Um futuro que infelizmente chegou

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O então presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) e o arquiteto Lúcio Costa (1902-1908) em visita ao local onde seria construída a Avenida Monumental de Brasília, em 11 de novembro de 1956. Posteriormente, a via foi batizada de “Eixo Monumental”. Foto: Arquivo Público Nacional

 

Quando decidiu pela mudança da capital, no final dos anos cinquenta, Juscelino Kubistchek, seguindo os passos de José Bonifácio e, posteriormente, da Missão Cruls, não fazia a mínima ideia de que o interior do país, nomeado de Planalto Central, onde deveria ser fixada a nova capital, era em sua totalidade, formado pelo mais delicado e sensível bioma de todo o continente. E mais ainda: era nessa região que se formavam as principais bacias hidrográficas do país, responsável pela maior parte do abastecimento de água do Brasil e reconhecida hoje como o berço das águas ou a caixa d’água do Brasil.

Das oito bacias hidrográficas do país, essa região é responsável pelo abastecimento de nada menos do que seis bacias, ou seja, sua importância num mundo que parece caminhar para a escassez de água é vital para os brasileiros. Obviamente que, naqueles tempos, não havia nem a discussão de temas ambientais, nem tampouco preocupação com o fim dos recursos naturais. Eram tempos de otimismo e de apelo exacerbado ao progresso, além de outros temas inerentes daquele período, como o da integração nacional, capaz de reduzir as desigualdades regionais, que, naquela ocasião, já era o grande gargalo a impedir o desenvolvimento do país continental.

Por outro lado, havia ainda a questão de segurança da sede administrativa do país, que seria amenizada com o afastamento do litoral. Nesse quesito, contava ainda a importância que traria, para todos, o estabelecimento de uma capital num ponto equidistante em relação ao país. Em suma, eram essas questões que guiavam a decisão que tornou inquestionável a transferência da capital.

No início da segunda metade do século XX, a ecologia e as preocupações com o meio ambiente não eram sequer sonhadas. Mesmo que fossem aventadas sua existência naquele ambiente, o apelo pelo progresso era mais intenso e decisivo que tudo. Hoje é possível reconhecer que foi justamente graças ao total desconhecimento de questões relativas ao meio ambiente – e mais especificamente ao Cerrado, considerado hoje como o segundo maior bioma brasileiro em tamanho, sendo também a mais rica savana do mundo em biodiversidade –, que foi possível estabelecer a capital nessa região.

A movimentação de centenas de milhões de metros cúbicos de terra, nos processos de terraplanagem, a abertura de estradas e vias e infinitas obras de infraestrutura, para o estabelecimento daquela que seria a mais moderna capital do país, fez desaparecer, num curto espaço de tempo, toda a vegetação que havia nas áreas de construção de Brasília, com o assoreamento de diversos córregos e veios de água e de nascentes.

Com essa “limpeza” do canteiro de obras, muitas espécies de animais também foram mortos ou rumaram para outras áreas. Comum naquela época era considerar as áreas ocupadas pela vegetação nativa como campos feios e sujos e, por isso mesmo, passíveis de uma “limpeza” ou substituição daquelas espécies por outras mais vistosas do ponto de vista de um paisagismo artificial e importado de outras regiões.

O avião de Brasília, representado pelo desenho urbano e revolucionário de Lúcio Costa, ao pousar no coração do Planalto Central, trouxe para esse sítio, além do progresso que desejavam os políticos e estrategistas daquele período, uma intensa e paulatina interferência em todo o bioma da região, num processo que foi se intensificando ao longo dos anos, conforme era consolidada a nova capital, com a ocupação de áreas sensíveis ecologicamente.

Todo esse processo de ocupação ganhou ainda mais intensidade com o passar dos anos, sendo enormemente acelerado a partir da emancipação política da capital, quando o Distrito Federal foi, de certa forma, abduzido pela esperteza de políticos locais com a ajuda de empreiteiros gananciosos, formando uma turma que tem cuidado, nas últimas décadas, de dilapidar o que resta de patrimônio ecológico do quadrilátero da capital, sob a égide ainda de um progresso que nada mais é do que o avanço perpétuo da poeira.

Toda essa situação ganhou ainda mais impulso com florescimento intenso do agrobusiness, que, ao expandir sua produção de monoculturas pelos campos cerrados, literalmente, vem devastando todo o bioma em torno da capital, para a produção de transgênicos destinados à exportação e obtidos com largo emprego de pesticidas e outros venenos, muitos deles proibidos no exterior, contaminando o solo e a água dessa caixa d´água do país cada vez mais seca.

O que se vê hoje em torno da capital, que se pretendia exemplo para todo o mundo, é a desolação de descampados, com rios de pouca vazão, emoldurados pelo fogo, que nas épocas de seca, transformam-na numa região que arde e que vai sendo encoberta pelo pó e pela fumaça, o retrato acabado de um futuro que infelizmente chegou.

A frase que foi pronunciada:

As trevas não podem expulsar as trevas: só a luz pode fazer isso. O ódio não pode expulsar o ódio: só o amor pode fazer isso.”

Martin Luther King

Foto: Martin Luther King, líder do movimento pelos direitos civis nos EUA e Nobel da Paz | Arquivo (blogs.oglobo.globo.com)

De olho

Jornal Contábil chama a atenção dos cardiopatas. O Instituto de Previdência Social atende pessoas nessa situação de saúde com auxílio-doença, aposentadoria por invalidez ou até Benefício de Prestação Continuada. No link Benefícios do INSS para quem sofre com doenças do coração, a matéria completa.

Foto: @freepik / freepik

Sällbo

Imagine uma Casa de Repouso, onde jovens que precisam de moradia compartilham o espaço com idosos deixados lá pela família. Tudo começou na Suécia e está cada vez mais popular. Compartilhar o espaço foi além das expectativas. Ao assinar o contrato, tanto idosos quanto jovens se comprometem a socializar por, pelo menos, duas horas por dia. O sucesso é tão grande que muitas vezes esquecem da hora.

História de Brasília

O PSD de Pernambuco está brigando com o PTB por causa de um cargo, e como bode expiatório surge o nome de Alfredo Ramos Guarda Mot da Alfândega de Recife. Noticiário pré-moldado foi distribuído a toda a imprensa. (Publicado em 04.02.1962)

Supersalários

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Parodiando o saudoso jornalista e escritor Stanislaw Ponte Preta (1923-1968), que, em seus livros “Festival de Besteiras que Assola o País” (FEBEAPÁ), criticava a elite brasileira e os costumes de um povo naturalmente inzoneiro, prosseguimos, décadas depois, atualizando nosso festival das mais variadas e criativas formas, mostrando que nem mesmo o passar do tempo e as mudanças de costumes possuem forças necessárias para fazer evoluir uma civilização que já nasceu sob o signo do atraso.

Dizia com propriedade atemporal, aí pelos anos sessenta, Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo de Sérgio Porto: “A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento”. De lá para cá, a situação de descompasso entre as elites, principalmente do funcionalismo público, ficou não apenas congelada no tempo, como também ganhou ainda maior distanciamento e desigualdade.

