Bondade política com o chapéu alheio

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge do Nef.

 

Nada como a proximidade das eleições para fazer com que os nossos políticos entrem numa espécie de catarse, amoleçam o coração e se transformem numa espécie de pais provedores, que a todos atendem com suas benesses, digamos, desinteressadas. Nesse sentido, as eleições são como o Natal, em que todos buscam exibir seu lado fraterno de ocasião.
Para o expectador atento à repentina mudança de comportamento, toda essa metamorfose dura tanto quanto fumaça ao vento. Tão logo as urnas são fechadas e os destinos, selados, o encanto se desfaz e todos empreendem um regresso ao umbigo do próprio ego. Engana-se quem pensa que todos esses mimos, feitos de maneira estratégica e cronometrada, saem diretamente dos bolsos desses beneméritos políticos.
No preço da bondade pré-eleitoral, está embutido um alto valor a ser pago por todos os contribuintes, mesmo aqueles que reprovam abertamente esse tipo de bondade. O leitor, por certo, já deve ter reparado que ultimamente têm sido recorrente as notícias, nos jornais locais, dando conta das inúmeras reuniões, discussões, votações, decretos e outras solenidades onde se anunciam, de forma solene e oficial, alguma concessão de áreas públicas, regularizações de bairros, votação em plenário e até revisões na já retalhada Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) e todo um movimento que, ao fim e ao cabo, nada mais são do que a velha e conhecida trans formação das terras públicas do Distrito Federal em moedas política e eleitoreira.
Essa, inclusive, é uma prática por demais denunciada neste mesmo espaço e que teve seu começo exato no mesmo dia em que a capital alcançou a tão polêmica maioridade política e que tantos escândalos já têm produzido ao longo dessas décadas. Entra e sai governo, e a prática permanece.
Elegem-se distritais a cada temporada de quatro anos, com alguns nessa função permanecendo indefinidamente, e a situação do parcelamento e legalização marota das terras públicas permanece alterada. Seguindo essa toada, chegará um dia em que não tendo mais espaços para assentar eleitores, nossos políticos usarão as áreas gramadas do Eixão Sul e Norte, assim como o Eixo Monumental para serem divididos em lotes e entregues aos seus correligionários.
Mas, antes disso, toda a área tombada do Plano Piloto ficará literalmente cercada de bairros improvisados e precários, todos saídos da imaginação interesseira dessa gente que não possuía menor empatia e compromisso algum com a capital e usam de seus cargos públicos apenas para faturar prestigio e votos. Não há necessidade aqui de relacionar as áreas que, nesse início de ano, estão sendo criadas ou licenciadas, pois esse espaço não comportaria. O que o cidadão atento e avesso a essas práticas politiqueiras sabe muito bem é que, cada palmo do Distrito Federal negociado nessa verdadeira bacia das almas ou balcão político, significa um palmo a menos na qualidade de vida dos habitantes da cidade.
É preciso saber que não há planejamento urbano possível quando os espaços públicos passam a ser moeda política. Trata-se de um movimento que levará à transformação irreversível da capital, tornando-a semelhante a muitas outras cidades brasileiras: caótica, insegura e inóspita.
A frase que foi pronunciada:
“Eu acredito que boa arquitetura não é apenas forma, porque isso é escultura. Boa arquitetura é a interação entre forma e vida.” 
Jan Gehl
Foto: Sandra Henningsson / Divulgação
Na W3 Norte
Volta e meia, motoristas de ônibus brincam de aproximar o ônibus repentinamente em veículos, principalmente guiados por idosos. Riem com o malfeito e continuam sorrindo para quebrar a monotonia da profissão, enquanto não causam acidentes. Nosso leitor flagrou um deles, ontem, na hora do almoço. Depois do malfeito, posa para a foto, alegre. Até demais.
Mais cuidados
Hidrantes pela cidade destruídos e com peças furtadas. Hora de revisar e fazer a manutenção.
Câmara Notícias
Comparação entre as ações do SUS e rede privada na prevenção do câncer de pele, diagnóstico precoce e o tratamento serão os principais pontos a ser discutidos na sexta feira dessa semana, em comissão especial da Câmara dos Deputados. A presidência será do deputado Weliton Prado, autor do pedido de audiência.
Weliton Prado. Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
História de Brasília
Nesta mesma página os senhores encontrarão uma carta ao nosso diretor, assinada pelo sr. José Pereira Caldas, a propósito da mudança do Ministério da Fazenda. Como o autor fala em “dar nomes aos bois”, aqui estão os bois e os nomes: no dia 9 de novembro de 1961, numa reunião do GTB, o sr. José Pereira Caldas fez referências à “volta da Diretoria Geral da Fazenda Nacional para o Rio de Janeiro”. (Publicada em 20.02.1962)

A volta dos zumbis da política

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Charge do Duke

 

        Dos muitos sustos que as eleições provocam nos eleitores mais atentos a essa dança de acasalamentos entre porcos espinhos e cobras criadas, nenhum outro é mais espantoso do que assistir, estupefatos, a volta de alguns candidatos, tanto na paisagem local como na nacional. Pessoas ou zumbis, que muitos acreditavam já estarem sepultados e enterrados sob sete palmos ou atrás das grades.

          A volta desses presos ou mortos-vivos da política, todos eles devidamente condenados por crimes de corrupção, em suas mais variadas modalidades, é como uma bofetada na cara dos cidadãos. Eis-nos de novo, diante do eterno ciclo da impunidade, com a sociedade tornada refém desse bando de malfeitores que, certamente, voltará a ocupar os diversos cargos públicos, munidos dos mesmos mecanismos de proteção contra as leis, propiciados pelo foro privilegiado, donde, com certeza, voltarão a delinquir.

        O pior, se é que isso ainda é possível, é que, se seguirmos o que as pesquisas indicam, esses dublês de homens públicos irão ocupar da presidência da República até o menor cargo eletivo nos municípios e mesmo no Distrito Federal, assegurando, com isso, que o futuro, como pretendido pelos cidadãos de bem, ainda é uma miragem bem distante.

