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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Democracia, como dizia um dos pouquíssimos homens sérios deste país, o filósofo Millôr Fernandes, é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim. No nosso caso particular, esse sistema hoje é um pouco mais complexo e até difícil de ser decifrado. Se formos classificar nossa democracia a partir dos candidatos que agora se apresentam para o pleito de outubro próximo, nosso sistema de democracia, para dizer o mínimo, necessitaria ser revisto antes aos olhos da psicanálise ou mesmo da sociologia, tal o grau de desvio da realidade e da decência.
De um modo simples, poderíamos entender nosso atual estágio democrático com base apenas na hipertrofia dos partidos políticos, donos das candidaturas, ou mais precisamente com base na direção partidária e na vontade dos caciques. Não seria exagero supor que vivemos um momento em que a nossa democracia pode ser definida como resultado da vontade e dos caprichos dos caciques.
Não se sabe ao certo se, por herança da cultura indígena, mas o fato é que estamos imersos numa espécie de caciquismo urbano, todo ele moldado com base nas mais de trinta legendas ou tribos que parasitam nosso sistema representativo. Nesse ponto, é lícito afirmar que as federações partidárias nada mais são do que federações de tribos, todas elas de olho gordo nas benesses do poder.
O que acontece agora com as campanhas, que sequer tiveram início, mostram o tipo e a qualidade de democracia que temos nessa imensa aldeia chamada Brasil. Com todo respeito que devemos aos índios, que foram desde sempre os verdadeiros donos desta terra e, cuja cultura genuína, por suas características sofisticadas, dista anos luz da nossa, o que presenciamos hoje, na dança ritualística das campanhas de 2022, são arremedos de cultura, a mostrar o quão primitivo e selvagem podem ser os homens urbanos neste país.
Nada do que se ouve e fazem em público pode nos remeter ao que seja civilização. Não é à toa que foi dito, a respeito desses selvagens engravatados, que temos o melhor conjunto de políticos que o dinheiro pode comprar. Melhor conjunto em tudo o que há de ruim e mal conformado.
Se a qualidade da democracia pouco importa, isso é outra coisa. O importante aqui é a questão que compara a democracia diretamente aos seus representantes eleitos. Fosse um personagem de carne e osso que, se visse diante de um espelho, a democracia brasileira não acreditaria no que estaria vendo. Difícil é saber o que fazer com esses zumbis que dia sim, dia também, surgem nas manchetes dos jornais, dizendo o que não são e o que não farão. O que ocorre agora com a candidata Simone Tebet, do MDB, é apenas um fragmento colhido entre milhares de outros exemplos que, todo o dia, mostra-nos a selvageria de uma disputa capaz de impor uma humilhação pública não apenas a uma indicada oficialmente pela legenda, mas, indiretamente, a todas as mulheres deste país.
A verdade é que esta e outras campanhas passadas mostram bem o que somos em essência e como o mundo nos vê de longe. Fosse nossa democracia uma mulher, teríamos que confessar para nós mesmos e em silêncio: que coisinha mal ajambrada.
A frase que foi pronunciada:
“A democracia não pode ter sucesso a menos que aqueles que expressam sua escolha estejam preparados para escolher sabiamente. A verdadeira salvaguarda da democracia, portanto, é a educação.”
Franklin D. Roosevelt
Memória
Hoje seria o 95° aniversário de Ari Cunha, criador desta coluna em 1960.
Notícia positiva
Depois do sucesso da organização da Feira do Livro, Marcos Linhares divulga agora a “Biblioteca de Gentes”, ideia do Instituto Fazer o Bem, inspirada no projeto dinamarquês Human Libraries, que propõe uma forma diferente de leitura: a leitura de pessoas.
Dada a largada
Ontem, Darley, Luiz Eduardo e Núbia inauguraram a primeira edição do projeto. Segundo Linhares, no projeto Biblioteca de Gentes, cada pessoa escolhe um número e é dirigido a uma mesa. Depois de formadas as mesas, cada um dos convidados, com seus respectivos números, assume o seu lugar e conta a sua história. Não serão divulgados os nomes completos das pessoas, para que sejam encontros-surpresa.
Na biblioteca
“São páginas lindas de vidas inspiradoras, que não aceitaram as dificuldades que a vida lhes impôs. São obras abertas e que, ao terminar, respondem perguntas. A duração total varia de 45 a 60 minutos”, revela o presidente do Instituto, Marcos Linhares, que também coordena a programação cultural da BDB, na 506/507 Sul.
Fora da lei
Não é o período seco que causa incêndio na mata. São os grileiros. No Setor de Mansões do Lago Norte, pelo trecho 9, começou a corrida por terra alheia. Nada de fiscalização. Pelo contrário, o que parece área verde é terreno vendido.
História de Brasília
Já que o povo não se educa num dia, e a manutenção de um guarda para os jardins ´parece dispendiosa, o melhor seria atender a êsse problema em parte, para que não se perca, de uma vez, a beleza dos jardins. (Publicada em 02.03.1962)
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Nem dá para imaginar a alegria com que os cidadãos aguardam o retorno do ex-presidente Lula à Presidência do país, trazendo consigo toda a sua já conhecida e eficiente equipe. O Brasil, por certo, será outro. Ficamos a imaginar a Praça dos Três Poderes toda ocupada por bandeiras vermelhas do Partido dos Trabalhadores, do Movimento Sem-Terra e dos Movimento Estudantis, Sindicatos, todos festejando a volta do ex-presidente. Nessa cerimônia grandiosa, estarão presentes também todos os personagens ilustres, que, nos últimos anos, foram maldosamente desprestigiados como os presidentes dos mais democráticos países da América Latina, como a Venezuela, a Nicarágua, Cuba, Argentina, e outros como o presidente do México e de tantos países governados pela esquerda.
Por certo, o cidadão de bem, aquele que acorda cedo e vai sacolejando nos transportes públicos e que hoje paga alta taxas de impostos, também estará comemorando o retorno desse que é o pai dos pobres e dos desassistidos, e que foi injustamente perseguido pelo tirânico ex-juiz, Sérgio Moro, num julgamento todo ele incorreto e parcial.
Do exterior, tem surgido as mais contundentes mensagens de apoio, como do ex-deputado Jean Wyllys, que teve que renunciar ao mandato para não ser morto e que agora anuncia que retornará para ajudar o futuro da nação. Diria o filósofo de Mondubim, “Quantas notícias formidáveis!”.