Hoje, o que se observa, na atual estrutura do funcionalismo público, é um desnível salarial e de outras mordomias de tal ordem, que coloca a nossa máquina do Estado como um exemplo de mecanismo gerador da mais absurda e ilógica dissimetria. Uma megaestrutura que mostra, ao mundo, nossa infinita capacidade de montar um arremedo de organização pública, injusta para com os mais necessitados, justamente aqueles que bancam todo esse portentoso e intrincado mecanismo.

Nesse ponto, falar em reforma administrativa, capaz de interferir nessa estrutura salarial conflitante e geradora de injustiças, é tarefa quase perdida quando se sabe que, para tanto, seria necessário desalojar aqueles que sempre viveram sob esse guarda-chuva generoso. Ainda mais quando se nota que a classe política e todos aqueles que possuem a prerrogativa do lobby, para forçar essas alterações, não querem saber de mudanças capazes de retirar-lhes privilégios e outros ganhos paralelos, sempre extraídos, à fórceps, dos cofres públicos.

É a clássica e transversa situação que mostra que quem pode não quer, e quem quer não pode. A aprovação ocorrida agora na Câmara dos Deputados do projeto de Lei 6.726/16, chamado projeto dos supersalários de agentes públicos, é uma tentativa de, depois de mais de uma década parada naquela Casa, dar algum sentido ao que, na realidade, não tem sentido ou razão de ser, impondo um certo limite aos salários abusivos que superam, em muito, o teto permitido; que, em tese, seria de R$ 39.293 fixados para ministros do Supremo Tribunal Federal. Trata-se aqui de um teto esburacado e que nunca foi respeitado, inclusive e principalmente, pelo pessoal do Judiciário. Segundo o relator do projeto, deputado Rubens Bueno (Cidadania-PR), a aprovação dessa proposta poderá gerar uma economia aos cofres públicos entre R$ 3 e R$ 10 bilhões, ao disciplinar o salário de aproximadamente 25 mil servidores públicos que possuem ganhos acima do teto, graças aos chamados penduricalhos.

O que temos aqui, apesar do mérito do projeto, é uma tentativa tímida em vista da enorme desigualdade salarial existente dentro da máquina do Estado, que faz, por exemplo, com que um certo desembargador possa receber, como salário da União, um valor mensal superior a R$ 500 mil, entre outras muitas aberrações já mostradas ao público, por meio da Lei de Transparência.

Numa país ideal, onde as normas seriam aquelas que trariam harmonia absoluta entre os cidadãos, o chamado teto salarial do funcionalismo seria fixado para o servidor que ocupasse, em tempo integral, o cargo de professor titular de Universidade Federal, com trabalhos acadêmicos publicados e em fim de carreira, ou à cientistas e pesquisadores de ponta, envolvidos com trabalhos de grande relevância para o desenvolvimento do país. Os demais altos salários ficariam escalonados entre o restante do corpo docente, colocando essa categoria como a mais bem paga de todo o funcionalismo.

A frase que foi pronunciada:

A verdade sempre pertence à minoria, e a minoria é sempre mais forte que a maioria, porque a minoria é geralmente formada por aqueles que realmente têm uma opinião, enquanto a força da maioria é ilusória, formada pelas gangues que não têm opinião – e que, portanto, no instante seguinte (quando é evidente que a minoria é a mais forte) assume sua opinião… enquanto a Verdade volta a ser uma nova minoria.”

Soren Kierkegaard, filósofo, teólogo, poeta e crítico social dinamarquês.

Desenho não terminado de Kierkegaard feito pelo seu primo, Niels Christian Kierkegaard c. 1840.

 

Comunidade

A seguir, matéria completa sobre a palestra virtual de Pilar del Rio. Jornalista, escritora, tradutora e presidente da Fundação José Saramago, falará, na próxima segunda-feira, a calouros, graduandos e pós-graduandos, pelo YouTube da UnBTV, às 17h. Uma boa oportunidade para a comunidade entrar no espaço universitário.

Oportunidade

Matrículas abertas para cursos profissionalizantes no IFB. Vários cursos, em várias regiões administrativas. Uma ótima oportunidade para quem já tem ensino médio completo e mais de 18 anos. Veja os detalhes no link IFB abre inscrições on-line em cursos gratuitos para o campus de Brasília.

História de Brasília

O Hospital do IAPI na W-3 está atirando atrás da construção restos de gesso em forma de braços e pernas e troncos. Também as ataduras sujas de sangue, remédios e todos os restos do hospital são queimados em frente às casas do HP-5. (Publicado em 04.02.1962)

Reeleição, o coronelismo moderno

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Charge do André

 

É sabido que promessa de político vale tanto quanto uma nota de três reais. Boa parte da população já aprendeu, com o processo farsesco das eleições, que é, nessa época, que os candidatos parecem surgir em grandes cupinzamas saindo do subsolo profundo da terra e logo querendo ganhar as alturas incomensuráveis dos céus.

Repetia o filósofo de Mondubim que formiga, quando quer se perder, cria asas. Hoje, já se sabe que político, quando busca esse acasalamento furtivo com o eleitor, promete o que ele reconhece, no íntimo do que lhe resta de razão e ética, não poder cumprir jamais. Como não existe ainda recall político ou cláusulas no código de leis, capazes de penalizar aqueles que fazem propaganda política enganosa, o vale tudo nessa área é a regra geral. A questão ganha relevância, chegando a prejudicar, diretamente, o cidadão, quando algumas dessas promessas irrealizáveis de mascate produzem crises sistêmicas a afetar, indistintamente, a vida de todos, atingindo, inclusive, o desenvolvimento econômico do país.

No caso do atual presidente, ficamos apenas naquela promessa de acabar com o instituto da reeleição, comprometimento esse que fez questão de enfatizar enquanto corriam soltas as campanhas. A decepção com esse perjúrio, em especial, acabou se estendendo e contaminando também todo o mandato do atual presidente, que segue, impávido, em procissões de motoqueiros por todo o país, ou em outros desfiles de fundo eleitoreiro, estendendo, sem interrupção, a campanha de 2018 até 2022. Fosse essa apenas mais uma promessa como outra qualquer, nada de anormal estaria no horizonte. Mas, além de permanecer 24 horas do dia em campanha, deixando as obrigações do Executivo de lado, o que mais afeta o país e o cidadão é que o instituto da reeleição para cargos executivos e mesmo no Legislativo, vem, a par i passo, minando a qualidade do nosso sistema democrático, pelo simples fato de que as premissas legais dessa recondução, não absolutamente respeitadas, fazem do detentor do mandato um candidato com todos os potenciais para ser reeleito e sem chances para os concorrentes.

O uso descarado da máquina pública em favor do mandatário que mira a reeleição, embora possa ser enquadrado em crime, jamais rende punição, o que estimula, ainda mais, o cometimento desse delito. Nove em cada 10 analistas da vida política do país já chegaram à conclusão de que o instituto da reeleição é prejudicial ao desenvolvimento e aperfeiçoamento da democracia e mantenedor de elites políticas, enclaves de partidos, e toda uma consolidação de exagerados poderes em mãos de mandatários, repetindo, em pleno século XXI, o modelo atrasado do coronelismo e do voto de cabresto, tão nefastos para o Brasil.

Ou caminhamos para a extinção da possibilidade de reeleição, ou estaremos fadados a repetição de enganos e do desmanche do que, minimamente, se entende como República.

