A fumaça das urnas eletrônicas

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: bbc.com

 

       Onde há fumaça, – ecoava o filósofo de Mondubim -, há fogo! O que ninguém pode negar hoje é a existência de uma colossal nuvem de fumaça pairando e encobrindo toda a área que abrange desde o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), passando pelo supremo (STF), englobando parte do Legislativo (Câmara e Senado) e indo lançar suas sombras sobre do Executivo Palácio do Planalto e Ministério da Defesa.

        O denso fumaceiro, com forte cheiro de coisa queimada, não é um fenômeno recente. Há tempos, toda aquela área, onde se concentram as sedes dos Poderes do Estado, vem sendo encoberta por essa espessa cortina branca, que pode ser vista de longe, inclusive do espaço. Para os mais atentos e que não se deixam levar por certezas absolutas, num tempo de incertezas devolutas, há indícios de que qualquer coisa está ardendo e produzindo muita fumaça.

        Os noticiários do país, mesmo aqueles que tecem os fatos sob a diáfana luz das ideologias, não podem ignorar a existência desse fenômeno, sob pena de fecharem os olhos para o que pode estar ocorrendo bem debaixo do nariz de todos. É preciso levar, até as últimas consequências, as acusações, feitas pelos principais próceres da República, tendo à frente ninguém menos do que o próprio chefe do Executivo, sobre a lisura das urnas eletrônicas, sua pretensa inviolabilidade e, pior, quaisquer possibilidades de fraudes na apuração e na contabilidade dos votos nas eleições de outubro deste ano. Bate boca e outras discussões políticas sobre a funcionalidade das urnas eletrônicas de nada adiantam, enquanto todas as informações não forem amplamente disponibilizadas, esclarecidas e transparecidas, tanto para os diversos candidatos, como para os eleitores.

        Não há possibilidade de uma aceitação pacífica sobre o dito modelo eletrônico de votação, apenas com base no que afirmam para a imprensa os ministros do TSE. Mesmo com todas as vênias e o reconhecimento à capacidade e honestidade de cada um no comando desse pleito, é preciso notar que estamos diante de sérias denúncias, feitas inclusive pelo ocupante do mais alto cargo do Executivo.

        Ou se esclarecem essas e outras dúvidas, ou qualquer resultado que venha após o fechamento das urnas poderá gerar conflitos de grandes proporções. A polarização política extremada exige que a luz da verdade ilumine todo o processo. Pensar que toda essa confusão, que pode descambar em lutas fratricidas poderia, muito bem, ser resolvida apenas com a adoção do voto impresso. Não há porque o tribunal negar a solicitação do presidente Bolsonaro para que as Forças Armadas também acompanhem a contagem dos votos em parceria com o TSE para uma apuração compartilhada. Que perigo haveria nisso?

       De nada adianta a presença de observadores internacionais ou mesmo de auditorias contratadas, como quer agora o presidente Bolsonaro, se permanecerem dúvidas e outras interrogações que o pessoal especializado não sabe responder. Ou por falta de conhecimento técnico, ou por falta de acesso ao sistema. O que se sabe é que tecnologia alguma está 100% seguram de invasão hacker. Se existe impossibilidade de conferência e apuração dos votos, paralelamente àquelas feitas pelas urnas eletrônicas, que seja implementada em nome da paz e para a segurança daqueles que irão votar e para os próprios candidatos.

        Até agora, as interrogações feitas pelo pessoal especializado do Exército não foram devidamente respondidas. Eleições dão trabalho. Mais trabalho ainda darão as possíveis consequências que se seguirão, caso as dúvidas não sejam todas sanadas. Na Bíblia, em Jeremias 17:5, está o aviso: Maldito o homem que confia no homem. Em tempos difusos como o nosso, esse trecho poderia ser adaptado para a seguinte sentença: Maldito o homem que confia no voto eletrônico.

 

A frase que foi pronunciada:

“A ignorância de um eleitor em uma democracia prejudica a segurança de todos.”

John F. Kennedy

John Fitzgerald Kennedy. Foto: bbc.com

 

O outro lado

Sobre as questões colocadas pelas Forças Armadas sobre as urnas ao TSE, o tribunal esclarece que “cabe destacar que são apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades. As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido.” Sendo assim, a população aguarda as respostas.

TSE. Foto: tse.jus

 

Revisão já

Vicente Limongi traduz as palavras dos moradores do DF. O valor do IPTU subiu de forma desigual aos salários. Deve ter havido algum erro no processamento de dados. Limonge protesta quanto ao valor pago: “Como pagador de impostos, não sou beneficiado em rigorosamente nada. A insegurança é brutal. Mesmo com alarme. O asfalto é remendado ou esburacado. A luz costuma falhar. Demora a voltar. As calçadas são sujas e quebradas. O matagal e a sujeira tomam conta dos lotes. O transporte público é tenebroso. A polícia não contém a barulheira das festas intermináveis. Quando chove, transbordam os bueiros da pista principal, alagando os gramados.”

Charge do Arionauro Cartuns

História de Brasília

O pessoal da Cidade Livre que se mudou para a Asa Norte está vivendo momentos difíceis. A Prefeitura localizou as residências numa quadra que, posteriormente, foi vendida ao Exército. (Publicada em 23.02.1962)

Senhores do caos

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Foto: agenciabrasilia.df.gov

 

          Não passa um dia sequer sem que as manchetes dos noticiários locais tragam, em letras garrafais, notícias sobre a escalada da criminalidade e da violência na capital do país. Foi-se o tempo em que Brasília era uma cidade pacata, como muitas no interior do país, onde as ocorrências policiais, com raras exceções, eram fatos pitorescos. Esse tempo, perdido no longo corredor da memória, é ainda lembrado por muitos que conheceram a cidade nos seus primeiros anos de existência.

        Os brasilienses observavam o Brasil à distância. A violência era então um problema que parecia afligir apenas outros estados, há centenas de quilômetros. No Plano Piloto, que naquela época era a principal e mais populosa área urbana da capital, era comum os moradores deixarem os brinquedos das crianças e outros objetos debaixo dos blocos ou nos parquinhos próximos, assim como os carros abertos, já que as ocorrências de roubos eram baixas, quase inexistentes. Andar pela cidade a qualquer hora do dia ou da noite era um prazer seguro e comum.

        Essa espécie de paraíso de tranquilidade e paz durou aproximadamente até o início da chamada emancipação política da capital. De lá para cá, o clima citadino mudou de água potável para água contaminada, com a cidade se igualando e até superando muitas capitais do país quando o assunto é insegurança pública. A explosão demográfica e repentina experimentada pela capital não teve paralelo em outras partes do país.