Pensar que todo aquele injusto e penoso processo da Lava Jato, do Mensalão e de outros do mesmo gênero, que tantos males causaram a todos os envolvidos, serão revistos e anulados, com a devolução dos bens e do dinheiro confiscado, com juros e correção. Também serão ressarcidos todos aqueles que foram caluniados, principalmente o ex-presidente Lula, acusado por gente sem coração como o ex-procurador Deltan Dellagnol.
Mal dá para esperar que a Gleisi Hoffmann volte a ocupar a Casa Civil, onde irá cuidar das importantes ações no campo da política. Também é com grande entusiasmo que a população irá receber de volta personagens ilustres como o ex-ministro Guido Mantega ou o ex-ministro Paulo Bernardo, que, juntamente com a Gleisi, foram maldosamente acusados de desviar dinheiro dos aposentados.
Também estarão em êxtase os funcionários da Caixa, dos Correios, Petrobras e do Banco do Brasil e todos os trabalhadores que terão, finalmente, seus fundos de pensão valorizados e bem distribuídos. Em festa, estarão também os milhares de presos em todo o país, que foram postos nessa condição pela perversidade de uma sociedade indiferente aos problemas sociais. Por certo, no novo governo Lula, estes e outros trabalhadores perseguidos pelas elites serão postos em liberdade e compensados pelas injustiças sofridas.
Com todo esse entusiasmo, virão também novos componentes para a Suprema Corte, todos eles muito afinados com esse novo Brasil que se anuncia. As universidades finalmente terão a paz que sempre almejaram e vão poder dar prosseguimento ao excelente padrão de educação que sempre fizeram jus. Também as escolas públicas poderão retomar as magníficas diretrizes educacionais, com a volta da escola com partido, do retorno das políticas de gênero e todo um manancial extraordinário de medidas pedagógicas com vistas ao engrandecimento do partido.
É preciso lembrar que esse retorno só estará completo após a punição exemplar de todos aqueles que ousaram acusar ou apontar o dedo para o grande líder. O brasileiro já nem consegue esconder toda a sua expectativa para esse grande dia, quando parte da imprensa será finalmente regulada, para que aprenda, de uma vez por todas, a não falar mal de seus líderes. Que venha logo esse glorioso dia para que o Brasil, como diz, nosso grande guia, volte a sorrir.
A frase que foi pronunciada:
“Por mais iludido que você seja, sempre haverá um iludido maior para achar que você não o é.”
Emprestado de Millôr Fernandes
Conhecimento
Vale conferir o webinar mediado por Alexandre Garcia, do Instituto Villas Bôas. Os assuntos sugeridos são: “Mineração na Amazônia e os inimigos invisíveis”, com Antonio Feijão, geólogo, advogado e presidente da Fundação Amazônica de Migrações e Meio Ambiente (Finama) e “A Amazônia que os satélites não conseguem ver: o extrativismo mineral sustentável, um sonho possível”, com Marcelo Norkey, garimpeiro e conselheiro de unidades de conservação no Pará. Disponível no link 4º webinar do Instituto General Villas Boas.
Opinião
Fiquem atentos. Pesquisas que indicam tendências dificilmente apontam, por antecipação, vitoriosos. Ajudam a nortear campanhas. Elas se aproximam de alguns resultados, mas não conseguem captar, no cenário real, os acasos e as incertezas no comportamento humano. Esse é um extrato da análise do professor e jornalista Aylê-Salassié Filgueiras Quintão, sobre as eleições. Leia o artigo completo a seguir.
“Não haverá nem segundo turno”: Cuidado com a aritmética!
História de Brasília
Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. No dia em que houver um desastre, surgirão, então, as explicações, mas aí já será tarde demais. (Publicada em 02.03.1962)
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Alertas feitos este mês pela cúpula dirigente dos serviços secretos da Inglaterra, MI5, e dos Estados Unidos, FBI, vêm chamando a atenção de muitos governos, mundo afora, para os sérios riscos que correm os países ocidentais, por conta da avassaladora expansão chinesa, cujos objetivos escondem propósitos que vão muito além das relações comerciais.
De acordo com os diretores do FBI, Cristopher Wray, e do MI5, Ken Mcllum, em comunicado durante um evento em Londres, existe, com essa expansão acelerada e que segue, à risca, as diretrizes traçadas pelos altos dirigentes do Partido Comunista Chinês (PCC), além de uma preocupante ameaça econômica, uma ameaça à segurança de muitos países, pelo modo perigoso como essa expansão vem sendo praticada, onde o roubo de propriedades intelectuais e a espionagem são práticas comuns já constatadas.
Além disso os chineses, ou aqueles que participam diretamente desse verdadeiro programa de dominação e submissão do Ocidente, têm feito movimentos e ações que buscam, sobretudo, influenciar a política interna em muitos desses países. Quem conhece de perto a capacidade dos chineses em copiar, sem cerimônias, os produtos e a tecnologia do Ocidente, não tem dúvidas sobre os objetivos que essa expansão mercantil esconde de todos.
O roubo de tecnologia pelos chineses se dá em vários segmentos da indústria. Ao mesmo tempo em que usam de práticas condenáveis, o governo daquele país do Oriente vem adotando uma série de providências para proteger e blindar sua economia interna de futuras sanções, que, por certo, virão um dia. Recentemente, e só à guisa de ilustração, os chineses apresentaram, no concorrido mercado automobilístico internacional, uma cópia perfeita do Volkswagen, Fusca, um ícone da indústria alemã e um dos carros mais vendidos de toda a história.
Batizado de ORA PUNK CAT, o Fusca, versão chinesa, embora com um novo motor elétrico, é uma cópia do modelo da VW, o que mostra a cara de pau dessa potência que almeja substituir os EUA e conquistar o planeta pelas beiradas. Segundo o diretor do MI5, o PCC não está interessado em liberdades democráticas apresentadas pelo Ocidente. Interessa aos chineses pesquisar nossos modelos e sistema democráticos, midiáticos e legais para usá-los ao seu modo e para ganho direto da elite política do PCC, que controla, com mão de ferro, aquele país.
