Nova lei traz velhas e perniciosas ideias

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Foto: frenteambientalista.com

 

Experiência e vivência são tudo quando se trata de lidar com questões delicadas e que terão reflexos sobre a vida de todos. Ouvir e ponderar, então, é essencial. Na contramão desses conselhos básicos, a carta aberta redigida pelos nove ex-ministros do Meio Ambiente, alertando para os severos danos que trarão ao país, caso seja mesmo aprovado pelos congressistas, sob pressão da bancada ruralista, a nova Lei Geral do Licenciamento Ambiental (Lei 3.729/2004) passou em branco.
Na madrugada desta quinta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou, em ritmo relâmpago, o texto-base do polêmico projeto, flexibilizando normas importantes de proteção do meio ambiente, além de dispensar uma grande quantidade de empreendimentos e atividades econômicas de licenciamento ambiental. Sob o argumento absurdo de “redução da insegurança jurídica”, a bancada do boi forçou a passagem da tropa e dos tratores sobre as já incipientes leis ambientais, arreganhando, ainda mais, as porteiras da irresponsabilidade, garantindo ao nosso país a dianteira mundial quando o assunto é destruição de nossas riquezas naturais.
O momento, como ensinou o atual ministro da pasta, Ricardo Salles, é agora, durante a pandemia, quando as atenções estão voltadas para aspectos mais urgentes, como a própria sobrevivência da população. De imediato o texto suscitou críticas duras de todos os especialistas no tema, de cientistas, ambientalistas, passando por ONGs e pelos ex-ministros, que, em tempos diversos, estiveram à frente dessa importante pasta.
Primeiramente, dizem, a proposta não foi submetida, sequer, ao ritual básico das audiências públicas, onde o projeto seria discutido com mais seriedade e compromisso com o país e com as futuras gerações. Organizações internacionais, como o Greenpeace Brasil, considerou a aprovação uma afronta à sociedade brasileira e uma demonstração de que os parlamentares estão, neste momento, seguindo à risca a política ambiental do governo Bolsonaro, voltada toda ela para o atendimento do agronegócio e para quem questões ambientais são um empecilho ao pleno desenvolvimento econômico.
Para outros entendidos no assunto, a nova Lei irá instituir o que chamam de “deslicenciamento” ao implantar mecanismos como o autolicenciamento, em que o próprio indivíduo declara que seu empreendimento não causará danos significativos ao meio ambiente.
Na avaliação de Maurício Guetta, do Instituto Socioambiental, a proposta se revela como a maior ameaça já feita às áreas sob proteção ambiental, bem como aos povos que tradicionalmente ocupam essas áreas desde sempre. Caso venha a ser aprovada no Senado como está, a nova lei se configura como uma séria ameaça não só à Amazônia, como a todos os biomas e cursos d’água.
Trata-se de um conjunto irracional de medidas que, certamente, irão ter reflexos ainda mais severos dentro e fora do país, com particular repercussão no exterior às vésperas da realização da COP26, a realizar-se em novembro na Escócia. Lembrando da série de promessas feitas pelo presidente Bolsonaro, quando da realização da Cúpula do Clima em abril último, caso o Congresso aprove essas medidas do jeito que estão no texto-base, toda a credibilidade que ainda resta ao Brasil nas questões ambientais se transformará em pó, com a possibilidade dos mercados globais virem a boicotar economicamente nosso país.
A frase que foi pronunciada

“Com ciência e consciência”
Placa que resume a necessidade do Brasil
Tirinha: pinterest.com
Vídeo
Cameratas e cantores resolveram fazer ensaios finais no Parque Olhos D’Água. Um verdadeiro presente para os frequentadores. Veja, no canal Visto, lido e ouvido – Blog do Ari Cunha, pelas lentes de Suzette Oliveira.
Interessante
Em 2015, na época da regulamentação do comércio eletrônico, o Nordeste ocupava o segundo lugar em região com mais compradores on-line. O fato de os estados consumidores não se beneficiarem com a transação virtual mudou desde então.
Foto: Divulgação

Perdidos

Muito triste ver tantos profissionais perdidos sem saber como se reinventar. O número de suicidas não é divulgado. Deveria.

Foto: portal.fgv
Votos
Nenhum partido deve temer. O STF precisa estimular. O país vai ter o que é melhor para a democracia. A Câmara dos Deputados discute, em Comissão, para dar parecer a uma PEC da deputada Bia Kicis e outros, que sugere apuração de eleições, plebiscitos e referendos com expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor e depositadas em urnas indevassáveis para fins de auditoria.
Charge: almirquites.blogspot.com.br
História de Brasília
Todo mundo esperando o discurso. Havia notícia de que, na noite anterior, as gestões eram para que o sr. Jânio Quadros não pronunciasse um discurso violento. Realmente, foi um discurso “água de laranja”. Cometeu um erro de português, e disse que dali há quatro anos estaria no mesmo lugar entregando a mesma faixa ao seu sucessor. (Publicado em 02.02.1962)

Quando esse dia chegar

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Charge do Laerte

 

É certo que, em um dia, não muito distante, alguns ou muitos dos figurões envolvidos nas maiores trapaças de corrupção de nosso tempo revelarão, em suas “memórias”, todo o imenso cipoal de negócios escusos que, durante as duas primeiras décadas de nosso século, quase levaram o Brasil à falência. Principalmente os protagonistas centrais de Operações como a Lava Jato e congêneres.

Até mesmo integrantes das altas cortes do Judiciário, que nesses episódios tiveram participações contra e a favor dos delinquentes de colarinho branco, terão muito a revelar quando esse dia chegar. Basta apenas que um desses personagens, acometido pelos remorsos que a idade avançada traz em sua bagagem volumosa, venha a ter um surto de sinceridade pré morte, confessando tudo para aliviar o peso excessivo de suas lembranças para a viagem eterna.

A partir daí, como num processo desembestado de inércia, todos contarão o que viram e ouviram, até para não ficarem diminuídos nessa trama farsesca. Por certo, haverá aqueles que, por pretenso dever ideológico, nada dirão. Ou, se vierem a narrar suas façanhas, o farão não no papel de vilão, mas travestido do mais nobre dos ideais. Para esses farsantes, a idade avançada tratou de transformá-los não em velhos, mas em velhacos, com todas as suas rugas e resmungos falsos.