        Do dia para noite, os políticos locais estreantes tomaram posse da cidade, fazendo dela o que seus colegas sempre fizeram em outras partes do país, que é, basicamente, usar a população para alcançar seus objetivos pessoais inconfessáveis. Sem o que oferecer aos seus novos eleitores, esses personagens da política local, muitos de triste memória, passaram a utilizar as áreas públicas, mesmo aquelas dentro de polígonos de preservação como moeda de trocas políticas, dentro da lógica: um voto, um lote.

        Deu no que deu. A cidade, antes meticulosamente planejada para atender às necessidades nacionais de administração, tendo sido, inclusive, por seus méritos arquitetônicos e urbanos, elevada, merecidamente, a patrimônio cultural da humanidade, um status de grande importância internacional, é hoje apenas mais uma cidade brasileira, cercada de miséria e de violência pelos quatro lados.

        Por enquanto, as estatísticas oficiais apontam, a cada dia, mais de quarenta ocorrências de roubos registradas na cidade. O número de quadrilhas, cada uma especializada em determinado nicho do crime, multiplica-se. Integrantes do temido PCC são vistos no Distrito Federal. O tráfico de drogas nunca lucrou tanto. Os casos de assassinatos e de latrocínio aumentaram assustadoramente.

        Todos os dias, os noticiários locais apresentam o retrato de uma cidade em que a criminalidade avança sem parar. Não bastassem essas mazelas, que comumente sempre atingiram outras partes do país, Brasília vai, lentamente, perdendo sua antiga qualidade de vida, substituída por uma modernidade que nada mais é do que o avanço da poeira e da confusão.

        O abandono de superquadras inteiras tomadas pelas invasões de áreas públicas e por um número crescente de barracos de latas, que nascem e se multiplicam como mato, vendendo de tudo, mistura-se ao lixo e ao desmazelo com as áreas verdes.

        Carros estacionam em cima dos gramados. Andar à noite pela cidade é correr sério risco de morte. O barulho, a poluição visual e o desrespeito são regras gerais, tanto no Plano Piloto como nas administrações regionais. Quem manda, de fato, hoje em Brasília são políticos locais. Eles querem exatamente esse caos generalizado, porque é dele justamente que colhem os frutos podres de suas seguidas eleições.

        O centro da cidade, tomado por mendigos e viciados e outros marginalizados, é um retrato acabado da decadência do terceiro mundo. Não se vê policiamento em parte alguma. Mesmo que houvesse, não daria conta do recado, pelo número de arruaceiros que perambulam pelo centro da capital.

        Os governadores, todos eles, só pensam em obras vistosas e caras, capazes de chamar a atenção da população. O desrespeito às regras do tombamento é visto em toda a parte e ameaçam essa honraria. Por toda a parte se vêm a multiplicação de barracos de lonas, abrigando famílias inteiras que vivem nessas áreas públicas sem quaisquer condições humanitárias dignas e sem quaisquer controle dos órgãos de assistência social.

        Também esses serviços, dado o grande número de pessoas em estado de miséria, não dão conta de atender a tanta gente. Vive-se na capital um estado de caos permanente e crescente, com o Plano Piloto tomado por problemas sociais de todo o tipo.

        Essa é a herança, realmente maldita, que vai sendo deixada na soleira da porta das casas de todos os brasilienses, trazida pela invenção da política local. É nisso que se transformou a capital de todos os brasileiros, numa cópia, de um retrato em preto e branco, do que de pior há e havia no restante do país.

        A conhecida Teoria das Janelas Quebradas, na qual o Plano Piloto de Brasília insere-se hoje como um modelo exemplar, mostra, com toda a clareza, que, ao caos urbano e sem cuidados adequados, seguem todos os outros fatores de decadência, no qual a violência e os crimes são as consequências mais vistosas e as mais dramáticas.

 

A frase que foi pronunciada:

Se você for ver Brasília, o importante é o seguinte: você pode gostar ou não dos prédios, mas nunca poderia dizer que já viu algo parecido antes. Aquelas colunas finas, os prédios como penas tocando o chão, tudo isso cria um efeito de surpresa.”

Oscar Niemeyer

 

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

História de Brasília

O pessoal da Cidade Livre que se mudou para a Asa Norte está vivendo momentos difíceis. A Prefeitura localizou as residências numa quadra que, posteriormente, foi vendida ao Exército. (Publicada em 23.02.1962)

Vida e morte na balança das polêmicas

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Manifestantes protestam do lado de fora da Suprema Corte dos EUA após vazamento de um rascunho de opinião majoritária da corte contrária à decisão que legalizou o aborto no país – 02/05/2022                  Foto: REUTERS/Moira Warburton

 

         Decisões verdadeiramente polêmicas são aquelas que nem mesmo o tempo, agindo como senhor absoluto da razão, é capaz de esclarecer e apaziguar, retirando-lhes os pontos problemáticos ou nebulosos. Normalmente, essas decisões, tomadas sob a luz de determinado período histórico, pressionada pelo clamor popular ou pelo lobby político e econômico, permanecem se equilibrando num delgado limbo, até que outras razões venham se sobrepor, deixando o dito pelo não dito.

        Entre essas questões polêmicas, cuja validade e razões, volta e meia, forçam sua rediscussão, estão aquelas ligadas à vida, à morte, à dignidade da pessoa humana, sua individualidade e privacidade, entre outras do gênero. Decisões sobre a pena capital ou pena de morte, para todo e qualquer crime, são sempre questões a suscitar polêmicas, afinal dizem respeito à vida humana. Também assuntos relativos à tortura, mesmo em caso de segurança pública, acendem polêmicas de todo o tipo.

        É comum que países revejam casos de pena de morte, depois de anos de sua aplicação, depois de inúmeros sepultamentos, inclusive de inocentes, tendo como justificativa novos enfoques e outras razões que mostram a ineficácia desse método extremo no combate ao crime, ou mesmo por razões ditas humanitárias. Direto à vida ou sua antípoda, a pena de morte, em nossa sociedade moderna, quando colocadas na balança dos direitos, ora pende para um lado, ora pende para outro.

        Os tempos e as vontades mudam. Em guerras, como a que ocorre atualmente na Ucrânia, o governo russo resolveu aplicar a pena de morte, indistintamente e de forma cruel, aos milhões de cidadãos daquele país, por razões que ele aponta como estratégicas. De fato, não há direito absoluto à vida, que em parte alguma do planeta é respeitado. Cidadãos assaltados e mortos a toda hora nas ruas de nossas cidades não tinham o direito à vida assegurado na prática, como mandam, em teoria, as leis.

        Da mesma forma, um feto ou bebê, alojado indefeso no útero materno, mesmo que, em tese, já possua o direito inalienável à vida, pode ou não ter assegurado esse mesmo direito dependendo do que pretende a mãe durante o período de gestação. Sem dúvida alguma, o aborto é e será sempre uma questão polêmica, pois envolve, nessa equação, a vida e existência de um ser humano indefeso.