        Não carece aqui mencionar os nomes desses meliantes. Estão todos estampados nos jornais e não merecem crédito algum. Mesmo com a imprensa do país dando pouca atenção a esse fato, como se isso fosse pouca coisa ou nada aos pagadores de impostos.

        Confirmadas as expectativas, teremos, depois de 2022, o mais assustador conjunto de políticos comandando os destinos do país. Por certo, irão guiar a grande caravela Brasil de encontro aos rochedos, depois de saquear o navio, deixando a tripulação, que somos nós, ao sabor da sorte. Num país em que os eleitores voltam as costas para um juiz e saem correndo para abraçar conhecidos meliantes, nada se pode esperar de bom. Somos e nos mantemos como a grande piada internacional.

Quando se assiste, nas redes sociais, alguns eleitores agradecendo fervorosamente ao prefeito, porque em seu município está chovendo, e quando outro, ainda mais sabido, atravessa a conversa dizendo que não se deve agradecer ao prefeito, mas sim ao presidente da República, porque a chuva é federal e está caindo em todo o país, a certeza que se tem é que levaremos ainda séculos para conseguir alcançar um verdadeiro Estado Democrático de Direito, onde todos serão iguais perante a lei.

        O voto, que seria, em tese, nossa redenção e inserção no primeiro mundo civilizado, tornou-se, pelos mecanismos burocráticos da máquina do Estado, um salvo conduto para malfeitores agirem livremente. Alia-se a esse fato todo o emaranhado tecnológico em que se transformou o voto eletrônico, como estampam artigos acadêmicos e de tecnologia, cujo o comando fica em mãos de personagens, que, todos sabem, não escondem sua predileção partidária.

        Vivemos tempos estranhos e malfazejos em que toda uma população, minimamente desperta e ainda crente nos princípios da ética, vive cercada, de um lado, por uma gente que despreza o voto e desconhece sua significância. De outro lado, por aqueles que comandam todo o processo, de dentro da máquina, e tudo fazem para que essa realidade cruenta permaneça imutável, pois tal status satisfaz seus desígnios, bem como daqueles que pensam da mesma forma torta.

 

A frase que foi pronunciada:

A justiça é como uma serpente, só morde os pés descalços.”

Eduardo Galeano

Eduardo Galeano. Foto: Samuel Sánchez.

 

Máxima atenção

Deputado federal Capitão Fábio Abreu elaborou projeto de lei que reconhece o TDAH, déficit de atenção como deficiência. Na proposta, a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade respalda, com efeitos legais, os portadores desse diagnóstico. Veja como votar no projeto acessando o link: https://forms.camara.leg.br/ex/enquetes/2291884.

Vale ajudar

O Instituto Solidário A Vida precisa de doações de leite em pó da marca Pregomin Pepti para o pequeno Luís Gustavo. A instituição fica na Qr 401, Conj 13, Lote 3, em Samambaia Norte. Crianças deficientes e abandonadas, crianças convalescentes com pais sem condição financeira para tratamentos. Ligue para 99323-3440 para mais informações.

Foto: outletbaby.com

Novidade

Presidida pelo jurista Ricardo Cueva, do Superior Tribunal de Justiça, com relatoria da jurista Laura Schertel, uma comissão foi instalada no Senado com o propósito de discutir um Marco Regulatório sobre a Inteligência Artificial. A iniciativa partiu do senador Eduardo Gomes (MDB-TO). As informações são da Agência Senado.

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

História de Brasília

Nesta mesma página os senhores encontrarão uma carta ao nosso diretor, assinada pelo sr. José Pereira Caldas, a propósito da mudança do Ministério da Fazenda. (Publicada em 20.02.1962)

Equilibrando-se numa perna só

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Daniel Silveira. Foto: Ed Alves/CB

 

          Quando dizem que os 3 Poderes da República, mesmo diante da enorme responsabilidade que possuem na manutenção do Estado Democrático de Direito, estão em desabalada corrida rumo à instauração de um perigoso conflito institucional, o que fica como exemplo dessa instabilidade para os brasileiros são, justamente, episódios recorrentes, menores e mesquinhos, como esse caso agora colocando em confronto aberto o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) em relação a uma decisão do ministro do supremo Alexandre de Moraes, que o obriga, por motivos claros, a usar tornozeleira eletrônica.

        Pensar que todo esse imbróglio, que ao fim ao cabo, prejudica o próprio cidadão, poderia ser facilmente evitado, sem desgastes e, principalmente, sem a desmoralização nacional dos Poderes da República. Para isso, bastaria a adoção do mecanismo de recall, onde o eleitor, que afinal é o responsável direto por aquele em quem votou, chamaria de volta esse parlamentar, indicando para a função o segundo deputado mais votado naquela zona, evitando todo esse espetáculo que nos envergonha. Primeiro pela qualidade sofrível de muitos parlamentares eleitos nessa e em outras legislaturas. Segundo pela maneira rápida e eficaz com que se efetuaria essa troca.

        É preciso entender que os parlamentares com assento no Congresso estão nessa função para servir aos seus respectivos eleitores em tudo o que necessitam para a manutenção da plena cidadania, como construção e reformas de escolas, de hospitais, de postos de saúde, estradas, instalação de rede pluvial, de esgoto, de água potável entre outras benfeitorias para a sociedade.

        Ninguém de posse de suas faculdades mentais vai eleger um indivíduo, com todos os custos que essa decisão acarreta, para que ele venha para Brasília, brigar e arranjar encrencas de toda a ordem, desafiando ministros e instigando o confronto entre os Poderes. O que o cidadão eleito necessita não são rufiões e outros valentões agindo dentro do parlamento. Aliás, é preciso lembrar que a Casa Legislativa do país deveria ser ocupada, como foi em tempos distantes, por pessoas gabaritadas e devotadas plenamente à vida política.

        Os valentões na política ficam marcados na história de nosso parlamento como pessoas incapazes de agir com a razão, preferindo a força física a outras alternativas mais nobres como a palavra.