Uma vez roubado os segredos tecnológicos, o próximo passo que os chineses dão vão no sentido de minar os negócios dessas empresas, oferecendo produtos copiados a preços irrisórios e, com isso, dominando esse nicho de negócio. Para isso, não se intimidam em usar de todos os meios possíveis para obter informações, sejam espionando, copiando, subornando e interferindo, direta ou indiretamente, nos governos locais para atingir seus objetivos.
Segundo os estudos ingleses, o próprio governo chinês recruta Hackers em grande escala, junto com uma rede global de agentes de inteligência, em busca de obter acesso a segredos das tecnologias que consideram mais importantes no momento. Aqui no Brasil, esse avanço se faz não apenas no setor agrícola e pecuário, mas sobre as indústrias também.
Desde que o governo petista, sempre ele, em 2004, anunciou, com grande estardalhaço, que reconhecia a China como economia de mercado, ou seja, um país que respeitava os princípios éticos e as regras básicas de comércio, nossa economia vem sendo minada e destruída, tijolo por tijolo. Fábricas têxteis, de celulose, de maquinário, calçados e muitas outras simplesmente fecharam as portas e demitiram, por não suportar a concorrência desleal com os produtos chineses, sempre vistos como mais baratos e também de menor qualidade.
Naquela ocasião, o então presidente Lula, inebriado com o que parecia ser uma grande conquista de seu governo e uma diretriz básica de seu partido para reunificar as esquerdas de todo o mundo, declarou que, com aquele gesto, o Brasil dava uma demonstração de que essa relação estratégica era para valer. Demonstrava a prioridade que seu governo, leia-se seu partido, devotava às relações entre China e Brasil.
No mesmo tom, o então chefe máximo do Partido Comunista Chinês, Hu Jintao, que viera para o Brasil especialmente para se certificar, de perto, de que esse reconhecimento seria de fato selado, depois de forte pressão, respondeu, ao discurso de seu colega de ideologia, que essa postura do Brasil iria criar as condições para uma relação estratégica e muito mais rica e que iria também favorecer a cooperação econômica e comercial entre esses dois países. Note-se que, em ambos discursos, tanto o governo Lula quanto o de seu colega chinês usam a expressão “estratégica” para definir a avaliação que cada um dos mandatários fazia desse acordo.
Pelo lado brasileiro, a expressão “estratégica”, contida no discurso de euforia de Lula, possuía um significado que unia elementos de uma ideologia utópica e orientada a reerguer o Muro de Berlim, derrubado alguns anos antes, juntamente com uma vitória do próprio partido, que, com esse gesto, fortalecia sua presença no mundo das esquerdas, abrindo, simultaneamente, espaço para a entrada massiva de um regime dessa orientação nos negócios brasileiros.
Não se sabe ainda com exatidão que benefícios diretos, do tipo utilitarista e argentário, o Partido dos Trabalhadores colheu desse acordo exótico, já que, em todos os “negócios” envolvendo o Estado Brasileiro, essa sigla encontrou meios de obter altos lucros indevidos e enviesados. Pelo lado chinês, a expressão “estratégia”, contida no discurso do chefe do PCC, tinha o significado próprio dado por aquele governo a todos os outros acordos e negócios feitos com o resto do planeta, sobretudo com os países do terceiro mundo, onde o lucro máximo com riscos mínimos é sempre a fórmula acordada.
O Brasil, que hoje é um dos principais fornecedores de alimento para a China, corre o risco paradoxal de, nessa posição e nessa parceria inusual, vir a ser literalmente engolido pelo governo chinês, sem sequer dar contas dessa situação ameaçadora. O caso aqui se parece com aquele empregado de um zoológico, que mesmo cumprindo com sua obrigação diária de alimentar o tigre enjaulado, corre risco de morte diariamente, caso o animal escape das grades. O filósofo de Mondubim já alertava: “crie corvos e eles arrancarão seus olhos.”
A frase que foi pronunciada:
“Se a China quer ser um ator construtivo e ativo na economia mundial, tem que respeitar os direitos de propriedade intelectual ou torna praticamente impossível fazer negócios com eles.”
Dan Glickman
História de Brasília
Todos os dias de manhã, um ônibus da Fundação Brasil Central faz uma contra-mão à altura do edíficio da Câmara dos Deputados, virando à direita, no Eixo Monumental, em direção ao Bloco 11. (Publicada em 02.03.1962)
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Segundo quem tem acompanhado de perto a venda de terras para estrangeiros, há nessas negociações o perigo de aumentar o Custo Brasil, por meio da formação de verdadeiros oligopólios nesse setor. Para um país que insiste, a todo o custo, em ser o maior produtor de alimentos do mundo, a terra representa aqui o maior insumo do setor agropecuário e deve, portanto, ficar à disposição das forças produtoras internas, até como reserva de áreas e garantia de preço dessas terras.
Dados de dois ou três anos atrás, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), embora bastante subestimados, davam conta de que os estrangeiros já possuem mais de 4 milhões de hectares no Brasil. Há uma verdadeira confusão nos números e extensão real dessas propriedades, sendo que uma parte delas sequer consta nos arquivos oficiais.
Estados Unidos, China, Malásia e Europa estão de olho na compra de mais terras e aguardam a modificação nas leis para adquirirem mais de 5 mil hectares no Centro-Oeste, na região Norte e no Matopiba (Maranhão, Tocantis, Piauí e Bahia). O lobby desses compradores é poderoso e envolve muita pressão e dinheiro. Trata-se, como não poderia deixar de ser, de um problema de segurança e soberania nacionais, tão ou mais delicado do que aquele representado pela guerrilha urbana e rural nos anos sessenta e que levou os militares ao poder.
O agrobusiness, cujos capitais são formados em dólar, torce para que essas vendas ocorram sem atropelos e o mais rapidamente possível. Pesquisa realizada entre os brasileiros já deixou claro que mais de 80% dos ouvidos reprovam a ideia de venda de terras para estrangeiros. O povo sabe onde mora o perigo e não quer correr o risco de perder até a terra sob seus pés para os estrangeiros. Mesmo o atual presidente já se posicionou contra a venda de terras, dizendo que “Não podemos permitir que o Brasil seja comprado.”
Trata-se de uma discussão que está longe de ser unanimidade, podendo, inclusive, gerar conflitos rurais, desnecessários e sangrentos, para as populações atingidas por essas medidas, o que pode incrementar também as invasões de terras por grupos de esquerda, em nome de ideologias também perigosas. O que não se pode é transformar um assunto dessa seriedade em negociações do tipo política, fechada em conchavos de gabinetes, sem a fiscalização da sociedade.