        Nesse caso específico, um xeque mate poderia, hipoteticamente, ser dado nessa polêmica, bastando que mães, daquelas mulheres que hoje defendem o aborto, fossem adeptas também dessa prática lá no passado. Quem teve direito a viver pode, em algum momento, cassar esse mesmo direito a outrem? Eis-nos diante de uma polêmica. No Brasil, o aborto é permitido legalmente, desde 1940, Lei nº 2.848), em caso de risco de vida da mulher e em caso de estupro.

        Em casos mais modernos, como a constatação de que o feto é anencefálico, passou a ser também permitido a partir de 2012. São, apesar de tudo, situações polêmicas e que, de uma forma ou de outra, acabam levando essas mães a procedimentos de interrupção de gravidez, o que, sem dúvida alguma, acaba acarretando diversos traumas paralelos posteriores.

        Entre aqueles que defendem o direito irrestrito ao aborto, em qualquer mês de gestação, com o argumento do direto absoluto sobre o próprio corpo, curiosamente, temas como a adoção de métodos preventivos e outros, capazes de evitar esse desfecho fatal, jamais são postos sobre a mesa.

        De forma até surpreendente, em todas essas polêmicas em torno do aborto, tanto no Brasil como em outros países, a questão parece ter ganhado ainda mais complexidade e controvérsias, quando o elemento político adentrou nessa discussão, partidarizando e ideologizando um problema que poderia ficar restrito a ambientes como a ética e a dignidade humana. A essas discussões, entram ainda elementos como abusos sexuais, feminicídio, abuso de drogas, gravidez precoce, abandono e outros problemas presentes, tanto no Brasil como e em grande parte dos países subdesenvolvidos.

        De um modo geral, esse é um problema de saúde pública a envolver a delicada questão do direito à vida. Quer os ditos progressistas queiram ou não, essa é uma polêmica que passou a ganhar grande expressão a partir dos anos sessenta, com os movimentos femininos, a emancipação da mulher, a pílula e outros avanços sociais das últimas décadas e ainda está longe de um consenso definitivo.

        Agora, quem volta a entrar nesses debates polêmicos são os Estados Unidos. Depois de meio século de aprovação, pela suprema corte americana, do direito ao aborto (Roe versus Wade de 1973), que foi baseada em uma mentira da grávida, a maioria conservadora dessa alta corte pode reverter essa decisão, com a possibilidade de tornar essa prática ilegal em 22 estados daquele país. Não há como negar a presença de vida no útero com equipamentos de alta resolução em 3D. O circo por lá voltou a pegar fogo com briga feia entre os chamados pro-choise e pro-life, antevendo um revival dessa polêmica que já se acreditava abortada e morta há 50 anos.

        Elementos de todos os lados dessa questão podem se estender por muito tempo, gerando ainda essa polêmica. O que se sabe com segurança é que, no intervalo dessas cinco décadas, enquanto permaneceu a autorização ao aborto nos Estados Unidos, cerca de sessenta e cinco milhões de bebês foram assassinados naquele paós, apenas segundo os números oficiais. Por outras projeções, esses números podem ser ainda expressivamente maiores. Nesse debate, como não poderia ser diferente, estão os democratas, como presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris, à favor do aborto e, do lado contrário, os republicanos, que querem a proibição desses crimes continuados contra a vida.

        Interessante ou até sinistro é registrar que aqui, na vizinha Argentina, onde o aborto foi legalizado, a defensora radical pró-aborto, Maria del Valle González López, de 23 anos, morreu após abortar legalmente naquele país, vítima de infecção generalizada e outras complicações durante esse procedimento.

        Para muitos, essa morte comprova que não é apenas com a legalização do aborto que mulheres estariam seguras. A razão é simples: essa é uma verdadeira questão polêmica a arrastar-se ainda por muito tempo entre nós e que só cessará em definitivo quando o valor à vida for igualado ao valor à morte.

 

A frase que foi pronunciada:

É “de esquerda” ser a favor do aborto e contra a pena de morte, enquanto direitistas defendem o direito do feto à vida, porque é sagrada, e o direito do Estado de matá-lo se ele der errado.

Luis Fernando Veríssimo

Luis Fernando Verissimo. Foto: redebrasilatual.com

História de Brasília

Vamos dar uma volta pela garage do bloco 1 dos ministérios. Dois dedos de pó no chão, não há servente para varrer e conservar limpo o local de trabalho, e, cada vez maior, o número de carros particulares consertados pelos mecânicos do Ministérios da Educação, da Prefeitura e dos TCB. (Publicada em 23.02.1962)

Desmemoriados e sem dignidade

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Foto do Duke

 

            Para Einstein, a diferença entre passado, presente e futuro era apenas uma persistente ilusão, já que o tempo é relativo a grandezas físicas como a velocidade. Uma dessas relações ilusórias do homem com o tempo é dada pela memória e é aí que tudo parece desvanecer como fumaça carregada pelo vento.

        O sentimento conferido pela velocidade e pelo volume dos acontecimentos atuais, que chegam até nós, em torrentes colossais, tanto pela internet, como por outras mídias instantâneas, parece soterrar o ser humano com toneladas de informações, ao mesmo tempo em que insere o indivíduo, de forma isolada, no meio de uma multidão de mais de sete bilhões de pessoas, todas elas borbulhando numa imensa bacia das almas, onde todos buscam explicações para o que seria esse holograma chamado vida.

        Não é por outra razão que atualmente muitos se indagam hoje sobre os mistérios do que parece ser o encurtamento do tempo. Não são poucas as pessoas que atualmente estranham como os dias parecem transcorrer em desabalada velocidade ladeira a baixo. Não há tempo suficiente para nada. No passado, os mais sábios já haviam previsto que chegaria um dia em que tempo passaria em nossa frente, com tamanha velocidade e pressa, que muitos seriam deixados para trás sem fôlego ou mesmo vontade de seguir adiante.

        Hoje se diz que os dias voam como horas e horas como minutos. Impressão ou não, o fato é que toda essa superagitação moderna, onde já não há, sequer, tempo para os outros que estão ao nosso lado, acaba tendo efeito também sobre a memória individual e coletiva. O sentimento que muitos experimentam é de que a memória foi empurrada para os porões do subconsciente, onde o acesso só é feito por meio dos sonhos.

        Estaríamos, de fato, dado ao volume de informação, construindo uma espécie de Torre de Babel para buscar, mais uma vez, refúgio junto ao céu, numa confusão moderna em que a praga da multiplicidade de linguagens foi substituída pela quantidade de conhecimento que temos do mundo à nossa volta? Em excesso, até água morna mata. Um dos problemas dessa aparente rapidez do tempo é que vamos, numa espécie de contramarcha, perdendo a capacidade de reter o cotidiano na memória.