        O Supremo, que deveria tratar esse caso com o desdém que merece, ainda se esforça para jogar mais gasolina na fogueira, elevando o tom das ameaças sem lastro ou coragem, com mais ameaças, dando status a uma questão que, por si, nada resta de interesse para o país.

        Eis aqui mais um caso que, fugindo às altas atribuições dos Poderes do Estado, coloca em confronto o Executivo, cujo deputado defende, o Legislativo, que não teve coragem para encerrar o caso logo no primeiro lance, e o Judiciário, cujos ministros deveriam deixar de lado a gana por ações políticas e se dedicarem ao que deve ser seu mister, a defesa da Constituição.

        Três Poderes que, num caso menor como esse, não se entendem e, o que é pior, encontram um meio de acrescentar mais instabilidade institucional a um Estado que, per si, já vem se equilibrando com uma perna só.

 

A frase que foi pronunciada:

Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as divergências entre os indivíduos.”

Barão de Montesquieu

Barão de Montesquieu. Reprodução da Internet

Passado e presente

Em pesquisa minuciosa de final de curso, o Cadete Breno Vinícius Pereira Aguiar mostra que são precisos novos projetos que tornem melhor a vida dos bombeiros aposentados. Essa é a corporação mais respeitada pela sociedade. O deputado distrital Roosevelt Vilela, eleito com muitos votos dos colegas bombeiros, tem se dedicado com brilhantismo e sensibilidade às causas e missões.

Deputado distrital Roosevelt Vilela. Foto: cl.df.gov

Presente e futuro

Na Câmara Legislativa, aconteceu o lançamento da segunda edição da revista Veteranos, que leva ao conhecimento da sociedade toda a experiência obtida na carreira. O trabalho de Breno Aguiar sugere a construção da Casa do Veterano, que seria um local de acolhimento, apoio, aprendizado e profissionalização aos militares da reserva remunerada ou reformados.

Gráfico realizado pelo autor da monografia: SAÚDE MENTAL DOS OFICIAIS VETERANOS: MOTIVAÇÃO DO RETORNO NA PRESTAÇÃO DE TAREFA POR TEMPO CERTO (PTTC)

História de Brasília

Uma nota para os que falam no retôrno da Capital: há vagas em tôdas as escolas do Plano Piloto, para qualquer ano do curso primário. (Publicada em 20.02.1962)

Trova dos Três Poderes

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Charge do Sponholz

 

Parafraseando o ditado que diz que “em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão”, inspirou-nos a trova:

Num país como o nosso

Em que os 3 Poderes da República

vivem em constantes disputas e desunião

Exigir que cada um cumpra, à risca,

O que diz a Constituição

É, além de descabido

Uma grande tapeação.

Fôssemos aqui elencar

todo o rosário de atropelos

Que entre si travam há tempos esses Poderes da União

Diríamos que nessas querelas hoje em dia

Ninguém possui um naco de razão.

Na verdade, o veredito certeiro

Para todos esses entreveros

Que em última análise

prejudica os cidadãos

Declara ser a todos imputado

Plena culpa e ampla admoestação.

Erram todos e de maneira distinta

Contribuindo com esse desatino para a credibilidade de Estado perder

Esfarrapam os Poderes com a nação a enlanguescer

Perdem o respeito dos indivíduos e de toda a cristandade

Com a imagem maculada

Não se cansam de maldades

Muito bem faz o eleitor

Em sair em debandada

Virando as costas para uma elite de insensíveis dirigentes

Que por seus desatinos e más condutas

Mas se assemelham a engravatados indigentes

Nessa repetição de desarrazoadas decisões

Mesmo a boa gente, com toda a paciência que lhe é reconhecida

Já não esconde no rosto uma imagem cansada e desiludida

Ministros altaneiros, cujas origens passam longe da toga e da magistratura

Legislam abertamente tecendo o pano da impostura

Com o manto da impunidade

Cobrem políticos aldrabões

Numa eterna maquinaria

A blindar nobres fanfarrões

O Legislativo que há muito o respeito perdeu

Vive de negociatas

Vendendo o meu, vendendo o seu.

Mesmo o Executivo

Cuja a presidência um dia um mau ladrão ocupou

É vista hoje pelo povo injuriado

Como Poder que mal falado

A ética deturpou.

Os brasileiros, desanimados e entristecidos

Observam a cena toda entre raivosos e ensandecidos.

O desrespeito às leis e a própria Constituição

De tão flagrante e descarada

Leva-nos todos de roldão

Numa ensandecida desabalada.

 

A frase que foi pronunciada:

É melhor escrever errado a coisa certa do que escrever certo a coisa errada…”

Patativa do Assaré

Patativa do Assaré.
Foto: Fernando Travessoni

Honra ao Mérito

É bom que se registre a ação cirúrgica da Coordenação do Laboratório de Operações Cibernéticas do Ministério da Justiça e da Segurança Pública em relação ao criminoso que pretendia fazer um massacre na capital do país. Com as informações, a Polícia Civil do DF levou adiante o protocolo.

Foto: Divulgação/PCDF

Novidade

Novo planejamento educacional vai ser necessário para atender ao novo formato do Enem. Desde o planejamento pedagógico a dinâmica das aulas, projetos extracurriculares deverão ser repensados. O novo Exame Nacional do Ensino Médio foi acatado por especialistas. Veio para melhorar!

 

Para crianças

Uma nova abordagem feita pelo, já tradicional na cidade, Teatro Mapati. Trata-se de estreia de espetáculo da Cia Teatral Mapati, inspirado na poesia de Manoel de Barros, para trazer para o centro de reflexões das famílias, de forma lúdica, o envelhecer e o Alzheimer. Veja mais informações no link: Temporada de estreia – Espetáculo Avô Árvore, Menino Pássaro.

