Ou isto ou aquilo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Duke

 

Ou passamos a rediscutir, de forma sincera, racional e definitiva, os modelos de nomeações para as cadeiras do Supremo, dos Tribunais de Contas, para o comando da Procuradoria Geral da República, para a direção de empresas estatais e para as demais funções de alto nível do Estado, ou estaremos condenados a permanecer, feito cachorro doido, correndo infinitamente atrás do próprio rabo. Adiamos, sine die, o aperfeiçoamento de uma República que caminha capenga, desde a aurora de 1889.

Ou partimos para um modelo de país impessoal e totalmente eficiente, ou manteremos, acorrentados num estágio de subdesenvolvimento crônico, gerações e gerações de brasileiros. Essa reflexão vem a propósito dos recentes acontecimentos que, por sua insignificância vexatória diante dos imensos problemas nacionais, deixa claro o quanto nossa República necessita ainda ser expurgada de elementos nocivos de toda a ordem.

O pior é que, por detrás do anedotário, misturando cuecas e emendas parlamentares impositivas e marotas, encontra-se um país com dezenas de milhões de brasileiros vivendo no desemprego e sem ter o que comer diariamente. Também, de nada adiantaria fazermos uma reforma desse nível, no âmbito do Executivo, se deixarmos de lado uma reforma de verdade no terreno do Legislativo, principalmente na área da política, o que engloba, necessariamente, uma reforma que acabe com a miríade de legendas partidárias, sem alma e ideologia, a sugar, como hospedeiros parasitas, os escassos recursos públicos.

Talvez não seja por outro motivo que a tão propalada reforma administrativa não empolgue ninguém em posse de seu juízo perfeito. A população e, principalmente, os funcionários públicos, há muito, já perceberam a fantasiosa reforma do Estado, apresentada pela equipe econômica. Também já têm como certeza o quanto se encontra dissociada daqueles que, em tese, seriam seus legítimos representantes.

É triste constatar ainda que a manutenção do atual modelo de Estado, com todos os seus vícios e distorções, é interesseiramente mantida como está por uma boa parcela da população mantida ao abrigo de programas sociais, que são, a cada nova eleição, apropriados pelos políticos, como projetos pessoais e como se fossem benefícios por eles bancados do próprio bolso.

É justamente essa verdadeira roda viva que aprisiona o país na roda gigante de uma espécie de um gigantesco parque de diversões ilusórias, coordenado por uma elite insensível, diretamente de dentro da bilheteria.

Ao contrário do que sugere a poesia suave de Cecília Meireles (1901-1964), “Ou isto ou aquilo”. No nosso caso, isto é o que temos e aquilo é o que desejamos como ideal. Mas, como tudo na vida, temos, com urgência, que optar e entender qual é o melhor para todos nós: se isto ou aquilo.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na política, se você quiser que algo seja dito, pergunte a um homem; se você quiser fazer alguma coisa, pergunte a uma mulher.”

Margaret Thatcher, foi a primeira-ministra britânica com o maior período no cargo durante o século XX e a primeira mulher a ocupá-lo. (Wikipédia)

Margaret Thatcher. Foto: britannica.com

 

915 Norte

Hoje é o grande dia! Feijoada Franciscana, Drive Thru, a partir das 12 horas. A equipe de franciscanos também é famosa pelos deliciosos pães. Serão vendidos no mesmo dia. Veja, no link Seminário Franciscanos Conventuais – Brasília, como comprar.

 

Cuidado

Ora-pro-nobis ou Pereskia Aculeata, prescrita para anemia, está sendo vendida na farmácia Naturali, na 106 Norte. A etiqueta mal colocada e a falta do número de registro na Anvisa chamam a atenção. No portal da Anvisa, o CNPJ da empresa responsável está proibido de comercializar o produto.

 

Alívio

Notícia cai como bálsamo nos pacientes que precisam de quimioterapia. Hospital de Base prepara esforço concentrado para normalizar os estoques e voltar às aplicações.

 

Foto: Arquivo/Agência Brasília

 

Segurança

Quando estiver navegando, aporte na página www.fe.seg.br. A criatividade dos bandidos não para. Vários parceiros lançaram a campanha #FiqueEsperto com informações diversas que irão proteger você. A Claro também vai enviar mensagens pelo SMS sobre o assunto.

Arte: gov.br

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E por falar em escolas, ao iniciaram as aulas, novas unidades escolares estarão funcionando. São escolas com 10 salas, com a diferença de que a administração não é separada como a superquadras. (Publicado em 19/01/1962)

O último bastião

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Foto: AFP/Arquivos (domtotal.com)

 

Um fenômeno preocupante e violento, que vem se alastrando como pólvora, tem deixado os cristãos de todo o mundo em estado de alerta permanente, pois parece reascender, em pleno século 21, os tão temidos e devastadores conflitos religiosos que marcaram boa parte da história da humanidade e que deixaram um número incontável de mortes e destruição. Os motivos que têm levado ao retorno das perseguições sistemáticas ao cristianismo são diversos e, em alguns casos, parecem repetir as mesmas causas equivocadas que levaram a tanto sofrimento no passado. Por outro lado, é certo que, em tempo algum, as igrejas de fé cristã viveram longos períodos de paz. Essa é, inclusive, uma condição própria e natural que faz pensar que desde o aparecimento de Cristo, em terras do Oriente Médio, seus ensinamentos ainda são capazes, dois mil anos depois, de despertar reações de ódio e de amor.

Mas, se antes, os conflitos opondo essa e outras doutrinas de fé tinham um caráter mais assentado na expansão e na consolidação de territórios e populações, por meio das missões evangelizadoras e de catequese, num tempo em que religião e Estado formavam uma só entidade jurídica, hoje, esses conflitos são de outra natureza, muito mais complexa e, quiçá, impossíveis de serem resolvidos num curto espaço de tempo.

Existe o que parece ser um movimento espalhado por todo o mundo, principalmente nos últimos anos, que tem a fé cristã como alvo preferencial de diversas vertentes políticas e religiosas, que encontram, nas igrejas ocidentais, uma espécie de última trincheira e bastião de proteção dos valores e da cultura do Ocidente. Na realidade, o que se assiste é ao avanço, em diversos flancos, não apenas do laicismo e de outros conceitos apropriados pelas esquerdas mundiais, mas que enxergam na fé cristã uma fortaleza a ser sobrepujada, para a implantação do que seria uma nova ordem mundial, obscura e incerta.

Nessa nova cruzada, elementos de uma quinta coluna, agindo dentro da igreja, deixam visível a incapacidade orgânica de a igreja cristã, sobretudo a de orientação católica, de se adaptar a um mundo nitidamente distópico e distante dos ideais espirituais. Se antes os homens eram movidos por uma força e uma esperança espiritual que parecia transcender ao mundo secular, e no qual tudo parecia valer a pena, hoje, a descrença e o materialismo dominam o cenário mundial e movem a humanidade numa direção que parece de volta ao tempo das cavernas, quando a sobrevivência, ante a um ambiente hostil, era o mote de vida de cada um.

O processo civilizatório, da forma que temos alcançado, sugere estarmos cada vez mais longe do sentido próprio do que seja civilização, principalmente daquele modelo pregado pela filosofia de Cristo. Por todo o planeta, nossas cidades, mais e mais, vão se parecendo com praças de guerra, onde a paz espiritual e harmonia entre as pessoas mais parecem sonhos distantes.

Atacar, destruir igreja e templos religiosos, mais do que um movimento que se quer crer iconoclasta, parece, nas suas entrelinhas psicológicas e paranoicas, um pedido de socorro feito por multidões de cegos nessa Babel moderna, em que ninguém mais se entende ou possui referências com o sagrado e com a luz.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Os demônios saíram do inferno! Não é a primeira vez que um movimento totalitário queima locais sagrados. Os nazistas queimaram as sinagogas da Europa. Hoje, são as igrejas do Chile que estão sendo destruídas. A bandeira de ambos movimentos continua sendo vermelha”
Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação

Foto: Abraham Weintraub e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Escritora
Conta a escritora Lira Vargas que, lançados 11 livros de sua autoria, o trabalho de vendê-los no Brasil é insano. Quem quer ler não tem dinheiro e quem tem dinheiro compra jogos ou livros recomendados pela mídia. Seu trabalho foi compensado depois que a Horizonte Azul, na Book Fair em Miam, serviu como ponte para os leitores. Vendeu pelas ruas e feiras em Dambory, além de ter sido admitida na biblioteca da cidade. Depois disso, dos 1.000 exemplares, hoje restam 12.