        Ao final do dia, mal sabemos o que fizemos pela manhã. Com isso vamos escrevendo um diário como quem escreve na areia à beira-mar. Ciente dessa perda de memória, nossos algozes, que antes faziam esforços para que esquecêssemos suas fealdades, hoje já nem se dão ao trabalho de escondê-las. Exemplo dessa nossa fragilidade de memória pode ser conferida pela desfaçatez com que um ex-presidente e ex-presidiário se apresenta hoje como candidato, de modo impávido e impoluto, pronto para voltar a governar o mesmo país que, ainda ontem, dilapidou com sua gangue.

        Do mesmo modo, podemos observar a guerra na Ucrânia, que a cada dia vai perdendo espaço nos noticiários ao mesmo tempo em que vão se avolumando o número de jovens mortos. Um dia, quando não restar nada mais do que cadáveres e escombros calcinados, esse conflito covarde irá terminar. Assim como irão terminar as sanções mundiais contra o governo russo.

        A ONU, do alto de sua conhecida indiferença, irá ignorar os crimes de guerra. Ninguém fala mais sobre a origem da Covid-19. Putin voltará ser recebido com pompas e circunstâncias nos salões do poder internacional, como se nada tivesse feito. O mundo reagirá com a mesma indiferença que reagiu ao Holodomor stalinista. Restarão apenas as cruzes fincadas no chão naquele país várias massacrado pelos russos.

        São perigos dessa natureza, facilitados por nossa perda de memória, que estamos condenados a vir a assistir de novo. Até um dia em que essa “desmemorização” nos trará junto a perda definitiva do que nos ainda resta de dignidade.

A frase que foi pronunciada:
O tempo não faz algo apenas com a memória – a memória também faz algo com o tempo.”

Professor Douwe Draaisma

Douwe Draaisma. Foto: Sake Elzinga

 

No reino da Dinamarca

População de Brasília, que paga altos impostos, estranha a censura aos comentários durante audiências públicas transmitidas em tempo real por instituições públicas. Algo está errado se quem paga as contas não pode ser ouvido.

Foto: Divulgação/Semob

Univer Cidade

Por falar em altos impostos, a UnB pode não querer aceitar o projeto da nova ponte? Justificativa da academia: atividades de pesquisa e ensino, biblioteca e atividades em sala necessitam de ambiente adequado para a realização, com níveis sonoros compatíveis. Razão para impedir o livre acesso não parece suficiente nem cientificamente embasada.

Outros tempos

Foi-se o tempo que autoridades estufavam o peito ao sair nas ruas. Faziam questão de usar um broche identificando o alto cargo. Com o advento das mídias sociais o fenômeno caiu por terra. Até quando são esperados para debates e apresentação de plataformas de ação declinam do convite.

Charge: Ivan Cabral

História de Brasília

E enquanto os ministros ficam nessa pasmaceira, fazendo o povo acreditar no dr. Jânio, que correu com mêdo, mas já voltou a ter prestígio, os assuntos nacionais ficam dormindo, e os auxiliares imediatos vão sabotando a transferência da Capital. (Publicada em 23.02.1962)

Fake, fake, fake

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Imagem: migalhas.com

 

        Que decisões tomarão os ministros do Supremo tendo, à frente, o relator das fakenews, quando as investigações, deflagradas por essa egrégia corte, demonstrarem, de forma cabal, que as fontes principais, por onde jorram, em grandes torrentes, a água suja das notícias falsas estão localizadas em terras da esquerda?

        Essa é apenas uma questão que pode definir muito o comportamento desses juízes frente a verdades insólitas. O que se sabe, até o momento, é que essas práticas criminosas compõem hoje um arsenal de ambos os lados ideológicos, embora a patente desta invenção pertença originalmente às esquerdas, sendo, inclusive, um dos itens constantes nas cartilhas políticas dessas facções.

        É preciso observar toda a cena de longe, inclusive as nuances entre verdades e mentiras, inclusive as chamadas pós verdades e mentiras sinceras. De fato, a mentira é um dos componentes fundamentais do ambiente político. Sem esse recurso, encontrado em todo o mundo animal, como mostram as camuflagens e outros mecanismos biológicos para encontrarem alimentos e se protegerem, o que seria da vida sobre a Terra? Sem mentiras não faz política. Muito menos em um país como o nosso, onde as fronteiras entre o certo e o errado são como fumaça.

        O descrédito que tomou conta do supremo é um fenômeno causado pelo próprio comportamento de seus integrantes. Foi essa corte que transformou, em fakenews, toda a exitosa e verídica Operação Lava Jato, ao anular seus efeitos e, principalmente, ao mandar soltar seu maior responsável, lançando um indivíduo, absolutamente ficha suja, goela a baixo na população, com a falsa perspectiva de que, caso reeleito, as urnas e o voto popular sacramentarão sua inocência como quer fazer crer essa corte. Nada mais falso e mentiroso.

        Fôssemos levar ao pé da letra a criminalização das fakenews, seria preciso colocar no xadrez cada político sobre cada palanque. Cada marqueteiro. Cada veículo de propaganda. Cada instituto de pesquisa de opinião. Nada é mais mentiroso do que uma justiça que jamais atinge os poderosos. De todas as centenas de milhares presos agora em nossas penitenciárias, não há um único representante de colarinho branco, nenhum corrupto. Essa não é apenas uma constatação, mas uma farsa e uma demonstração de que vivemos na Terra do Nunca, onde a verdade é sempre o que dizem os poderosos.

         Infelizmente, esse não é um problema apenas nosso, mas que parece atingir todo o mundo, a começar pelo mediático, onde figuras tornam-se celebridades da noite para o dia e do mesmo modo são canceladas. Anita é fake. Pabllo Vittar é fake. Aqui na capital, toda a feira de importados é fake A picanha do Mc Donald’s é fake. A alma mais honesta desse país é fake, os impostos pagos não trazem progresso para a vida da população. Assim como é fake o patriotismo dos eleitores, ao elegerem mentirosos de várias estirpes ideológicas, apenas por sadismo. Não há lugar que se possa olhar nesse mundo, sem que os traços da mentira estejam presentes. As motivações para a Rússia invadir a Ucrânia são fakes. O comportamento da ONU frente a um problema dessa dimensão também é fake. O que não é fake, nesse caso, são as milhares de mortes de jovens dos dois lados. O que não é fake em nosso país é a miséria que aumenta.

       Vivemos tempos estranhos nos quais já não existe certeza alguma. Mesmo o aquecimento global fez do clima, anteriormente funcionando como um relógio suíço, virar uma incerteza e uma fakenews. Se ainda formos olhar pelo ponto de vista do consumidor, verificaremos que a grande maioria das empresas prestadoras de serviços, de luz, água, telefonia e muitas outras são fakes, entregando produtos de má qualidade a preços altos, principalmente as que não têm concorrência. Também são fakes os nossos órgãos de fiscalização da saúde, da aviação, das telecomunicações e muitos outros.