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História de Brasília

O regime não funciona, não é por isso não. É porque todos os ministros são uns eternos turistas e o que é pior, turistas sem planos. O ministro da Viação, que faz planificação de trabalho, pode apresentar resultado positivo. Os demais, coisíssima alguma. (Publicada em 20.02.1962)

Educação ainda é caso de polícia

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Quando a educação deixa de ser uma questão, cujos ajustes técnicos podem ser encontrados dentro das ciências da didática e da pedagogia, e passa a requerer a intervenção direta da força policial, para que se consiga um mínimo de desempenho, temos que admitir, o mais urgentemente possível, que não estamos diante de um problema de educação propriamente dito, mas, sim, diante de um fenômeno capaz de destruir o nosso medíocre sistema de ensino, transformando nossas escolas em ambientes de alto risco para alunos, professores, trabalhadores e toda a comunidade no seu entorno.
Esse é mais um elemento a se juntar ao conjunto de problemas que assolam nosso sistema de ensino desde sempre e que nos empurra para o fim da fila, quando o assunto é avaliação da qualidade de nossa educação pública, vis à vis a outras nações. Se a educação, como repetia o filósofo de Mondubim, é baseada num conjunto de bons exemplos, vindos de cima para baixo, estamos numa enrascada de todo o tamanho.
O imbróglio envolvendo agora o ministro da pasta e seus assessores diretos, com o uso da fabulosa verba desse ministério sendo direcionadas, prioritariamente, para amigos, correligionários e irmãos de fé, mostra que o problema a afligir todo o sistema de educação do país perpassa todas as hierarquias, atingindo, de forma igualmente ilegal todos os operadores da educação, do ministro ao aluno mais modesto.
Trata-se de uma questão sistêmica a afligir todo o edifício da educação em nosso país e a possibilidade de que essa enorme estrutura venha a se colapsar por completo. Em meio a esse desmoronamento do sistema, os pais parecem viver um pesadelo, pois são obrigados, por lei, a mandar seus filhos para a escola a partir dos quatro anos. Aos casos escabrosos de facadas, tiroteios, tráfico de drogas, camisa de força, torturas, ameaças e espancamentos, ocorridos quase que diariamente dentro e nas proximidades das escolas, juntaram-se também o episódio em uma creche, em Vila Formosa (SP), em que diretora é a principal suspeita de torturar, sadicamente amarrando e prendendo os bebês em quartos escuros, e cometer crimes só vistos em pesados filmes de terror.
Não há como negar que, de cima a baixo, o que a população brasileira tem como sistema de educação, mesmo com a verba para esse ano ultrapassando a casa dos R$ 140 bilhões, é um caso de polícia, com as escolas e o próprio ministério cercados pelos agentes da lei, com todos de mãos levantadas, num salve-se quem puder.
O reforço no batalhão escolar, como determinado agora pelo GDE, com varreduras e outras medidas preventivas de ordem policial, mostram que ainda estamos muito longe de uma escola ideal, capaz de inserir o país no século 21.
A frase que foi pronunciada:
“A pesquisa e o estudo a partir das vertentes imagísticas estão apenas começando. Somente o ponto do iceberg despertou. A partir do século 21, os interessados neste assunto devem se dedicar intensamente, pois, das imagens surgirão não só revelações sobre o corpo psicológico e físico, como descobertas das potencialidades mentais dos seres humanos. As descobertas futuras sobre o inconsciente revolucionarão a história da raça humana.”
Nise da Silveira
Nise da Silveira. Foto: Alexandre Sant’Anna/SAÚDE é Vital
De repente
Só pode ser influência política porque não faz sentido em termos de engenharia. Em plena curva, uma parada de ônibus de cada lado e a velocidade que era 80km/h passa para 40 km/h. Estão preparando os novos pardais no Trecho 11 do Setor de Mansões do Lago Norte com essa novidade.
Charge: Julinho
Burocracia
Faltam mais técnicos na Novacap para agilizar a liberação do habite-se. São muitas as reclamações vindas do novo bairro do Taquari. A companhia cobra, por exemplo, que cada lote tenha dispositivos de contenção de águas pluviais. Só assim liberam o habite se. Acontece que a Adasa implementou um reservatório de águas pluviais a poucos metros da área cobrada, o que, segundo a lei dispensa os moradores dessa obra. (Artigo 5° § 3º da Lei Complementar 929/2017)
Foto: novacap.df.gov
Choque de realidade
Alguém teve paciência de colecionar capas de revistas desde o ano 2003. Uma retrospectiva interessante para atravessar notícias fakes e colocar o pé na realidade. Disponível no link: Choque de Realidade – Canal Visto, Lido e Ouvido no Youtube.
História de Brasília
Não funciona, não é por isso não. É porque todos os ministros são uns eternos turistas e o que é pior, turistas sem planos. O ministro da Viação, que faz planificação de trabalho, pode apresentar resultado positivo. Os demais, coisissima alguma. (Publicada em 20/02/1962)

Bancada do paraíso

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Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

 

         Existe uma diferença estelar entre o que é hoje, sob o pseudônimo, “bancada evangélica” e o próprio Evangelho, conforme apresentado no Novo Testamento da Bíblia Cristã. Mesmo quanto ao significado dessa palavra grega, traduzido como “Boa-Nova”, essa distância só poderia ser aferida com a utilização de unidades de medidas astronômicas (au), ainda mais quando se analisa, de perto, o real significado e o que é, e pretende, de fato, essa bancada, organizada sob a falsa pele do evangelismo.

        De boa-nova, já se sabe, nada trazem de bom e que possa ser aproveitado pelo eleitor, mesmo aqueles cujo fanatismo turva a visão e a razão. Trata-se aqui de uma bancada que, à semelhança das bancadas do boi e da bala, é organizada apenas para somar forças e, com isso, garantir o máximo possível de vantagens para cada um, isoladamente, e para seus nichos específicos, dentro da autêntica e velha máxima do “toma lá, dá cá”. Não há boa-nova possível em práticas velhas, assim como não é prático colocar-se remendo novo sobre tecido velho. Ainda que fôssemos imaginar que a formação de uma bancada dessa natureza obedeceria às regras do jogo que é jogado no Legislativo, ainda assim estaríamos diante de uma aberração e negação do que seria uma boa-nova.