O futuro do país e da nação poderá ser comprometido se essa questão não caminhar em favor dos brasileiros, uma vez que é sabido que, num mundo superpopuloso e com escassez cada vez maior de terras agricultáveis e de recursos naturais, os alimentos irão valer mais do que ouro, representando uma questão de vida ou de morte para todos.
A frase que foi pronunciada:
“Uma nação que destrói seus solos destrói a si mesma. As florestas são os pulmões da nossa terra, purificando o ar e dando nova força ao nosso povo.“
Franklin D. Roosevelt
Incentivo
Servidores do DER recebem gratificação de titulação, por emenda apresentada pelo deputado Roosevelt Vilela ao projeto de autoria de Agaciel Maia e Rafael Prudente. “A proposição original, promove uma correção na lei, que foi votada sem os percentuais relativos a cada grau de titulação”. O PL estabelece 15% para graduação ou segunda graduação; 25% para especialização; 35%, mestrado, e 40%, doutorado.
História
Aos poucos vai se instituindo em Brasília o turismo educacional, onde escolas visitam a capital para conhecer a história. Dessa vez são estudantes do Espírito Santo que participam do programa. Na capital, mais de 500 alunos da rede pública de ensino participaram do tour.
Campanha
Faz muita falta uma ação educativa para os motoqueiros de entrega. São audaciosos, irresponsáveis e seguros de que nunca serão punidos. Desde entrar na contramão das entrequadras para não fazer a tesourinha até usar as calçadas para encurtar o caminho.
Sucesso
Continuam um sucesso os restaurantes comunitários. Com a alimentação balanceada, suco e sobremesa, as pessoas são fidelizadas pelo baixo custo.
História de Brasília
Noventa e dois por cento das chamadas telefônicas de ontem em Brasília foram feitas por mulheres, e a conversa mais comum era a indagação de que roupa iria vestir para ir ao baile. Tratava-se do Baile da Cidade, e a estatística foi feita através de enquete com pessoas sôbre “como foi utilizado ontem seu telefone”. (Publicada em 02.03.1962)
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Quase sempre incorre em erro aqueles que, em matéria de discussões e de fatos políticos, buscam tirar conclusões apressadas. À ninguém é dado o condão de se colocar como juiz e árbitro, seja no que for, ainda mais quando o que está em pauta são debates acalorados, rixas e todo e qualquer acontecimento havido no mundo político.
Em assunto desse tipo, o mais acertado e sensato é colocar-se no papel de espectador silente e desconfiado de tudo, até mesmo da sombra. Não há o preto no branco quando a questão é de cunho político. Tudo nesse campo possui a forma de uma densa fumaça, varrida pelo vento forte. O político, pelo menos no nosso caso, e parafraseando o poeta português Fernando Pessoa, é um fingidor.
Finge tão completamente que chega a fingir que é verdade a mentira que lhe escapa por entre os dentes. Não é por outra que o também escritor realista português Eça de Queiroz dizia com propriedade: “Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.” Ao contrário dos animais domésticos, não se deve adotar político de estimação. Melhor é ficar longe deles, mantendo-os sempre ao alcance da vista.
A situação de antagonismos e mesmo de violência vem num crescendo desde que, a partir de 2002, o então presidente Lula passou a dividir o Brasil em duas bandas opostas denominadas “nós e eles”. Foi depois dessa estratégica e metodológica cizânia política que a grande parte dos brasileiros, que ficou alijada do que seria o “nós”, buscou alternativas para não ficar politicamente órfão, principalmente depois de tudo o que assistiu.
Foi nesse ponto que boa parte da população passou a perceber que todos os valores que mais prezava como família, ética, propriedade e diversas outras, tão caras e universais à dignidade humana, estavam simplesmente sendo solapadas a partir de seus alicerces, num processo perverso de corrosão social que visava apenas ao advento do caos e deste para a consolidação de uma ditadura do proletariado, conforme pregado nos longínquos anos sessenta do século passado.
O que se vê hoje em forma de fezes lançadas do céu, bombas de lamas, assassinatos e outras sandices vem na esteira que diz: semear ventos e colher tempestades. Lula de fato acabou trombando com um adversário tão radical quanto ele próprio. Deu no que deu. O curioso é que ainda vemos, entre nós, a razia vazia das ideologias, como se elas fossem a ponte segura para atravessar a história do país. Como dizia o filósofo Millôr: “As ideologias quando ficam bem velhinhas vêm morar no Brasil”. O fato é que o leitor e principalmente o eleitor, que lê essa coluna desde sua fundação em 1960, já pode perceber que, ao longo de todas essas décadas, nunca nos guiamos por arautos da política, sejam eles de que cores forem. Do mesmo modo, nunca nos deixamos iludir por falações e outras verborrices regurgitadas a esmo. Usamos o cérebro e o subproduto deste que é a razão para guiarmos e enxergarmos o caminho a seguir.
Num jogo de boliche, o que permite a bola derrubar todos os pinos numa única jogada é, além do fato dela possuir um desenho perfeitamente geométrico e sem arestas, ser lançada com precisão e força bem no centro desses pinos, dispersando-os igualmente para a esquerda e direita, não deixando nenhum de pé. Assim, pensamos nós, deve ser a imprensa, oposição centrada, capaz de atingir, indistintamente, um lado e outro. Sem remorsos e sem intrigas.
A frase que foi pronunciada:
“O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança.”
Millôr Fernandes
Agência Senado
Dados do senador Paim, vice presidente da Comissão Mista Permanente sobre Migrações Internacionais e Refugiados, mostram o seguinte: o Brasil registrou uma queda de 88,3% no número de refugiados em 2021, quando comparado ao ano anterior. Até o momento, o país tem refugiados de 77 nacionalidades, com Venezuela em primeiro lugar, representando 90,82% dos totais de casos. O número elevado em 2020 ocorreu em razão do fluxo de imigrantes da Venezuela durante a grave crise humanitária. A Síria ocupa o segundo lugar, com 3,91% e a República Democrática do Congo em terceiro, com 1,22% de refugiados
De olho
Já na Câmara dos Deputados, O PLN 17/22 autoriza mudar o credor da nota de empenho, durante os procedimentos contábeis relacionados à execução de restos a pagar não processados. Atualmente, no caso de impossibilidade de pagar um credor, é necessário cancelar a nota de empenho e emitir uma nova com o nome do outro credor. Por um lado, o deputado Carlos Henrique Gaguim defende a medida que vai retomar 28 mil obras inacabadas, e por outro, a deputada Adriana Ventura chama de lambança o fato de permitir que os restos a pagar sejam alterados, driblando a transparência.