A frase que foi pronunciada:

Até outro dia, sobretudo no Nordeste, jovens talentosos beijavam a mão de velhos coronéis para ascender politicamente”.

Haddad, perdido no tempo

Foto: carlossousa.com.br

Proposta lançada

Participação de Paulo Costa no grupo de moradores do Lago Norte lança um desafio. “O lago norte tem todas as condições de ser a primeira cidade Lixo Zero do DF, através da compostagem.” Que se iniciem as parcerias para a divulgação da empreitada!

© WWF-Brasil

Clínica do Idoso

Médico estudioso, que atende olhando nos olhos do paciente, sem a preocupação constante no relógio? Existe. Dr. Vitor Machado, passa a atender no Centro Médico Lúcio Costa, na 610 Sul. Cartão postado a seguir.

Prata da Casa

Depois de 5 anos de treino, Califa Curi conquistou o prêmio de canoagem oceânica como o primeiro brasileiro a subir no pódio dessa modalidade de esporte. Veja as fotos a seguir.

ACESSE O PORTFÓLIO CALIFA CURY CLICANDO AQUI!

Pelo Brasil

Assim como o astronauta Marcos Pontes serviu a dois governos, o ministro Tarcísio de Freitas, se não ouvir o conselho do ex-presidente Temer, deve ter as iniciativas aproveitadas e continuadas pelos próximos presidentes. Mudar o Brasil pelos trilhos de trem. Assim falou o ministro Tarcísio: “A autorização ferroviária vai promover uma revolução no Brasil. As empresas estão bem estruturadas e podem fazer investimentos até bilionárias nesse modo de transporte”.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

História de Brasília

Há de fato, muitos redatores com nível superior, portadores de diploma universitário. Mas não é o caso de se encobrir uma imoralidade com outra. (Publicado em 04/02./1962)

Aposta no caos

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Foto: Sérgio Lima/Poder360

 

Cada dia com sua agonia, repetia o filósofo de Mondubim. O problema é quando a agonia de todos os lados começa a ficar cada vez mais intensa com o passar dos dias. Nesse caso o que se obtém é a formação, no horizonte, de uma tempestade perfeita, prestes a precipitar igualmente sobre todos. É justamente essa armação de um intenso temporal que vamos aguardando, aparvalhados, abater-se sobre o país, suas instituições e, por extensão, em cima da nação, com ameaças veladas de um retrocesso desejado por uns poucos que, dessa tormenta, sonham em colher os frutos da dissipação da democracia. Não se trata aqui de alarmismos sem fundamentos.

A antevisão de fissuras, que agora surgem estampadas e em uníssono, chama a atenção para uma sequência de fatos, muitos oriundos do destempero verbal do chefe do Executivo, das iniciativas do Judiciário e do desespero do Legislativo. Os grupos parecem ter atingido um perigoso ponto de ebulição. De um lado, um cipoal de denúncias que vão emergindo na CPI do Covid do Senado, de outro, senadores exaltados fugindo das suas atribuições e, mais para a direita, na Praça dos Três Poderes, ministros do judiciário arbitrando como no julgamento final.

As repetidas pilherias e outras troças continuam dirigidas aos fantasmas que parecem assombrar esse momento brasileiro. Tentaram evitar o futuro com uma faca afiada rodada no bucho do mais votado. A liturgia do cargo começou a sangrar aí. Sem apoio para divulgar os responsáveis pela tentativa de homicídio, Bolsonaro, amparado por seus eleitores, não consegue a grande mídia nem o Congresso como apoiadores por razões que a própria razão conhece. Poucas figuras do poder dignificam a posição ao criar no imaginário daqueles que prezam pela seriedade e liturgia de tão importante cargo.

A intenção de todos os lados, de enviar recados intimidatórios aos muitos inimigos, revelam  personagens que parecem perdidos e amedrontados, em meio a mata escura, e, por isso, acionam a metralhadora verbal para todos os lados. O problema é quando esse temperamento ciclotímico, que mais lembra um arremedo da figura de Jânio Quadros, sai das raias da caricatura e passa a causar danos às instituições do Estado e a gerar crises sistêmicas, colocando em risco o próprio Estado Democrático de Direito.

Dessa vez, as ameaças de diferentes matizes que vêm surgindo de todos os lados ganharam um status de ataque frontal. Basta acompanhar o desprezo pelo voto impresso. Mais cara que a implementação da impressão do voto é a dúvida. A segurança é total, já que o voto não sai da urna, para quem zela pela democracia e a Carta Magna, a construção das justificativas contra a certeza do voto é frágil. Inimigos da Nação, ninguém mais sabe quem são.

Por outro lado, ao afirmar taxativamente que não haverá eleições em 2022, caso o voto impresso não seja instituído como deseja, Bolsonaro açulou os outros Poderes. Bolsonaro conseguiu a unanimidade de juntar, contra si, os ministros do STF e do TSE, além do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. Os primeiros garantiram que as eleições acontecerão. O segundo afirmou não compactuar e aceitar retrocessos à democracia. Até mesmo onze partidos com assento do Legislativo já bateram o martelo, dizendo não apoiar a introdução do voto impresso nessas próximas eleições. Se seria mais seguro que os brasileiros pudessem ver a urna auditada, não há como compreender essa teimosia.

Qualquer um, de qualquer dos Poderes, que possa a vir a ser apontado, por sua performance, como inimigo da Nação, perde, nesse campo, o poder, a capacidade e o direito de comandá-la.

A frase que foi pronunciada:

Não se interpreta a Constituição em tiras, aos pedaços”.

Eros Roberto Grau

Eros Roberto Grau. Foto: stf.jus

Mais segurança

Já acontece há muito tempo noutros países, e agora o Senado acaba de aprovar o programa Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica. A iniciativa é da Associação dos Magistrados Brasileiros, foi apresentado ao Congresso pela deputada federal Margarete Coelho e contou com o apoio da bancada feminina. No Senado, a relatora da matéria foi Rose de Freitas. Trata-se de uma parceria entre o comércio e instituições públicas que trabalharão em conjunto para identificar os casos de abuso com casais que se comportem estranhamente em público.

Foto: senado.leg

Loucura

Uma prova da paciência e conivência com absurdos é o consumidor que paga mais de R$ 4 mil por um celular da marca mais cara do mundo e aceitar que venha sem carregador, obrigando a compra do dispositivo em separado.

Imagem: abolukbas/Shutterstock

Muito estranho

Por falar nisso, alguém encontrou uma explicação plausível para o horário de atendimento ao público feito pelos bancos? Se os supermercados ficam abertos 24h, a pandemia não é exatamente a razão.

Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Mais respeito

Lá está a obra inacabada no asfalto do Lago Norte. De repente a pista raspada, um degrau abaixo, é o que se tem para a passagem dos carros pela esquerda. O nome da empresa deve estar em sigilo máximo. Nenhuma placa identifica os responsáveis por esse serviço mal prestado.