        Quando se trata de um jogo viciado, recorrente dentro do parlamento, em que as boas práticas da ética são postas de lado, e quando o próprio sentido de República é, seguidamente, conspurcado em benefício de um individualismo tacanho, não há alcunha possível capaz de nomear qualquer grupo político, muito menos com o carimbo de evangélico. O que se tem aqui é o mais puro “Homo Homini Lupus”, numa briga feroz e em que, ao cidadão, caberá o que cair da mesa do banquete.

        A questão curiosa aqui é porque o cidadão e eleitor jamais foi brindado com a formação da bancada da ética ou a bancada dos princípios republicanos. Ou mesmo com a criação da bancada da lei, dos fins dos privilégios e outras do gênero, que viessem impor o mais básico dos princípios: o povo paga e manda. Não surpreende, pois, que, como ocorrem com outras bancadas de pressão política, os escândalos se sucedem nesse nicho evangélico, como numa rotina monótona e pachorrenta do cotidiano.

A separação entre Igreja e Estado, princípio básico do modelo republicano e dos direitos humanos fundamentais, é relegado a terceiro plano, quando forças políticas, camufladas de religiosos, passam a interferir no ordenamento do Estado, exercendo pressão negativa para renúncias de impostos, para a indicação de membros dessa e daquela igreja para ocuparem cargos dentro dos Três Poderes e outras estratégias que, na visão do idealizador, viria a ser o cristianismo, pertenceria apenas aos césares e àqueles que encontraram, nas benesses e mordomias do Estado, o céu ou o paraíso.

        O escândalo do momento, envolvendo o atual ministro da educação e um grupo de evangélicos que, supostamente, estariam sendo favorecidos com o orçamento bilionário dessa pasta, é apenas a ponta menor e visível de um gigantesco iceberg a remover o leito do oceano e a mistura, o que é de Deus e o que não é.

 

A frase que foi pronunciada:

De todos os homens maus, os homens maus religiosos são os piores.”

C.S. Lewis

O escritor britânico C.S. Lewis, em 1950 John Chillingworth/Picture Post/Getty Images

Personalidade

Muita gente não sabe, mas a mãe do jornalista Chico Sant’Anna foi uma das primeiras professoras na Casa Thomas Jefferson em Brasília. Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, conhecida como Mrs. Sant’Anna. Depois lecionou inglês no Gila-Ginásio do Lago, francês na Aliança Francesa e português na Escola Americana. Chegou em Brasília em abril de 58 com os 4 filhos. Chico Sant’Anna tinha 6 meses de vida

Ela está sentada no banco de trás. O local é o canteiro de obra da SQS 106. O fotógrafo, Cláudio Sant’Anna

Eleições, nada mais

Mais uma vez, os donos das mídias sociais atacam. Para empresários e em vários seguimentos de trabalho, a lista de transmissão no WhatsApp facilitava a comunicação. Agora, com a atualização, foi extinta. Parece que nada mudará esse ano.

Imagem: techtudo.com

Furos X Furadas

Em 28 de setembro, nas últimas eleições, o mais conhecido instituto de pesquisa paulista apontou a vantagem de Haddad: 45% para o petista, contra 39% de Bolsonaro. A Dilma seria senadora, João Doria iria para segundo turno, Zema estava na lanterna. É sempre bom voltar ao passado apenas para estudar.

Charge do Sinfrônio

Empoderamento

Dentro das iniciativas de valores femininos, está o Festival de Filmes de Mulheres. Para quem se inscreve na página, as opções são variadas. Veja na página: https://womensfilmfest.com/.

História de Brasília

O deputado Raul Pilla acusa o sr. João Goulart pelo não funcionamento do regime. Ora, se um homem pode atrapalhar um regime, é mais fácil o regime não prestar, que o homem. (Publicada em 20.02.1962)

Buraco de Tatu

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          Por suas consequências imprevisíveis, um erro de estratégia, cometido por apenas um indivíduo, do alto do Monte Olimpo de seu próprio ego, poderá levar à extinção da vida, como a conhecemos, sobre todo o planeta. Aliás, essa é uma das questões a atormentar a humanidade, desde os primórdios da civilização: como pode um único indivíduo decidir o destino de bilhões de outros? Milhares de anos de história do homem sobre o planeta, com todo aprendizado que acumulou ao longo dos séculos, e essa é ainda uma incógnita sem solução.

        Essa é também uma questão a ser resolvida o mais urgentemente possível, para pôr fim à escalada da guerra que Putin declarou à Ucrânia. O que os analistas dos mais diferentes matizes ideológicos e, principalmente, aqueles que acompanham de perto esse conflito dizem é que o poderoso exército russo parece ter caído numa espécie de areia movediça, afundando cada vez mais e a cada movimento.

        O que muitos comandantes parecem ir percebendo é que tomar a Ucrânia no braço e na bala, e em poucos dias como estava programado no início da invasão, é uma tarefa impossível. Mesmo os bombardeiros cegos contra alvos e contra a população civil, como meio de baixar a moral dos ucranianos, parecem não surtir efeito.

        De fato, Putin encontrou o que buscava há anos: seu Vietnan, atolando centena de milhares de soldados numa guerra sem fim e cujo desfecho, caso o ditador russo resolva essa parada com um artefato nuclear, significará uma vitória de pirro, obtida a um alto preço, com o preço de milhões de vidas e onde os benefícios da conquista ficarão sempre aquém das perdas e prejuízos. Essa, inclusive, poderá ser a derradeira batalha em que se mete o tirano eslavo.

        Seu prestígio pessoal e daqueles que interesseiramente o apoiam internamente é igual a zero no lado ocidental do planeta. Mesmo para a China, que apoia esse e outros ditadores como o Kim Jong-un, da Coreia do Norte, Putin vem se tornando um peso difícil de carregar. O pior nessa história toda, e que parece ter tido início numa noite mal dormida do presidente da Rússia, é que o efeito dominó, gerado pela invasão da Rússia a um pais democrático e soberano, vem provocando uma corrida, sem precedentes, desde a Segunda Grande Guerra, aos armamentos.