História de Brasília
O sr. Francisco Mangabeira está disposto a importar gás da Argentina, em troca de automóveis. O gás será utilizado para abastecimento doméstico, já que vindo daquele país poderá sair mais barato que o produzido no Brasil. (Publicada em 02.03.1962)
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Repetia o professor Paulo Roberto Thompson Flores do Ceub: Dormientibus non succurrit jus, ou seja, a “Justiça não socorre aos que dormem”. Com isso fica pacificado que somente aqueles insones que apelam diuturnamente para a Justiça possuem alguma possibilidade de serem atendidos. É nesse sentido que observamos, a contra gosto, praticamente todos os envolvidos em caso de corrupção, aqui denominados de colarinho branco, e que foram condenados pela Justiça por suas práticas criminosas contra o erário, recorrerem, seguidamente, aos juízes e tribunais para se livrarem das penalidades que lhes foram impostas num primeiro momento.
Também já não causa surpresa à população e aos cidadãos de bem o fato de a grande maioria destes bem trajados delinquentes da elite política conseguirem, em algum momento, que suas sentenças sejam revistas ou simplesmente empurradas para dia de São Nunca quando serão anuladas em algum decurso de prazo.
De fato, esses personagens, dado à capacidade financeira que passaram a usufruir, nas noites insones em que tramaram suas estripulias, depois que experimentaram as delícias e facilidades do poder, conseguem bancar os caríssimos e estrelados escritórios de advocacia, a maioria deles especializadíssimos em livrar gente poderosa das malhas da Justiça.
Aqui não importa a origem dos honorários fabulosos. Para esses personagens, que sempre tiveram acesso direto ou indireto aos cofres públicos, todo o beneplácito das cortes. Para os demais, a lei conforme está redigida em tintas negras sobre a folha branca. É por conta dessa característica, muito peculiar de nossa Justiça, em que a balança e o equilíbrio das partes há muito emperraram para o lado mais abonado e desperto, que estamos onde estamos, num eterno vir a ser.
Um dia, por certo, estaremos junto ao primeiro mundo no que diz respeito à efetividade e igualdade da justiça. Só que antes temos ainda um longo e tortuoso caminho a percorrer, acabando com esse costume que faz com que uns sejam mais iguais que outros. A antiga Lei de Improbidade Administrativa, (Lei 8.429/92), que antes poderia servir de atalho para acabar com a costumeira bandalheira que se via nos desvios de recursos públicos, deu lugar, no entanto, a uma nova versão, mais amenizada (Lei 14.230/21), toda ela feita sob medida para servir aqueles que sempre se locupletaram com os recursos públicos.
Improbidade, na gestão pública, virou, no meio político, um palavrão e foi, portanto, banida para sempre. Nessa nova versão, mais ao gosto dos infratores, o que vamos assistindo, inertes e também insones, é a prescrição ou mesmo a descondenação de diversos políticos já julgados, beneficiados pela retroatividade da lei, todos eles de volta ao cenário político, alguns, mais despudorados, disputando o mesmo cargo no qual foram, no passado, apanhados com a mão na botija.
De fato, essa nova versão da Lei de Improbidade Administrativa veio dar o empurrão que faltava para esses tristes personagens, abrindo, mais uma vez a nefasta caixa de Pandora. Aos cidadãos que dormem por não possuírem um pesadelo.
Uma nova chance
Tida como modelo na reinserção dos internos, a Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto de Joinville faz parte do projeto Ajufe por um Mundo Melhor. Mais uma etapa concluída e os certificados entregues pelas mãos do juiz federal Rafael Wolff. As ofertas de cursos de capacitação, proposta tão simples e efetiva, e as oportunidades de trabalho são a força motriz para o sucesso da empreitada.
Apoio
Senadora Leila e senador Romário são apoiadores incontestes da nova Lei de Incentivo ao Esporte. Com razão, fundamentam o voto no papel importante que a nova legislação proporcionará para a promoção e financiamento de projetos que já beneficiaram 3 milhões de crianças e jovens em mais de 20 mil projetos. Esporte e Arte têm o poder de desviar a meninada do mau caminho. Vontade política, também.
Bom debate
Com autoria do senador petista Fabiano Contarato, há planos para uma audiência pública com o objetivo de debater sobre os impactos do assédio institucional no serviço público brasileiro.
Fronteiras
Foi o senador Angelo Coronel quem chamou a atenção para a falta de projetos de monitoramento nas fronteiras brasileiras. Visitando cidades fronteiriças, chamou de “queijo suíço”, os buracos por onde correm as drogas, descaminho e outros ilícitos. Defendeu fortalecer o Exército Brasileiro para evitar os crimes que ocorrem nos 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres com 11 países com divisa.
História de Brasília
Já foi iniciado o combate às invasões no Plano Pilôto. A Secretaria do Interior e o DFLO da Prefeitura estão retirando os barracos, e já limparam as superquadras 301, 302 e 303. (Publicada em 01.03.1962)
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Anúncio vindo agora do setor agrícola dá conta que neste ano o Brasil irá colher a maior safra de trigo de toda a sua história. Esse volume histórico, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) ficará superior 17,6% em relação ao registrado no ano passado. Como acontecem nesses anúncios do tipo ufanistas, a área plantada desse grão aumentou também em relação à 2021 em mais de 6,5%, o que não é pouca coisa, já que, nesse tipo de atividade, estamos falando em centenas de milhares de hectares de acréscimo.
Para o mercado interno, e particularmente para os consumidores, essa seria uma notícia a ser comemorada com festas, uma vez que, num mundo ideal e num país sério, esse crescimento na produção de trigo poderia forçar um decréscimo nos preços desse produto, sobretudo no pãozinho, nas massas e outros derivados desse importante cereal.
