua estrela, indiferente ao destino da humanidade.

         Feliz ano novo com tudo de bom que o passado nos legou. Feliz ano ano novo com a velha e boa ética de sempre. Feliz ano novo com os velhos sonhos de juventude, dos jeans surrados, da cabeleira comprida e das apostas num mundo melhor. Feliz ano novo, com a esperança de que aqueles loucos anos de esperança e de simplicidade de vida venham a acontecer de verdade.

         Um novo tempo chega com o desejo antigo de casas abertas, de ruas limpas e sem a violência moderna que nos aprisiona em celas fortificadas, sem as velhas carrancas a assombrar a todos, sem a velha censura e sem o renascimento dos ministérios da verdade. Feliz ano novo com juízes mergulhados em velhos alfarrábios de leis, que sequer eram vistos pela população. Feliz ano novo, com a volta das fofocas inocentes e não com o assassinato de reputações feitas agora por meio das chamadas fakes news. Que 2023 chegue com os novos computadores super potentes, mas sem esquecer das cartas e dos bilhetinhos, mais íntimos e mais realisticamente humanos. Feliz ano novo, mas com as velhas paixões do passado. Feliz ano novo, mas com a antiga saúde e ânimo de juventude, as boas lições do passado. Feliz ano novo, mais sempre na esperança de que, um dia, esse velho e cansado país encontre seu lugar entre as nações desenvolvidas do planeta.

         Feliz ano novo, sem as velhas picuinhas e sem os novos mimimis. Feliz ano novo, mas com atenção renovada ao que sempre alertaram os mais vividos. Feliz ano novo, mas com o olhar focado no retrovisor do passado, para que a noção de direção não se perca.

         Feliz ano novo e ouvidos atentos e ligados em velhas promessas dos vendedores de ilusão. Feliz ano novo a todos, mesmos para aqueles que apontam caminhos velhos e rotas para o precipício. Quem sabe aprendam com erros do passado e tomem tenência e se aprumem. Feliz ano velho para todos os que acreditam que ideologias são como ficção. Existem apenas dois lados: o do bem e do mal. Essa é uma lição antiga que vale também para cada ano novo.

         Feliz ano novo para aqueles que não acreditam em nada, inclusive na existência de votos de um feliz ano novo. Feliz ano novo apesar de tudo. Feliz e novo ano!

 

A frase que foi pronunciada:

“Todo novo começo vem do fim de algum outro começo.”

Sêneca

Imagem: reprodução da internet

 

Curiosidade

Foi em 2006 que, na cidade de Tann, na Alemanha, uma cervejaria criou a Pabstbier, ou “cerveja do Papa”. No rótulo, está escrito: “Dedicada ao grande filho de nossa pátria, Bento XVI”.

Papa Emérito Bento XVI. Foto: vaticannews.va

 

Crime

Depois de vários comentários em uma postagem fake, onde usaram o nome do jornalista Alexandre Garcia como autor, é possível atestar como nesse mar da Internet navegam tantos piratas.

Foto: facebook.com/alexandregarciaoficial

 

Ad aeternum

Desde 2009, anuncia-se que o país terá mais de 15 mil telecentros. Por onde estão?

Guardião

Existe uma pessoa do PMDB que nunca escondeu a animação com o novo tempo de Simone Tebet. Seu fã é Pedro Simon, ex-senador, que acompanha passo a passo da futura ministra.

Simone Tebet. Foto: WALDEMIR BARRETO/AGÊNCIA SENADO

 

Piadas alheias

Bombam informações na Internet sobre porta dos fundos, saídas, merecimento, é do feitio. Por outro lado, fala-se em grades. Estar atrás de uma porta é sempre melhor.

Ilustração: reprodução da internet

 

História de Brasília

Os japoneses saíram, os mercadinhos não foram reformados, as mesmas portas que estavam caindo já caíram ou vão cair, e nenhuma providência foi tomada. Como resultado, a frequência aos mercadinhos diminuiu demais, e os que ficaram, estão ameaçados de grande redução no volume de vendas. (Publicada em 15.03.1962)

O que se paga e o que se vê

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Charge: novoeste.com

 

Sendo o Brasil o país dos paradoxos, não é de se estranhar que os reajustes na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), medida que, à primeira vista, tem como objetivo reduzir a carga tributária para os contribuintes de baixa renda, acaba, por malabarismos contábeis, produzindo um efeito negativo sobre a desigualdade de renda.

A situação que faz com que os brasileiros suportem uma das maiores cargas tributárias do planeta criou, entre a população, uma espécie de cultura do escapismo e do drible, levando os pagadores de imposto a criarem as mais inventivas formas de escapar da mordida do leão.

Alguém tem que pagar essa conta que vai aumentar muito. Essa questão ganha ainda mais um complicador, quando se verifica que os gastos governamentais, a cada ano que passa, ganham mais e mais opacidade, mesmo com as leis de transparência exigindo o contrário.

As pedaladas nas contas públicas mostram que a manipulação das contas do governo indica que a realidade dos gastos e do quantitativo de numerários dentro dos cofres da Nação não coincidem. Gasta-se mais e por isso tributa-se mais ainda, num ciclo sem fim e que, no final do frigir dos ovos, provoca um retraimento no desenvolvimento do país. Gasta-se e gasta-se mal, o que é pior.