Esse, enfim, seria um processo natural de passar o país a limpo e expor os fatos tal como eles ocorreram e não como imaginam a justiça, a mídia e os bajuladores. O método correto para repor as coisas em seus devidos lugares, como fazem os países civilizados, expondo toda a verdade ao público, para que histórias como essas não voltem a se repetir, deveria ser feito nos tribunais, dando, a cada um desses famigerados protagonistas, a pena segundo a atuação de cada um.

Mas, em se tratando do Brasil inzoneiro e do “jeitinho”, o que parecia, num primeiro momento, uma verdadeira revolução de costumes, mandando todos os implicados direto para o xadrez, virou uma ciranda em que, aos poucos, cada um foi sendo posto em liberdade, revendo todo o gigantesco processo, como se nada tivesse ocorrido de fato.

Pelas firulas e as filigranas jurídicas, um a um foi sendo solto, de volta às ruas e, potencialmente, a novos crimes. Pelas mesmas brechas os juízes e rábulas fizeram das leis o seu avesso e hoje condenam aqueles que ousaram condenar gente tão poderosa. Quando esse dia chegar, é quase certo que muitos desses emplumados advogados de defesa, enriquecidos com os honorários oriundos do farto butim, talvez venham a revelar, ao público, as confissões inconfessáveis de seus clientes.

De certo, sabe-se apenas que, quando esse dia chegar – se chegar – a maioria dos membros dessa verdadeira quadrilha estatal já estará, para fins da justiça e da lei redigidas pelos homens, anistiada, perdoada, arquivada, prescrita e até esquecida. Mas terá, de fato, acertado as contas com o cidadão de bem que tudo acompanhou perplexo? Terá acertado as contas com a ética pública? Estará, de fato, perdoada pela história?

A frase que não foi pronunciada:

Receita perigosíssima: coloque na mesma panela de assuntos o Coronavírus, política e dinheiro. Certamente esses ingredientes juntos não salvam vidas.”

Dona Dita pensando com os botões que, na sua idade, nunca havia presenciado a doença ideológica.

Charge do Caco Galhardo

Armadilhas

São muitas as localidades no DF em que o hábito de recolher os excrementos dos animais durante o passeio ainda não existe. Há que se fazer uma campanha nesse sentido para convencer as pessoas que ainda não pensam no bem comum.

Foto: Freepik

Susto

Com um batalhão perto, não justifica assaltos acontecerem no Deck Norte. Meliantes se aproveitam da falta de policiamento para furtar transeuntes. É preciso redobrar a presença.

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

Solidariedade

Santos inocentes é uma instituição que abriga adolescentes grávidas ou mulheres sem apoio algum para criar seus filhos. Neste momento, a necessidade é enorme. Cobertores, fraldas, alimentos… Contatos: 99437321 ou 3359287.

Colheita

Anos atrás, era comum pescadores trazerem filhotinhos de jacarés e soltar no lago. Dê uma espiada no vídeo a seguir para ver as surpresas nessas águas doces.

História de Brasília

Parece tão pouco tempo. A avalanche de carros de São Paulo dominando a cidade, a sede de vingança se espraiando por toda a parte. A solenidade de manhã no Palácio do Planalto, o pessoal da CMTC com um retrato do homem e um kepi que não chegou a ser entregue. (Publicada em 02.02.1962)

Sem futuro à vista

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Codevasf. Foto: Cássio Moreira/Codevasf

 

Assim como a noite segue o dia, todos os prognósticos feitos acerca da entrada espetacular do Centrão no governo Bolsonaro davam conta de que, mais cedo ou mais tarde, não tardariam a surgir os escândalos de corrupção pelo mau uso e até os desvios de recursos públicos na máquina do Estado. Esta é, em última análise, o que acabou se transformando a expressão criada pelo cientista político Sérgio Abranches, denominada “presidencialismo de coalizão”.

Só que com uma diferença básica: no artigo publicado, ainda antes da promulgação da Constituição em 1988, Abranches se referia à possibilidade de vir a ser formado, no sistema político nascente, uma espécie de combinação entre o modelo tradicional de presidencialismo de caráter imperial, onde o Executivo se sobressaia no comando do país, passando, depois da Carta, a se submeter, até para viabilizar o próprio governo, às diretrizes propostas por um conjunto multipartidário com assento no Congresso. Como tudo neste país tende para a deformação, com o princípio do “presidencialismo de coalizão” não foi diferente.

Na verdade, é possível afirmar que as brechas e lacunas existentes na Lei Maior, e mesmo aspectos do caráter de nossa classe política, centrada na ideia de trocas e negociação de vantagens imediatas, possibilitou o surgimento institucional do mais puro modelo fisiológico de toma lá dá cá. Junte-se essa anomalia política ao fato da existência, ainda, de uma grande quantidade de empresas estatais, e está formada a mais letal e perniciosa mistura, capaz de não só dilapidar o bem e os esforços públicos, mas, acima de tudo, facilitar a perpetuação de crises institucionais cíclicas, quer pelas ameaças de impeachment, quer pela possibilidade de o Legislativo vir a usurpar dos poderes próprios do Executivo.

Para complicar ainda mais uma situação que, em si, já é por demais delicada e instável, abre-se também, nesse desconcerto da nossa República, as seguidas intromissões do Judiciário no Executivo, por meio do que ficou conhecido por judicialização da política.

É, nesse Inferno de Dante, que o presidente Jair Bolsonaro tem que se enquadrar para governar minimamente. Ideologias à direita ou à esquerda pouco importam nesse esquema de governança do país. Todos, invariavelmente, acabam em escândalos que logo são amainados pela cumplicidade e por um nefasto espírito de corporativismo, em que todos se protegem e irmanam.

O escândalo da vez envolve a empresa estatal Codesvasf, uma das joias desejadas por nove em cada 10 políticos do Nordeste. Por isso mesmo, entra e sai governo e a empresa permanece em destaque no organograma do Estado. Obviamente que não são só os R$ 3 bilhões de um orçamento secreto a criar o mais novo escândalo. Nos governos petistas, as oportunidades estavam mais centradas na Petrobras. Deu no que deu.