        Estivéssemos em uma monarquia onde o rei fosse um ardente adepto da ética, com certeza ele diria do alto de seu castelo: saiam todos com as mãos para cima! Estão todos presos!

A frase que foi pronunciada:

Ponte é coisa para tempo de gasolina barata. Brasília precisa de metrô decente, por toda a cidade.”

Yuri, turista na Praça dos Três Poderes

Foto: metro.df.gov

 

Peixe Vivo

Vejam, a seguir, uma foto inusitada para os dias de hoje. Na Escola Classe da 308 Sul, as crianças, à espera da abertura do portão, tocam flauta e se divertem fazendo dueto. É uma imagem que dá esperança de um mundo melhor.

 

Comunidade unida

Já acabaram com o complexo aquático do Defer, Claudio Coutinho, agora é preciso que a comunidade lute pelo resgate do Clube de Vizinhança da Asa Norte. Entenda tudo indo à Super Feijoada no clube (vai ter vegana também), que vai acontecer no dia 7 de maio. A venda dos ingressos será feita até o dia 5 de maio.

Cartaz: clubevizinhancanorte.org

 

História de Brasília

Esta, é a situação do regime. Os ministros veem a seu gabinete de trabalho uma vez por semana, e passam o resto dos dias no gabinete político, atendendo aos conterrâneos no Rio, mandando verbas para seus municípios, fazendo cartas para amigos. (Publicada em 23.02.1962)

Frente Parlamentar contra a jogatina

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        Ainda é cedo para sabermos, ao certo, se a notícia dando conta de que o Senado irá se opor fortemente à aprovação dos jogos de azar e à volta dos cassinos, como deseja uma ala muito suspeita dentro da Câmara dos Deputados e, mais do que isso, vetar, matar e enterrar, definitivamente, essa proposta que parece feita, sob medida, apenas para o estabelecimento de um banco oficial para crime organizado lavar o dinheiro sujo proveniente de todas as práticas ilegais.

        A aprovação de uma Frente Parlamentar por um Brasil sem Jogos de Azar nessa semana, dentro do Senado, promete reunir número suficiente para barrar essa aberração. Para isso, um Projeto de Resolução do Senado (PRS nº11/2022), de autoria do Senador Eduardo Girão (PODEMOS/CE), já possui, segundo seu autor, número suficiente para a instituição desse novo colegiado e marchará unido contra a liberalização geral da jogatina, conforme prevê o famigerado projeto da Câmara (PL 442/1991) ressuscitado, de modo sorrateiro, pela atual presidência daquela Casa Legislativa.

      A ideia até aqui é promover debates e outras iniciativas dentro do Senado e fora dele para, por meio de propostas legislativas, propor campanhas e outas medidas que desincentivem os jogos de azar. Infelizmente, a gente não tem observado, ainda, qualquer mobilização da sociedade contra esse tipo de proposta. Num país como o nosso, campeão mundial da violência urbana e onde o crime organizado vai, a cada dia, infiltrando-se nas instituições do Estado, essa seria uma providência a ser adotada, com urgência, na propaganda oficial, nas escolas, nas igrejas e em toda a parte, informando o público dos perigos que essa atividade pode acarretar para a segurança de todos e mesmo para o futuro das novas gerações.

        O crime organizado, que parece agir por detrás de propostas liberalizantes dessa natureza, já controla e domina áreas inteiras das grandes metrópoles, ascendendo em poderio nos milhares de quilômetros de fronteiras secas do país, controlando serviços públicos, atuando em garimpos e nos portos, corrompendo a polícia entre outras atividades criminosas.

        Dar mais essa facilidade para a supremacia desses criminosos, com a liberação geral de cassinos, quando se sabe do poder cada vez menor das polícias e mesmo diante da leniência de nossa justiça, incapaz de julgar poderosos, é uma imensa irresponsabilidade, com consequências até piores do que uma guerra.

        É preciso, o quanto antes, a veiculação de campanhas contra esse verdadeiro suicídio da nossa sociedade. Uma vez estabelecidos, esses cassinos irão se proliferar como moscas, corrompendo, lavando dinheiro do tráfico e de armas, facilitando o intercâmbio entre criminosos de outras partes do planeta, tornando nosso país num paraíso, sem igual, para a bandidagem internacional e para grupos que agem desde a venda de órgãos humanos até armas de guerra e outras modalidades de comércio criminoso que movimenta quantias capazes de comprar países inteiros de porteira fechada.

        Não há aqui qualquer ficção distópica nessas previsões. São possibilidades que se abrem, ainda mais em nosso país, onde a justiça funciona de forma precária e seletiva. Dizer que os cassinos gerarão empregos e impostos é uma cortina de fumaça a esconder o que está por detrás. Não se trata aqui de combater uma atividade nociva apenas, como reforçam os eufemismos correntes. Trata-se, na verdade, de uma cruzada que deve ser feita por toda nação, para que essas autênticas portas do inferno não sejam abertas em nosso país.

        Já temos problemas de sobra, corruptos de sobra, leniência de sobra. O que nos falta são escolas de qualidade, hospitais e cidades seguras, varridas de todo o lixo humano. Dessem o trabalho de investigar a fundo e de perto todos aqueles que defendem a volta dos cassinos, por certo, encontraríamos um bom número de parlamentares ou implicados com as leis, ou em vias de virem a sê-los.

 

A frase que foi pronunciada:

Sorte é o que acontece quando a capacidade encontra a oportunidade”

Sêneca

Imagem: reprodução da internet

Pequeno Polegar

Preparem-se para curtir o Dia das Mães, de 3 a 6 de maio, na SHIS Qi 05, Chácara 96. O Bazar do Polegar está cheio de ofertas e produtos artesanais de encantar os olhos.

 

Casa do Piano

Mais um concerto brilhante promovido pela Casa do Piano, com o apoio de Rogério Resende. Dessa vez, interpretando a Valsa Op.13, Nº 2, de Alberto Nepomuceno, o engenheiro e pianista Alexandre Romariz. Acompanhe a seguir.

 

História de Brasília

Esta, é a situação do regime. Os ministros veem a seu gabinete de trabalho uma vez por semana, e passam o resto dos dias no gabinete político, atendendo aos conterrâneos no Rio, mandando verbas para seus municípios, fazendo cartas para amigos. Como sempre, faço exceção ao cel. Virgílio Távora, que é um ministro diferente. Trabalho, para espanto geral. (Publicada em 23.02.1962)

 

 

Xôuí

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Foto: jornaldocampus.usp.br

 

          Saudada como uma espécie de musa intelectual das almas penadas que professam o credo no messianismo sem cérebro do lulismo, a professora Marilena Chauí, encontrou na pobre e sofrida classe média brasileira, um mote para desenvolver todo um rosário de elucubrações pseudofilosóficas em torno do, nada nobre, sentimento de ódio que diz sentir e alimentar por esse estrato da pirâmide social do nosso país.