 

 

Teoria da vidraça quebrada
Quem sobe no trevo para o Paranoá, a caminho da Rodoviária daquela cidade, vê que as margens da pista se transformaram em lixão. Se a administração do Paranoá não fizer nada, é o que vai acontecer na pista toda.

Reprodução: globoplay.globo.com

 

PT&PT
A coisa está feia nas eleições para a Prefeitura de João Pessoa. Anísio Maia avisou a Gleisi Hoffmann que as acusações feitas a ele não passarão em branco. A briga dentro do partido está extrapolando. Ricardo Coutinho era o preferido da presidente do PT.

Iamagem: reprodução

 

Há tanto tempo
Parlamentares e especialistas pressionam por votação do fim do foro privilegiado. Manchete, quando é repetida por mais de 3 anos, é sinal que não vai vingar.

Charge da Lane

 

História de Brasília

Está terminando o período de férias, e nenhuma conservação vem sendo feita nas escolas. Normalmente, quando termina o ano escolar, todas as escolas são pintadas novamente, e passam por uma reforma total. (Publicado em 19/1/1962)

A galinha dialética

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Foto: Pablo Cozzaglio/ AFP

 

Todos os períodos históricos são, para fins didáticos, divididos em idades, tomando-se, por base, acontecimentos ou fatos marcantes que, de algum modo, serviram para mudar os rumos da própria história humana. Assim, temos, por exemplo, que a tão discutida Revolução Francesa de 1789, por seus efeitos transformadores sobre a sociedade, sobre a política e sobre a própria economia, alterou de forma significativa o status quo de boa parte do Ocidente, inaugurando o que ficou estabelecido como Idade Contemporânea.

É preciso entender ainda que essas alterações na organização dos Estados, por sua profundidade e racionalidade, são sentidas até hoje, em maior ou menor graus. Apesar desses efeitos profundos, principalmente sobre o mundo ocidental, é preciso notar que o século XXI, por suas características peculiares, parece anunciar o que já notara Francis Fukuyama, na obra “O fim da História” de 1989, ou seja, exatos duzentos anos após a revolução Francesa.

Para muitos, a história atual, e que marca de forma indelével a entrada da humanidade no século XXI, não foi nenhuma revolução no campo das ciências como alguns prediziam. Pelo contrário, o marco histórico que indicou a entrada do novo século e que mudaria, na sequência, a face do mundo que achávamos conhecer foram, de certa forma, acontecimentos grotescos, antepondo povos primitivos e subdesenvolvidos, contra a nação mais desenvolvida do planeta, simbolizada pelos atentados às Torres Gêmeas em Nova Iorque, em 11 de setembro de 2001. Dessa data em diante, o mundo novo, descrito por George Orwell (1903-1950) em sua obra “Admirável mundo novo”, de 1932, passou a ganhar existência concreta, sob a forma de uma sociedade extremamente vigiada e controlada pelos meios eletrônicos.

Mas, como o mundo não deixa de girar, esse ainda não foi o fim da história. Muitos acontecimentos, por seu alcance sobre a sociedade, ainda possuem moto próprio e seguem mudando a direção dos ventos e os rumos da humanidade. É preciso que atentemos para uma sequência de fatos atuais que, neste século, também vem forçando uma mudança radical nos ventos da história, capaz de alterar boa parte da cultura ocidental, decretando, inclusive, seu fim.

Primeiramente, é preciso entender que a cultura ocidental, por seus aspectos formativos, possui, como bases principais, as heranças legadas pelas civilizações Helênica, Latina e Cristã. Tanto a filosofia quanto o Direito e a religião, que moldariam nossa civilização, somados ainda às contribuições Celtas e Germânicas, emprestaram a personalidade a essa imensa parte do planeta. Essa é, quer queiram ou não, a carteira de identidade que diz quem somos, de onde viemos, o que pretendemos para nós e para as próximas gerações que virão.

Trata-se aqui de uma espécie de seguro que aponta para aspectos fundamentais de nossa própria sobrevivência, como sociedade e cultura. Infelizmente, como em todo processo a indicar o “caminho entre ideias”, conforme nos ensinaram os gregos antigos, carregamos em nós o que seria a semente que irá, cedo ou tarde, provocar nossa transformação, dando origem a uma outra sociedade e, quiçá, com uma outra cultura.

É o que teóricos em filosofia chamariam de dialética e que poderia, de forma simples, ser representada pela alegoria do ovo da galinha, que possui em si elementos transformadores (gema e a clara)  que irão, por processos biológicos, dar origem a uma outra galinha. Nesse processo transformador, o ovo necessitaria, para essa mudança, destruir o ovo originário. Da mesma forma que, na Física, dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, a transformação da sociedade, por uma nova ordem de ideias, requer a destruição das antigas bases que a sustentavam.

A Revolução Francesa representou, nesse contexto, o processo dialético que eliminou todo o chamado “ancien régime”, o absolutismo e outros conceitos daquela época. É justamente esse mesmo processo que, depois das derrubadas das Torres Gêmeas, vem sendo, paulatinamente, imposto ao mundo ocidental e pode ser traduzido pelas tentativas de destruição do núcleo familiar tradicional, quer por processos que os comunistas endossam como o incesto, quer pela destruição dos valores cristãos, por meio dos recentes ataques às igrejas, fenômeno que vem acontecendo em todo o mundo e que, agora, chega ao vizinho Chile. Trata-se aqui do nascimento do ovo da serpente, prestes a ser chocado.

 

A frase que foi pronunciada:

“A religião, nascida da necessidade da terra de revelar um deus, está relacionada e extensiva não ao homem individual, mas a toda a humanidade.”

Pierre Teilhard de Chardin, padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês.

Pierre Teilhard de Chardin. Foto: wikipedia.org

 

Mistério
Reduzir impostos para importar soja, sendo que o Brasil é o maior produtor do mundo, é uma grande incógnita. Agora, isentar de impostos agrotóxicos condenados em outros países para liberar o paulatino envenenamento da população, aí não há como compreender.

Foto: Pixabay

 

Sucesso
Guinga, compositor e violinista renomado internacionalmente, sempre lembra do mestre Bohmil Med, que lhe deu as primeiras aulas de música.

Foto: correiobraziliense.com

 

Plena
Veja, no link COMO PLANEJAR, IMPLEMENTAR E AVALIAR PROGRAMAS DE EDUCAÇÃO PARA APOSENTADORIA, como se inscrever para o Curso Online sobre planejamento e avaliação da aposentadoria. Esse curso tem como público alvo os profissionais que oferecem a preparação para aposentadoria ou educação para uma longa atividade profissional.

–> Boa tarde, pessoal! 🙂
Estão abertas as inscrições do Curso Online: Como planejar, implementar e avaliar Programas de Educação para Aposentadoria
Esse curso é destinado a todos os profissionais que oferecem serviços como preparação para aposentadoria, educação para o pós-carreira e/ou para uma longevidade ativa.

As informações do curso encontram-se neste link: https://aposentadoriaplena.com.br/curso-online-pea/
Para se inscrever, insira suas informações aqui: shorturl.at/yACW3
Em caso de dúvidas, estamos à disposição 💜

Forte abraço, Dra. Juliana Seidl e Dra. Cristineide Leandro-França
Links da Aposentadoria Plena: https://linktr.ee/aposentadoria.plena

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Nos 62 blocos habitados (dois estão interditados) há pouquíssimos telefones, e estes mesmo não constam da lista. (Publicado em 19/01/1962)

Crise, leis e teletrabalho

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Charge do Cazo

 

Num ambiente de incertezas e vacilos, a exemplo do que temos visto tanto na área econômica quanto política e mesmo no âmbito do judiciário, resta-nos esperar pelo desfecho geral que, necessariamente, virá no pós-pandemia e que, segundo previsões gerais, não será nada fácil. Até mesmo no politizado ambiente da saúde pública, tão urgente e necessário neste momento, governos federal e dos estados, além de não se entenderem sobre estratégias no combate ao Coronavírus, têm rendido trabalho extra para a polícia.