Agora, está sendo a vez da empresa de desenvolvimento do Vale do São Francisco. Todas as estatais, sem exceção, sofrem por um processo tremendo de loteamento político, o que, em resumo, acaba por direcionar todas as estratégias dessas empresas aos caprichos e desejos da classe política, deixando em segundo plano os reais interesses nacionais.

Com o presidencialismo de coalizão deformado, desde sua origem, somados à política de porteira aberta das estatais para a classe política e à flagrante imiscuição de um Poder sobre outro, não surpreende que o Brasil siga aos tropeços, sem presente e nem futuro à vista.

 

A frase que foi pronunciada:
“A aprovação foi possível porque houve o mesmo balcão sujo de negócios. É vergonhoso identificar a mesma situação que acontecia no governo de FHC, com parlamentares pensando mais nos seus negócios pessoais e políticos do que nos interesses da maioria da população.”
Heloísa Helena, então senadora, em 4 de junho de 2004, no início da gestão petista. Registro da Agência Senado.

Ex-senadora Heloísa Helena. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

Segunda
Quem precisou do Detran não conseguiu acessar os serviços pela Internet. Sistema fora do ar.

Foto: Divulgação/Fazenda DF

Padaria Portuguesa
Na padaria da 709 Norte, um novo golpe. Confira sempre o valor da compra com o valor do recibo do cartão. Quem precisa de óculos para ler está levando prejuízo sem saber. Veja a seguir.

Mais um
Ao fazer o cartão do Atacadão, no final da Asa Norte, em busca de descontos, o cliente que pensa ser um cartão exclusivo do mercado engana-se. É um cartão de crédito, e a informação só é dada no final do atendimento.

Foto: cartaoatacadao.com

História de Brasília
Ontem, ninguém comemorou, mas todo o mundo lembrou que fazia um ano que o sr. Jânio Quadros assumia o poder, recebendo a faixa das mãos do dr. Juscelino. (Publicado em 02.02.1962)

A falta que faz uma guerra em tempos de paz

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O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello — Foto: Pablo Jacob/Agência O Globo

 

Foram para bem distante aqueles tempos em que oficiais de alta patente eram reconhecidos por serem indivíduos dotados de um sentimento avesso ao medo e às ameaças do inimigo. Contudo, a ausência prolongada de guerras e de conflitos sangrentos, onde a coragem e o destemor são o que restam como escudo contra os obuses e o avanço da morte, fez mal aos nossos militares. Nossos guerreiros são treinados virtualmente e em ritos enfadonhos e teóricos dentro dos quartéis, onde a burocracia cotidiana e monótona passou a ser a única batalha diária a ser vencida.

A paz, prolongada, portanto, ao representar o que de pior pode suceder ao oficialato e às tropas, conferiu-lhes uma certa resignação, além de uma notável inanição para a ação. Com resultado dessa falta de ventos a enfurnar as velas, as belonaves permanecem estacionadas no porto, acumulando ferrugem. A inércia faz mal às tropas, tira-lhes o ímpeto guerreiro e os conduz ao vale da preguiça.

Na ausência dessa agitação bélica, enfraquece-se também o caráter, roubando-lhes o ânimo e a alma. É no movimento que se fazem as batalhas. Pior do que esse marasmo prolongado que arrasta nossas forças em armas para a estagnação e a decadência, é que, com ele, perde-se a possibilidade de fazer do preparo contínuo, um escudo contra os obuses e o sibilar das balas traçantes de fuzil a cortar o céu, rente à cabeça. A única batalha a ser travada é contra o pachorrento cotidiano de atividades burocráticas e torturante, prolongado por um relógio de ponto preguiçoso.

É nesse cenário paradisíaco e pachorrento que são travadas as batalhas diárias de nossos bravos soldados. Terminado o expediente,  o armistício diário é mais uma vez assinado, com o retorno das tropas aos seus lares. A guerra contra o inimigo de mentira é o que existe de maior intensidade e dentro dos quartéis. A paz, tão ensejada pelos cidadãos comuns, e que tanto bem-estar traz à nação, é mortal para as tropas e para os comandantes.

De certo modo, é até possível observar que a ausência de conflitos armados, ao roubar os hormônios dos combatentes, deixa para trás uma tropa de mofinos, descartada como objeto usado. Talvez tenham sidos esses fatores e mais alguns outros bizarros motivos que acabaram por produzir generais e outros comandantes de alta patente que, sem o menor pudor e pendor, vergam seus espinhaços aos desígnios inconsequentes e irracionais de políticos e outros aventureiros aboletados nos Três Poderes, e que deles exigem atos humilhantes e pouco dignos.

Essa seria não uma, mas inúmeras carapuças que bem se acomodam sobre as cabeças de generais e outros áulicos estrelados, como é o caso do general Pazuello, tristemente amedrontado e acuado de se apresentar perante à Comissão Parlamentar de Investigação, para falar o que é obrigação ética e disciplinar de um militar: dizer a verdade.

No tempo em que existiam generais de coragem cívica e bélica, uma convocação dessa natureza seria respondida com a presença imponente do depoente, devidamente paramentado, acompanhado de duas maletas, uma contendo documentos e recibos comprobatórios e outra, mas cumprida, a acomodar um bastão de madeira ou algo pior, para o caso de algum atrevidinho ousar denegri-lo em público.

Eram outros tempos, em que os homens se respeitavam ou no protocolo civilizado, ou no porrete, não levando desaforo para casa, ainda mais de gente com ficha suja nas delegacias. A esses e outros altos oficiais que hoje desempenham papel nos gabinetes do Poder Executivo, colocados em posição subalterna e constantemente humilhados por grosserias e outras pilherias vindas de pessoas claramente desclassificadas e sem poder ético para tal, fica a certeza de que a ausência de guerra fez muito mal a todos da caserna.

 

 

A frase que foi pronunciada:

Discurso do General Montgomery:

“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói.”

General Bernard Montgomery, 1943. Foto: wikipedia.org.

Winston Churchill ouviu o discurso e, com ciúme, retrucou:

“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele.”

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Parque Nacional

Se os candangos não fizerem nada, a Água Mineral, parque com piscinas de água natural e vários hectares de verde, deixará de ser propriedade da cidade. Os idosos que iam tomar sol todos os dias, fazer exercícios, nadar estão dentro de casa perdendo a imunidade. Da mesma forma em que a comunidade se uniu para defender o Parque Olhos d’Água, precisa se unir para salvar a Água Mineral.