        Países como Alemanha, que se acreditava nunca mais pensar em armas de guerra, afirmam que investirão bilhões de euros em produtos bélicos. Do mesmo modo, o Japão vem reforçando seu poderio militar. O mesmo para a maioria dos países que faziam parte do bloco da antiga União Soviética, todos assustados com as possibilidades reais de futuras invasões. Nessa altura dos acontecimentos, vai ficando claro que a resistência dos ucranianos se deve muito aos investimentos feitos polos Estados Unidos, no treinamento e no fornecimento de armamento para seus exércitos.

        Também o envolvimento da OTAN nesses episódios mostra que já existe uma escalada dessa guerra a envolver outros atores, o que indica não só um agravamento do quadro, mas uma possibilidade de que essa crise irá se estender por muito tempo. As vias de fato, envolvendo muitos países diretamente nesse conflito, virão quando for percebido que os resultados do bloqueio econômico e das retaliações já não surtirem o efeito desejado.

        Nós que nos encontramos aqui no Planalto Central do Brasil, a milhares de quilômetros de distância desse conflito, temos, também e forçosamente, que ficarmos preocupados com os efeitos dessa guerra que recrudesce a cada dia. Caso todo esse conflito resulte na utilização de armas nucleares, não haverá buraco de tatu ou coruja, por mais profundo que seja, para nos esconder e abrigar.

A frase que foi pronunciada:

Não vamos desistir e não vamos perder, vamos lutar até o fim… custe o que custar.”

Volodymyr Zelensky da Ucrânia (2022) e Winston Churchill (1945)

Falta aluno

Até o dia 31 deste mês, o Jardim de Infância “21 de abril” estará aceitando crianças do 2º período, com 5 anos completos. A demanda está baixa. A escolinha fica na Entrequadra Sul 708/908. Contato: 995756526

Foto: facebook.com/jardimdeinfancia21deabril/

Dona Norma

Muita gente não sabe, mas a mãe do jornalista Chico Sant’Anna foi uma das primeiras professoras na Casa Thomas Jefferson em Brasília. Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, conhecida como Mrs. Sant’Anna. Depois lecionou inglês no Gila-Ginásio do Lago, francês na Aliança Francesa e português na Escola Americana. Chegou em Brasília em abril de 58, com os 4 filhos. Chico Sant’Anna tinha 6 meses de vida.

 

Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, sentada no banco de trás. O local é o canteiro de obra da SQS 106. Foto: Cláudio Sant’Anna

De olho

Região de proteção ambiental sob a jurisdição do Paranoá está sendo invadida. Cercaram e destruíram o cerrado. Moradores da região vão formalizar a denúncia aos órgãos competentes. É hora de a população participar da proteção da cidade.

 

Celeuma

Por falar nisso, moradores estão de lupa na LUOS. O deputado distrital Eduardo Pedrosa elaborou emendas que autorizam escolas em residências e, em breve, serão votadas em plenário. Manifestem-se enviando um e-mail para o deputado (dep.eduardopedrosa@cl.df.gov.br).

Imagem: lagosul.com.br

História de Brasília

O professor Soriano Neto, que dizem, inspirou o desenhista Péricles a criar o Amigo da Onça, foi, ontem, exonerado do cargo de diretor da Faculdade de Direito do Recife. (Publicada em 20.02.1962)

Antes que seja tarde demais

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Foto: Reprodução/Vídeo

 

         Sejam quais forem os diagnósticos, de cunho didático e pedagógico, que venham a ser elaborados pela Secretaria de Educação, para traçar medidas que visem pôr um fim à onda de violência que grassa nas escolas públicas em todo o Distrito Federal e nos arredores sob sua jurisdição, um fato é inconteste e incontornável: a falta de uma disciplina rígida e decisiva que venha instituir o que poderia ser um modelo de “tolerância zero” às regras pré-estabelecidas. Sem essa premissa, quaisquer medidas brandas e sem coragem irão se tornar paliativos e unguentos do tipo ineficaz e falso. Mais uma vez a leitura invertida das leis promove essa algazarra nas instituições de ensino.

        As ocorrências policiais, inclusive com crimes mortes, ameaças e tentativas de assassinatos que a sociedade vem assistindo, dentro e nas portas dos colégios públicos, até de uma forma corriqueira nos noticiários, não podem ser toleradas em nome do que quer que seja, muito menos em nome da democracia e da liberdade. Há muito, já se sabe, que escola não é reformatório ou instituição para albergar menores infratores.

        Ou as autoridades entendem que as escolas públicas representam um portão de entrada para a vida em sociedade, ou estaremos permitindo, por nossa inanição, que menores e outros indivíduos adentrem o meio social para delinquir sem limites. Ou as escolas entendem essa missão, ou estaremos diante de um fenômeno que irá piorar uma situação de violência endêmica que já é presente em nossa sociedade e que tantos males têm causado ao nosso país.

        Há aqui um dilema que precisa ser resolvido com urgência: ou as autoridades da educação adotam medidas efetivas para afastar, com severidade, do convívio das escolas, essa minoria de malfeitores, que infesta os demais alunos, ou estaremos reféns, como é o caso da maioria das metrópoles brasileiras, onde a violência toma conta de tudo, enxugando gelo com cotonete.

        Campanhas pedagógicas e outras modalidades de prevenção brandas não surtem efeito, quando o assunto é a perda total da racionalidade e da humanidade. Delitos são delitos dentro e fora das escolas. Crimes, independente do ambiente onde ocorram, são crimes e devem ser encarados e punidos, com o mesmo rigor, independente do autor ser aluno, estudante, corpo discente ou o que quer que seja.

        Não se pode tolerar que criminosos ou aprendizes do crime convivam livres e soltos com outros alunos dentro das escolas. É preciso entender que a sociedade ou, mais precisamente, os contribuintes não podem mais arcar com a tremenda carga tributária, e que custos, cada vez mais elevados, sejam destinados ao ensino, quando se assiste que tipo de ensino e que tipo de escolas estamos bancando.