Nas diversas frentes abertas em investigações para apurar boa parte do paradeiro dos recursos destinados ao enfrentamento da doença, os milhões de reais vão sendo encontrados em cuecas, em adegas de vinhos caros, em carros de luxo, em casas de prostituição e outros ambientes insalubres, desaparecendo como que por magia, da noite para o dia. Nesse cenário, o Brasil, que espera os seus claudicantes administradores em 2021, será marcado por crises que vão muito além da imaginação e da capacidade de gestão desses personagens.

Com um cenário dessa natureza que vai se armando à frente, o perigo maior é ter que contar com esse time de pernas de pau, formado pelo escrete atual de nossas lideranças públicas. Interessante observar que o Brasil, que continua funcionando e que não parou um só instante durante essa pandemia, é formado apenas por cidadãos que vivem e trabalham longe da ação atabalhoada dos governos, sobrevivendo distantes das armadilhas e entraves político-administrativos inventados por burocratas que não têm o que fazer. Exemplo desse Brasil, que tem pressa em sair da melhor forma possível dessa pandemia, é composto por milhões de brasileiros que abraçaram e vão aperfeiçoando a cada dia o teletrabalho, mesmo às custas de longas jornadas, tudo para que o país não entre também em compasso de espera. A necessidade, diz ditado antigo de Portugal, faz o sapo pular, é mãe da invenção e da indústria, faz a razão e ensina a rezar, além de, em momentos de crise, fazer as leis e aguçar o engenho.

Com tudo isso é que tem sido possível o processo de continuidade e o girar tanto da máquina pública quanto de outras múltiplas atividades laborais. Por isso, vem causando preocupação o anúncio feito, agora, de que políticos, em consonância com os parasitas sindicais, estão estudando a criação de um conjunto de leis regulamentando o teletrabalho, estabelecendo normas que precisam ser observadas por patrões e empregados no exercício do home office.

Embora não se descarte a necessidade de estabelecimento de critérios justos para a realização do teletrabalho, o perigo é, mais uma vez, a burocracia Kafkiana ressurgir na forma de exigências que atendam políticos do governo e sindicalistas ligados a partidos, todos desejosos em criar normas que tragam benefícios não ao trabalhador, mas a si próprios. O mais danoso seria estabelecer diretrizes legais rígidas para uma experiência totalmente nova e revolucionária como o trazido pelo home office, em plena pandemia e na proximidade de novas eleições, longe do olhar dos trabalhadores.

O perigo com a criação de normas mal feitas, costuradas de forma apressada e sem consulta ampla, é que elas podem não apenas desestimular e acabar com o teletrabalho, como deixar milhões de novos desempregados, tudo em nome de um Estado que sempre se prestou a beneficiar o andar superior.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não existe dignidade no trabalho quando nosso trabalho não é aceito livremente.”

Albert Camus, jornalista, escritor, dramaturgo e filósofo francês nascido na Argélia

Albert Camus. Foto: wikipedia.org

 

Trem bom!

Parcerias com o Ministério da Infraestrutura compartilham conhecimento em cursos que vão até novembro. “O Governo Federal está iniciando, a partir desse acordo, tratativas para propor novas políticas públicas que irão viabilizar o transporte ferroviário de passageiros. Acredito que, com essa capacitação, teremos grandes avanços técnicos para o segmento e conseguiremos consolidar e potencializar o turismo e a economia do país”, afirmou o secretário da SNTT, Marcello Costa.

Marcello Costa. Foto: Alberto Ruy/Aescom.

 

Ilegal/legal

Mais uma regularização que deixa a população da região de cabelo em pé. Dessa vez é a bela região da Vargem Bonita. Segue a 1ª etapa que consiste em verificar se a área está localizada em acordo com o PDOT no que diz respeito à área passível de regularização.

 

Defenda-se

Centenas de alunos que tinham, no Complexo Esportivo Claudio Coutinho, DEFER, a oportunidade de desenvolver aptidões no desporto, até competindo nacionalmente em salto ornamental, natação, karatê, estão desolados com a ordem da saída do local, depois da parceria Arena BSB.

Foto: Renato Alves / Agência Brasília

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

No supermercado da Asa Norte a carne chega somente às 15 horas. Pela manhã, não há. Outro dia o açougue funcionou só até 18 horas, porque não havia luz. Assim, se vive na Asa Norte. (Publicado em 19/01/1962)

Esperando D. Sebastião ou Godot

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Foto: Leonardo Boff

 

Uma das muitas evidências a demonstrar que a democracia brasileira ainda não atingiu a maioridade política, capaz de torná-la menos suscetível às más influências de governos autoritários e poucos esclarecidos, foi dada pelas eleições de 2018. Naquela ocasião, restou aos cidadãos, como alternativa na undécima hora, a opção entre uma esquerda decadente e flagrantemente corrupta e um candidato que, por seu longo e obscuro passado no Legislativo, apontava para a chegada ao poder, de uma trupe de radicais e revanchistas de direita, sem estofo político-ideológico e, pior, sem compromissos claros com o processo democrático.

À bem dos fatos, desde a retomada da democracia nos anos oitenta, o país ainda demanda por governos realmente sérios e hábeis, política e administrativamente, para levar o Brasil à posição que lhe cabe entre as nações desenvolvidas. O retorno à democracia não se fez acompanhar, como se esperava e esperançava, por democratas civis capazes de conduzir o país a bom termo.

Fora o que acreditam os místicos, quando afirmam que o retorno dos civis ao poder seria seguido de imprecações por parte de uma ala de militares, o fato é que a população, de modo geral, ainda está como na peça de Samuel Beckett, Esperando Godot. No nosso caso, serviria, com mais precisão ainda, a imagem profética do sebastianismo, que fez com que os portugueses congelassem no tempo, permanecendo, desde 1578, no aguardo do retorno do rei D. Sebastião, desaparecido na batalha de Alcácer-Quibir.

A tão festeja democracia se, por um lado, pôs termo a uma guerra civil não declarada oficialmente, ainda não disse a que veio. A sequência ininterrupta de escândalos políticos que se seguiram, mesmo que não confiram legitimidade a março de 64, empresta algumas razões àquele fato histórico, sobretudo quando se conhece o caráter dos atuais políticos e a insistência como se laçam famintos aos recursos do erário.

Esses fatos nos levam ao terreno das incertezas, fazendo-nos acreditar que, mais do que democracia, o que se requer primeiramente é uma educação para a democracia. Obviamente que esse caminho não será apontado, de forma alguma, pelas lideranças políticas que aí estão. Quem realmente poderia desempenhar esse papel seria a classe dos professores, dentro das salas de aula. Mas como a prioridade à educação nesse país ainda é uma meta que não saltou do papel para a prática, continuaremos no aguardo. O que se sabe é que não pode haver plena democracia sem plena cidadania.

Por sua vez, o sentido de cidadania plena só pode ser atingido quando um Estado investe boa parte de seus esforços de forma absoluta e sincera em educação. O mês de outubro é particularmente dedicado, em todo o mundo, às comemorações pela tarefa primordial desempenhada pelos professores. Mais do que um reconhecimento pela importância desses profissionais no desenvolvimento dos países, essas comemorações celebram, de forma universal, o único meio encontrado, até hoje, pela humanidade, para progredir material e espiritualmente.

Tivessem frequentado escolas com qualidade de ensino e que, muito mais do que conteúdos, cuidassem da formação moral e cidadã, por certo, a maioria de nossos políticos, de ontem e de hoje, saberiam que esconder dinheiro sujo em cuecas e meias, mais do que uma forma sem higiene de camuflar bens alheios, é um atentado e crime contra todos aqueles que acreditaram em seus compromissos de campanha.

Da mesma forma, evitariam mentir sobre seus reais propósitos, assim como refutariam a obtenção de vantagens para si e seu grupo, seja de que tipo for. Se esse papel, desempenhado pelos profissionais de ensino, não é importante para o processo democrático, então nenhum outro também o é, restando a todos nós esperar pelo retorno de nosso D. Sebastião ou nosso Godot, para nos livrar desta imensa confusão que temos em mãos.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Prevejo a felicidade futura para os americanos se eles puderem evitar que o governo desperdice o trabalho do povo sob o pretexto de cuidar deles.”

Thomas Jefferson, terceiro presidente dos Estados Unidos e o principal autor da declaração de independência dos Estados

Imagem: Rembrandt Peale – Thomas Jefferson – Google Art Project.jpg

 

Reconhecimento

Cabe à Mayara Rocha defender a nomeação dos aprovados no último concurso da antiga SEDESTMIDH, atual SEDES. Com o quadro de funcionários super defasado, principalmente durante a pandemia, os moradores de rua, crianças vulneráveis, idosos precisam de atenção e políticas públicas. Dia 21/10 às 10h, em frente ao Palácio do Buriti, seria simpático se a secretária fosse conhecer quem dedicou anos estudando e abdicando de diversões para fazer mais pela comunidade brasiliense.