        De fato, o Brasil é um país sui generis. Como dizia o músico Tim Maia, em suas tiradas sinceras, o Brasil não pode dar certo, pois aqui, prostitua se apaixona, cafetão tem ciúmes, traficante se vicia e pobre é de direita. Poderíamos acrescentar ainda a esse chiste o fato de possuirmos os melhores eleitores que as promessas vãs e os auxílios emergenciais e eleitoreiros podem comprar e iludir.

        Interessante que, nessa malquerença contra a classe média brasileira, alinha-se também o ex-presidente e ex-presidiário Lula da Silva. Não em decorrência de reflexões e outros trabalhos mentais, mas simplesmente porque ouviu essa tese, gostou dela e achou o que dizer nos palanques exclusivos. Um dia, algum psicanalista irá se interessar pelo o que esse demiurgo das montadoras de automóveis vem dizendo, sem mesmo perceber, nos palanques da vida.

        Há muito se diz que é nos palanques que políticos como Lula se revelam e podem ser dissecados até as vísceras. Jornalismo é para se ocupar de fatos sérios e que dizem respeito direto à vida dos leitores e não para analisar ou zumbis insepultos. Mas em se tratando de Brasil, onde realidade e fantasia se misturam numa geleia gosmenta, é preciso acompanhar, de perto, esses personagens, porque mesmo habitando o mundo ficção, eles podem interferir em nossas vidas, maltratando a nossa realidade diária.

        Na relação, pouco usual entre Lula e Chauí, difícil saber onde começa o criador e termina a criatura. Há, por parte da professora paulista, uma tentativa de buscar alguma racionalização e pontos de apoio filosóficos dentro do universo lulista, o que, em si, já nos parece surreal. Dizer que filósofos, por suas carências de ordem pessoal demonstram partidarismo por essa ou outra corrente ideológica e política, já é um contrassenso que compromete a própria imagem de liberdade que deve manter os livres pensadores.

        Quem diz pensar, refuta, duvida e não se alinha a ninguém. O livre pensador é um indivíduo solitário, que cultiva sempre a dúvida, mantendo distância principalmente dos poderosos, sejam eles políticos, empresários ou outros próceres da República. A linguagem do pensador e do filósofo, jamais deve se deixar enlamear pelos discursos e pelas ideologias, principalmente aquelas do momento. Filósofos que acreditam em utopias e distopias vindas de políticos, deveriam voltar aos bancos escolares.

        Lula odeia a classe média, como disse em recente discurseira, enquanto dizia isso apontava para o infinito o braço carregando no pulso um relógio de mais de R$ 80 mil, apenas porque jamais conseguiria se integrar à classe média, já que essa é uma parcela da população, formada mais ou menos por cerca de 100 milhões de brasileiros, gente que sempre trabalhou, pagou impostos e luta para ter uma vida digna.

        Chauí odeia a classe média porque é a única que parece não dar ouvidos às próprias tolices acadêmicas. Na verdade Chauí e Lula detestam todos aqueles que não querem ser parecidos com eles, nem hoje, nem nunca.

 

A frase que foi pronunciada:

É por isso que a arte existe. A realidade, por si só, não basta.”

Mamfil, Manoel Andrade, nosso colaborador

Mamfil. Foto: Arquivo Pessoal / Blog do Ari Cunha

 

História da cidade

Hora de as escolas planejarem um passeio histórico. Catetinho recebendo visitação depois da reforma.

 

O silêncio poderoso

Babel por balbucio. Essa troca de palavras do autor Dore Gold expõe temas interessantes para um debate maduro entre os cientistas sociais. O livro divide os temas: as raízes do terror, a erosão dos padrões, o fracasso prenunciado, o retorno da ONU? Imparcial ao genocídio, cenas do inferno, equivalência moral institucionalizada, a ONU apoia o terrorismo. Conclusão: da equivalência moral à ordem mundial. O livro: Torre de balbucio: como as Nações Unidas alimentaram o caos global.  

 

Susto

Na década de 70, eram muitos os pescadores que voltavam para Brasília do Araguaia, trazendo pequenos jacarés que eram jogados vivos no lago Paranoá. Pena que as imagens de Marcelo Bosi, enviadas pelo WhatsApp nessa semana, não mostrem claramente que o jacaré estava no lago candango. Com o filho de 16 anos, enquanto remava, gravou a cena do animal. Veja a seguir.

 

História de Brasília

Hoje é dia de reunião do Conselho de Ministros. É o dia dos ministros passearem no planalto. Veem de manhã e voltam de tarde. E ficam torcendo para a reunião não demorar muito, senão terão que viajar no Panair das 20 horas, com escala em Belo Horizonte. (Publicada em 23.02.1962)

A bagagem fala muito sobre o tipo de passageiro

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Foto: Reprodução/ Facebook Milton Ribeiro

 

             Não bastasse também ter saído pelas portas do fundo do ministério da (pouca) educação, o ex-ministro e dublê de pastor, Milton Ribeiro, de triste memória, ainda protagonizou um incidente gravíssimo dentro do aeroporto de Brasília, depois de uma arma de fogo, que carregava consigo dentro de uma pasta de documentos, ter sido disparada por acidente, ferindo, inclusive, uma funcionária da Gol. Tivesse essa arma clandestina disparado dentro do avião em pleno voo, com a cabine pressurizada, atingindo um duto de combustível, que consequências catastróficas provocariam? Cada homem deixa, atrás de si, os rastros de suas ações, sejam elas obras em benefício de seus semelhantes ou ruínas e escombros.

        Houve uma época, perdida na poeira do tempo, em que ministros da educação eram escolhidos entre os mais cultos e ilustres profissionais do país, todos eles com largas experiências na cadeira de professor. Nesse tempo, era comum que, nas bagagens desses mestres, o volume e o peso eram sempre decorrentes da quantidade de livros e anotações que carregavam consigo.

        Naquele período, a educação pública ainda era vista como elemento fundamental para o desenvolvimento do país e para a melhora do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ricos e pobres compartilhavam as salas em busca do conhecimento. Não por outra razão, aqueles que ocupavam a prestigiosa pasta da educação estavam sempre em todas as reuniões ministeriais junto ao presidente da República, participando ativamente das discussões dos problemas nacionais. Nessa ocasião, dificilmente o chefe do Executivo ousava interferir nos assuntos da educação, tanto por sua complexidade, como por sua delicada estratégia.

        O prestígio da pasta refletia diretamente na qualidade do ensino público. Com a chegada dos militares ao poder, em circunstâncias que o momento histórico requeria, não foi capaz de retirar do setor educacional o entusiasmo e a qualidade que a educação pública vinha experimentando desde os anos cinquenta do século passado.