Imposto, que as gramáticas definem como sendo o particípio passado do verbo impor, nunca, em tempo algum e em nenhum lugar do planeta, foi aceito de bom grado e entendido como minimamente razoável por quem quer que seja. Não é por outra razão que, ao longo de toda a história da humanidade, muitas injustiças e crimes e mesmo guerras foram praticadas contra a imposição desses encargos financeiros sobre os ombros da população.

Do ponto de vista do governo e daqueles que defendem essa cobrança, essa é a única forma disponível, até o presente, para financiar as ações do Estado dentro de uma sociedade. Essa visão, contudo, não possui sustentação duradoura quando se observa que, por se tratar de um tributo que não está diretamente vinculado a uma prestação de serviço de interesse do cidadão, pode ser utilizado para infinitas outras atividades, muitas delas de interesse imediato e direto apenas daqueles que compõem o governo e de grupos de interesse que orbitam ao redor do poder.

Assim sendo, o contribuinte, mesmo esclarecido de que não há nada e nenhum contrato que lhe assegure que haverá uma contrapartida na prestação de serviços é instado a entregar, ao governo, todo o ano, grande parte do que produziu. A não observância desse preceito acarreta severas sanções ao infrator, principalmente se ele estiver locado na base da pirâmide social, onde a realidade só possui dois matizes: preto e branco.

Cálculos diversos têm demonstrado que o Imposto de Renda no Brasil tem incidência bem menor sobre os rendimentos dos mais ricos, que abrigam suas riquezas em fontes não tributáveis, como é o caso de lucros e dividendos distribuídos aos sócios de empresas. Para cada R$1 de rendimento taxado pelo IR dos mais ricos, outros R$ 2 ficaram isentos de tributação. Inversamente para aqueles que percebem entre um e dois salários mínimos, para cada R$ 1 de renda isenta, outros R$ 7,60 foram tributados, na fonte ou na declaração do IR. Mesmo quanto às contrapartidas advindas de uma das maiores cargas tributárias do planeta, no Brasil, essa questão adquire contornos surrealistas, quando se verificam as péssimas condições em que se encontram hoje hospitais, escolas, segurança pública e outros quesitos necessários a uma vida digna.

O brasileiro, cumpridor de seus deveres, paga, religiosamente, seus tributos, embora saiba, no seu íntimo, que esses recursos jamais lhes serão restituídos com a devida justeza na forma de serviços públicos.

 

A frase que foi pronunciada:

“O homem não é como os outros animais nos aspectos realmente significativos: os animais têm instintos, nós temos impostos.”

Erving Goffman

Erving Goffman. Foto: en.wikipedia.org

 

No ar

Regras mais rígidas para as empresas aéreas que venderem duas passagens para o mesmo acento. Os direitos dos consumidores, nesse caso, garantem desde o direito de não aceitar outra passagem, mas o dinheiro de volta, à possibilidade de acionar a justiça por danos morais.

Foto: migalhas.com

 

Prática recorrente

Bancos que enviam cartão de crédito, mesmo que bloqueado, sem que tenha sido solicitado cometem prática abusiva e também podem ser processados por dano moral.

Charge: economiaclara.wordpress.com

 

Merecido

Grande destaque nas leis aprovadas pela Câmara dos Deputados foi dado pela Agência Câmara para a habitação para policiais civil, militar, federal, rodoviário federal, penal; bombeiros, agentes penitenciários, peritos e guardas municipais. O próximo passo deve ser um plano de saúde mais abrangente.

Foto: Divulgação/SSP-DF

 

História de Brasília

A NOVACAP botou para fora dos mercadinhos os japoneses que estavam explorando. Disse, depois, que os boxes estavam imprestáveis, tal a falta de conservação. Afirmou, então, que faria a reforma, entregaria a produtores. (Publicada em 15.03.1962)

Praças do Brasil

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Foto: Rubens Cavallari / Folhapress

 

         Nas muitas praças públicas, espalhadas por todo esse imenso país, rodeadas por muitas árvores e sombras, é comum, quando a tarde se aproxima, notar a presença de muitos idosos, que se reúnem em pequenos grupos, matando o tempo com conversas saudosas ou, simplesmente, envolvidos em jogos como dama, xadrez, carteado e outras modalidades de disputa.

         Nesses lugares, como ocorre em toda a vida, há aqueles que se destacam nesse ou em outros jogos, ganhando com isso certa fama no local. Não raro, alguns desses jogos inocentes são turbinados por apostas, feitas por debaixo do pano, em dinheiro vivo, talvez para conferir maior suspense às disputas. Não é muito dinheiro, pois os aposentados, neste nosso país, vivem, ou melhor, sobrevivem no limbo, entre as necessidades vitais e algum pequeno prazer momentâneo, nem que seja a conquista de cinco ou dez reais a mais, suficiente para a compra de alguns pães ou uma lata de cerveja; mas que, no íntimo, produz aquela sensação prazerosa de vitória, numa fase da vida em que as derrotas se avolumam sem cessar.

          Aqueles que cruzam esses espaços, apressados e envolvidos nos afazeres infindáveis do dia, sequer notam que, por todo lado, nessas praças reais, ali estão, como num holograma gigante projetado no espaço, a imagem exata do que serão ou estarão fazendo num futuro breve. A convivência com os semelhantes, nessa fase da vida, em que a solidão vem cobrar seu alto preço pela decrepitude, ajuda a dissipar as dores e os maus presságios.