Como sempre foi ressaltado nesse espaço, o agrobusiness, por suas características peculiares e essencialmente mercantilistas, não produz alimentos, produz sim lucros fabulosos para aqueles que empreendem nesse negócio internacionalizado. Não é de hoje que os brasileiros ouvem essa ladainha, anunciando o aumento da produção de grãos e de proteína, sendo que esses alardes, anunciados aos quatro ventos, jamais foram acompanhados de uma diminuição nos preços dos alimentos. Pelo contrário, o que frequentemente ocorre é um ajuste nos preços da cesta básica, majorando arroz, feijão, carne e outros itens necessários para a sobrevivência do brasileiro médio.
No caso em pauta agora, é preciso lembrar que a guerra que a Rússia, covardemente, impôs à Ucrânia, dois países que juntos são responsáveis por mais de 30% da produção mundial de trigo, favoreceu o seu plantio por aqui e até fez os preços subirem como foguete. Não surpreende, pois, que, juntamente com o anúncio do aumento da produção desse grão, que, forçosamente, fez-se com o desmatamento de áreas nativas, com a morte de plantas e animais silvestres, veio também a notícia de que a safra recorde de mais de 9 milhões de toneladas virá com preços majorados, uma vez que a formação de preços desse produto é feita no mercado internacional. O trigo, assim como outros alimentos, é uma commoditiy, portanto, precificada em dólar.
É esse o grande negócio e a meta principal do agrobusiness: a obtenção de dólares. A alimentação da população, por meio de preços justos e acessíveis, não entra nessa equação. Inclusive, a simples menção de que há um hiato estelar entre essa atividade e a realidade social do país, com mais de 50 milhões de indivíduos vivendo na pobreza e com o país voltando a integrar o mapa da fome da ONU, é motivo para brigas e todo o tipo de ameaças.
Há o agrobusiness e há a realidade do país, e ponto. Mesmo com esse volume de produção de trigo, o Brasil ainda terá que importar o produto, já que consome algo em torno de 12 milhões de toneladas por ano. O que os números superavitários desse setor tentam mostrar e que a realidade interna insiste em desmentir, obrigando inclusive o governo a distribuir bolsas e outros benefícios assistencialistas para a população não morrer de fome, é que realmente vivemos dois brasis: um que sonha com dólar e outro que sonha com feijão.
A frase que foi pronunciada:
“Seja qual for a razão, esse tipo de barbárie não pode ser perdoada.”
Yuriko Koike, governadora de Tóquio em coletiva com a imprensa sobre o assassinato do ex-primeiro ministro do Japão Shinzo Abe.
Palpite
Mesmo que a estabilização da velocidade e aceleração ainda possam ser refinados, o exoesqueleto criado por Matheus Soares Nascimento, do Ceub, tem um aspecto promissor para garantir a mobilidade de membros inferiores de pacientes que sonham em voltar com a marcha humana: tem baixo custo e é de fácil reprodução. Lúcia Willadino Braga, do Sarah, é uma pessoa chave para uma parceria com possibilidades interessantes.
Pilha de nervos
Tendo que enfrentar a dureza de um câncer no cérebro na esposa, um perito trabalhista, contratado, esteve na residência para atestar a situação e dispensá-la do labor. A paciente estava alegre com esperanças, mas não movia mais os braços. O perito deu o aval. “Ela está ótima, não há porque parar com as atividades.” O marido respirou fundo e respondeu: “Então peça a ela que assine o seu cheque.”
CNJ Notícias
O CNJ criou o Comitê de Pessoas com Deficiência no âmbito judicial para analisar e formular medidas que aperfeiçoem o atendimento do Sistema de Justiça a pessoas com algum grau de dificuldade para enxergar, ouvir ou caminhar ou com deficiência mental ou intelectual. A atuação busca reforçar a condição dessa população: indivíduos sujeitos a direito e garantias, cuja autonomia deve ser preferencialmente preservada e estimulada.
História de Brasília
O buraco existente na pista do aeroporto já foi consertado, e ontem pousou o Boeing da Varig procedente de Nova Iorque, com destino Rio. (Publicada em 02.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Qualquer indivíduo que venha se sentar na cadeira de ministro da Educação, por mais preparado que esteja para o cargo, encontrará, diante de si, ao examinar de perto essa missão, uma tarefa muito complexa e de proporções gigantescas. Sendo o quinto país em número de habitantes e em extensão territorial, o Brasil, por suas características continentais e diversidades regionais, apresenta desafios imensos para a implementação de quaisquer políticas públicas, sobretudo quando se trata de assunto tão melindroso como a gestão de políticas educacionais.
Com 5.570 municípios, espalhados numa vasta área de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, qualquer política pública eficaz e justa tem, necessariamente, que lidar com essa realidade concreta, e ainda obedecer ao fato de que cada ente federativo é autônomo e com atribuições múltiplas e descentralizadas, conforme estabelecidas pela Constituição atual.
Implementar serviços públicos de qualidade, num país tão complexo como o Brasil, onde existem diferenças fiscais de toda a ordem e onde variam também a capacidade de gestão de cada uma dessas unidades, não é, definitivamente, um trabalho para principiantes ou indivíduos sem o devido preparo e ânimo. Por mais complicada e difícil que seja a tarefa de implantar uma educação de qualidade e inclusiva no Brasil, todo o esforço se esvai se esse trabalho não se iniciar pela qualificação e melhoria nos planos de carreira daqueles que atuam nesse setor, melhorando salários, incentivando cursos de aperfeiçoamento, além, é claro, de construir e equipar as escolas com tudo que seja necessário para o pleno desenvolvimento do ensino e da aprendizagem.
Nenhum esforço, por mais bem intencionado que seja, terá o poder de melhorar nossos índices educacionais, se não contar com a mobilização em massa da sociedade e, sobretudo, com o apoio e presença de pais de alunos e da comunidade no entorno de cada escola. Sem o envolvimento da população em peso, dificilmente uma tarefa dessas proporções terá êxito, ainda mais quando se sabe que, pela Constituição, a educação é posicionada como sendo um esforço de natureza nacional e com sistemas de ensino organizados em regime de colaboração.
Essa união da sociedade em torno desse objetivo, apesar de extremamente necessária, não pode ser feita no período de um ou dois governos, mas terá que ser rigorosamente cumprido no longo prazo, durante gerações. Para tornar essa missão ainda mais complicada, é preciso ver que, dentro de cada questão relativa aos problemas da educação, existe ainda uma espécie de subproblemas que parecem embaralhar, ainda mais, essa tarefa.