        Apesar de algumas remodelações curriculares, feitas pelo governo daquele período e que determinaram, erradamente, a expulsão e desterro de muitos mestres gabaritados, ainda assim o setor educacional demonstrava vigor, sendo os ministros dessa pasta escolhidos, com raras exceções, entre aqueles com currículos acadêmicos indiscutíveis.

        Os militares também não ousaram, em tempo algum, interferir na educação pública para enfraquecê-la, tornando-a apenas mais uma pasta ministerial sem importância. Esse tempo, dentro dos princípios da democracia e fora deles, ficaram para trás e hoje o desprestígio da pasta da educação, com nomeações de personagens medíocres e alienado virou regra e não uma exceção.

        Apesar do volume fabuloso de recursos públicos que opera, o ministério da educação não possui qualquer destaque, sendo hoje uma pasta que parece atrair apenas aqueles que imaginam que a quantidade de dinheiro à disposição pode servir a outros propósitos alheios ao ensino. Mesmo a escolha desses ministros é feita por orientação de pessoas próximas do presidente, sem qualquer preocupação com os destinos da educação, obedecendo um cego padrão ideológico e partidário, ou mesmo dentro de critérios do tipo cordial.

        Não se sabe, como também não sabemos até quando a pasta da educação será ocupada por pessoas sem qualquer lastro com a cátedra. Depois de aprovar financiamento público, por intermédio da Lei Rouanet, com verba de mais de R$ 336 mil, um livro sobre a história das armas, que importância pode ter um simples disparo provocado por um ministro da educação dentro de um aeroporto?

 

A frase que foi pronunciada:

Observo mais que de uma forma ou de outra será sempre graças à educação fundamental que se forjará o homem comum de amanhã, o cidadão cuja forma de ser, cuja maneira de agir e pensar, cuja capacidade de fazer, representarão as mais sólidas garantias da sobrevivência e do desenvolvimento da nação.”

Ex- ministra da Educação, Esther Ferraz

Esther Ferraz. Foto: al.sp.gov

Mais um golpe

Não se sabe como os bandidos têm, em mãos, números de celular de pessoas da terceira idade. O segundo passo é copiar a foto do filho e, pelo WhatsApp, pedir para os pais salvarem o número. Nesse momento vale verificar a veracidade do pedido. Daí para frente, entram os pedidos de transferência bancária.

Ilustração: Reprodução/TecMundo

Mais detalhes

As declarações dadas pelo ministro Barroso, do STF, causaram um rebu no Senado. O senador Lasier Martins já protocolou um requerimento convidando Barroso a esclarecer, no Plenário do Senado, as recentes declarações de cunho político.

Senador Lasier Martins. Foto: senado.leg.br

História de Brasília

Nesta mesma página os senhores encontrarão uma carta ao nosso diretor, assinada pelo sr. José Pereira Caldas, a propósito da mudança do Ministério da Fazenda. (Publicada em 21.02.1962)

Cutucando a onça com vara curta

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O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, instruiu as tropas a não divulgarem fake news. Foto: divulgação

 

       Não há quem possa desconhecer o fato de que o pilar a dar base e sustentação, em todo o mundo, tanto às ditaduras de esquerda ou direita, assim como para preservação das democracias, tem sido, ao longo da história humana, as forças armadas. São elas, mais do que qualquer outra instituição, que garantem o regime do plantão, quer eles sejam baseados em leis justas ou não.

        Em nosso país, o caso não é diferente. De acordo com o artigo 142 da Constituição do Brasil de 1988, as Forças Armadas “destinam-se à defesa da pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”. Leis, ordens, instituições, garantia dos poderes e outras incumbências são dadas às Forças Armadas e por um motivo que parece passar desapercebido por muitos: o fato de ser essa uma instituição de força armada e treinada para guerras ou outros conflitos.

        Em países como a Venezuela, Cuba, China, Rússia, Coreia do Norte e outros espalhados pelo planeta, onde os regimes de governo ditatoriais são a regra, é graças ao apoio dessas forças em armas que os mandatários, mesmo aqueles mais sanguinários e tirânicos, fazem prevalecer suas vontades e caprichos. Alguns pacifistas e adeptos do desarmamentismo mais realistas que os reis chegam a afirmar que a existência de guerras e conflitos pelo mundo, ao longo da história, pode ser debitada exclusivamente à existência de forças armadas, que possuem, atrás de si, um poderosíssimo conglomerado de empresas que fabricam produtos bélicos de toda a espécie.

        Ao longo do ano de 2020, os gastos militares no mundo atingiram a cifra de mais de 2 trilhões de dólares. No Brasil, no mesmo ano, os gastos com defesa somaram R$ 8,1 bilhões, a maior parte consumida com despesas com pessoal. O Brasil ocupa hoje a 13º posição mundial no gasto com armamentos, com despesas anuais de cerca de R$ 22,8 bilhões, segundo lista elaborada pelo Stockholm International Peace Research Institute, sendo que, de acordo com o International Institute for Strategic Studies, o Brasil está em 11º, com gastos da ordem de R$ 24,3 bilhões. São despesas insignificantes perante países como os Estados Unidos, China ou Rússia, mas ainda assim demonstram, de modo convincente, que o reforço bélico nessas instituições armadas é sempre uma prioridade de Estado, também aqui por uma razão prática: a garantia de governos, democráticos ou não.

        Temos, assim, numa primeira reflexão, que concluir que, tanto democracias como tiranias dependem das forças armadas para existir e se impor. Tudo isso nos leva a um outro raciocínio: a espécie humana parece reconhecer, apenas nas forças de persuasão armadas, o único poder capaz de controlar e impor as leis. Dessa forma, temos que admitir que a existência da democracia e suas vertentes depende, de forma vital, das forças armadas. Por outro lado, pode inferir ainda que qualquer indivíduo ou grupo que venha a obter ascendência sobre as forças armadas também poderá garantir a imposição de suas vontades, sejam elas quais forem.

Trata-se de um assunto que é, ao contrário do que possamos pensar, mais delicado do que uma pena de beija-flor, mas tão áspero quanto a ponta de uma baioneta. Reflexões do gênero nos levam a pensar no perigo que todos corremos quando observamos que personalidades da vida nacional, de todas as matizes ideológicas, adentram num jogo insano de açularem as forças armadas, jogando uns contra os outros, desejando, abertamente e mais uma vez, a abertura dos portões dos quarteis e o avanço dos canhões, numa ação que nos faz lembrar o antigo preceito de não cutucar a onça com vara curta.

                  

A frase que não foi pronunciada:

Afirmar que as Forças Armadas foram orientadas a atacar o sistema eleitoral, ainda mais sem a apresentação de qualquer prova ou evidência de quem orientou ou como isso aconteceu, é irresponsável e constitui-se em ofensa grave a essas Instituições Nacionais Permanentes do Estado Brasileiro. Além disso, afeta a ética, a harmonia e o respeito entre as instituições”

General Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em resposta às acusações do ministro Barroso.