         É preciso repartir tanto o longo passado como o futuro breve. Ainda mais num país como o nosso, em eterno e turbulento processo de vir a ser desenvolvido, essa aproximação sorrateira da terceira ou quarta idade é sempre um tempo de apreensões. É de notar que o avanço da medicina, mesmo apesar das carências existentes na saúde pública de nosso país, tem ajudado a aumentar o número de idosos; com isso os jogos e as disputas ganham até plateias e torcedores. O problema é que essas praças, muitas delas, construídas num passado longínquo, quando a cidade era menor e com menos carências, já não oferecem espaços suficientes para essas novas levas de idosos que chegam.

         Curioso é notar que, nessa parte urbana e específica em cada canto de nosso país, estão concentradas amostras reais de cidadãos que, por sorte ou azar, chegaram à velhice. A questão aqui é o que fazer com essa massa específica de brasileiros, que cresce a cada dia, de modo a tornar essa fase da vida, para todos eles, a mais prazerosa possível ou, quem sabe, a menos sofrida. A verdade é que a sociedade, no geral, não possui olhos adequados para essa realidade que é de cada um e de todos.

         Dessa forma, é comum que praças como essas, que existem aos milhares em nosso país, tornem-se espaços invisíveis à população e ao próprio governo. As praças são apenas um ponto geográfico e material, que servem de cenário ou pano de fundo para o que interessa realmente: que é a massa humana que nela se encontra.

          É essa paisagem humana que importa. São pessoas tornadas, com o tempo, árvores frondosas, de profundas raízes e que merecem ser cuidadas. São, portanto, nossos jardins, plenos de vida.

 

A frase que  foi pronunciada:

“Desejo que toda vida humana seja pura liberdade transparente.”

Simone de Beauvoir

Foto: Simone de Beauvoir em Paris em 1945. Denise Bellon (Álbum) – (brasil.elpais.com)

 

Transição

Frei Benedito, do Santuário São Francisco de Assis, explicava, durante a missa, que o poder não nos pertence. O poder é a oportunidade que se tem de prestar serviço ao semelhante.

Santuário São Francisco de Assis. Foto: divulgação.

 

Na linha

Por falar em poder, os seguranças dos órgãos públicos de Brasília são os que mais penam. Apesar de a capital federal ser criticada por ter moradores arrogantes, geralmente estes, vêm de outros estados. Agora mesmo, no burburinho de equipe de transição, seguranças são orientados para uma prática, mas, depois de reclamações dos poderosos, são desautorizados e orientados à mais flexibilidade. Bem diferente daquele oficial norte americano, interpelado por um diplomata brasileiro, que queria passar pela barreira instalada no trânsito. Nosso compatriota perguntou ao funcionário do estado americano se ele sabia com quem estava falando. A resposta foi curta e grossa: “Não sei quem é o senhor, mas eu sou a lei!”

Assefaz

O Plano de Saúde da Assefaz tem um projeto que funciona como grupo de apoio aos familiares de pacientes hospitalizados. A intenção é fortalecer a família para poder cuidar bem do doente. São reuniões presenciais, onde as experiências são compartilhadas e os familiares acolhidos.

Foto: divulgação

Social

Saiu o resultado da campanha “Leia com uma criança”, que alcançou, nesta edição, 1 milhão de crianças em 659 municípios, sendo que 74% deles (487) estão entre os mais vulneráveis do país. No total, 2 milhões de livros foram distribuídos por meio de Secretarias Municipais de Educação e organizações da sociedade civil (bibliotecas comunitárias, associações de bairro, dentre outras). Destes, 8.964 são em formato acessível ou braile.

Print: itausocial.org

 

História de Brasília

Em tudo, registre-se a atitude apática do sr. Willy, que de braços cruzados, assistiu à demolição de sua casa, à evacuação de seus móveis, qual o samba de Adoniram Barbosa, relembrando “Maloca Querida”. (Publicada em 14.03.1962)

Micro e Macro cosmos

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Charge do Laerte

 

          Como bem observaram alguns internautas: o advento da internet, no século XX, assim como a invenção do microscópio feita quatro séculos antes, pelos holandeses Hans e Zacarias Janssen, possuem certa semelhança, quando se verifica que tanto um avanço científico como o outro mostraram que as “criaturinhas” invisíveis, a olho nu, estavam o tempo todo ali naquele espaço, vibrando e emitindo seus sinais de vida. Dizer, pois, que a Internet deu voz aos imbecis é um erro. Navegar pela rede mundial de computadores deu voz e vez àqueles que não tinham nem uma coisa nem outra. A amplificação da voz do povo, propiciada por esse avanço tecnológico, aproximou-a, ainda mais, da voz de Deus, conferindo-lhe potência de transmissão, capacidade de capilaridade, criando uma ponte entre dois abismos formados por uma elite, que se diz dona plenipotenciária do Estado, e uma maioria, que simplesmente não acredita nessa lenda.

         Por isso mesmo, aqueles que pretendem sua regulação ou, mais objetivamente, sua censura ou retirada do ar, como fazem ainda alguns países de crenças muçulmanas e/ou comunistas, mostram que não podem tolerar o retumbar e o eco das vozes livres.

          Acreditar que apenas o lado da força tem razão nessa disputa equivaleria a dizer que não existem os seres microscópicos, e que é tudo uma invenção desses aparelhos que ampliam as imagens. Portanto, caminham para um campo perigoso, todos aqueles que pensam decretar leis banindo a existência desses microrganismos. Melhor seria dizer logo que nada no mundo fantástico da física quântica existe de fato, sendo tudo uma mera criação fictícia. Serão, pois, os ditos “imbecis”, assim como os agentes patogênicos microscópios, que irão, por sua capacidade de resiliência e sempiterna potência, provocar o adoecimento e o colapso desses macrocorpos.