História de Brasília

Está na comissão de revisão do Dasp o processo relativo ao reconhecimento de nível universitário, para os redatores do serviço público. No que valha a justiça que prega em alguns casos é simplesmente imoral a proposição. E mais: abre brechas para novas proposições tão perigosas quanto as atuais. (Publicada em 04.02.1962)

Em marcha acelerada para o abismo

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Foto: Gazeta do Povo/Arquivo

 

Antes só do que sozinho, já recomendava o filósofo de Mondubim, querendo, com essa máxima, dizer que em más companhias o indivíduo está sozinho em meio a feras e, por isso, é bem melhor ficar só, sob a proteção e a paz de sua própria consciência.
Vale para um indivíduo, como vale para um grupo. No caso, aqui, o conselho vai dirigido para as Forças Armadas, no sentido de não fugirem de suas atribuições constitucionais. Como estabelece o seu artigo 142, a função das Forças, mesmo estando sob a autoridade suprema do presidente da República, é a defesa da pátria, a garantia dos Poderes da República e, por iniciativa destes, a salvaguarda da lei e da ordem. Fora dessas atribuições legais, todo o resto caminha para a ilegalidade e, daí, para a insegurança e para conflitos desnecessários e perigosos.
Por certo, as experiências vivenciadas no período recente de nossa história, entre 1964 e 1985, ou seja, num espaço de 21 anos, já teriam sido demasiado caras à imagem dos militares perante a sociedade.
De proveitosa dessa experiência, talvez tenha sido a oportunidade de banimento do comunismo para fora das fronteiras do país, durante a fase de guerra fria. Ao custo, obviamente, de vidas e de desgastes para essas forças. De resto, o que parece estar acontecendo nesse momento da vida nacional, deveria fazer acender a luz amarela nos quartéis, alertando para os perigos que a infiltração de grande contingente de militares na administração pública e civil poderá trazer de malefícios e desgastes para os militares.
Mas, ao que parece de fato, é que esses brasileiros fardados já cruzaram o rubicão, numa decisão ousada e que certamente terá consequências arriscadas nesta travessia irrevogável das tênues fronteiras a separar as armas da política.
O que se tem até aqui, de certo, é que os obuses civis já começaram a ser lançados contra militares, vindos de todas as posições da sociedade. No Legislativo, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, que investiga os descaminhos das vacinas contra a covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), ao se referir genericamente ao que chamou de membros do lado podre das Forças Armadas, envolvidos nas tratativas suspeitas de compra de vacinas, atingiu, em cheio, os brios militares, que refutaram, em nota dura, as afirmações do político.
Mesmo o general Pazuello, ex-ministro da Saúde e militar da ativa, vem sendo posto sob fogo cruzado, acusado de negligência e demora na compra de vacinas. Membros destacados de dentro das Forças Armadas já começam a ver essa situação como danosa para a instituição.
Do Judiciário, quem se pronunciou sobre essa saída da caserna foi o, agora, ex-ministro e decano do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio de Mello, para quem os militares devem permanecer nos quartéis, pois são uma força do Estado, e não do governo. Ao andar em companhia de Jair Bolsonaro, os militares já sabiam muito bem de quem se tratava e qual a sua folha corrida como antigo militar e que culminou com sua exclusão. Sabiam também o que pensava sobre ele, gente também de farda, como o ex-presidente Ernesto Geisel (1974 a 1979), que, em entrevista realizada em 1993, considerava que os militares deveriam ficar fora da política partidária, mas não da política, com P maiúsculo.
De lá para cá, o discurso nesse sentido pouco mudou. Talvez, as novas gerações de militares não tenham aprendido, ainda, que, em más companhias, pode-se ir a qualquer lugar, menos a bons lugares.
Pouquíssimo acerto
Quem quiser atestar a credibilidade dos institutos de pesquisa do Brasil deve visitar a biblioteca do Senado para olhar jornais de 2018 com os dados em primeira mão à época.
Charge do Sinfrônio
Vai e volta
Cinemas que faturavam com os preços mais que exorbitantes de pipocas, refrigerantes e com o valor da entrada penam durante a pandemia. Com preços justos, retomam as atividades com pouca adesão.
Foto: Getty Images
Ação
Um arraial que merece ajuda vai acontecer nos dias 6 e 7 de agosto no Jardim Botânico. Com venda limitada de tíquete, é bom correr! Na modalidade pega e leva, toda a verba arrecadada pelo Arraiá Campus Fidei será revertida para reformas na sede da instituição. Acesse o link a seguir para participar e comprar as guloseimas.

–> 🎉 ARRAIÁ CAMPUS FIDEI 🎉É com imensa alegria que queremos convidar todos vocês para o Arraiá Campus Fidei, nos dias 6 e 7 de Agosto 📍 Será um Arraiá no modo Drive Thru, para VOCÊ que faz questão de poder celebrar essa época do ano, mas de uma maneira segura para todos nós!

Os kits são vendidos antecipadamente através desse link aqui… corre e adquire o seu, porque as unidades são limitadas:
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(E tem descontão na compra de 2 ou mais unidades hein!! ⚠️)

Confere aí na foto o tanto de comidas deliciosas que vem nesse kit… me diz se não é kit junino mais bem servido que você já viu por aí?! Vem celebrar com a gente!! 🥳

A retirada dos kits será no Instituto Campus Fidei, que será a nova sede da Rede de Missão, o lugar que Deus nos concedeu como o novo lugar de evangelização, aqui no Distrito Federal… mas se você não é de Brasília e ainda quiser contribuir de alguma forma, não se preocupe: envie uma mensagem para esse número aqui, que a gente conversa! 😉 E não deixem de divulgar!!

Nois conta cocês uai!
Anarriê 🎉🔥🌾

Batalha
Por falar em alimento, uma boa pedida para o espírito é o frei Gilson. Em tempos conturbados, vale conhecer esse evangelizador, que tem ganhado o mundo. Assista no link: O Evangelho não é uma imposição.
História de Brasília
O deputado Salvador Romano Lousaco foi espancado pela polícia na estação da Sorocabana, em Sorocaba. Nos casos de greve, a polícia sempre exorbita de suas funções, mas queremos lembrar, também, que nesse caso, o deputado exorbitou das imunidades do seu mandato. 

As porteiras escancaradas do latifúndio chamado Brasil

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Ministro Rosa Weber. Foto: ac24horas.com

 