La Paz

Uma fatalidade aconteceu com a líder de movimento pró-aborto, depois de abortar, legalmente, na Argentina. Maria del Valle González López teve 23 anos de vida até optar por matar o filho dentro do ventre. Por obra do destino, o registro da morte da ativista foi o primeiro registrado desde o momento em que aquele país passou a aprovar esse tipo de assassinato. O procedimento ocorreu em La Paz, um município da província de Entre Ríos na Argentina.

Foto: twitter.com/mdanielorozco/status

Idosos

Reconhecido o trabalho da Casa do Ceará na Pousada Crysantho Moreira da Rocha, foi encaminhada uma proposta para a Secretaria de Desenvolvimento Social do Governo do Distrito Federal para o aporte a 20 idosos. Atualmente, o governo dá cobertura financeira para a internação de apenas 7 idosos. O presidente da Casa, José Sampaio de Lacerda Júnior, e sua equipe acompanham o trâmite da papelada com esperança.

Foto: casadoceara.org.br

História de Brasília

O regime não funciona, não é por isso não. É porque todos os ministros são uns eternos turistas e o que é pior, turistas sem planos. O ministro da Viação, que faz planificação de trabalho, pode apresentar resultado positivo. Os demais, coisíssima alguma. (Publicada em 21.02.1962)

O potencial dissipador da reeleição

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Charge do Néo Correia

Assim como as saúvas, o instituto da reeleição deve, o mais rapidamente possível, ser desfeito, antes que devore todo o país pelas beiradas, como vem fazendo desde que surgiu. A nação não pode mais suportar que o uso da caneta, por ocupantes do Executivo, sejam eles presidente da República, governadores ou mesmo prefeitos, preste-se para bancar, via recursos públicos, campanhas à reeleição desses próceres, que logo no primeiro dia da posse é posta em marcha.

As modalidades usadas para escamotear o uso do dinheiro do pagador de impostos para promoção desses políticos é infinita, assim como a capacidade da justiça eleitoral e outros órgãos de não enxergar esses ilícitos. O uso da máquina pública para alavancar políticos, mesmo aqueles para os quais as leis são meros e insignificantes detalhes, tem sido a tônica geral em todo o país, a começar pela esfera federal.

O Fundo Eleitoral, o Fundo Partidário e mesmo as emendas de relator, de bancada e individuais, que hoje movimentam e sorvem dezenas de bilhões de reais dos cofres públicos e que, à primeira vista, parecem não possuir relação direta com o instituto da reeleição, representam, numa análise mais detida e acurada, um mesmo e coeso conjunto de consequências malfazejas advindas justamente da possibilidade de reeleição. São como filhos bastardos desse modelo, a depauperar a sociedade, tornando-a refém de um modelo criado apenas para gaudio da classe política e para a perpetuação de uma elite que parasita o Estado.

Mesmo os entraves políticos ao futuro do país, representados pela impossibilidade de prisão em segunda instância, pela indiferença aos requisitos da ficha limpa, pela negação ao fim do foro de prerrogativa, entre outras barbaridades legais, são direta e indiretamente frutos da reeleição, e dela se nutrindo.

Assim como a ignorância, no sentido de afastamento da verdade, é considerado dentro da ética, da filosofia e mesmo da teocracia, a mãe de todos os males, é possível afirmar que o instituto da reeleição, entre nós, está no cerne da maioria de nossos problemas atuais. Se não todos, pelo menos grande parte deles. A persistência e mesmo o caráter cíclico das crises institucionais, que temos presenciado nas últimas décadas, opondo os Três Poderes entre si, gerando insegurança e medo de um retorno a soluções anticonstitucionais, possui, no seu DNA, elementos oriundos do modelo de reeleição.

A utilização da população como massa de manobra, desprovida de direitos mínimos de cidadania, chamada apenas nos períodos eleitorais para chancelar uma miríade de embusteiros, abrigados em partidos, que são verdadeiras empresas privadas, também tem sua origem nessa famigerada possibilidade de reeleição. Até mesmo o controle que as legendas partidárias possuem sobre o processo eleitoral e a própria democracia, impedindo o voto distrital ou as candidaturas avulsas, são reverberações trazidas unicamente pelo instituto da reeleição.

Com a reeleição veio, além do reforço da conhecida impunibilidade da classe política, o aumento exponencial nos casos de corrupção, que fazem de nosso país um modelo a não ser adotado, em tempo algum, pelos países civilizados. Fôssemos analisar o processo da reeleição, pela ótica marxista da dialética, veríamos que esse modelo, ao ser introduzido em nosso ordenamento político, vem se mostrando como o elemento que, por seu potencial intrínseco e dissipador, contém, em si, todo o potencial que irá, de dentro para fora, consumir nosso modelo de democracia, destruindo, inclusive, quaisquer traços de Estado Democrático de Direito e outras conquistas trazidas pela já desidratada Carta de 88. É pouco?

A frase que foi pronunciada:

Um mau aluno poderia ser um presidente do mal?”

Fernando Haddad, pensando no erro que cometeu no Twitter.

Foto: carlossousa.com.br


200 anos de Independência

A visita do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, à Portugal rendeu um registro importante para a história. Depois das reuniões com o prefeito de Coimbra, José Manuel Silva, o reitor da Universidade de Coimbra, Almícar Falcão, e com o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, foi lançado o livro “Vozes do Brasil”, uma seleção de 21 panfletos políticos publicados no Brasil e em Portugal, entre os anos 1821 e 1824. A notícia foi dada pela Agência Senado.


Mais que merecido

Está marcada para maio a votação, na Câmara dos Deputados, para o piso salarial dos profissionais de enfermagem. A deputada federal Carmen Zanotto coordenou as discussões sobre o assunto. Os estudos sobre o impacto desse aumento continuam até o próximo mês. Em entrevista à Agência Câmara, a deputada explicou o imbróglio: “Por exemplo, os serviços de hemodiálise são privados, mas 95% dos serviços de hemodiálise do país são prestados para o SUS. E tem os filantrópicos, também conhecidos como Santas Casas. Quando a gente fala em colocar mais recurso no Fundo Nacional de Saúde (FNS) é pra atender àqueles que estão dentro do Sistema Único de Saúde, os filantrópicos. Porque para o exclusivamente privado, a desoneração da folha resolve”.

Presidente do Cofen durante ato em defesa do Piso Salarial, no Dia Internacional da Saúde. Foto: cofen.gov


História de Brasília

O deputado Raul Pilla acusa o sr. João Goulart pelo não funcionamento do regime. Ora, se um homem pode atrapalhar um regime, é mais fácil o regime não prestar, que o homem. (Publicada em 21.02.1962)