         Talvez, esteja mesmo nessa característica microscópica e transformadora desses “imbecis” e diminutos, todo o potencial que necessitam, para liquidar, de uma vez por toda, com esse novo leviatã gigante, que acredita estar só no controle do Estado. Banir os microscópios, não possui o condão de banir os micróbios que estão por todos os lados. Decretar, por meio de leis coercitivas, o acesso livre às redes sociais ou à Internet, criando uma espécie de antibiótico para cessar o poder de multiplicação desses seres invisíveis, no máximo, irá criar ainda mais resistência a esses remédios, forçando o aparecimento de uma nova cepa de superbactérias, com mais voz e mais poder de ação. A Internet, esse infindável oceano onde flutuam imensidões de microplânctons, não pode ser represada por uma caneta. É muita pretensão! É uma ousadia pueril! Melhor reconhecer antes: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde termina o telescópio começa o microscópio, e quem tem a visão mais ampla?”

Victor Hugo

Victor Hugo. Foto: wikipedia.org

 

2017

Dizia o então senador Cristovam Buarque, por Brasília: “Hoje, toda relação é pública. Acabou a privacidade nas relações políticas e isso é bom. Precisamos retomar a decência, a inteligência e a credibilidade da política.” Depois de quase sete anos desse discurso, parece que o Brasil dá um passo para frente e cinco para trás.

Caricatura: carlossam.blogspot.com.br

 

Papai Noel

Diz a lei que pelo menos 5% dos parquinhos infantis devem ter brinquedos adaptados para crianças com deficiência. Ou a lei é ineficaz ou os brinquedos já são adaptados.

Parquinho SQN 215 Norte. Foto: pezinhoforadecasa.com

 

Inabalável

É preciso reconhecer a humildade do senador Paulo Paim. Trabalha conciliando, agregando e recebendo a opinião de líderes por todos os lados. Nunca deixou seus eleitores para ocupar cargo no governo. Sempre sensato entre o discurso e a prática. Paim pode andar pelas ruas tranquilamente, porque é querido de toda a gente.

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

Desoprimir

Resumindo a situação mundial, inclusive cibernética, o internauta anônimo postou: “Se correr Wikipedia, se ficar o Google Chrome.”

Imagem: internet

 

Crer para ver

Quando estiver passando em frente ao Teatro Nacional, observe os tapumes que escondem a sala Martins Penna. Eles guardam a esperança dos apreciadores da arte de Brasília. Enfim, o governador Ibaneis garante que poderá entregar, ao público, em dois anos aproximadamente, as duas salas de espetáculos mais importantes da capital do país.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

História de Brasília

Mas façamos justiça. O Chez Willy foi a história da Cidade Livre no setor de restaurantes. Enquanto toda a cidade possuía apenas lojas improvisadas, com mascates estabelecidos, um restaurante dava ao ambiente o destaque internacional, o toque de cozinha de bom gosto. (Publicada em 14.03.1962)

Outro valor mais alto se alevanta

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Charge do Laerte

 

          Como bem observaram alguns internautas: o advento da internet, no século XX, assim como a invenção do microscópio feita quatro séculos antes, pelos holandeses Hans e Zacarias Janssen, possuem certa semelhança, quando se verifica que tanto um avanço científico como o outro mostraram que as “criaturinhas” invisíveis, a olho nu, estavam o tempo todo ali naquele espaço, vibrando e emitindo seus sinais de vida. Dizer, pois, que a Internet deu voz aos imbecis é um erro. Navegar pela rede mundial de computadores deu voz e vez àqueles que não tinham nem uma coisa nem outra. A amplificação da voz do povo, propiciada por esse avanço tecnológico, aproximou-a, ainda mais, da voz de Deus, conferindo-lhe potência de transmissão, capacidade de capilaridade, criando uma ponte entre dois abismos formados por uma elite, que se diz dona plenipotenciária do Estado, e uma maioria, que simplesmente não acredita nessa lenda.

         Por isso mesmo, aqueles que pretendem sua regulação ou, mais objetivamente, sua censura ou retirada do ar, como fazem ainda alguns países de crenças muçulmanas e/ou comunistas, mostram que não podem tolerar o retumbar e o eco das vozes livres.

          Acreditar que apenas o lado da força tem razão nessa disputa equivaleria a dizer que não existem os seres microscópicos, e que é tudo uma invenção desses aparelhos que ampliam as imagens. Portanto, caminham para um campo perigoso, todos aqueles que pensam decretar leis banindo a existência desses microrganismos. Melhor seria dizer logo que nada no mundo fantástico da física quântica existe de fato, sendo tudo uma mera criação fictícia. Serão, pois, os ditos “imbecis”, assim como os agentes patogênicos microscópios, que irão, por sua capacidade de resiliência e sempiterna potência, provocar o adoecimento e o colapso desses macrocorpos.

         Talvez, esteja mesmo nessa característica microscópica e transformadora desses “imbecis” e diminutos, todo o potencial que necessitam, para liquidar, de uma vez por toda, com esse novo leviatã gigante, que acredita estar só no controle do Estado. Banir os microscópios, não possui o condão de banir os micróbios que estão por todos os lados. Decretar, por meio de leis coercitivas, o acesso livre às redes sociais ou à Internet, criando uma espécie de antibiótico para cessar o poder de multiplicação desses seres invisíveis, no máximo, irá criar ainda mais resistência a esses remédios, forçando o aparecimento de uma nova cepa de superbactérias, com mais voz e mais poder de ação. A Internet, esse infindável oceano onde flutuam imensidões de microplânctons, não pode ser represada por uma caneta. É muita pretensão! É uma ousadia pueril! Melhor reconhecer antes: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Onde termina o telescópio começa o microscópio, e quem tem a visão mais ampla?”