Somente, num país do tipo “faz de conta”, os Três Poderes da República possuem, cada um a seu turno, a prerrogativa legal de desmanchar com os pés o que outro Poder tenta fazer com as mãos, numa ciranda ilógica e movida a interesses de grupos que se digladiam permanentemente entre si.
É o que, de modo eufemístico, convencionou-se pomposamente chamar de pesos e contrapesos. O pior é quando, dentro do mesmo Poder, esses movimentos de fazer e desfazer ocorrem de forma sistemática, dando o dito por não dito. Sem dúvidas, a imagem que surge na tela mostra o transatlântico da República Brasileira, depois de navegar, sem rumo e em meio a turbulências, encalhado entre rochas traiçoeiras, totalmente entregue aos humores de um mar bravio e imprevisto.
Se a imagem ainda não é adequada para retratar nosso atual momento, quando o Estado parece entregue e à mercê do que pretende o pior conjunto de indivíduos a compor, ao mesmo tempo, os três Poderes da República, em toda a nossa história, é porque vamos, em meio a uma pandemia devastadora, acostumando-nos aos absurdos do dia a dia e já nem fazemos questão de saber para onde seguimos.
E nem precisa ser mencionado aqui o desfazimento da Operação Lava Jato, realizado pelo Supremo, com a ajuda do Legislativo e Executivo, ocasião em que acabaram também com a possibilidade de prisão em segunda instância, para atender aos reclames de um pequeno grupo de meliantes. O que chama atenção agora, em meio ao vai e vem desse formigueiro açulado, foi a decisão da ministra do Supremo, Rosa Weber, em suspender a convocação dos governadores, que tinha sido aprovada, a contragosto, pela Comissão Parlamentar de Inquérito, sob o argumento de que a CPI não pode investigar o uso, feito pelos estados, dos recursos provenientes de repasses federais.
O mesmo impedimento foi estendido ao presidente da República. Com essa medida derradeira, o Supremo, ao mesmo tempo, desfez qualquer possibilidade de uma investigação séria de corrupção ocorrida em vários estados da federação, pondo uma pedra sobre o que seria o mote e o veio principal que levaria até aos gestores estaduais, onde a Polícia Federal já identificou um verdadeiro cipoal de malversações de recursos públicos, desvios, lavagem de dinheiro, compra superfaturada, pagamentos suspeitos, pagamentos por compras não entregues e todo um conjunto de crimes.
Ao mesmo tempo, essa decisão vem de encontro ao que muitos parlamentares com assento na CPI queriam, mas não tinham coragem de externar publicamente.
O mesmo vale para o Executivo, que viu, nessa decisão, um modo de quebrar as pernas da CPI no que ela tinha de mais sensível. O único a perder com essa decisão foi o cidadão e contribuinte brasileiro, que ficou impossibilitado de verificar os rumos que tomaram os bilhões de reais que foram despejados nos estados, pretensamente em nome do combate à pandemia.
Não chega a ser estranho que a pandemia tenha possibilitado, aos três Poderes da República, passar livres com suas boiadas pelas porteiras escancaradas desse latifúndio devoluto chamado Brasil.


A frase que foi pronunciada:
“Pois embora a lei da natureza seja clara e inteligível para todas as criaturas racionais; contudo, os homens, sendo tendenciosos por seu interesse, bem como ignorantes por falta de estudo dele, não estão aptos a admiti-lo como uma lei obrigatória para eles na aplicação dele a seus casos particulares.”
John Locke, em o Segundo Tratado de Governo

Retrato de John Locke, de Sr. Godfrey Kneller. Fonte: Coleção de Sr. Robert Walpole, Houghton Hall, 1779.


Como sempre
Se o leitor parar para pensar, vai concordar que a profissão de jornalista é só trocar o nome de personagens da História. Veja a historinha abaixo, registrada em fevereiro de 1962 e registrada pelo criador desta coluna, Ari Cunha. Jânio Quadros já usava seu próprio interesse com inverdades para atingir seus desafetos. Hoje o nome disso é fake news.

Charge do Duke


Nonato Notícias
Livros de Rogaciano Leite são lançados por editora cearense em evento do centenário do poeta. Helena Roraima, filha do escritor, organizou uma publicação preservando o conteúdo da primeira edição de 1950. Outro destaque dessa obra-prima é a qualidade da impressão.

Foto: Acervo Rogaciano Leite


Abuso
Uma idosa que paga, mensalmente, R$10 mil por um plano de Saúde teve que viajar às pressas para outro estado fazer um exame nos olhos em clínica particular, porque o plano não aceitou cobrir o procedimento. Um verdadeiro absurdo!

Charge do Jarbas


História de Brasília
Enquanto o sr. Jânio Quadros, em suas famosas sindicâncias atirava à execração pública os nomes de criminosos e inocentes, o se. Alfredo Nasser, com aprumo e justiça, aguarda o inquérito para indicar somente os nomes dos culpados. (Publicado em 04.02.1962)

A Constituição como Norte

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Charge do Pater

 

Um dos meios eficazes e seguramente mais estratégicos para o enfraquecimento e posterior desmanche do Estado Democrático de Direito é minar-lhe as bases e seus fundamentos legais com os elementos estranhos e corrosivos à sua estrutura natural. Incluem-se entre esses elementos estranhos e danosos aos alicerces do Estado, todos aqueles relativos à religião, ao militarismo e às ideologias político partidárias. O que equivale a afirmar que para ser verdadeiramente democrático, o Estado deve ser laico, civil e apartidário.
Assegurando, desse modo, a liberdade de culto, o governo exercido pela sociedade civil é capaz de garantir a liberdade de expressão, de ideias e de livre escolha política. Sem essas premissas, pode haver um Estado, do tipo totalitário, mas nunca um Estado Democrático de Direito. Não por outra razão, são esses preceitos que estão garantidos na Constituição promulgada em 1988. Quando ocorre de um governante, ou grupo a ele ligado, e mesmo algum Poder da República, fazer frente a esses ditames impostos pela Carta, o que se obtém como resultado não é outro senão o solapamento do Estado e seu posterior colapso.
Infelizmente, é o que parece estar acontecendo com o nosso país, praticamente desde o retorno da democracia nos anos 1980, obviamente com algumas exceções. Foi assim durante o período em que o país esteve entregue aos governos petistas, ocasião em que a disseminação da ideologia extremada de esquerda passou a contaminar as instituições do Estado, espraiando-se também para dentro das organizações civis, numa repetição dos fenômenos nefastos já experimentados, por exemplo, pelos países do antigo bloco do Leste Europeu e outros como Cuba e Venezuela, com os resultados que já conhecemos.
Coincidentemente, foram esses efeitos nefastos, sentidos por boa parte da população, principalmente com a erupção dos gigantescos escândalos de corrupção, que levaram parte do eleitorado a buscar um antídoto nas eleições de 2018. De lá para cá, o que se assistiu foi a transformação do que seria um remédio contra o esquerdismo doentio, num potente veneno, capaz de liquidar com o Estado Democrático de Direito, substituindo as garantias constitucionais pelo mais raivoso modelo de extrema direita, levando os brasileiros a migrarem de um abismo a outro, com desdobramentos que parecem empurrar os brasileiros para uma nova e profunda crise.
Ao atrair, para dentro de seu governo, elementos que se declaram terrivelmente evangélicos, militares dos três segmentos das Forças Armadas, com partidos e ideólogos que professam abertamente as teorias simpáticas ao que poderia ser classificado como extrema direita, o atual governo passou a minar os fundamentos básicos do Estado Democrático de Direito, rompendo frontalmente com os princípios constitucionais e garantindo, com isso, a repetição dos mesmos erros cometidos a partir de 2003, com a chegada das esquerdas ao poder. Pastores que sejam dotados de humanismo, indivíduos fardados e ideólogos, mas com calibre técnico, e administradores com bom senso e ética. Se for assim, tudo bem.

 

 

A frase que foi pronunciada

Discurso do general Montgomery:

“Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói”.

General Montgomery. Foto: gettyimages.com

Winston Churchill ouviu o discurso e, com ciúme, retrucou:

“Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele.”

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Covid-19
A mercantilização da política e sua apropriação por partidos e por figuras demasiadamente conhecidas da população vai, a cada eleição, perdendo o sentido e se transformando numa espécie de jogo interno, envolvendo apenas as legendas e seus acólitos, com a população vendo tudo de uma arquibancada distante.