Foto: EBC

 

Tentativa

Sobre o assunto, Chico Santana publicou um texto onde informa que o Ministério Público Federal arquiva representação que tentava impedir privatização. Veja no link MPF arquiva representação que tentava impedir privatização.

 

História de Brasília

Novacap, Mãe de Todos – Até bem pouco tempo, tudo que se queria em Brasília era com a Novacap. Um ministro queria um faqueiro, ar condicionado, um deputado queria uma estrada, madame queria um jardim, os visitantes queriam um ônibus, tudo enfim, era com a Novacap. (Publicada em 10.06.1972)

Nova Corumbiara

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Foto: anovademocracia.com

 

Com a intensificação das invasões de terras públicas, principalmente na grande região Amazônica, não chega a ser surpresa que o estado de Rondônia assista, agora, à volta das ligas camponesas depois de passados 70 anos dessa epopeia popular brasileira. Com isso, os rondonienses assistem, em pleno século 21, ao que seria uma edição repaginada das Ligas Camponesas, comandadas por Francisco Julião, que, durante a década de 1950, lutaram pela implementação da reforma agrária “na lei ou na marra”, como diziam seus seguidores naquela época.

Com o nome de Liga dos Camponeses Pobres (LCP), o movimento, segundo autoridades de segurança do estado, vem espalhando o terror na região, invadindo e destruindo propriedades por onde passam e adotando táticas de guerrilha para assustar a população. Fortemente armados e adotando métodos paramilitares semelhantes aos que eram empregados pelos guerrilheiros das Farcs colombianas, esse grupo estabeleceu seu quartel general em plena selva da região, donde sai para combater seus “inimigos”, representados na figura do governador do estado, a quem chamam de carniceiro, e contra o presidente Bolsonaro, classificado pelos insurgentes de genocida.

De acordo com alguns relatos, antes de saírem de seus esconderijos para cometerem atentados, os soldados da LCP serram pontes na região para dificultar o acesso da polícia, e usam métodos de sabotagem para retardar a chegada dos agentes da lei. Em recente comunicado, os comandantes da Liga afirmam: “Estamos em um contexto de fascistização total do velho Estado, por isso, não é de surpreender que o carniceiro e o genocida se unam para tentar, de alguma forma, acabar com a LCP com a desculpa de que estão ‘contendo o terrorismo’. Noutra parte da carta os integrantes dizem que os verdadeiros ladrões de terras os temem porque não houve como parar os camponeses”. O que se sabe, com base nos ensinamentos legados pela história, é que as antigas ligas camponesas, dentro do contexto da época, surgiram em meio à extrema miséria que assolava a região Nordeste e que atingia, sobremaneira, dezenas de milhares de trabalhadores que viviam como arrendatários e parceiros, dentro do secular latifúndio desse semiárido.

Tinham, dentro do que ansiavam naquela ocasião, ou seja, um pedaço de terra com escritura, onde pudessem trabalhar para dar sustento a si e às suas famílias, razão em se rebelar contra o status quo e a opressão econômica que perpetuava a miséria de uma geração para outra. Com a chegada repentina dos militares ao poder, a Liga foi desfeita e suas lideranças, presas ou exiladas.

Hoje, a situação de miséria no Nordeste ainda rende manchetes de jornais e é motivo de migrações de gerações de brasileiros que buscam no Sudeste e no Sul condições melhores de trabalho. Passado quase um século do surgimento das Ligas Camponesas, ainda são as elites políticas que comandam a região com mão de ferro e exploram de forma desumana os trabalhadores e camponeses.

Na Região Norte, a situação é ainda pior, com a existência de grandes latifúndios, geralmente adquiridos de forma ilegal, onde muitos trabalhadores são mantidos presos em regime semelhante à escravidão, trabalhando de sol a sol, sem carteira assinada, sem direitos e sob a mira das carabinas dos jagunços e capangas, contratados para vigiar e matar qualquer um que descumpra as ordens. Se, nesse caso, a história volta a se repetir, com o ressurgimento de movimentos radicais que lutam por terras, é que o pano de fundo, ou seja, a situação econômica, social e política daquele pedaço perdido do país não foi alterada mesmo depois de mais de um século.

Como esperar efeito diferente quando são mantidas as mesmas causas e condições que levaram a essa nova ebulição? Eis a exata pergunta que cabe às autoridades responder antes que uma nova chacina de Corumbiara volte a acontecer a qualquer momento.

A frase que foi pronunciada

“A desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas.”
Karl Marx

Retrato de Karl Marx (1818–1883). Foto: John Jabez Edwin Mayall – Instituto Internacional de História Social.

 

Anjos
Comunidade católica está triste com a notícia de que o padre Jonas Abib foi diagnosticado com câncer. Depois do padre Leo, é muita tristeza.

Monsenhor Jonas Abib. Foto: Canção Nova

 

Reclamação
Moradores do Lago Norte reclamam da Fercon, que não obedece o código do Consumidor colocando o preço dos produtos à vista dos clientes.

Foto: fercondf.com

 

Itaú Social
Inscrições abertas para a 7ª Olimpíada de Língua Portuguesa. Até 20 de maio, professores das redes públicas estaduais, municipais e federais podem participar, desde que a secretaria de Educação à qual sua escola é vinculada — municipal ou estadual — faça a adesão por meio do site: www.escrevendoofuturo.org.br.

 

História de Brasília
No primeiro número da “Tribuna de Brasília”, um tipógrafo displicente provocou um pastel onde se lê, no expediente: “Um semanário independente. Propriedade de Largel Ltada. Sociedade Fornecedora de Combustíveis e Lubrificantes.” (Publicado em 01.02.1962)

Da competição à colaboração

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Foto: paho.org

 

Para tempos excepcionais, medidas excepcionais. Assim deveriam proceder todos aqueles países que, uma vez tendo dominado a tecnologia e a fórmula biológica, capaz de trazer, à luz, a vacina contra o vírus da Covid-19, abririam mão dessas patentes preciosas e de todo o segredo industrial dessa produção em socorro à humanidade, nessa hora de desespero para todos. Mais do que um segredo e uma conquista do intelecto, capaz de render altíssimos lucros aos seus detentores e aos laboratórios farmacêuticos, a questão das vacinas ganhou, nesse momento específico, uma tal importância e urgência sanitária que qualquer outro conceito de valorização material dessas fórmulas perde seu significado diante do fato de ser essa a única alternativa para bilhões de habitantes do planeta.