        A continuar nesse processo de decadência, que parece ter tomado conta do ensino público, com escolas se transformando em territórios livres e sem controle, para drogas, brigas, mortes e total desrespeito ao corpo docente, o passo seguinte será a introdução do modelo de administração militar em toda a rede. Por certo, essa seria uma medida extrema, mas estamos falando em situações extremas, semelhantes àquelas vistas em nossas penitenciárias. Com a campanha pelo fim das famílias, a coisa tende a piorar. Rastreie-se cada aluno delinquente e a origem será na falta de pai e mãe orientando, presente e estimulando a galgar por uma realidade melhor. Já repetia o filósofo de Mondubim: Se filho não precisasse de pai e mãe, nascia numa árvore e quando estivesse maduro cairia.

        Há uma rebelião silenciosa na sociedade e dentro das escolas públicas que precisa ser contida, antes que seja tarde demais.

 

A frase que foi pronunciada:

Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.”
Rubem Alves

Rubem Alves. Foto: Divulgação

Doação

Mais uma vez o hemocentro convoca doadores de sangue. Dessa vez a carência de B negativo e O negativo preocupa. O número de telefone disponível na Internet está sempre ocupado: 3327-4413. O hemocentro fica perto do Edifício de Clínicas na Asa Norte.

Emoção

Podcast Joga Solto abre o primeiro programa com o João José Viana, o Pipoca, atleta histórico do basquete. Com os estúdios em Brasília, a iniciativa é uma ferramenta importante para pesquisa e conhecimento do esporte na capital. Veja a seguir!

 

Personalidade

Muita gente não sabe, mas a mãe do jornalista Chico Sant’Anna foi uma das primeiras professoras na Casa Thomas Jefferson em Brasília. Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, conhecida como Mrs. Sant’Anna. Depois lecionou inglês no Gila-Ginásio do Lago, francês na Aliança Francesa e português na Escola Americana. Chegou em Brasília em abril de 58, com os 4 filhos. Chico Sant’Anna tinha 6 meses de vida.

Norma Corrêa Meyer Sant’Anna, sentada no banco de trás. O local é o canteiro de obra da SQS 106. Foto: Cláudio Sant’Anna

História de Brasília

Diz o deputado Ernani Sátiro, que o garçom teria oferecido ao embaixador vinho do sul de Minas e teria, ainda, recebido do sr. Afonso Arinos, esta declaração: “não, quero do Rio rande, que manda mais…” (Publicada em 20.02.1962)

Tempo de hienas

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Charge do Alpino

      Quando, há dois anos, um leitor afirmou que não demoraria muito tempo para que a nossa tão desacreditada justiça mandasse devolver todo o dinheiro que foi desviado pela turma petista da Petrobras e de outras estatais, assim como dos fundos de pensão e de todos os locais onde essa gente raspou os cofres, teve gente que duvidou que tal audácia, mesmo vinda das altas cortes do Olimpo, seria possível.

        Depois da decisão do Supremo Tribunal Federal, decretando a “descondenação” do artífice mor do mensalão, tudo dentro da novilíngua jurídica da era lulista, todo o resto desse capítulo, de nossa infame história, parece seguir seu rumo natural, ou, pelo menos, as estratégias que as altas cortes traçaram para possibilitar que o ex-condenado Lula volte a subir, com pompas e circunstâncias, a rampa do Palácio do Planalto.

        Caso isso aconteça, com ele estarão subindo, à tal rampa palaciana, toda essa gente que participou, direta e indiretamente, do maior caso de corrupção já visto na história do país. Com ele, virão ainda os mesmos meneios malandros dessa arte degenerada de fazer política, as mesmas táticas e artimanhas para sangrar o Erário Público e todo um passado sinistro que se supunha ter encerrado, no momento em que as chaves da prisão desse personagem deram três voltas na fechadura pondo fim a uma saga de crimes.

        Alguns meses se passaram, tempo suficiente para a poeira do esquecimento começar a cobrir esse caso, e os ministros supremos, como já era previsto, decidiram libertar Lula do catre e devolvê-lo às ruas. Não às ruas, propriamente dita, porque nesse ambiente aberto e onde reina a voz solta da população, Lula não se atreve desfilar. Isso, de certa forma, criou uma espécie de prisão para quem se gabava de ser o maior líder popular de todos os tempos. Lula vive hoje amasiado dentro de nichos fechados, onde só entra gente escolhida por ele. Nem nos aeroportos é visto. Lula é prisioneiro de suas aldrabices, resumindo sua existência ao mundo virtual das mídias sociais.

        Aberta a Caixa de Pandora pelo STF, toda fumaça funesta ali contida vai se espalhando pelo ar, contaminando a todos, principalmente os operadores de justiça, que agora vêm, na Lava Jato, um mal a ser imediatamente apagado das páginas de nossa história, para que as futuras gerações não vislumbrem a possibilidade de fazer renascer, no Brasil, os elementos básicos de toda e qualquer justiça, digna do nome. O fato é que, a par i passo, todas as pegadas, ainda vivas, que levam às cenas dos crimes, precisam ser desfeitas. Realizada essa tarefa suprema, resta, como seria óbvio e ululante, devolver aos pseudo-inocentados e “perseguidos” políticos, todo o espantoso volume desse butim, orçado em bilhões de reais.

        A eles, para que a justiça seja feita, nesses moldes que aí estão, caberão ter de volta toda essa dinheirama, para que assim se cumpra o ditado que diz que justiça pela metade não é justiça. Para começar esse estorno às algibeiras de origem, não as estatais ou aos cofres públicos, como seria correto num país decente, o STJ, que anteriormente havia condenado esse triste personagem, decidiu que a devolução dessa dinheirama deve começar pelo pagamento de uma indenização, feita pelo ex-chefe da Operação Lava Jato, Deltan Dallangnol. a ninguém menos do que ao próprio Lula, a quem chamou de chefe de quadrilha.

        Por sua aberração ficcional, só vendo aquele capítulo que mostra o criminoso Pinguim, como figura pública respeitável, perseguindo o Batman, numa trama às avessas e que parece anunciar um tempo de hienas.