–> Texto enviado pelos aprovados no concurso:

Olá, Aprovados no concurso da SEDESTMIDH!

A comissão vem mantendo contato e fazendo articulação com representantes do Governo para que haja nomeações, mas, ao que parece, o quantitativo de nomeações será pequeno. “Pequeno quanto, pessoal?” Não sabemos dizer. Mas considerando os números da LDO 2020 e as limitações da Lei 173, a perspectiva não é muito animadora.
Todos sabemos o quão deficitária está a Secretaria (faz mais de 10 anos desde o último concurso) e, conforme dados da própria SEDES, houve aumento de 300% na demanda por serviços devido aos impactos negativos da pandemia. Isso sem mencionar o fato de que a Secretaria está com apenas 20% do quadro de servidores na ativa.
Precisamos agora destacar a essencialidade da Assistência Social neste momento de pandemia, e o quão deficitária o órgão está em seu quadro de pessoal! Nem mesmo a nomeação das vagas previstas no edital seria suficiente para suprir a demanda. Precisamos nos mobilizar e trazer visibilidade para nosso concurso. Além do mais, a Assistência Social é SERVIÇO ESSENCIAL (vide lei 13.979/20) no enfrentamento à pandemia do COVID-19 e, portanto, está na exceção promovidas pela 173 para nomeações.
Havíamos combinado que a manifestação seria dia 20/10, mas a data foi mudada para 21/10.
Por isso, convidamos a todos a se unirem a nós em um ato público pela imediata nomeação de todas as vacâncias de todos os cargos da carreira pública de Assistência Social!
DIA: 21/10
HORÁRIO: 10h
LOCAL: Em frente ao Palácio do Buriti
TRAJE: Camisa dos aprovados ou, aqueles que não possuírem, pedimos para que utilizem camisas pretas ou azul escura.
OBJETIVO DO ATO: Reunirmos com a Secretaria de Economia, Casa Civil ou com as Secretárias finalísticas (SEDES, SEJUS e MULHER);

👉 Não se atrasem pois nos organizaremos de forma a respeitar o distanciamento social.
👉 Lembrem-se de usar máscara, levar água, guarda chuvas pois existe possibilidade de chover e álcool em gel para uso próprio.
👉CRESS, CRP, CNR e OAB vão participar com fala;

Mais uma vez, contamos com o apoio dos colegas para trazer a visibilidade necessária à nossa categoria pois somente com uma participação maciça mostraremos nossa força!
Vamos juntos conquistar nossas nomeações!
#nomeiasedes 💛💙

 

Cá entre nós

Fake não é. A China quer a vacina da Suécia. A relação entre os dois países não estava lá essas coisas desde a prisão do editor sueco de origem chinesa, Gui Minhai.

 

Consome dor

No Setor de Mansões do Lago Norte, durante toda a semana, os picos de luz foram constantes. Quem trabalha em home office sofreu com as quedas dos provedores de Internet. O atendimento da NET foi perfeito. Do diagnóstico ao compartilhamento da solução.

Foto: portalvarada.com

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O interessante do assunto, é que a polícia recebe dos cofres da União, desconta para o IPASE, e é auxiliar na Justiça, que recebe a “dobradinha”. (Publicado em 18/01/1962)

Corrupção, sempre ela

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Charge do Ivan Cabral
Com Cabral invadindo oficialmente o Brasil vieram com ele as virtudes e os vícios da civilização portuguesa, que logo foram impostos aos silvícolas. A opção de fazer das terras achadas uma colônia exclusivamente de exploração, como era corrente no período do mercantilismo, deu o rumo que viria a marcar todo futuro desse lado da América.
Obviamente, os primeiros a sentir os efeitos da corrupção foram os próprios índios, enganados, roubados e, posteriormente, escravizados. Das intrincadas filigranas da burocracia lusa, praticadas por aqui a partir de 1530, herdamos, por questões até de sobrevivência, o que de pior o capitalismo comercial da Era Moderna podia legar. Daqui tudo se extra[ia, da forma mais bruta e sem remorsos, inclusive a dignidade de muitos.
O nepotismo, o clientelismo e o oligarquismo foram introduzidos e enquistados no modus operandi do Estado, de tal forma e por tanto tempo que ainda hoje nos vemos envoltos sob o manto difuso de um modo de proceder que, ao fim, nos mantém acorrentados a um eterno subdesenvolvimento. Se a corrupção é um fenômeno histórico, difícil, depois de cinco séculos de se desvencilhar, é porque ao longo do tempo prosseguimos, por conta própria, alimentando e chocando os ovos dessa serpente, prologando a razão de nossa própria ruína.
Uma das fórmulas mais eficazes de interromper esse ciclo vicioso, sem abarrotar as cadeias com meliantes é conhecida a tempos e só não foi posta em prática por que nunca interessou aos que detinham poder para fazer essas transformações. O que a sociedade brasileira assiste hoje, em pleno século 21, com os escândalos revelados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, nada mais é do prosseguimento natural do girar de uma roda iniciada lá em 1500. Ao longo dos anos, a cada nova geração em formação, temos a oportunidade única de pôr fim a esse ciclo malsã.
É, portanto, na educação de base que estão colocadas as oportunidades de se iniciar um novo e redentor ciclo. Ensinar aos pequeninos, ações do dia a dia como não furar fila, não colar nas provas, devolver o troco errado, não encontrar nada na rua, agradecer, pedir desculpas e a proceder de modo a não levar vantagens em tudo e a qualquer preço, é como plantar uma boa semente para o futuro.
Palestras com esse tema para os estudantes do ensino fundamental e médio seriam uma grande oportunidade durante essa pandemia para levar a crianças e adolescentes uma reflexão que os atinja diariamente.
Jornais, revistas, blogs, mídias sociais, fartos materiais para o exame e crítica dos alunos. Desde a manutenção e respeito pela escola até a arrecadação de fundos para a festinha de São João, são oportunidades para aprender e respeitar o bem comum. Outra chance de os professores explorarem o tema é a eleição do representante de turma. Direitos, deveres, cidadania e democracia. São sempre os representantes os maiores responsáveis pelo combate à corrupção. Ou deveriam ser.
A frase que foi pronunciada:
“Nossas grandes democracias ainda tendem a pensar que um homem estúpido tem mais probabilidade de ser honesto do que um homem inteligente, e nossos políticos se aproveitam desse preconceito fingindo ser ainda mais estúpidos do que a natureza os fez.”
Bertrand Russell, New Hopes for a Changing World
Bertrand Russell. Foto: en.wikipedia.org
Sofrimento
Alexandrina tinha um salão de beleza antes da pandemia. Juntou seu dinheirinho para construir o muro da casa que conseguiu com tanto sacrifício. Chamou vizinhos e parentes e todos se prontificaram em ajuda-la. Sem noção para uma obra segura e duradoura, no primeiro vendaval, o muro desabou. Alexandrina apela para quem puder ajudá-la depositando qualquer quantia na agência do Banco do Brasil 3477-0, conta 23118-5. Veja o apelo gravado por ela no link: Alessandra Furtado Alves/Facebook.
Renome
Ibope completa 80 anos de atividades no Brasil. Vamos ver se ainda mantém a vitalidade para acertar na divulgação das pesquisas de intenção de voto pelo país.
Charge do Sinfrônio
Precipício
Seria bastante útil a promoção de eventos organizados pelo Sindicato dos Professores com o objetivo de dar mais ferramentas para que seus associados consigam manter a atenção dos alunos em salas virtuais. Uma pequena volta em residências com crianças e adolescentes foi o suficiente para atestar a distância entre a desenvoltura tecnológica dos alunos contra a dos professores. Em uma turma com 15 alunos de 5 anos na tela, a professora levava 45 minutos para fazer a chamada. Cada um deles tinha que circular o próprio nome. Um garoto nos primeiros 5 minutos já estava de cabeça para baixo no sofá. Em outra turma, de adolescentes de renomado colégio da cidade, o professor pergunta: Já copiaram do quadro? Inacreditável.
Charge do Clóvis Lima
Humor e bananas
Em 1988, o Rio de Janeiro quase elegeu o macaco Tião, para prefeito. Há indícios de que a intenção era para que ele roubasse só bananas. Mehmet Murat ildan, escritor dramaturgo e novelista contemporâneo turco, apoia essa ideia.
Estátua do Macaco Tião no Zoológico do Rio de Janeiro.        Foto: wikipedia.org
História de Brasília
Está havendo boa vontade do Chefe de Polícia, do ministério da Justiça, do Primeiro ministro e do presidente da República, em mandar pagar a “dobradinha” à polícia. O DASP, entretanto, acha que não deve pagar, porque os funcionários da polícia ainda não são federais. (Publicado em 18/01/1962)

O labirinto malcheiroso

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Charge de Nando Malta

 

Não é preciso muita análise científica e acadêmica para se chegar às causas que levam o Brasil a ser um dos campeões mundiais em corrupção. Mesmo para os leigos no assunto, entende-se claramente que, por detrás desse flagelo secular, estão, além da persistente e abissal desigualdade social, a carência no sistema educacional e o abandono, por parte do Estado, de largas faixas da população, entregues à própria sorte e obrigadas a sobreviverem num ambiente social que não difere muito de uma selva hostil e inóspita.