Trata-se, como afirma muitos cientistas, de uma decisão que poderá antepor a ética e os valores humanos, como a dignidade e a vida, contra outros conceitos como o lucro e o poder. O presidente dos Estados Unidos, onde a vacinação da população é a mais adiantada, entre todos os países do ocidente, já se pronunciou, extraordinariamente, a favor da quebra de patentes de vacinas, numa postura historicamente contrária às adotadas por essa nação, que tem como seus princípios a defesa de todas as suas propriedades intelectuais.

Para que sirva de lição para outros mandatários claudicantes e que não enxergam, no ensino de qualidade e no incentivo à pesquisa, um fator de prosperidade, hoje, países ricos em minérios, petróleo e outros ativos primários estão literalmente à mercê daquelas nações que, mesmo sem recursos materiais, são capazes de gerar tecnologia de ponta, como é o caso desses remédios providenciais.

Tecnologia, não custa dizer, é hoje o referencial a indicar se um país é ou não rico e próspero. O Brasil que, até há pouco tempo, detinha ao menos um conhecimento na administração em massa de vacinas, perdeu terreno nessa importante área da medicina, pela falta de políticas e de incentivos do Estado, cujo corte nos orçamentos e a pouca valorização das pesquisas nas universidades é a parte mais visível.

Ir contra a ciência em pleno século XXI é muito mais do que uma aposta errada. É suicídio. Mais e mais lideranças, prêmios Nobel e personalidades de todo o mundo estão se unindo numa corrente para que vacinas contra essa virose sejam um bem comum a todos os habitantes da Terra.

Pode ser que essa universalização de esforços, para salvar a humanidade, seja uma das boas consequências geradas pela pandemia e quarentena mundial, capaz de mudar o referencial da nossa espécie, de competidor insaciável para colaborador solidário.

A frase que foi pronunciada:

A maioria das pessoas (cerca de 80%) se recupera da doença sem precisar de tratamento hospitalar.”

Na folha informativa divulgada pela OPAS (Organização Panamericana da Saúde). Veja a íntegra no link Folha informativa sobre COVID-19

Foto: paho.org

 

Honra ao mérito

Comunidade musical de Brasília e diversas cidades do país e do mundo vibram com o final do doutorado de Neviton Barros. Figura incrível, de uma garra invejável e talento inquestionável. Fica aqui o registro.

Neviton Barros. Foto publicada em seu perfil oficial no Facebook.

 

Competitiva

A Maternidade Brasília Dasa, que fica no Sudoeste, está realmente preocupada com a opinião dos pacientes. Uma pessoa da ouvidoria vai, pessoalmente, quarto por quarto, anotar as observações. Coisa rara nessa cidade.

Foto: tourmkr.com

Brasil Paralelo

Produzidos com a participação popular, os documentários e séries disponíveis pelo grupo do Brasil Paralelo são importantíssimos por uma simples razão: são 100% informativos. Vale conferir e se inscrever. Veja mais detalhes a seguir.

Volta

Ao lado do pacote Pró-Economia, divulgado pelo governador, outra iniciativa seria bem-vinda ao brasiliense: colocar o GDF para voltar ao trabalho. Parques, Detran, Viveiros da Novacap, Zoonose e por aí vai.

Publicação do dia 06/05 no perfil oficial da Secretaria de Economia do DF no Instagram

Cuidado

Ao contratar o Uber, tenha alguns cuidados. O primeiro é a opção por pagamento em dinheiro. Se não for trocado, dificilmente o motorista terá troco. Fica o impasse. Outro inconveniente de pagar com dinheiro é que o cambalacho é certo. A corrida era R$15, não havia troco. A ideia foi entregar os R$50 e o cliente teria um crédito. Resultado: a viagem custou o dobro. Veja a seguir.

História de Brasília

Disse o dr. Francisco Mangabeira a amigos, que pior que o incêndio no poço de petróleo da Bahia, é o incêndio da luta interna na Petrobras. (Publicada em 01.02.1962)

A força da grana sobre o meio ambiente

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Reprodução: canal oficial da Câmara dos Deputados no Youtube (TV Câmara)

 

No bate-boca entre o ministro Ricardo Salles e os deputados, que integram as Comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e Viação e Transporte, reunião essa comandada pela deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP), nessa segunda-feira, estranhamente, nenhum dos lados em contenda tinha a posse, de uma naco sequer, de razão. Chega a ser constrangedor ter que assistir a um espetáculo desse, de tão baixa qualidade e significação para a sociedade, principalmente agora, em que o mundo passou a olhar com lupa grossa as andanças protagonizadas pela equipe que cuida dessa pasta e que, ademais, faz apenas o que ordena o presidente e sua “assessoria paralela”, composta pelos mesmos personagens que colocaram o chefe do Executivo na mira da CPI da Covid.

É o que parcela da população escolheu ter no comando do país e na representação política no Congresso. Uma coisa é certa: os constantes bate-bocas entre representantes do governo e os parlamentares têm servido apenas para levar, ao descrédito, uns e outros, retirando-lhes a característica primordial de autoridades, essencial para todo e qualquer Estado que quer ser respeitado.

Os chamamentos de “moleque”, vindos de um lado e de outro, resumem bem o que foi essa reunião. São cenas que não são vistas apenas no Brasil, mas correm o mundo e dão um retrato bem acabado do que temos em mãos. Não há como negar que a questão do meio ambiente no Brasil nunca foi levada a sério. Por décadas, o palanque político armado em cima desse tema, com promessas e muita falação, jamais impediu o avanço do agronegócio sobre as florestas, o desmatamento, os incêndios e a morte de defensores das florestas.

Jamais serviram também para fechar os olhos do mundo sobre nosso descaso histórico acerca de nosso patrimônio verde. Com Bolsonaro, no entanto, o descaso com a preservação do meio ambiente é patente e sem encenações, tanto nos discursos quanto na prática. Na Cúpula do Clima, o presidente blefou, já que não vai cumprir nenhuma das metas para eliminação de carbono, tanto é que já cortou o orçamento para fiscalização e combate aos incêndios em mais de 34% neste ano em relação à 2019.