Victor Hugo

Victor Hugo. Foto: wikipedia.org

 

2017

Dizia o então senador Cristovam Buarque, por Brasília: “Hoje, toda relação é pública. Acabou a privacidade nas relações políticas e isso é bom. Precisamos retomar a decência, a inteligência e a credibilidade da política.” Depois de quase sete anos desse discurso, parece que o Brasil dá um passo para frente e cinco para trás.

Caricatura: carlossam.blogspot.com.br

 

Papai Noel

Diz a lei que pelo menos 5% dos parquinhos infantis devem ter brinquedos adaptados para crianças com deficiência. Ou a lei é ineficaz ou os brinquedos já são adaptados.

Parquinho SQN 215 Norte. Foto: pezinhoforadecasa.com

 

Inabalável

É preciso reconhecer a humildade do senador Paulo Paim. Trabalha conciliando, agregando e recebendo a opinião de líderes por todos os lados. Nunca deixou seus eleitores para ocupar cargo no governo. Sempre sensato entre o discurso e a prática. Paim pode andar pelas ruas tranquilamente, porque é querido de toda a gente.

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

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Imagem: internet

 

Crer para ver

Quando estiver passando em frente ao Teatro Nacional, observe os tapumes que escondem a sala Martins Penna. Eles guardam a esperança dos apreciadores da arte de Brasília. Enfim, o governador Ibaneis garante que poderá entregar, ao público, em dois anos aproximadamente, as duas salas de espetáculos mais importantes da capital do país.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Agência Brasil

 

História de Brasília

Mas façamos justiça. O Chez Willy foi a história da Cidade Livre no setor de restaurantes. Enquanto toda a cidade possuía apenas lojas improvisadas, com mascates estabelecidos, um restaurante dava ao ambiente o destaque internacional, o toque de cozinha de bom gosto. (Publicada em 14.03.1962)

Novos tempos novos modos de consumo

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Arte: terracoeconomico.com

 

         Novos tempos requerem novas formas de pensar. É com esse mote que muitos países desenvolvidos estão hoje direcionando suas economias, buscando otimizar, ao máximo, o uso de seus recursos naturais, reduzindo o consumo de matéria-prima virgem e conferindo prioridade aos insumos duráveis, recicláveis e renováveis.

         Esse pensamento se estende também à produção de energia, matéria-prima fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento. De fato, o mundo se acha hoje numa encruzilhada que coloca, num mesmo ponto, a superpopulação do planeta, frente ao esgotamento cada vez maior dos recursos naturais da Terra. A questão aqui é como compatibilizar crescimento geométrico demográfico e escassez de alimentos e outros itens necessários e vitais à sobrevivência da espécie humana. Cabe aos seres humanos resolverem, o quanto antes, os problemas criados por eles mesmos, sobretudo no que diz respeito às velhas relações econômicas, baseadas, desde sempre, na produção e no consumo em larguíssima escala. Trata-se de um problema de dimensões planetárias e que agora está a exigir mudanças do tipo revolucionárias, a começar pela reeducação de cada indivíduo, colocando-o realisticamente diante da dupla opção: ou mudar a forma e sua relação com o mundo, ou buscar viver em outro planeta distante.

         O esgotamento dos recursos naturais é uma realidade inconteste e da qual não há fuga ou plano B, pelo menos por enquanto. O consumo diário e crescente de mais de sete bilhões de indivíduos tem exigido, cada vez mais, o uso de recursos naturais que vão muito além da capacidade do planeta em prover. O resultado dessa descompensação pode ser evidenciado não apenas no grande número de conflitos armados e nas grandes levas de pessoas que migram em busca de oportunidade e alimentos, mas, sobremaneira, pela transformação paulatina do equilíbrio ecológico, com a advento do aquecimento global, escassez de água e poluição em níveis alarmantes de todo o ecossistema.

         Mais do que em qualquer outra época na história da humanidade, estamos postos agora diante de uma grande encruzilhada. Essa é, por exemplo, a questão dos lixões a céu aberto e os aterros sanitários e que, recentemente, vêm preocupando autoridades e a comunidade aqui no Distrito Federal. Na busca de uma solução adequada para o descarte de tamanha quantidade de lixo e outros dejetos, temos que reformular o problema em sua origem, mudando nossa forma de produzir e de consumi-los. Dentro dos modelos que temos atualmente de consumismo desenfreado, feitos a qualquer preço, é óbvio que não poderá existir solução definitiva para as montanhas de lixo produzidas diariamente. Algum dia, toda essa sobra acabará por engolir a todos nós.

         Com a economia compartilhada, em que o indivíduo divide o uso dos bens econômicos duráveis, dispondo para todos o que antes pertencia apenas a uma só pessoa, surgiu também, e vem ganhando cada vez mais adeptos, a chamada economia circular. Inscrita dentro do desenvolvimento sustentável, é também conhecida como ecologia industrial e propõe, basicamente, que os resíduos da indústria sirvam para o desenvolvimento de novos produtos, dentro de um ciclo de reaproveitamento dinâmico e constante, mantendo esses resíduos dentro de um modelo circular positivo ou quase infinito.