Por outro lado, é preciso não esquecer que essa alienação proposital do Estado, abandonando parcela significativa dos brasileiros, esconde, em seu âmago, uma causa singular e pontual bem conhecida, tanto de cientistas sociais como por parte da população. Trata-se aqui do fenômeno da corrupção endêmica que, desde a chegada do Cabral por essas bandas, tem sido o mote a movimentar governos, sejam eles monocráticos ou democráticos.

Aliada a esse flagelo, e servindo até como elemento catalisador desse caos eterno, está a leniência e mesmo a flagrante e vergonhosa cumplicidade do sistema judicial, incapaz, moral e tecnicamente, de fazer cumprir as leis, principalmente quando essas miram as elites. Não é por outro motivo que, entra ano e sai ano, os casos rumorosos de corrupção vão se sucedendo, numa rotina monótona que parece já não surpreender ninguém, nem mesmo aqueles que, em tese, teriam a obrigação de vigiar para que esses crimes não ocorram.

Infelizmente, a história política do Brasil, por onde quer que se analise, confunde-se muito com a história policial, não sendo possível saber, com exatidão, onde começa uma e termina outra. Com isso, não seria exagero afirmar que a política brasileira é, de fato, um caso policial e que pode ser contada a partir dos relatos de crimes diversos, perpassando praticamente todo o Código Penal de A a Z.

Não espanta, pois, que crimes, dos mais vexatórios, do ponto de vista das pessoas de bem, repetem-se com os mesmos requintes de primariedade e desfaçatez, numa demonstração patente e que explica nossa posição marginal em relação às nações desenvolvidas.

O caso apresentado agora para todo o país, mostrando o vice-líder do governo, Chico Rodrigues (DEM-RR), com grande soma de dinheiro escondida na cueca, numa repetição vergonhosa do que já vimos em tempos recentes, demonstra, de forma cabal, a total incapacidade de nosso sistema jurídico em punir, de modo exemplar, a continuação desses crimes que, todos sabemos, são praticados diretamente contra toda a nação, obrigando o Brasil a se manter permanentemente cativo numa espécie do labirinto do Minotauro, sem saídas e sem esperança alguma à frente.

Amanhã, quando mais esse caso cair no esquecimento e todos esses tristes personagens voltarem lépidos às suas artimanhas, novos casos irão surgir, bastando apenas que a polícia revolva o terreno malcheiroso que se acumula em volta de nossa classe política.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Geralmente o dinheiro custa muito caro.”

Ralph Waldo Emerson, escritor, filósofo e poeta estadunidense

Ralph Waldo Emerson. Foto: wikipedia.org

 

Companhia

Quem comemora o programa Energia Legal no Sol Nascente é o diretor de Atendimento ao Cliente e Tecnologia da Informação da CEB, Gustavo Álvares. Em declaração à imprensa ele afirmou que “a instalação ativa da medição nas unidades consumidoras permite que consigamos atender uma quantidade maior de clientes em um curto espaço de tempo, o que é bom para a população e bom para a CEB”, falou Gustavo.

Foto: Renato Alves / Agência Brasília

 

Impede

Justiça impede Cristiane de mudar de endereço sem comunicação prévia à Justiça ou se ausentar do Rio de Janeiro por mais de oito dias sem autorização judicial. Viagens ao exterior foram proibidas. A ex-deputada também deverá cumprir o recolhimento domiciliar noturno a partir das 22h.

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

 

Divulgação

Com os concursos para exposições, conservação fotográfica e projetos para festivais de música, a Funarte reforça compromisso de incentivo à economia das artes. Veja detalhes a seguir.

Pauta Funarte Visualizar como página web.

Últimos dias de inscrições para editais de artes visuais, fotografia e música

Teresa Viana – Encáustica e Óleo Sobre Tela. Mostra Pensamentos Pictóricos.
Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça – 9ª Edição (Funarte). Doada ao Museu de Arte de Ribeirão Preto. 2014

Com os concursos para exposições, conservação fotográfica e projetos para festivais de música, a Funarte reforça compromisso de incentivo à economia das artes

A Fundação Nacional de Artes – Funarte anuncia os últimos dias de inscrições para concursos públicos ligados às áreas de artes visuais; preservação e conservação fotográfica; e de música. São eles: o Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021 e a Bolsa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga, ambos com inscrições prorrogadas até o dia 19 de outubro; e o Prêmio Funarte Festivais de Música 2020, com prazo até o dia 9 de novembro. As inscrições são gratuitas e válidas em todo o país. Os editais fazem parte do programa Funarte de Toda Gente iniciado em 2020, em que a Funarte reforça seu compromisso com o incentivo a artistas e produtores e com o reforço à economia das artes.

Conheça os editais:
Mostras de artes visuais inspiradas no patrimônio histórico

O Prêmio Funarte Artes Visuais 2020/2021 – O Diálogo Entre o Patrimônio Histórico da Cidade do Rio de Janeiro e o Brasileiro Presente nas Artes Visuais e nos Espaços Urbanos contemplará com um total de R$ 650 mil cinco propostas de exposições com acesso gratuito ao público. Cada projeto ganhará R$ 130 mil e deve ter como suporte o vídeo e/ou a fotografia. Os trabalhos devem considerar a herança histórica do país, presente nas artes plásticas e visuais, na arquitetura e nos espaços das cidades brasileiras; e ter como referência o legado histórico da cidade do Rio de Janeiro, a partir de seu patrimônio arquitetônico e/ou urbano. O concurso teve prazo de inscrições prorrogado até dia 19 de outubro.

Leia mais sobre o edital em: https://www.funarte.gov.br/edital/premio-funarte-artes-visuais-2020-2021/

Acesse o “vídeo-teaser” promocional no link: https://youtu.be/Bkh3U5aLJOY

Projetos nas áreas de conservação e preservação da fotografia
Também com inscrições prorrogadas até dia 19 de outubro, o Edital Bolsa Funarte de Estímulo à Conservação Fotográfica Solange Zúñiga, em sua segunda edição, concede bolsas de estímulo à conservação e preservação fotográficas. O concurso contempla textos de pesquisas sobre esse campo de atividades, com cinco bolsas de R$ 40 mil cada uma. Podem candidatar-se pessoas físicas, que atuem nas áreas técnicas relacionadas ao tema. A iniciativa tem como objetivo promover a produção de bibliografia para profissionais e estudantes da área, bem como a difusão de conhecimento e de experiências ligadas ao tema. O total investido é de R$ 260 mil.

Leia mais sobre o edital em: https://www.funarte.gov.br/edital/edital-bolsa-funarte-de-estimulo-a-conservacao-fotografica-solange-zuniga-2020/

Acesse o “vídeo-teaser” promocional no link: https://youtu.be/IH7s3BvmX7c
Projetos relacionados a festivais e mostras de música
O Prêmio Funarte Festivais de Música 2020 é uma seleção pública de 24 propostas para realização de espetáculos musicais, debates, palestras e oficinas, entre outras atividades (virtuais ou presenciais) que estejam relacionadas a festivais de música considerados relevantes no país. Cada projeto contemplado receberá R$ 40 mil. O total destinado à iniciativa é de R$ 1 milhão. O objetivo do concurso é apoiar um setor, que, devido à natureza de suas atividades, foi fortemente impactado pela pandemia de covid-19. Além disso, o concurso beneficiará mostras que, ao longo dos anos, vêm contribuindo para o fortalecimento da música brasileira. As inscrições estão abertas até 9 de novembro.