Dessa forma, de nada adianta universalizar o acesso à educação, se os alunos não forem mantidos nas escolas até a conclusão, ao menos, do ciclo básico. Por outro lado, torna-se inócuo manter os alunos nas escolas, se, ao final desse primeiro ciclo, eles não forem capazes de resolver as questões inerentes a essa etapa, como compreensão de textos e resoluções de operações simples matemáticas, entre outras habilidades próprias para a idade.
Mas, para dar início a esse verdadeiro trabalho de Hércules, é preciso antes resolver o problema das profundas e persistentes desigualdades regionais, consideradas, por especialistas no assunto, como as maiores do planeta. Somos um país imenso territorialmente e imensamente desigual na distribuição e concentração de rendas. Nesse ponto, é próprio considerar que nossa desigualdade e concentração de renda são as principais raízes de nosso subdesenvolvimento prolongado e, enquanto esses problemas não forem solucionados, todos os outros também não o serão.
Políticas públicas desenvolvidas sobre um país tão desigual estão fadadas ao fracasso ou a um sucesso pífio e momentâneo. Infelizmente, até aqui e diante desse quadro, o Brasil não tem sido capaz de desenvolver programas e modelos capazes de enfrentar e superar essa dura realidade histórica.
É preciso atentar para o gigantismo da estrutura educacional pública do país. São quase 50 milhões de alunos matriculados na educação básica, principalmente na rede pública; quase 2 milhões e meio de professores, a maior categoria profissional do país, além de 178,4 mil estabelecimentos escolares; o que faz, do Brasil, um gigante mundial também no setor educacional. Trata-se, portanto, de um desafio imenso que precisa ser feito por milhões de brasileiros ao longo de muitas décadas e que precisa ser iniciado o quanto antes.
A frase que foi pronunciada:
“A educação é simplesmente a alma de uma sociedade a passar de uma geração para a outra.”
G. K. Chesterton
Atitude
Corre, pelas redes sociais, o vídeo do Adolfo Sachsida (Minas e Energia), comemorando a redução no preço da gasolina. No Noroeste, estava a R$5,99. O ministro aproveitou a oportunidade para registrar a nova fase dos combustíveis.
História de Brasília
Já está em pleno funcionamento, a pista do aeroporto de Brasília, e graças a Deus não houve nenhum desastre fatal. (Publicada em 02.03.1962)
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Fechar os olhos à realidade em volta é o mesmo que andar descalço sobre um chão forrado de cacos de vidro. Do mesmo modo, de nada adianta parte da mídia fingir que não enxerga a extensa folha corrida ou capivara, no jargão policial, apresentada pelo candidato das oposições e que não para de surpreender a todos pelo acréscimo constante de crimes de toda a natureza.
Não bastasse o diálogo “cabuloso” que esse ex-mandatário mantinha com as lideranças do crime organizado, conforme revelado por escutas feitas pela própria polícia, a votação surpreendente que o seu substituto, Haddad, receberia da população carcerária nas eleições de 2018, não deixa margem para dúvidas de que estamos diante de um candidato favorito, pelo menos, entre os quase um milhão de presos que cumprem pena nas penitenciárias de todo o país. Mais de 82% desses cidadãos, que, em tese, não deveriam ter o direito de votar, preferem, segundo pesquisa do Globo, que esse candidato assuma o comando do país.
Não é por outro motivo que, em suas declarações em comícios, volta e meia surgem menções à liberação das drogas, da “injustiça” sofridas pelos “meninos” que roubam celulares, ou quando se mostra orgulhoso por sua cruzada, para libertar, da cadeia, os sequestradores do empresário Abílio Diniz. As ilações de que esse candidato sempre manteve interlocuções com o mais ativo e perigoso grupo do crime organizado são antigas e se sucedem, desde que subiu a rampa do Palácio do Planalto em 2002.
A mais importante e conhecida jornalista investigativa da Espanha, Cristina Segui, que, há décadas, dedica-se com afinco a acompanhar os bastidores da política ibero-americana, vem fazendo denúncias sérias da conexão existente entre os partidos de esquerda em seu continente e, principalmente, na América do Sul, com o narcotráfico latino-americano. A Segui cita, em sua pesquisa, Lula e Dilma Rousseff como políticos que receberam ajuda financeira para alavancar o Partido dos Trabalhadores, desde seu surgimento nos anos oitenta.
Toda essa revelação bombástica, e que não recebeu atenção devida da imprensa brasileira, teria surgido a partir da prisão do ex-chefe de inteligência do governo chavista da Venezuela, Hugo Carvajal, conhecido como El Pollo. Extraditado para os EUA, Pollo falou o que sabe e o que presenciou na Venezuela e em outros países como o Brasil, Espanha e Portugal. Há, segundo Cristina Segui, uma extensa rede internacional, formada pelos mais poderosos carteis de drogas, para apoiar, financeiramente, os partidos de esquerda nos dois lados do Atlântico, pois sabem que a ascensão dessas siglas ao poder ajuda a dar proteção ao comércio ilegal de drogas e armas, fazendo vista grossa dessas atividades, ao mesmo tempo em que recebem partes dos lucros com essas transações.
Essa é, de fato, uma longa e tenebrosa história que deveria merecer uma investigação parlamentar aprofundada aqui no Brasil, mas que, misteriosamente, continua sem o mínimo de atenção. O perigo trazido por essa associação criminosa entre esses cartéis é o da formação de verdadeiros Narco-Estados, como ocorre hoje em países como a Venezuela. Para dar ainda maior tensão a uma situação que em si já é bastante delicada e nefasta, investigações recentes, feitas pela Polícia Federal e que resultou na prisão do maior e mais procurado contabilista do crime organizado do Brasil, mostrou que esse técnico em finanças era também quem fazia as declarações de imposto de renda do ex-presidente Lula há anos, sendo que, no prédio onde estava instalada sua “consultoria”, funcionava também o escritório do Lulinha, outro craque em finanças.
Para dar ainda mais um tom cinzento a todos esses fatos, recentemente, o notório Marcos Valério, o homem da mala petista, preso e condenado no escândalo do mensalão, resolveu revelar, em delação premiada, os estreitos laços existentes entre o PT e a maior organização do crime que age no país, dando detalhes sobre essas amizades perigosas. Apenas um pouco de todos esses fatos já seriam, num país sério, motivo para parar tudo e dar início a investigações aprofundadas. Mas, em se tratando de Brasil, onde tudo acaba em pagode e roda de samba, todo esse cenário de mau augúrio, que se prenuncia para outubro, é considerado exagero. A fusão do PCC, formando a sigla política PTCC, para a Segurança Nacional, não passa de fake news.