Charge do Nani

 

Passadas e próximas
O que ocorre, por detrás dessa encenação toda, é que, a cada pleito, de maneira até monótona, repetem-se as inscrições de candidatos fantasmas, principalmente mulheres, para justificar, falsamente, os altos gastos com as campanhas, por meio de notas frias e outros malabarismos malandros, sempre trazidos à tona pela imprensa investigativa.

Foto: José Cruz/Agência Brasil

 

Final infeliz
A verdade é que, passados os momentos de euforia com o retorno da democracia, a sensação experimentada pela população é que ela embarcou num canoa furada, com os políticos e partidos avançando, ano a ano, sobre os recursos públicos, criando uma casta privilegiada de cidadãos blindados e divorciados dos restantes dos brasileiros, centrados apenas em seus próprios interesses.

Charge de J. Bosco

 

História de Brasília
Homem da justiça tem sido o dr. José Bonifácio, na Secretaria da Câmara. Como são muitos os seus afazeres, está aqui um pequeno lembrete. Os reservas da Câmara ainda estão esperando os resultados do projeto 123.
(Publicado em 04.02.1962)

O novo mito da caverna

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Charge do Karna

 

Um fato curioso e preocupante, cujos desdobramentos ainda são incertos, vai se tornando cada vez mais evidente nas pessoas e nas suas relações sociais: com a pandemia prolongada, imposta pelo Coronavírus, o que seria um isolamento voluntário, condicionado pelo medo real da transmissão da doença, foi, com o passar do tempo, transformando-se numa espécie de enclausuramento voluntário, fazendo com que muitos indivíduos, simplesmente, perdessem não só o gosto pelo convívio social como também adquirissem o hábito de ficar trancado em casa, transformando esse ambiente onde vivem no que seria uma réplica de miniatura do mundo.

Não surpreende que, durante esse processo de afugentamento das ruas, as pessoas passaram a se preocupar mais com o ambiente em que vivem, dedicando mais tempo ao que consideravam ser o aperfeiçoamento desse espaço, promovendo reformas, comprando móveis mais confortáveis, equipando o lar com todo o tipo de parafernália eletrônica, principalmente computadores e equipamentos que pudessem mantê-las em conexão direta e instantânea com o mundo externo; obviamente, sem a necessidade de deixar essa espécie de novo porto seguro.

De um certo modo, o isolamento social que a pandemia obrigava fez nascer, em muitos, uma nova categoria de ser social: o indivíduo ermitão, que, mesmo habitando em cidades superpovoadas e frenéticas, adquiriu um gosto misterioso pela solidão domiciliar, onde, aparentemente, sente-se mais seguro e protegido do que em meio às multidões e junto aos seus semelhantes.

Por outro lado, é preciso recordar que não é de hoje que a maioria das metrópoles pelo mundo, mesmo nos países mais desenvolvidos, tornaram-se violentas e hostis às pessoas, sobretudo quando a noite cai. Trata-se aqui de um fenômeno mundial, mas que no Brasil adquiriu uma feição bem sangrenta, com muitas áreas centrais da cidade dominadas pelos criminosos. Nesse aspecto, a pandemia veio apenas potencializar uma tendência que parecia já estar em andamento.

De fato, o velho costume de antigos boêmios, de perambular pelas ruas sob a luz do luar, deixou de ser uma moda e se transmutou num medo pavoroso e distante. Ao transformar o lar numa espécie de bunker, pretensamente infenso aos perigos do mundo externo, esse novo indivíduo do século XXI aliou a síndrome de pânico, que já experimentava em pequenas doses, à uma condição autoimposta que o transformou num exilado cercado pelas paredes de sua própria casa e onde parece viver com a ansiedade mais controlada.

Por certo, o isolamento social, mesmos em face dos temores reais existentes no mundo externo, tem feito mal a saúde mental dessas pessoas. São, por sua condição voluntária, um remedo dos antepassados que viveram em cavernas. Experimentam, por esse motivo, as mesmas sensações vividas por aqueles indivíduos que, de costas para a entrada da caverna, acreditavam, ser o mundo real, apenas as imagens e sombras que eram projetadas contra a parede pela luz externa.

É o mito da caverna feito agora através das telas de computadores e celulares, a mostrar um mundo que existe, mas que não pode ser vivido em todos os sentidos e que tampouco interessa ser experienciado em carne.

A frase que foi pronunciada:

É tarefa dos iluminados não apenas ascender ao aprendizado e ver o bem, mas estar dispostos a descer novamente até aqueles prisioneiros e compartilhar suas angústias e suas honras, sejam valiosas ou não. E isso eles devem fazer, mesmo com a perspectiva de morte.”

Platão, A Alegoria da Caverna

Foto: © Steve Bisgrove—REX/Shutterstock.com

Conhecimento

Embrapa disponibiliza, gratuitamente online, Livros da Coleção Cerrado. A Coleção Cerrado aborda temas como ecologia e flora, matas de galeria, aproveitamento alimentar, correção de solo e adubação, entre outros. A equipe do Blog do Ari Cunha postou o link da Embrapa para você a seguir: Livros da Coleção Cerrado podem ser baixados gratuitamente.

Estudo

Ao todo, soma 1.103 páginas o trabalho impecável do juiz federal Leonardo Cacau Santos La Bradbury. “Curso Prático de Direito e Processo Previdenciário”, 4ª ed., Editora GEN/Atlas, 2021.

Menos oferta

Um aviso curto e educado da Samsung comunica aos proprietários de celulares que, em breve, não haverá mais armazenamento de fotos, vídeos e arquivos. Como dizia o filósofo de Mondubim: “um homem prevenido vale por dois.” Já não há impressão de fotos para registro histórico nos dias de hoje. É bom deixar salvo o que interessa. Veja a seguir!

Imagem: reprodução
Alterações da Agenda de encerramento de alguns recursos do Samsung Cloud

Prezados clientes do Samsung Cloud,

Estamos atualizando a nossa agenda de encerramento dos recursos Sincronização da Galeria, Unidade e Plano de armazenamento pago do Samsung Cloud e gostaríamos de compartilhar os detalhes com você.

Para garantir que forneçamos aos nossos clientes tempo suficiente para migrar e fazer o download dos dados, decidimos adiar a data final de encerramento dos recursos para 3 meses após a data anunciada originalmente. A partir de 2021-11-30, a Sincronização da Galeria e o armazenamento dos Meus arquivos na Unidade não serão mais suportados pelo Samsung Cloud, e seus dados serão excluídos, como explicado em mais detalhes a seguir.

Alterações na Agenda

2020-12-01
* Os recursos recém-listados acima não estarão mais disponíveis
* Migração para o OneDrive e download de dados disponíveis
2021-10-01
* Descontinuação do uso existente da Sincronização da Galeria e da Unidade
* Encerramento do suporte à migração para o OneDrive (somente disponível download de dados)
* Cancelamento automático do Plano de armazenamento pago então existente e estorno do último pagamento
(* Implementação gradual por usuário)
2021-11-30
* Encerramento do suporte ao download de dados e desaconselhamento do uso dos recursos a serem encerrados
* Dependendo do status de operação do serviço, a agenda acima pode ser alterada sem aviso adicional.
* Pode haver atrasos técnicos com a remoção completa dos dados do servidor do Samsung Cloud.
* Para obter informações mais detalhadas, visite o site da web do Samsung Cloud.
(https://support.samsungcloud.com/)

Daqui para frente, você pode usar esses recursos por meio do Microsoft OneDrive.