Leia mais sobre o edital em: https://www.funarte.gov.br/edital/premio-funarte-festivais-de-musica-2020/
Acesse o “vídeo-teaser” promocional no link: https://youtu.be/hZj5RHmmOPc
Funarte de Toda Gente: incentivo à produção das artes e à formação de público

Iniciado em 2020 e planejado para durar por mais um ano, o Funarte de Toda Gente reúne todos os projetos da Fundação. O programa tem como foco unir cada vez mais artistas, produtores, técnicos e instrutores de arte ao público e à instituição, para que ela cumpra seu propósito essencial: incentivar a cadeia produtiva econômica das artes brasileiras, estimulando, em todo o país, o trabalho e a renda para esses profissionais, a formação de público, e o consumo cultural, para que a sociedade possa usufruir da arte cada vez mais – um trabalho por meio do qual se possa contemplar todos os cidadãos.

Mais informações para a imprensa e entrevistas
Fundação Nacional de Artes – Funarte
Assessoria de Comunicação
ascomfunarte@funarte.gov.br
Assessoria de Comunicação Funarte
Av. Presidente Vargas 3131, Grupo 1701 | http://www.funarte.gov.br

 

Ações

Trabalhando sem alarde, a Vigilância Sanitária fez mais de 70,9 mil ações contra a Covid-19. Em hospitais, estabelecimentos comerciais, de março a setembro, multas e interdições foram aplicadas. Márcia Olive, gerente de Fiscalização, afirmou que tanto hospitais públicos quanto particulares cumpriram o protocolo, mantendo os leitos de UTI para atender os casos de Covid-19.

Foto: Breno Esaki/Agência Saúde

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os funcionários do Ministério da Justiça, quando o ministro está em Brasília, ficam esperando um tempo imenso pela hora do almoço. É que quando o sr. Alfredo Nasser vai almoçar, manda debitar a conta de todas as mesas ocupadas até então. (Publicado em 18/01/1962)

Afoiteza despropositada

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Preço mí­nimo para a privatização da CEB Distribuidora foi fixado em R$ 1,424 bilhão. Foto: correiobraziliense.com

 

Não há dúvidas de que, passada a pandemia, ou pelo menos quando a situação de isolamento compulsório arrefecer um pouco mais, o que restará da economia de uma cidade como Brasília, por certo, não será muito diferente daquela encontrada em outras partes do país.

A diferença fundamental e que acabará por beneficiar, em parte, a capital é que, no Distrito Federal, boa parte de sua economia depende da renda oriunda dos salários pagos ao funcionalismo público. Por enquanto, o que se sabe é que nesses seis meses de paralisação da economia, esses salários não sofreram alteração. Com isso, fica estabelecida uma situação de aparente conforto, caso se compare os efeitos econômicos da pandemia entre o DF e outras unidades da federação, mormente aquelas situadas nas regiões norte e nordeste.

Ainda assim, para aquele grande contingente situado fora da bolha confortável do funcionalismo, a realidade é outra e pode ser conferida, apenas, dando o giro pela cidade, onde o número de estabelecimento comerciais de diversos ramos de atividade estão fechados ou adentraram simplesmente para o imenso rol de empresas em regime jurídico de falência. Diante de um quadro dessa natureza, apontando para um recuo de longo prazo na atividade econômica local, a intervenção direta e bem estruturada do Governo do Distrito Federal (GDF), mais do que nunca, faz-se necessária e urgente. Não apenas para alavancar, por meio de crédito fácil e de incentivos fiscais, as atividades econômicas atingidas pela crise, mas, sobretudo, para criar programas de frentes de emprego e outras medidas para acudir a capital, evitando que Brasília ingresse, também, no beco sem saída dessa adversidade sem precedente.

Nesse sentido, urge que o GDF tome distância, ao menos momentaneamente, de todo e qualquer programa de privatização, conforme vem anunciando com grande insistência e alarde. Em tempos de crise profunda, como a que experimentamos nesse momento, as intenções do governo em privatizar a CEB Distribuidora, a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (CAESB) e o próprio Metrô/DF soam, além de oportunistas e extemporâneas, totalmente contrárias ao bom senso e aos interesses imediatos da coletividade, submetida às agruras de um período de incertezas que não tem dia certo para terminar.

Muito mais do que os apelos políticos, sindicais e partidários, o momento requer a interrupção imediata da venda dessas companhias, pelo menos até que se vislumbre uma luz no final do túnel ou até que se tenha concorrência no mercado. Trata-se aqui de empresas erguidas através da participação de todos os brasilienses em momentos de bonança, e não faz sentido entregá-las, agora, à exploração de uma iniciativa privada que, todos sabemos, visa unicamente a obtenção de altos lucros, o que acarretará, necessariamente, num aumento nas tarifas impostas por essas empresas.

Ao contrário do que muitos próceres e técnicos do governo acreditam ser uma grande estratégia política, a privatização dessas importantes empresas estatais, nesse momento de depressão econômica, significará um tiro no pé do GDF, que terá que amargar com as consequências dessa afoiteza despropositada.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Se todo mundo é obrigado a votar, os políticos eleitos deveriam também ser obrigados a cumprir as promessas que fazem antes das eleições.”

Isabela Machado Cavalcante, adolescente, pensando numa redação para o Jovem Senador

Charge: Ivan Cabral

 

Cultura

Uma modalidade de cinema que estava adormecida nos velhos tempos: o cine drive-in. Com a pandemia, até shows são assistidos de dentro do carro. Em Planaltina, começa o Festival Brasília Drive-In: Todos os cantos da nossa cidade. Dias 17 e 18, a partir das 19h. A promoção é do GDF e a entrada é franca. Veja mais detalhes, a seguir, do que vai acontecer em Planaltina.

FESTIVAL BRASILIA DRIVE-IN

todos os cantos da nossa cidade 

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A Batucada dos Raparigueiros, do maior bloco carnavalesco do Centro – Oeste, convida a comunidade de Planaltina de todo DF a participar do Festival Brasília Drive-In: Todos os cantos da nossa cidade.

O Instituto de Apoio Desenvolvimento e Utilidades Comunitárias e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec), com apoio do Instituto Cultural e Social do DF (InCs-DF), realizam o projeto. Para o presidente do Bloco dos Raparigueiros Zantana Gregorio “é um momento muito importante participar desse grande projeto com a nossa Banda, tendo em vista que seja muito improvável a não realização do carnaval 2021, um momento muito especial da nossa Banda apresentar  os grandes momentos de alegria do nosso carnaval com muito samba, pagode e axé e levando a nossa folia para Planaltina em tempo de pandemia. A programação contará ainda com presença das bandas Cuscuz com leite, Pileke Swingão e Grupo os Criolos.

O projeto acontecerá nos dias 17 e 18  de Outubro (sábado e domingo ) , com inicio a partir das 19h no estacionamento do múltiplas funções de Planaltina-DF.

A entrada é franca e limitada por ordem de chegada.

Serviço:

Festival Brasília Drive-In: Todos os cantos da nossa cidade.

Data: 17 / 10  ( sábado)  a partir das 19h

Local: Estacionamento do múltiplas funções de Planaltina-DF 

Atrações: Batucada dos Raparigueiros e Cuscuz com Leite

Censura: livre e entrada franca

Informações da Batucada dos Raparigueiros

98135-7020 ( Zanata)   

99997-4205  (Jean)

99908-0004 ( Weliton)

 

Insensata

Carol Solberg não perdeu o patrocínio do Banco do Brasil. Mas se tivesse mesmo todo esse pavor do presidente Bolsonaro, deveria abrir mão da verba do governo. Isso é coerência. A revolta registrada é do Ramirez, campeão brasileiro de Muay Thai. Veja a seguir.

 

Vai entender

Parece piada tomar as medidas sanitárias e protocolo de proteção contra Covid na Avenida Sapucaí. Ou é a negação total do vírus, ou é a irresponsabilidade governamental total. Mais um caso de incoerência e, dessa vez, confunde a população.