         Em seu aspecto prático a economia circular propõe o prolongamento máximo da vida útil dos produtos, objetivando “manter componentes e materiais em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo”. Dentro desse novo modelo, são privilegiados a mobilidade sustentável e o transporte público, entre outras medidas racionais de uso e desuso. Seus princípios são basicamente a preservação e o aumento do capital natural, a otimização na produção de recursos, o fechamento dos ciclos da economia, onde o desperdício não mais existe, os bens são reparados e reutilizados, com as matérias-primas vindas da reciclagem e não mais da extração direta da terra.

         Além desses princípios, contam também a promoção de um novo paradigma social, em que as relações sociais entram, transformando o consumidor em utilizador do produto, partilhando em vez de acumulando bens. Dentro dessa nova forma de pensar a economia e o planeta, será importante também, na eficácia do sistema, reduzindo danos a produtos e serviços necessários aos humanos como alimentos e habitação.

         Da economia compartilhada poderá nascer um homem novo ciente de suas responsabilidades com a preservação do planeta e da espécie. Existe ainda uma saída para esse impasse, que é o uso inteligente daquilo que a Terra provê a todos. Mas uma revolução como essa exigirá também um novo relacionamento com o planeta, por meio de longo processo de educação da sociedade, capacitando os novos habitantes da Terra a utilizarem, com parcimônia científica e metódica, os bens naturais que são de todos.

A frase que foi pronunciada:

“A reciclagem é mais do que uma resposta à crise ambiental e assumiu um papel simbólico no início da mudança da natureza das sociedades ocidentais e da cultura do consumo. De fato, muitos ambientalistas supõem que haverá uma mudança inevitável de nossa sociedade “descartável” para uma sociedade pós-industrial de “reciclagem” do futuro.”

Matthew Gandy

Matthew Gandy. Foto: matthewgandy.org

História de Brasília

Uma pessoa nossa conhecida pediu a substituição de um fusível, e o DFL cobrou 130 do fusível, 45 de mãe de obra, e 700 cruzeiros de transporte. Nem de taxi, meu Deus. (Publicada em 14.03.1962)

Educação digital

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Caminhos da Reportagem/TV Brasil

 

          Das muitas consequências trazidas pela pandemia do Covid-19, algumas delas podem muito bem ser incluídas no rol dos efeitos positivos dessa doença, mostrando, mais uma vez, não apenas a capacidade ilimitada de resiliência do ser humano frente às catástrofes, mas sobretudo sua aptidão para retirar, dessas tragédias, ensinamentos e novos modelos de sobrevivência e de adaptação a um mundo em rápida mudança e indiferente aos destino dos homens sobre o planeta.

         Por certo a pandemia, provocou mudanças em todos os setores da vida humana, alterando padrões de comportamento dentro das sociedades, mostrando também a necessidade de se adotar novos modelos de interação, no trabalho, na produção e nas relações pessoais. Uma dessas mudanças, e que mais vem chamando a atenção de todos, vem justamente do setor produtivo laboral e intelectual.

         Houve uma aceleração no uso das tecnologias digitais e uma expansão exponencial dos meios de comunicação via mídias sociais. O trabalho remoto, que antes parecia uma inovação ainda distante da realidade de nosso país, ganhou fôlego e uma necessidade imediata, multiplicando, por mil, o número de pessoas que passou a dar expediente diretamente de casa.

         A pandemia provocaria também uma verdadeira revolução no ensino à distância, mostrando a possibilidade prática na aplicação das tecnologias digitais na educação de crianças e adultos. Às vésperas da chamada 4ª Revolução Industrial, marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas, com automação total das fábricas e da adoção dos sistemas ciber físicos, de robôs, da inteligência artificial, no que vem sendo denominado internet das coisas, os sistemas educacionais devem, o quanto antes, adotar as novas tecnologias, modificando sensivelmente os antigos modelos de ensino, ao aproximar os alunos e mestres desse mundo em transformação.

          Daqui para frente o mundo será movido, essencialmente, pelas tecnologias já disponíveis e por aquelas que estão por vir num futuro próximo. De olho nessas mudanças, o plenário do Senado aprovou, nesta semana (20), Projeto de Lei vindo da Câmara dos Deputados, criando a Política Nacional de Educação Digital (PL 4.513/2020), prevendo o ensino, nas escolas públicas, das disciplinas de computação, programação e robótica. O projeto altera também dispositivos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, introduzindo, nos currículos da educação básica, o ensino das competências digitais ao longo de várias etapas, desde o ensino fundamental.

         Desse modo, todos os níveis de escolaridade incluirão, em seus currículos, aulas de programação, computação, robótica e outras disciplinas correlatas às tecnologias digitais. Também foram incluídas as demandas da educação digital no âmbito da Política Nacional do Livro. Os parlamentares que defenderam esse texto incluíram, ainda no Projeto, dispositivos que amparam e demonstram a necessidade de uma política de educação voltada para o mundo digital, observando as vulnerabilidades sociais e econômicas dos alunos brasileiros.

          Com isso, o projeto irá tratar, como prioritário, o atendimento aos alunos menos favorecidos. Diz a deputada Ângela Amin: “Os desafios, e os benefícios potenciais da educação digital são múltiplos. Do ponto de vista do mercado de trabalho, há uma lacuna de competências a preencher, pois um número crescente de empregos exige um alto nível de proficiência no uso de tecnologias e muitos novos empregos são baseados em habilidades digitais especializadas. Do ponto de vista social, o desafio é de inclusão: uma divisão digital entre aqueles com nenhuma ou apenas habilidades digitais básicas e outros com habilidades de nível superior pode ampliar as lacunas existentes na nossa sociedade e excluir ainda mais algumas partes da população.”