Para minimizar qualquer inconveniente, oferecemos suporte à sincronização da Galeria existente armazenada no Samsung Cloud e à transferência dos dados da Unidade para o OneDrive até 2021-09-30.

* Pode não ser suportado em alguns países ou modelos de aparelho.
* A transferência de dados encerrará os recursos existentes de Sincronização da Galeria e Unidade, e, após a conclusão da transferência, os dados sincronizados/armazenados da Galeria e da Unidade no Samsung Cloud serão totalmente excluídos. (Os dados transferidos podem ser verificados no OneDrive).

O download de dados é suportado.

Também oferecemos suporte a downloads de dados seguros até o encerramento desses recursos para clientes que não podem ou não querem usar o OneDrive.

Ao transferir/baixar seus dados, esses recursos podem ser encerrados antecipadamente e levar a alterações no cronograma de exclusão de dados. Consulte abaixo para obter detalhes.

* Os dados serão totalmente excluídos 60 dias depois que você selecionar Baixar meus dados ou da data final de encerramento 2021-11-30, o que ocorrer primeiro.
* Depois de selecionar Baixar meus dados, você não poderá transferir seus dados para o OneDrive.

Você pode continuar aproveitando outros recursos do Samsung Cloud.

Você pode continuar a usar outros recursos do Samsung Cloud que não estão sujeitos ao encerramento (backup/sincronização e restauração de outros dados, como Contatos, Calendário, Notas etc.).

Agradecemos sua compreensão e informamos que a agenda acima pode ser alterada dependendo do status de operação dos serviços. Faremos o possível para permitir que você mova ou baixe seus dados com segurança.

Obrigado.

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Informação

Para proteger contra vírus, vacina. Para evitar fake news, informação.” Com base nessa premissa, o professor de Biologia do Colégio Marista Asa Sul, José Nascimento da Silva Júnior, percebe a importância do atual momento de pandemia para explicar conceitos sobre os imunizantes. Veja a íntegra do documento a seguir.

Aprenda conceitos sobre vacinas para evitar notícias falsas

Professor de Biologia do Colégio Marista Asa Sul esclarece informações sobre as formas de prevenção de doenças como a Covid-19

Para proteger contra vírus, vacina. Para evitar fake news, informação. Com base nessa premissa, o professor de Biologia do Colégio Marista Asa Sul, José Nascimento da Silva Júnior, percebe a importância do atual momento de pandemia para explicar conceitos sobre os imunizantes.

O professor lembra o quanto o assunto “vacinas” domina as atuais rodas de conversas, discussões e debates entre as pessoas. No entanto, ressalta, é preciso compreender mais o assunto e saber discernir conteúdos científicos de notícias falsas. 

As vacinas são importantes tanto para o indivíduo como para a saúde coletiva. De acordo com o Ministério da Saúde, “manter a vacinação em dia, mesmo na fase adulta, é um dos melhores métodos para evitar doenças e infecções.” O professor esclarece algumas dúvidas frequentes sobre as vacinas, principalmente sobre os imunizantes contra a Covid-19. 

O que é imunização?

A imunização é o processo que ativa o sistema de defesa do corpo de uma pessoa. O sistema imunológico do corpo humano consegue defender o corpo de diversas formas, por exemplo, a pele é uma excelente barreira para diversos microrganismos evitando várias doenças. A pele é uma defesa inata, que todos têm desde o nascimento. Outra forma de defender é aquela em que o sistema imunológico adquire ao longo da vida. Essa defesa inclui a produção de anticorpos.

O que são anticorpos?

Anticorpos são respostas específicas do sistema imunológico, quando o corpo é invadido. Os anticorpos são produzidos especificamente para responder a um ataque ao corpo de cada pessoa, funciona como a chave e a fechadura, em que apenas a chave certa abre a fechadura. Então, cada pessoa tem um conjunto de anticorpos específicos, dependendo dos possíveis ataques que seu corpo sofre ao longo da vida.

E a vacina, como funciona?

A vacina é uma maneira controlada de reação a um ataque ao corpo humano e induzir a produção de anticorpos específicos. Os laboratórios que produzem vacina buscam descobrir uma maneira de injetar no corpo humano moléculas do invasor que induzam a produção de anticorpos, sem desenvolver a doença.

Por que existem diferentes vacina para a Covid?

Cada laboratório faz testes com diferentes componentes do vírus, o objetivo é induzir a resposta mais intensa na produção de anticorpos para a maioria das pessoas. Por isso são necessários testes em diferentes níveis até que a vacina seja aprovada pelas autoridades de saúde.

Algumas vacinas podem ter efeitos colaterais? Por que isso acontece?

Como a vacina simula um ataque ao corpo, o sistema imunológico de cada pessoa responderá de diferentes formas. Para alguns, essa resposta induz a febre, dores e mal-estar, que são sintomas característicos de um ataque de microrganismo ao corpo. Em outras pessoas, os sintomas são imperceptíveis, indicando que apenas a produção dos anticorpos foi ativada.

É necessário tomar duas doses da vacina, ou uma só é suficiente?

A vacina tem a vantagem de induzir uma memória imunológica, ou seja, o sistema imunológico mantém a capacidade de responder a um novo ataque no futuro. Para desenvolver essa memória imunológica é necessário um determinado nível de resposta e cada laboratório identifica esse nível em suas pesquisas. Por isso, é importante tomar a segunda dose, quando indicado, para garantir que a memória imunológica seja adequadamente formada.

Por que, mesmo depois de vacinadas, as pessoas ainda têm que continuar usando máscaras, álcool gel e fazendo o isolamento social?

A vacina é um modo eficaz de controlar o parasita e reduzir os impactos que causa em nossa sociedade. Contudo, o vírus Corona continuará em nosso meio ambiente e devemos manter os cuidados básicos para evitar a contaminação daqueles que ainda não foram imunizados. Dessa forma, o uso de máscara, a higienização das mãos e evitar as aglomerações são maneiras de agir pensando no bem coletivo, mesmo para os que já foram vacinados.

A descoberta de variantes do Corona vírus significa que teremos que ser vacinados novamente?

As variantes descobertas são vírus modificados que são formados a partir de cópias imperfeitas que cada vírus pode produzir ao se replicar dentro das células hospedeiras. Os pesquisadores estão investigando o quanto cada variante é diferente em relação a imunização causada pelas vacinas. Esse é outro motivo para mantermos os cuidados básicos contra essa pandemia.

Sobre os Colégios Maristas:  os Colégios Maristas estão presentes no Distrito Federal, Goiás, Paraná, Santa Catarina e São Paulo com 18 unidades. Nelas, os mais de 25 mil alunos recebem formação integral, composta pela tradição dos valores Maristas e pela excelência acadêmica. Por meio de propostas pedagógicas diferenciadas, crianças e jovens desenvolvem conhecimento, pensamento crítico, autonomia e se tornam mais preparados para viver em uma sociedade em constante transformação. Saiba mais em www.colegiosmaristas.com.br.