Foto: Divulgação/Prefeitura do Rio

 

Na mesma

“Uma solução parcial para o problema das invasões em Brasília seria a instituição, novamente, de acampamentos nas obras, hoje proibidos pela Novacap. A outra seria a destruição, pura e simplesmente. O regime de premiar os invasores com um lote, dar caminhão para transportar o barraco ajudar de custo, afora ser dispendioso demais, é aviltante, porque premia os que apossam do que não lhes pertence”. Por incrível que possa parecer, esse texto do Ari Cunha foi publicado em janeiro de 1962

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Todos os recordes foram batidos pela equipe liderada pelo ministro Sampaio Costa, que atingiu a 9.356 julgamentos e publicou 8.217 acórdãos. (Publicado em 18/01/1962)

Rumo ao precipício

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Foto: Reprodução (jornalveracruz.com)

 

Com o deferimento do Habeas Corpus, concedido agora pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio, a um dos  chefões do PCC, André do Rap, contrariando as mais simplórias regras do bom senso jurídico, um fenômeno inquietante de nossa formação cultural e histórica, mais uma vez, salta aos olhos, ao reafirmar nossa ojeriza natural não só à desobediência às leis e às ordens institucionais, mas a tudo o que diz respeito às fontes científicas, às artes e mesmo ao que insiste em alertar parte da imprensa livre e séria.

Fica patente, como dizia Nelson Rodrigues, que a “consciência social do brasileiro decorre do medo da polícia”. Quando o atual presidente afirmou que ele era a Constituição, numa variante tupiniquim do “l’etat c’est moi”, de Luís XIV (1638-1715), nada muito diferente do que já tinha feito também o ex-presidente Lula, quando comprou, de baciada, todo o Congresso de seu tempo, mais uma vez, confirmou-se nosso trágico destino histórico de apostar sempre no jeitinho malandro e inzoneiro para burlar regras, mesmo que essas venham a nos prejudicar lá na frente.

Os apelos velados ao fechamento do Congresso e do próprio Supremo, como feito inclusive em reunião de ministros dentro do Palácio do Planalto, em abril último, ainda não mereceram, por parte da sociedade racional, a devida reflexão sobre a gravidade desses desabafos, mas inserem-se dentro do que tem sido erradamente considerado normal dentro da nossa tosca formação. O pior é que os freios e contrapesos que poderiam vir dos outros Poderes da República não são sentidos, quando se observa o cenário atual de penúria ética que recheia todas essas instâncias igualmente.

Dessa forma, não seria surpresa se constatássemos que vivemos um tempo em que o achincalhe dos poderes é amplamente permitido, já que estão todos situados no mesmo patamar raso da ética, onde tudo é possível, inclusive a opção de autofagia. O mais danoso quando se constata a pauperização da ética do Estado, vindo de cima para baixo, catalisa, ainda mais, o sentido dessa mensagem, quando se espraia pela sociedade como um exemplo a ser seguido.

Por onde quer que se observe o Estado, os exemplos de desrespeito aos acordos do bom convívio social são deixados à margem. À falta de autoridade do Estado, seguem-se as desordens sociais, numa constatação de que as engrenagens que nos levam ao caos estão funcionando como nunca.

Há muito, sabe-se que a Justiça é como as serpentes: só mordem aqueles que estão descalços. Em nosso caso, o que a população aprende com esses mestres às avessas é que apenas os crimes de menores potenciais ofensivos não compensam. Todo o restante, incluindo aí corrupção e desvios de milhões ou a chefia de grandes organizações criminosas são vistas, por boa parte de nossos magistrados, como deslizes ou pecados veniais, passíveis de perdão e indulgência. A falta de autoridade aos altos Poderes do Estado, para coibir crimes de toda a ordem, é vista pela planície, onde todos estamos, como um apoio para que prossigamos firmes, mesmo sabendo que estamos indo por caminhos errados, rumo ao precipício.

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O olho dourado da justiça vê e retribui o homem injusto.”

Sófocles, dramaturgo grego.

Sófocles. Foto: wikipedia.org

 

Cães&gatos

Até o dia 26 de outubro, donos de cães e gatos podem vacinar seus animais, gratuitamente, nos pontos da Campanha de Vacinação Antirrábica. Uma pena que o governo não acrescente a vacina contra a leishmaniose visceral, transmitida pelo mosquito palha, doença com incidência altíssima na capital.

Ciclo de transmissão da raiva – Arte: Rafael Ottoni/SES-DF

 

BRB

Paulo Henrique Costa, do BRB, vem sendo reconhecido como um gestor de ampla visão para negócios, inclusive para melhorar a imagem do próprio banco não só com publicidade, mas com práticas internas de desburocratização, o que é bom para os clientes.

Paulo Henrique Costa. Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

 

Ponto de vista

Leia, no blog do Ari Cunha, o artigo do professor Aylê-Salassié F. Quintão sobre Eleições municipais: águas para lá de pantanosas.

Foto: camara.leg

–> Eleições municipais: águas pra lá de  pantanosas

Aylê-Salassié F. Quintão*

As eleições municipais estão aí prontas para eleger novos prefeitos, vices e vereadores em 5.568 municípios. Tudo indica que não haverá avanços. Frases lapidares  de lideranças políticas consagradas em votos populares – “Eu não pretendo enganar  mais as pessoas” ou “ Consegui desmontar a Lava-Jato”- , dão uma ideia da imaturidade persistente da democracia brasileira – esse orgulho nacional-pequeno-burguês – , do baixo nível de compreensão do eleitorado e dos candidatos sobre a prática na gestão da coisa pública .

Informados precariamente sobre o tema ou ignorantes mesmo,  140 milhões de brasileiros  vão ter a oportunidade, no dia 15 de novembro, de se defrontar, nas urnas,  com  milhares de  enganadores célebres, corruptos liberados pela Justiça  e um grande número de pessoas com dupla personalidade.  Eles estão aí  desfilando diariamente no rádio, na tv, na internet, repetindo promessas delirantes  e  insanas, críticas e ameaças aos concorrentes .

Sem quaisquer constrangimentos, depois das investigações da  Lava-Jato terem revelado grande número de corruptos em seus quadros, o MDB, pediu registros para 44 mil candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PT, nadando no financiamento público eleitoral, e o PSDB, com perfis similares ao do MDB, mas em processo de encolhimento, não ficam para trás. O PSD, surgido na eleição de 2016,  inscreveu 38.975 candidatos; o Partido Progressista (PP), 37.745, ou seja, 30% a mais do que 2016. O  Podemos (Pode), saltou de  10.280, em 2016, para 20.071, aumentou em 104,99% o número de candidatos inscritos. O PSL, Sociais Liberais, inscreveu 21.667, número 105,8% superior ao da eleição de 2016. O DEM (Democratas) , que esteve para ser extinto, saltou de 10.583 inscritos na eleição passada para 32.536. Partidos tradicionais considerados de esquerda, encolheram . A Democracia Cristã lidera com uma redução de candidaturas: de 7.607 para 4.635. Caiu 39,07%.

Em 2020, conforme o Tribunal Eleitoral, houve um aumento de 27% no número de candidatos inscritos em relação às eleições anteriores. Em  2016, só nas 26 capitais estaduais  foram registrados 18.934 candidatos a prefeito e a vereador . A eleição passou a ser, no Brasil , um paradigma para o jogo de interesses e da má fé  . O campo é cada vez mais fértil para as virtuais polarizações. Os confrontos retóricos são vazios e os desmascarados sentem-se à vontade para fazer ameaça aos concorrentes em diversos municípios do interior.

Não emerge ninguém com competência específica preocupado com  a queda constante da produção, com o aumento da inflação, com  o crescente número jovens e pais de família desempregados, nem com o equilíbrio fiscal nos orçamentos públicos, da União, dos Estados e dos Municípios. Para os políticos, o negócio é gastar. Não existem também projeções de futuro: parece não pertencer sequer a Deus.  Em 2021 já se espera um estouro das contas públicas e problemas gravíssimos para os governantes e para a população. A solução de todos os governos é a privatização do patrimônio publico.

O quadro que aí está  encobre uma distinção entre os agentes do mal e da maldade nos 5.568 municípios. Difícil apontar um defensor de uma união cidadã – a identidade de nacional está indo para o brejo –  o Estado como instituição , e o destino das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento e a justiça social.