Salles sabe disso. Os Estados Unidos sabem disso e a Europa também. Tanto é que as maiores redes de supermercados europeus já anunciaram que irão parar de vender produtos do Brasil, caso o projeto de lei 510/2021, que tem apoio do Planalto, seja aprovado. O referido projeto poderá mudar radicalmente a lei brasileira de proteção das terras públicas, prevendo que aqueles que desmataram, mesmo ilegalmente, poderão se tornar posteriormente donos dessas glebas já ocupadas, numa inversão total do que seria minimamente razoável.

O mundo vê esses absurdos e sabe que, no atual governo, os níveis de desmatamento e de incêndios, tanto na floresta Amazônica quanto no Pantanal, têm sido um dos maiores da história. O avanço da monocultura e do gado sobre as florestas e o pantanal tem sido internacionalmente acompanhado par i passo e por isso mesmo chamado de marcha para a morte. Infelizmente, os interesses políticos e econômicos continuam, como nunca, a pautar o destino de nosso meio ambiente.

A frase que foi pronunciada:

Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar.”

Dorothy Stang

Campanha

Sem cerimônia, um senhor baixou a máscara e espirrou dando uma chuveirada de secreção em quem passava por perto. Já passou da hora de o Ministério da Saúde investir em campanha publicitária educando a população. As lições são pós-pandêmicas. Espirrar na dobra do braço, lavar sempre as mãos, manter a higiene pessoal… isso funciona para a vida toda.

 

Pagador e cobrador

Bem que o filósofo de Mondubim repetia que ótimos cobradores geralmente são péssimos pagadores. Basta ver a luta para conseguir receber precatórios do governo, ou prestar serviço para o Banco do Brasil. Nesse caso, se o atraso do pagamento fosse corrigido pelo mesmo valor do cheque especial estaria tudo bem. Mas levar 90 dias para pagar por serviços e não pagar um centavo a mais pelo atraso é uma beleza. Ou deve ser uma beleza para quem paga.

Charge do Ivan Cabral

Bonito

Bonita a foto que corre nas redes sociais onde os super heróis se curvam para a passagem do corpo funcional hospitalar. Veja a seguir.

Palanque

O que os políticos, principalmente da oposição, ainda não entenderam é que fazer da pandemia um palanque só vai provar que o presidente Bolsonaro sempre teve razão. Foi só cortar o dinheiro para todos serem contra ele. Quem não recebia subvenção do governo estava lá na Esplanada dos Ministérios. Alguém viu apoio? O povo estava lá. Só o povo. Povo só.

História de Brasília

Até hoje a Novacap não registrou um único  lote de  Taguatinga. Esta, a razão pela qual a Caixa-Econômica não poderá financiar uma única  residência naquela cidade satélite. (Publicada 01.02.1962)

As joias da coroa

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Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Reprodução/PCC/China

 

Difícil é convencer alguém de bom senso, e que conhece de perto a realidade política interna da China, que o governo daquele país, em suas relações com outras nações, seria capaz de dar tratamento pacífico e complacente a pessoas de outras nacionalidades que, eventualmente, viessem a se opor às diretrizes políticas impostas por esse regime fechado e de partido único (PCC).

Mesmo assim, nações pelo mundo afora, principalmente a partir da aurora do século XXI, começaram a comercializar com aquele país do extremo Oriente, colocando de lado, ou mesmo desprezando, o fato de ser, aquele governo, um antípoda das concepções clássicas de democracia e por extensão dos Direitos Humanos e, no caso das relações comerciais, um inimigo da livre concorrência e da liberdade do mercado (Laissez faire) e do liberalismo.

Conhecendo os muitos relatos que falam de detenções em massa, torturas, mortes, abusos policiais e outros crimes contra a humanidade, praticados pelo regime ditatorial chinês, fica claro que as relações da China com o mundo são montadas sob um disfarce, como uma cópia oriental de Jano, o deus romano de duas ou mais caras a concentrar, na mesma figura, o passado e o futuro, que dá por uma mão e toma pela outra. Seria possível haver relações comerciais livres, saudáveis e com base nos princípios da ética humana, com alguém que despreza ou ignora esses valores? Essa é uma questão que, sabemos, pouco interessa no mundo dos lucros e das vantagens.

Entre nós, existe apenas dois elementos capazes de se espalhar com a mesma velocidade da atual pandemia do Covid-19: as notícias ruins e as fake news. O mais interessante é que, em algum ponto do espaço e do tempo, ambos elementos se cruzam, gerando o que muitos conhecem por teoria da conspiração. Após o advento das redes sociais, as comunicações instantâneas e, sobretudo, do conteúdo fatual dessas informações que passaram a chegar aos indivíduos e à sociedade, em grandes e aceleradas avalanches, deram origem a um fenômeno intrigante e, ao mesmo tempo, problemático, que passou a afetar, de modo significativo, o comportamento de todos. Com isso, passou a ser comum que versões e fantasias cheguem ao conhecimento de todos, muito antes dos fatos em si. O que, de certa forma, reforça a tese histórica de que o homem é um contador de estórias por natureza. A grande questão aqui é como separar o que é realidade de fantasia, já que as duas parecem ter a mesma origem.

Os antigos costumavam dizer que quanto mais longe da fonte, mais a água está turva. Assim também ocorrem com fatos. Essa característica vem lá de trás, da origem da humanidade, quando na impossibilidade de entender o mundo à sua volta, os homens buscavam, na fantasia e no misticismo, as explicações sobrenaturais para os fenômenos da natureza. Essa herança trouxemos até os dias atuais, adaptando-a ao mundo virtual da Internet. De um país sem liberdade e de quem vive em um país livre que defende o país sem liberdade, tudo se pode esperar.

Para a imprensa, que até pouco tempo detinha o monopólio natural sobre a informação, isto é, as notícias, essa mudança de eixo e de mãos tem modificado, sobremaneira, o trabalho diário, obrigando os profissionais a separarem, com lupa, fatos e ficções. Não é por outro motivo que muitos órgãos de informações tiveram que criar um departamento especializado em checar minuciosamente as notícias, separando os grãos de areia dos fatos, do oceano de boatos.