 

A frase que foi pronunciada:

É só cruzar as faturas que eu emiti com a contabilidade do PT para ver se a campanha de 2002foi paga por dentro ou por fora.”

Duda Mendonça

Foto: Estadão Conteúdo (15.mar.2006)

 

Apoio

Com participação na FEBRACE (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia), alunos do Colégio Militar do Recife precisam de muitas visualizações na Internet para que os brasileiros conheçam o projeto. Veja a seguir.

Outro mundo

Ambientes que eram seguros para se viver agora não são mais. O útero, que deveria ser o lugar mais cuidado pela sociedade, virou terra de ninguém. Seres humanos são jogados no lixo. Escolas, onde os pais levam os alunos pelas mãos pensando no futuro, registram ocorrência de violências tanto físicas quanto psicológicas.

História de Brasília

O senador Afonso Arinos representante do Brasil junto à ONU, como chefe de delegação, almoçou, ontem, sem protocolo, na Churrascaria do Lago. Tirou o paletó, pôs à mostra seus suspensórios pretos comeu frango com salda e tomou vinho Granja União Bonarda. (Publicada em 20.02.1962)

Eleição virtual e verdades fakes

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Charge: Caio Gomez
Com a urna eletrônica associada à disseminação das mídias sociais e com grande número de plataformas digitais à disposição de todos, os candidatos passam, num átimo, de personagens reais a virtuais, deixando, portanto, sua existência física e se juntando ao universo do faz de conta, onde as possibilidades são infinitas, inclusive aquelas relativas à condução do eleitor para o mundo da fantasia ou à Terra do Nunca.
Os perfis dos políticos a pleitearem cargos públicos eletivos também se multiplicam, de forma exponencial, criando um mundo infinito de imagens a se misturar entre verdades escassas e mentiras abundantes. De longe, todos parecem perfeitos e ajustados à mecânica da democracia. De perto e ao vivo, são os mesmos de sempre, avessos a eleitores fora do período de campanha, agrupando-se em bancadas que mais parecem bandos, donde passam a legislar em prol do grupo e diretamente em beneficio próprio e de seus mais próximos.
São, como no tempo do fogão a lenha, avessos a mudanças, ao progresso e à modernidade institucional, que poderiam aperfeiçoar a administração pública e tirar o Brasil do atraso endêmico em que se encontra desde a chegada do primeiro invasor em 1500. Para tanto, rechaçam medidas que poderiam atalhar a impunidade perpétua, como a prisão em segunda instância ou o fim do foro privilegiado.
Ao contrário, aprovam, em ritmo acelerado, projetos para liberar cassinos, facilitando a vida do crime organizado, que poderá contar, doravante, com um misto de banco oficial e lavanderia de dinheiro. Autores desse e de outros crimes contra a população, como é o caso da flexibilização da Lei de Improbidade Administrativa, estão agora protegidos duplamente tanto pelo foro quanto pelo fato de habitarem no mundo virtual.
Mesmo atributos éticos como a verdade, ganham nesse novo espaço irreal uma nova roupagem na figura de verdade virtual, tão etérea e impalpável que, ao primeiro vento, se dissolve no ar. O perigo da democracia virtual, nos moldes como ela vem sendo implantada em nosso país é a de que percamos, definitivamente, a chance de mudanças. Mudanças que venham em benefício do cidadão, e não aquelas que são erguidas para gaudio de uma elite no poder.
É justamente esse “virtualismo” que vai nos levando de um ponto, em que os princípios da ética humana e espiritual eram dogmas aceitos para o bem coletivo e individual, para uma situação em que todo um ambiente de velhas novidades é erguido apenas para a redenção de uns poucos e a condenação de muitos.
Dentro desse novo conceito, apresentado nas telas de vídeo, os políticos parecem estar em toda par te, junto ao eleitor, experienciando suas dores e aflições. Mas, de fato, estão longe, em ambientes como resort de luxo, à beira-mar ou em seus iates, onde projetam suas presenças. Vistos por trás das câmeras, da cintura para cima, estão trajando ternos e gravatas. Da cintura para baixo estão de tangas e de chinelo de dedos num eterno Il dolce far niente.
Somente em um mundo dessa natureza, onde o eleitor e o cidadão, sequer figuram, é que se torna possível, e sem resistência mesmo de caráter ético, candidaturas ao mais alto cargo da vida pública, de personagem recém-saído da prisão, onde cumpria parte de uma pena por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes, que, para o cidadão comum, resultaria até em pena capital. Pelo menos nesse mundo virtual, onde a sorte de todos os eleitores é lançada num jogo viciado, os cidadãos são poupados de sentir os maus odores que emanam desses mortos-vivos a perturbar a nação.
A frase que foi pronunciada:
“O mundo virtual é uma ‘praça pública’ muito mais vasta que a Praça da Paz Celestial. E você não pode enviar os tanques para esmagar internautas.”
Jared Cohen
Jared Cohen. Foto: perfil oficial de Jared Cohen no Twitter
Pode ou não?
Leitor envia vídeo comprovando o comércio em lata na parada de ônibus da 515/516 Sul. São quase 10. Enquanto isso, Brasília legal manda morador derrubar a rampa da garagem porque está fora do padrão, de lugar legalizado, com todas as taxas e impostos pagos. Vai entender! Confira no canal do Visto, Lido e Ouvido no YouTube clicando no link: Pode ou não?.
Atenção, pais!
No portal da Nova Escola, há dicas excelentes para o uso da tecnologia na Educação. Veja a lista no link: 7 ferramentas digitais que ajudam na alfabetização.
Ilustração: escolagames.com
História de Brasília
A história é longa, mas é mais ou menos assim: antigamente, quando um pobre ia parar no hospital, e não tinha dinheiro para pagar, assinava uma promissória, que ficava na tesouraria do hospital. Como o número de promissória era muito grande, resolveram mandar cobrar. Os colaboradores recebiam e não prestavam conta, e, o mais grave, recebiam de uns médicos e de outros não, havendo, então, a denúncia de que alguns médicos pagavam propinas aos cobradores para receberem de seus doentes. (Publicada em 20/02/1962)