A frase que foi pronunciada:

“A tecnologia nunca substituirá os grandes professores, mas nas mãos de grandes professores, ela é transformadora.”

Jorge Couros

É Natal!

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Com exceções

O CPF pode passar a ser o único número de identificação geral para os brasileiros. A notícia divulgada pela Agência Câmara de Notícias informa ainda que a partir da vigência da futura lei, o CPF será usado como número em certidões (nascimento, casamento e óbito), como identificação perante o INSS (NIT), na carteira de trabalho, na CNH e outros. A matéria vai para a sanção presidencial

Foto: Divulgação/ Receita Federal

 

História de Brasília

Fechou o Chez Willy. O primeiro bom restaurante de Brasília, teve toda a promoção gratuita que um homem de negócios poderia desejar. Seu proprietário não entendeu assim, e passou a explorar. Fêz reformas no edifício, sem autorização do dono, e sublocou a sobreloja sem poder, pelo contrato. (Publicada em 14.03.1962)

Como armar a liberdade

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Foto: correiocentralro.com

 

         Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, já dizia Camões há cinco séculos. Com base nesse aforismo, é possível levar essa ideia para o campo do desarmamento da população. Se, no passado, até pelos impedimentos burocráticos e legais, era difícil o acesso ao porte de arma pelos cidadãos de bem, a população chegava a acreditar que bastavam as ações do aparato de segurança de Estado para conter a violência urbana. Esse mito foi desfeito com o passar dos anos e com o aumento surpreendente da criminalidade. O incremento nos índices de homicídios, na esteira do surgimento espantoso de grupos organizados e bem armados para a prática de crimes de toda a natureza, deixou visível que todo esse florescimento da bandidagem se dava à medida em que as leis e a própria justiça começaram a transferir e a debitar esse problema aos condicionantes sociais do país, transformando o delinquente numa vítima da sociedade e, portanto, digno de todo o tratamento e amparo do Estado.

         A população que ganha o pão de cada dia honestamente a tudo assistia de forma passiva e passou a desacreditar na polícia e mesmo na justiça, quando via que bandidos recém detidos, eram logo postos em liberdade, sob uma variada gama de desculpas. Mesmo aqueles bandidos condenados, que logo estavam de volta às ruas, beneficiados por uma série infindáveis de recursos protelatórios. Certa de que já não poderia mais contar com a onipresença e a eficácia da polícia no combate aos crimes e desgostosa dos rumos tomados pela justiça, que parecia lavar as mãos para esse problema, mandando soltar bandidos até de alta periculosidade, a população teve que recorrer a processos de segurança pessoal, transformando suas residências em verdadeiros bunkers, cercados de câmeras e redes elétricas. Aqueles que podiam arcar com os custos de blindagem dos carros, não perdiam tempo e passaram a andar em carros forrados em aço e com vidros à prova de balas de fuzil. Condomínios fortemente policiados por empresas particulares se espalharam por todo o país. Quem podia, vivia em fortalezas que muito se assemelhavam a presídios de alta segurança.

         Em pouco tempo ficou comprovado que, mesmo essas medidas de segurança, pouco ou nada podiam fazer para deter a onda de assaltos e assassinatos. Descrente nas autoridades e nas estratégias particulares de segurança, muita gente chegou à conclusão de que o preço da liberdade, e mesmo da vida, passava por uma medida extrema: armar-se pessoalmente contra a criminalidade.

         A exemplo do que sempre ocorreu na maior democracia do planeta, os Estados Unidos, a população se convenceu de que era preciso abandonar o modelo passivo e passar a agir de modo proativo para defender-se a si próprio, seus entes queridos e sua propriedade.

         Na verdade, a sociedade brasileira chegou à conclusão de que existe um preço a ser pago pela liberdade e pela preservação da vida. Esse preço, que os americanos sempre souberam, passa pelo porte e uso de armas de fogo. Com isso, surgiram, por todo o país, escolas de tiro e de uso defensivo e a correta utilização das armas de fogo. Diante de uma realidade que coloca o Brasil como um dos países mais violentos do planeta, e pela constatação de que nem a polícia, nem a justiça estão dando conta do recado, assegurando a paz social e provendo a segurança de todos, é que a sociedade aderiu, em peso, a ideia de possuir armas próprias.

         Diante desse fato, qualquer medida de governos futuros que venha a promover políticas de desarmamento da população deve primeiro assegurar que essa medida foi previamente cumprida com o desarmamento do crime organizado e de todos os bandidos que andam soltos e impunes pelas ruas de nossas cidades.

         Por outro lado, a população passou a observar, com mais atenção, os acontecimentos em outros países, nos quais a sociedade foi totalmente desarmada pelo Estado, tornando-se, em pouco tempo, presa fácil para o avanço de ditaduras sanguinárias. Mudaram os tempos, agora, mais do que nunca, é preciso estar alerta e, se possível, de arma em punho. Os inimigos e todos aqueles que querem sua vida e sua liberdade estão em toda a parte, armados até os dentes.

A frase que foi pronunciada:

“Quando todas as armas forem de propriedade do governo, este decidirá de quem são as outras propriedades.”

Benjamin Franklin

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

É Natal!