Nessa nova tarefa imposta pela aldeia global ao trabalho da imprensa, surgiram ainda outros desafios, dessa vez realizados no sentido contrário da lógica de investigação e apuração jornalísticas, fazendo o caminho inverso, ou seja, partindo dos boatos e dos sinais de fumaça para se chegar aos fatos e a verdade escondida em meio à paisagem.

É justamente com relação a esse ponto que, por exemplo, parte da imprensa nacional e internacional tem deixado de lado os efeitos da recente e perigosa pandemia do vírus da coroa, seguindo atrás dos boatos e das teses defendidas pelos teóricos da conspiração, na tentativa de chegar às fontes e às causas que determinaram o surgimento dessa doença.

Para os seguidores dessas teorias fantásticas, em um mundo cada vez mais surrealista, tudo teve início com a chamada guerra comercial declarada pelos Estados Unidos contra os superávits seguidos, que vinham sendo obtidos pela China ao longo das últimas décadas e que passaram a ser combatidos pela atual administração do país.

Essa história é longa e com vários capítulos paralelos e que vão ganhando versões mais atualizadas a cada dia. O que parece real é que, por detrás desse vírus, se escondem fatos e verdades que, mais dia, menos dias, chegarão ao conhecimento de todos, levando-nos a conhecer até onde governos são capazes de ir para fazer valer questões de mercado, laboratórios, políticas e de ganhos sobre a vida de pessoas, tornadas, nesse jogo cruel, meros dados estatísticos, sem valor e sem qualquer respeito pela dignidade humana.

A frase que foi pronunciada:

Custava ferver o morcego?”

Meme viralizado nas redes sociais

Acende, ascende!

Vários protocolos registrados, mas a iluminação das ruas no trecho 9 da SMLN está uma lástima! Moradores revoltados e inseguros.

História de Brasília

Ao dr. Laranja: muita gente que produz em Brasília continua jogando fora ou deixando morrer nos canteiros ou dando aos animais, verduras e legumes que poderiam ser vendidos a baixo preço. (Publicada em 01.02.1962)

Aos novos Chicos Mendes que chegam

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Foto: Ricardo Salles MMA

 

Quem assistiu à audiência pública na qual o delegado Alexandre Saraiva, ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, respondeu a perguntas formuladas por integrantes das Comissões de Legislação Participativa e de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, por videoconferência, ficou com a nítida impressão de que parlamentares que o inqueriram — mais do que buscarem informações que esclareçam o caso envolvendo o ministro Ricardo Salles e os madeireiros e grileiros ilegais — estavam naquela sessão para ameaçar veladamente o profissional, caso ele prossiga na intenção de denunciar esses graves crimes.

O tom comum, entre os deputados que tentaram desqualificar as sérias denúncias, pareceu a muitos, por seu uníssono conteúdo, um recado e uma admoestação, vindos de cima, para que Saraiva parasse com essas denúncias antes que fosse tarde demais. Para um policial que se viu repentinamente tolhido em cumprir seu dever, trabalhando numa região que é muito mais do que um continente desejado por hordas de malfeitores e oportunistas de todo tipo, e ainda mais combatendo gente sabidamente poderosa, com relações estreitas com o poder em Brasília, nada mais restou a não ser tornar públicas e notórias suas investigações, antes que um mal maior qualquer possa acontecer.

Aqueles parlamentares que não o ameaçavam diretamente, tentavam, ao menos, impedir o depoimento, receosos de que novas denúncias viessem à tona. Os aliados do presidente Jair Bolsonaro, querendo mostrar serviço ao Palácio do Planalto, como uma verdadeira tropa, definitivamente não estavam naquela Comissão para esclarecer o ocorrido que determinou o rápido afastamento do delegado do Amazonas. A intenção primeira, e devidamente ensaiada por suas excelências, era a de transmitir medo e incertezas ao profissional, tumultuando uma sessão que, num governo que prezasse a ética, seria de grande valia para toda a nação e, quiçá, colaboraria para tornar difícil o trabalho das quadrilhas que agem naquela região, desmatando e grilando terras públicas por décadas a fio.

Em vez de se preocuparem em limpar a imagem do país perante o mundo, num momento em que a humanidade busca uma saída de emergência para a destruição do meio ambiente no planeta, esses maus políticos preferiram, mais uma vez, proteger a figura o chefe do Executivo, mesmo que isso concorra para o aumento da derrubada de nossas florestas, com as consequências que, todos sabemos, virão em forma de extinção de nossa espécie.

Para deputados sem noção, aliados de madeireiros ilegais, quem, na verdade, está em “maus lençóis” não é o delegado que busca cumprir seu dever, como servidor público, e sim políticos dessa estirpe, que colocam suas prioridades acima do bem comum.

Para essa tropa de choque que tentou intimidar o delegado devido ao “inquérito feito de forma totalmente apaixonada”, a resposta veio curta: “Quero defender é o meio ambiente. Por isso, não tenho receio de perder o emprego ou a vida. Estou pensando no Brasil”. Aos novos e poucos Chicos Mendes que chegam e são, por isso, perseguidos e humilhados, nosso mais amplo apoio e solidariedade.

 

 

A frase que foi pronunciada

“Os seringueiros, os índios, os ribeirinhos há mais de 100 anos ocupam a floresta. Nunca a ameaçaram. Quem a ameaça são os projetos agropecuários, os grandes madeireiros e as hidrelétricas com suas inundações criminosas”
Chico Mendes

Foto: Denise Zmekhol/Exame

 

Merecido
Solenidade na embaixada da Itália condecorou o padre José Rinaldi, do Ceal, pelo trabalho com crianças com deficiência e que vivem em estado de vulnerabilidade social. Cavaleiro da Ordem da Estrela da Itália foi o título entregue ao padre pelo embaixador Francesco Azzarello.

Padre José. As fotos foram publicadas na página oficial do Santuário São Francisco de Assis no Instagram.