A culpa é, sem dúvida dos dirigentes políticos encravados no Executivo, no Legislativo e no Judiciário . O STF libera criminosos conhecidos e condenados, afrontando a lei da Ficha Limpa. O Congresso aprova leis convenientes para deputados e senadores,  e o Executivo se esconde atrás das crises para ignorar o abandono das políticas públicas. Tudo é cinicamente justificado com sendo o exercício da democracia  que vai abrigando conveniências, interesses  ideológicos e familiares. O cidadão comum não tem como reagir.

As eleições no Brasil  se transformaram em uma disputa  por emprego público e em um espaço de enriquecimento de aparentados.  O candidato honesto, se existir,  torna-se apenas mais um na multidão dos 540 mil inscritos no TSE. Nesse cenário vagueiam celebridades identificadas com as vulgaridades  da vida social. É uma quase perda de tempo  o  Manual do Prefeito para orientar a gestão municipal e os interesses públicos locais, em que milhares sobrevivem dos repasses feitos pela União. Ninguém tem medo do Tribunal de Contas, cujos membros nadam tranquilos nessas águas  pra lá de pantanosas, nem se assusta com a nova presidência do Tribunal Eleitoral.

A que ponto a democracia nos conduziu. Conseguiu desarrumar o País e dividir a Nação em pequenos guetos particulares , sob a proteção dos partidos políticos.  . As eleições deste ano  terão o maior número de concorrentes dos últimos 20 anos. Provavelmente, aproveitando a desculpa da disseminação da pandemia,  vai-se ter também a maior abstenção de todos os tempos. É uma pena porque nem a abstenção, a única arma do eleitor, poupa-o de eleger uma nova safra de maus políticos. Tudo é contado proporcionalmente.

*Jornalista e professor

 

Park “away”

Região nobre da cidade, o Park Way sofre com a sana dos grileiros. Veja, no link Grilagens e invasões pipocam nas áreas verdes do Park Way, matéria do Chico Sant’Anna sobre o assunto.

 

Mais dados

Está dando o que falar. O mistério em torno da contratação do Hospital de Campanha Mané Garrincha despertou a curiosidade de alguns deputados distritais. Leandro Grass quis saber os critérios para selecionar a empresa vencedora, a Contarpp Engenharia.

Foto: correiobraziliense.com

 

Hoje e amanhã

Aprovado, na CLDF, um projeto do deputado distrital Agaciel Maia, que obriga a administração do Aeroporto Internacional de Brasília contratar um funcionário que auxilie idosos a retirar bagagens das esteiras. A deputada Júlia Lucy (Novo) foi contra, porque acredita que basta a boa vontade dos mais novos. Hora de obrigar as escolas de ensino fundamental a visitar asilos. As crianças de hoje podem carregar malas de idosos se forem educadas em casa e ensinadas na escola.

Deputado Agaciel Maia. Foto: cl.df.gov

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Uma resposta aos inimigos de Brasília, que alegam não funcionar a cidade, são os resultados obtidos pelo Tribunal de Recursos durante o ano findo. (Publicado em 18/01/1962)

Ontem, um sonho. Hoje, pesadelo.

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Entre 1955 e 1960, durante a construção da capital, as visitas periódicas do então presidente, Juscelino Kubitschek, ao imenso canteiro de obras em que se transformara Brasília, viraram não apenas uma rotina, mas, sobretudo, um deleite que fazia o então chefe da nação esquecer, por uns momentos, as agruras daqueles tempos politicamente conturbados. O zelo com que JK cuidava do megaprojeto de transferência da capital para o interior do Brasil representou, para aqueles que participaram dessa dificílima epopeia moderna, um incentivo de tamanhas proporções, que abrandava misteriosamente os tormentos e as dificuldades envolvidas nessa empreitada.

Entusiasmo e otimismo irradiavam daquela figura esguia que, várias vezes na semana, ao final do expediente, deixava o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e rumava, por quase quatro horas, a bordo de um avião turbo hélice Viscount, para Brasília. Durante a madrugada, inspecionava as principais obras, cercadas de seus principais auxiliares, regressando ao Rio, muitas vezes, no alvorecer.

Sem essa rotina, imposta pela seriedade com que encarava essa construção, dizem alguns dos seus auxiliares que testemunharam esse esforço, não seria possível a construção de uma nova capital, no interior ermo do Brasil, num prazo de apenas mil dias. Esse amor pela nova capital chegou a inspirar alguns administradores que depois vieram para também cuidar da cidade. O amor por uma obra única no mundo, por seu modernismo revolucionário e que denotava, para todos, a capacidade empreendedora dos brasileiros, viria a perder muito de seu vigor com o passar dos anos.

A chamada revolução, ou golpe de 1964, quebrara não apenas a oportunidade de regresso de JK ao poder, onde poderia dar prosseguimento ao ousado projeto de governo “50 anos em 5”, mas serviu para esfriar muito do ânimo necessário para movimentar o restante das obras necessárias para a conclusão da nova capital. A essa interrupção brusca, e que viria a transformar os planos e muito do urbanismo da nova capital, conforme idealizada por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, outro acidente de percurso viria a modificar os planos iniciais pensados para Brasília: a chamada maioridade política, proposta por uma união suspeita de políticos e empresários locais no início dos anos oitenta, faria a capital mudar de rumos, atraindo para a cidade o que havia de mais nefasto em termos de ocupação de solo e de administração e conservação da cidade.

Seguidas eleições de governadores, muitos deles totalmente alheios à cidade, à sua origem e necessidade, levaram a uma desfiguração paulatina do desenho urbano da cidade, transformando Brasília em apenas mais um modelo caótico de cidade brasileira. Esse verdadeiro processo de desurbanização, com cada novo governador, juntamente com cada nova composição de deputados distritais, cuidou para que Brasília chegasse, hoje, ao ponto em que está. Não fosse alguns impedimentos trazidos pelo tombamento da Unesco, que faria de Brasília um patrimônio cultural da humanidade em 1987, o desenho inovador da capital estaria completamente desfigurado.

A transformação de terras públicas, inclusive aquelas inscritas como área de preservação ambiental, em moedas de trocas políticas, dentro do princípio maroto “um lote um voto” e outras maracutaias feitas para beneficiar grandes grupos empresariais, completaria o quadro de agressões que levaria a capital a experimentar, precocemente, a decadência de muitas áreas, inclusive aquelas que anteriormente eram tidas como as mais valorizadas e promissoras.

 

 

 

A frase que foi pronunciada

“Queremos, em uma palavra, a paz da justiça, a paz da liberdade, a paz do desenvolvimento.”

Juscelino Kubitschek

 

Foto: veja.com/VEJA

 

Armadilha

Margem consignada, coeficiente bancário, parcelas. Qualquer telefonema com essas palavras ou onde o interlocutor for um estranho, não assine, não responda, não aceite nada antes de ligar ou se encontrar com o seu gerente bancário. Por ser uma cidade administrativa com o maior número de funcionários públicos do Brasil, Brasília é o alvo preferido de empresas aparentemente legais, que sabem como atravessar algumas regras e ganhar muito dinheiro com fraudes e promessas que nunca cumprem.

Charge do Thyagão

 

“SOS: maus-tratos contra idosos”

De olho nas estatísticas, a senadora Rose de Freitas lembra que o Poder Público enfrenta o desafio de criar meios para o amparo de idosos, que devem superar o número de crianças em menos de 20 anos e, em 40 anos, irão constituir 25% da população brasileira, conforme projeções feitas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por isso, avalia ter vindo em boa hora o Projeto de Lei do senador Izalci Lucas, que dispõe sobre a criação de um serviço para receber denúncias ou mesmo suspeitas de maus-tratos a idosos.

Senadora Rose de Freitas. Foto: senado.leg

 

Edital é edital!

Agindo com justiça aos concursados da Secretaria de Desenvolvimento Social, o deputado distrital Fábio Félix é voz ativa em favor dos aprovados pelas regras estabelecidas previamente no edital. Cobra a imediata nomeação dos novos servidores da Secretaria em tempos de pandemia, onde claramente há a necessidade do “fortalecimento dos quadros da assistência social no Distrito Federal.” Nada de mudar as regras no meio do jogo!

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Desde julho diversos rapazes estão aguardando a nomeação para Inspetores Sanitários. Muitos dos candidatos ao concurso deixaram empregos para acompanhar o curso, e agora estão em desespero por não ter sido publicada nenhuma nomeação.   Enquanto isto, a cidade apresenta condições de saber que merece maior rigor na fiscalização. Os bares, por exemplo, são um atestado negativo, em sua maioria do código de higiene. (Publicado em 18/01/1962)