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História de Brasília

Fechou o Chez Willy. O primeiro bom restaurante de Brasília, teve toda a promoção gratuita que um homem de negócios poderia desejar. Seu proprietário não entendeu assim, e passou a explorar. Fêz reformas no edifício, sem autorização do dono, e sublocou a sobreloja sem poder, pelo contrato. (Publicada em 14.03.1962)

Nuvens carregadas sobre a economia de 2023

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Lula. Foto: Fernando Bizerra/EFE

 

         Nessa altura dos acontecimentos, não chega a ser surpresa que o mercado, essa entidade invisível e desdenhada pelo próximo governo, já tenha acendido a luz vermelha com o anúncio das medidas que estão para ser implementadas na área econômica e com as indicações dos nomes para os dois principais postos dessas pastas, a saber, o Ministério da Fazenda e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). De nada adianta fazer cara feia para o mercado, pois ele, por seu moto próprio, não se deixa intimidar. Caso haja ainda uma queda de braços entre o mercado e o governo, quem sairá perdendo, como sempre, é a população, que é colocada no meio dessa disputa insana, sendo obrigada a arcar com as consequências e custos econômicos dessas querelas.

         Quando se deixa ventilar a notícia de que quem irá dar a palavra final na área econômica será o próprio futuro presidente, aí é que a coisa desanda, pois já passa da hora de ter aprendido que populismo e arroubos autoritários nas decisões, com base em expectativas político ideológicas, não só não se ajustam a modelos matemáticos como também resultam em equações sem soluções e desastres certeiros nas finanças.

         Negar que os indicadores, como a alta no dólar e a queda recorde nas bolsas, são apenas sinais passageiros e sem importância, também é apostar na incerteza e na boa vontade do destino. A reação do mercado, à quebra da Lei das Estatais e à PEC Fura Teto, tem sentido e sinaliza para um período de incertezas e de um possível retorno a políticas econômicas que não deram certo no passado e ainda deixaram um passivo que perdura até os nossos dias.

         Temos, assim, dois nomes e duas medidas de anulações de leis econômicas sensatas, reunidas num mesmo momento e que, até para um leigo no assunto, apontam para o desastre iminente. Os aumentos nos juros, na inflação, no desemprego e na pobreza virão na sequência da insensatez. Obviamente que, para corrigir esses erros na largada, mais erros açodados virão, num ciclo perverso de medidas e que podem muito bem desaguar em decisões como o congelamento de preços e outras insanidades como as que vêm sendo praticadas agora em países do mesmo naipe ideológico, como a Argentina.

         Alimentar expectativas otimistas, quando os mesmos erros são repostos em práticas, não faz sentido. A questão aqui é saber em que momento exato tudo irá desandar e desembocar numa outra recessão econômica. Preocupa, sobretudo, os economistas mais realistas e que não se deixaram encantar com sibilos das sereias, a nova administração indicada pelo futuro mandatário para o BNDES. É, nessa instituição, fundada em 1952, e vinculada ao Ministério da Economia, que agora se voltam as atenções para o ressurgimento de ideias toscas com o financiamento dos “campeões nacionais”, que tantos rombos deixaram nas contas públicas e tantos escândalos de corrupção produziram.

         É preciso lembrar aqui que, entre 2008 a 2018, o BNDES acumulou, junto ao Tesouro Nacional, uma dívida de mais de R$ 650 bilhões. Justamente agora, que se anunciava a possibilidade de um cronograma para BNDES restituir essa dívida ainda em 2023. Parece que a medida foi posta de lado.

         É sabido que o BNDES foi convertido de banco de fomento nacional para instituição de apoio a projetos fora das fronteiras do país, emprestando a de taxas milhões de dólares, a taxas camaradas, a países, tanto do continente como da África, sendo que a maioria desses empréstimos foram sequer pagos. Entre 1998 e 2017, o BNDES emprestou, para cerca de 15 países, mais de US$ 10,5 bilhões.

         Somente Cuba e Venezuela devem, juntas, mais de R$ 3,5 bilhões ao banco e não apenas ignoram esses empréstimos, como já estão na fila, ao lado de Nicarágua e Argentina, em busca de novos empréstimos, tão logo o novo governo assuma. Essas e outras dívidas se transformaram, por seu volume e condições camaradas, em verdadeiras caixas pretas do banco.

         O que se sabe, por vias oficiais e com valores subdimensionados, é que o BNDES tem cerca de R$ 12,1 bilhão a receber de 11 países, apenas por obras no setor de engenharia, todas elas realizadas em países ditatoriais. Segundo o economista Joaquim Levy, ex-presidente do BNDES, esses empréstimos podem ser classificados como desastrosos e poderiam servir de lição para o futuro, mostrando que emprestar dinheiro para ditaduras é um erro e uma aposta em prejuízos.

         A falta de um regime fiscal confiável a partir de 2023, bem como o desmonte das Leis das Estatais e do limite de gastos, projetam um período sombrio sobre a economia do país. Nada do que não experimentamos antes e com os resultados que já sentimos na pele. De nada adiantarão falar em herança maldita para esconder um começo de governo pra lá de agourento.

A frase que foi pronunciada:

“A história nos lembra que ditadores e déspotas surgiram em tempos de grave crise econômica.”

 Robert Kiyosaki

 

Robert Kiyosaki. Foto: Divulgação

História de Brasília

Nosso amigo pediu a substituição de um fusível, e o DFL cobrou 130 do fusível, 45 de mão de obra, e 700 cruzeiros de transporte. Nem de taxi, meu Deus! (Publicada em 14.03.1962)