A frase que foi pronunciada:
“Não é o que você olha que interessa. É o que você vê.”
Henry David Thoreau
I Encontro Regional de Palhetas Duplas do Centro-Oeste
Homenagem ao professor Václav Vinecky, na Escola de Música, com entrada franqueada ao público. Ao piano, Marília de Alexandria; oboé, Ravi Shankar e Sandra Romero; Kleber Lopes, Moisés Pena e José Medeiros representarão a OSTNCS, e o professor Lamartine representará o grupo de Choro do IFG- Campus Goiânia. Também a presença de Roseane Cruzeiro, como palestrante. De amanhã ao dia 10, no Teatro Levino de Alcântara, na Escola de Música, às 19h30.
História de Brasília
E as empresas são quase que forçadas a transmitir essas mensagens, apesar das restrições impostas pelo Código de Comunicações. O pessoal da Camargo Corrêa quando quer falar com o sr. José Paulo Viana, usa sinais de fumaça da usina de asfalto, porque o telefone está quebrado há mais de um mês, sem que ninguém o conserte. (Publicada em 02.03.1962)
VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Com a publicação de nova resolução (Lei nº 14.230 de 2021), a Lei de Improbidade Administrativa (LIA) era formalmente enterrada, tornando as sanções aplicáveis, aos maus gestores públicos, em letra morta. Assim, todos os atos de improbidade e de má gestão dos recursos públicos, e que antes acarretavam, além da inelegibilidade, instauração de processos administrativos disciplinares e diversas outras penalidades, que iam da previsão de indenização completa ao erário, devolução do patrimônio ilicitamente auferido até a perda de função pública com suspensão de direitos políticos, chegava ao fim.
Essa era, para muitos juristas, a Lei das Leis e que teria o condão de trazer o Brasil para o século XXI, acabando com a roubalheira que, há décadas, assola grande parte dos mais de 5 mil municípios espalhados por todo o país. Sob o pretexto de que estariam havendo excessos na aplicação dessa norma, prefeitos de todo Brasil fizeram um grande lobby nacional dentro do Congresso, onde, aliás, estão muitos políticos enrolados e respondendo processos por crimes contra o erário, e acabaram conseguindo que a Lei de Improbidade fosse literalmente depenada, sem dó ou piedade, por deputados e senadores, tornando, essa importante lei, uma norma inócua e sem qualquer efetividade no combate à corrupção endêmica. Vitória da corrupção que já havia conseguido esfacelar as dez medidas de combate ao crime, além da prisão em segunda instância que estava enfim assegurada. Restava, nesse velório da ética pública, acabar com o último bastião da moralidade, representado pela Operação Lava Jato.
Eram seis pilhas de um metro quadrado de área por cinco metros de altura cada, contendo notas fictícias de R$ 100, que ficaram expostas por um longo período na Boca Maldita, principal rua de Curitiba. O monumento simbolizava o montante de R$ 4 bilhões recuperados pela força tarefa da Lava Jato. É pouquíssimo, se comparado ao volume fantástico de dinheiro desviado por grupos políticos diversos, apenas na última década. É, contudo, muito dinheiro para os padrões de um país como o Brasil, onde, historicamente, a impunidade e corrupção sempre foram tratadas de forma parcimoniosa pelas autoridades, sempre constrangidas em punir pessoas e grupos do mesmo estamento social, político e econômico.
Segundo estimativas feitas por técnicos no rastreio de dinheiro de origem suspeita, o Brasil perde por ano, em média, R$ 200 bilhões com esquemas de corrupção. Somente com relação à Petrobras, calcula-se que as contas ficaram no vermelho com R$ 40 bilhões, embora, de forma oficiosa, a estatal tenha divulgado, à época, um “prejuízo” de apenas R$ 6 bilhões, com desvios de dinheiro dos cofres da empresa.
Para se defender de processos no exterior, a estatal apresentou, à época, argumento em cima da tese de que foi vítima da ação dos corruptos, embora a justiça dos Estados Unidos e de diversos outros países, que possuem recursos investidos na empresa, afirmassem que havia muitos funcionários de carreira da Petrobras envolvidos diretamente nestes esquemas nebulosos. Hoje, políticos não podem argumentar, de boa-fé, que a Petrobras não esteja fazendo bem o seu papel. É bom que seja divulgado que na verdade a Petrobras paga mais impostos do que a Aplle e Microsoft juntas.
De todas as variáveis possíveis que envolvem os diversos casos de corrupção que vieram à tona nos últimos anos, a maior certeza e o ponto fundamental que tem possibilitado o prosseguimento das ações é dado pelo apoio maciço da população ao combate de desvio de dinheiro público. A população, principalmente a de baixa renda, sente, na própria pele, os efeitos nocivos e mesmo fatais que a corrupção provoca na vida da maioria dos brasileiros.
A longa crise social, econômica e política dos últimos anos teve, ao menos, o condão de mudar a percepção de boa parte da sociedade não somente para os problemas do país, mas, sobretudo, para aumentar o desejo e a atitude de muitos em direção aos valores individuais, fazendo florescer, nos brasileiros, um sentimento mais individualista e voltado exclusivamente para as necessidades imediatas das próprias pessoas.
Os efeitos da corrupção sistêmica, conforme implantado pelos governos petistas e que tinham, como objetivos diretos, o enfraquecimento do Estado paulatinamente ao empoderamento do partido, apesar das investidas da polícia e de toda a revelação da trama, deram frutos diversos. Uns bons. Outros nem tanto. Ao aumentar a descrença na política, retardou a consolidação plena da democracia. As revelações feitas pela política e pelo Ministério Público, apresentaram, para o distinto público, uma elite corrupta e disposta a tudo para enriquecer rápido e sem esforço.
Para um país que conta com mais de 700 mil presos, em condições sub humanas de cárcere, essas revelações serviram muito mais do que um simples incentivo para a ação continuada no mundo do crime. Deu, a essa parcela da população, a certeza de que a cadeia ainda é lugar para os pobres.
A frase que foi pronunciada:
“Os estadistas diferem dos políticos porque os primeiros pensam no futuro do país e os segundos nas próximas eleições.”
Winston Churchill