 

Pela paz
Quem é que vai querer brigar com um batalhão de advogados e com pais de alunos do colégio Everest, um dos mais caros da cidade? Bom. O ministro Peluzzo está do lado dos moradores, furiosos com as obras construídas em velocidade máxima em área habitacional sem estudo de fluxo de tráfego convincente. E mais! O Ministério Público mandou parar as obras. A única dúvida que paira é: Se os moradores da região não querem o colégio ali, se o colégio tem dinheiro, por que não escolhe uma área destinada à construção de escolas? Tão simples!

Foto: 61brasilia.com

 

Absurdo
Se o aplicativo do transporte urbano de Brasília funcionasse, haveria menos sofrimento para os passageiros. Aos sábados, domingos e feriados, a espera por um ônibus costuma passar dos 40 minutos.

Moradores se aglomeram em parada de ônibus em Ceilândia, no DF — Foto: TV Globo/Reprodução

 

Está errado
Estabelecimentos comerciais são obrigados a emitir nota fiscal. Ninguém ou quase ninguém entende a razão de não haver uma máquina registradora nos postos de gasolina emitindo nota fiscal, como todos os estabelecimentos. O que existe são frentistas treinados para demorar a emitir o documento até o cliente desistir de esperar pelo recibo.

Ilustração: cr.inf

 

História de Brasília
Embora parcialmente, estão funcionando os postes de iluminação do aeroporto. É a área tecnicamente mais bem iluminada do país. Falta, entretanto, que o Ministério da Aeronáutica faça uso dos seus geradores, e a carga atualmente jogada naquele trecho, seja utilizada nas residências das QL. (Publicada em 01.02.1962)

Atuação suspeita

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Foto: divulgação

 

Em países onde autoridades do Estado e os cidadãos comuns são iguais perante a lei, submetendo-se, sem chances de protelar, aos mesmos rigores das penalidades, a situação, como a apresentada agora pelo atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, acusado, com outros próceres da região amazônica, de integrar organização criminosa, orquestrada por madeireiros, geraria uma crise sem precedentes, com a queda do governo, além de uma ampla investigação que, no mínimo, levariam todos para detrás das grades por um longo período.
Mas, em se tratando de Brasil, onde a lei é cumprida apenas quando se trata de punir gente comum, sem lastro político, a situação ganha outra dimensão, ou dimensão nenhuma, com possíveis processos apenas para aqueles que ousaram divulgar a situação insólita de um ministro do Meio Ambiente se colocando na posição de defesa dos infratores e contra os fiscais.
Não é de hoje que entidades e ONGs sérias, ligadas à defesa do meio ambiente, vêm denunciando a atuação do atual ministro Salles em desfavor dos órgãos de fiscalização e em prol do que ele mesmo chama de “empresários” do setor madeireiro. O delegado federal Alexandre Saraiva, exonerado, a mando do governo, dentro do projeto de interferência nos quadros de comando da Polícia Federal, foi quem denunciou a trama envolvendo o ministro e os madeireiros que vêm derrubando centenas de milhares de metros cúbicos de madeira de forma ilegal a cada temporada, e vinha investigando o caso escabroso até aqui.
Com seu afastamento arbitrário, as investigações que associam o ministro, alguns parlamentares e outros empresários em sofisticado esquema de extração ilegal de madeira voltam à estaca zero ou serão, possivelmente, arquivadas e perdidas num fundo de gaveta qualquer da burocracia corrupta e seletiva.
Em reportagem detalhada, a revista IstoÉ desta semana relata um suspeitíssimo envolvimento do ministro com famílias acusadas de liderarem a grilagem de terras públicas na Região Amazônica, atuando, ao mesmo tempo em que dificulta a ação fiscalizadora do Poder Público, como se fosse advogado de defesa desses madeireiros junto ao governo, numa clara manifestação de advocacia administrativa, desprezando todo e quaisquer indícios de crimes ambientais que esses “empresários” cometem.
As imagens de satélite e mesmo os sobrevoos nessas áreas desmatadas comprovam o cometimento desses crimes continuados e que são, constantemente, denunciados dentro e fora do país e que vão compondo um quadro bastante negativo desse governo, tornando seus discursos de promessas em prol do meio ambiente em letra morta, para prejuízos de todos os brasileiros e, principalmente, para as próximas gerações.
A frase que foi pronunciada
“O pulmão do mundo é o seu quintal.”
Dona Dita, irritada com interesses estrangeiros nas terras brasileiras
Foto: PAULO WHITAKER / Agência O Globo
SOS Tostes
Segue a missiva do funcionário da Receita Federal que caiu na malha fina: Preciosismo burocrático na RFB (Receita Federal do Brasil). Falo do ASSINADOR SERPRO. A instituição envia o programa nativo, diga-se de passagem, para a estação de trabalho da RFB, funcionário com certificado digital e, mesmo assim, não consegue instalá-lo. Aparece uma tela com a mensagem: “Para continuar, digite um nome de usuário administrador e a senha.” Concordo com os mecanismos de segurança da RFB, mas o programa é nativo da instituição, não é alienígena. Veja o caso do IRPF/2021 (nativo): a RFB envia para a estação de trabalho sem nenhum capricho burocrático.
Foto: ultimasnoticias.inf.br
Livro infantil
Lara e as Gotas de Orvalho, de Florismar Gasparotto. Um livro que merece a leitura preliminar dos pais para discutir o assunto e a abordagem, já que trata da morte de uma criança de forma bastante natural. Florismar apresentou o texto a uma editora, que pediu para que ela mudasse o final da história. Ela manteve o enredo e produziu o livro por conta própria. Agora, é testar a aceitação do público.
Uma pena
Interessante shopping funcionar, escola funcionar e o GDF ainda ter serviço não disponível ao público por causa do Covid. Não há o menor cabimento em fechar as portas dos viveiros da Novacap. São locais ao ar livre, ótimo passeio para as famílias.
Foto: novacap.df.gov
Dia das Mães
Comércio de Brasília respira esperança de vendas no Dia das Mães. O prejuízo tem deixado muitos empresários sem ação, preocupados e até com depressão. A vacina é de ânimo.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
História de Brasília
Se tal ocorrer, é um absurdo. Logo agora que a Secretaria de Educação está construindo várias escolas, cancela o concurso para professoras. Quem vai ensinar, então? Nós, particularmente, não nos preocupamos, porque, por lei, é obrigatório em todo o país o ensino primário.  (Publicada em 01.02.1962)