História de Brasília

Aprenda a morar: você, que vive na 409-410 não exponha suas roupas nas janelas, não estenda seus lençóis na parte exterior do edifício. O seu direito termina onde começa o do outro. (Publicada em 04.02.1962)

Brasil necessita de cabeças pensantes

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Foto: Anderson Riedel/PR, Ricardo Stuckert, Sergio Andrade e Jefferson Rudy/Agência Senado

 

Contra a polarização na política, uma fórmula em si perigosa e desprovida de capacidade de entendimento do país como ele e não como querem esses falsos protagonistas, postados, cada um, em lados opostos de um mesmo e profundo abismo, existem opções de bom tamanho. A questão é como poderiam essas opções ocuparem espaço adequado num ambiente tão conturbado e repleto de indivíduos, cuja a inteligência mede-se pelo comprimento do radicalismo que exalam.

Estamos numa encruzilhada histórica e, como as experiências vindas do passado ensinam, esse é o momento em que todo o encadeamento do futuro se faz presente. Caso o trem desse destino tenha a má sorte de ser posto em linhas erradas, as chances de retornarmos à gare de origem, onde repetiremos os mesmos erros, são reais, assim como irmos de encontro a um paredão, destruindo por completo nosso vagão.

De fato, a discussão em torno desses nomes principais e desastrosos que aí estão à baila têm deixado pouco espaço para o surgimento de outras vertentes mais dignas e quiçá mais detentoras de qualidades pessoais. Uma outra questão que surge dessa necessidade urgente por um nome à altura dessa missão de unir a nação, na trilha central e segura, vem justamente pelo impedimento colocado pelas dezenas de partidos, que obstam qualquer um que não seja consagrado pelos caciques e donos dessas legendas.

Nesse turbilhão, onde todos reclamam por seu quinhão, não há brechas para apelos por união, muito menos palanques para os que apelam para a razão. Num exercício de pura ficção, mas que poderia carregar algumas fórmulas que nos livre desse hospício em que estamos encarcerados há décadas, suponhamos que todos os estados da federação, de forma autônoma, reunissem e organizassem grupos compostos por nomes que a sociedade civil reconhece como probos e fornidos de curriculum admirável, verdadeiros conselheiros, a quem todos recorrem nas horas de aflição. Essa é uma possibilidade real e que poderia, em tese, funcionar ou, ao menos, trazer algumas luzes que indicassem o caminho das pedras nesse pântano escuro em que estamos imersos.

Seriam esses conselhos de notáveis, apartidários, no seu trabalho de elucubração metódica, que dariam a tônica para sairmos do impasse da polarização entre o ruim e o péssimo. Por certo, esses conselhos, formados nos estados, dariam ênfase ainda a uma proposta de reforma do Estado, capaz de pôr um fim a um modelo que, já insistimos aqui, está montado para não funcionar em prol do Brasil e sim em favor dessas elites que aí estão e que parecem ser as únicas beneficiárias com esse caos.

Em outros tempos e lugares, fórmulas semelhantes funcionaram e serviram de remédio contra sistemas visivelmente enfermos e viciados. A reunião desses diversos conselhos numa grande assembleia nacional fecharia as propostas num consenso geral, dando os rumos que precisamos e que, por certo, passam longe desses partidos que aí estão e de seus próceres, como também de toda uma máquina azeitada que tem servido para moer a carne da nação, servida sempre nesse banquete de sanguessugas. Ou se recorre a essas cabeças pensantes ou aceitamos a temperatura estabelecida por esses donos do forno do inferno.

A frase que foi pronunciada:

Existem diferenças significativas entre a versão americana e a europeia do capitalismo. O americano tradicionalmente enfatiza a necessidade de um governo limitado, regulamentações leves, impostos baixos e flexibilidade máxima do mercado de trabalho. O seu sucesso tem-se demonstrado sobretudo na capacidade de criar novos empregos, nos quais é sempre mais bem-sucedido do que a Europa.”

Margareth Thatcher

Margareth Thatcher. Foto: britannica.com

Natureza e Educação

Compostagem é um caminho interessante para quem mora em casa. O tratamento do lixo, de forma enriquecedora para a terra, nutre e fortalece a resistência das plantas. Trata-se de prática simples que diminui o caos nos lixões. Veja sugestões de compostagem divulgadas pelo Senado Federal a seguir.

Recadinho

Pátria Latina, um site que prega a união dos povos, trouxe uma notícia nada amigável. O presidente do maior país da Ásia Oriental avisou que quem se meter em pesquisar a fundo a origem do tormento mundial e aborrecer ou intimidar aquela nação terá a cabeça esmagada. Veja no link China não será intimidada.

Presidente chinês Xi Jinping. Foto: Reprodução

História de Brasília

Se forem alegadas deficiências técnicas é incompetência do pessoal incompetência do pessoal. Que seja mudado, então, porque em fevereiro de 1960 o general Eisenhower falava de Brasília, onde estivesse, com a Casa Branca. E mais: chegou a falar com seu Secretário de Estado, de seu automóvel, no percurso do Eixo Rodoviário, a caminho do aeroporto militar. (Publicada em 04.02.1962)

Para além do vírus

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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.
Tivessem juízo os legisladores, com aqueles que cuidam de fazer respeitar e proteger as linhas tortas de nosso universo infinito de leis, cuidariam de providenciar e fixar, o mais urgentemente possível, mais alguns artigos no Código Penal ou a outro que o valha, estabelecendo, de forma extraordinária, penas duríssimas para todos aqueles que cometeram o monstruoso crime de desvio dos recursos destinados ao combate ao coronavírus.
A essas pessoas, em tempos de tanta aflição e mortes, caberiam sentenças derradeiras, em tribunais do tipo marcial, semelhantes a crime de guerra ou crimes contra a humanidade, ou, como se diz em latim: sine peccatorum remissione, ou seja, sem possibilidade de perdão. Mas como essa é uma possibilidade remota, dada a letargia e a falta de interesse reinante, fica, ao menos, a sugestão colhida junto a boa parte da população, feita não apenas em nome daqueles que viram seus entes queridos partirem repentinamente desse mundo sem a possibilidade de dizer adeus, mas, principalmente, em nome e em memória de meio milhão de mortos.
Infelizmente, esse não parece ser o objetivo dos membros e integrantes da CPI da Covid, apesar da oportunidade que essa comissão tem ainda de clarear todos esses tristes acontecimentos. Houvesse real empenho, a essa altura dos andamentos dos trabalhos, muitos fatos já teriam sido devidamente esclarecidos e providências estariam sendo encaminhadas, para que crimes dessa natureza, por sua crueza, jamais voltassem a se repetir.
Deixar de lado a possibilidade de penalizar aqueles que lucraram, direta ou indiretamente, com a morte de milhares de inocentes, é deixar a porta aberta para a repetição desses mesmos crimes. Pelo que temos visto, lido e ouvido até aqui, com relação às investigações tanto por parte do Legislativo como do Judiciário, são remotíssimas as chances de que esses fratricidas venham a receber as devidas penas. Não se trata aqui de justiçamento ou coisa semelhante, mas apenas estabelecer o que é justo. Do contrário, nos transformaremos, indistintamente, em cúmplices, por omissão ou medo.
Se desses dois Poderes da República pouco ou nada se pode esperar em matéria de estabelecer a justiça, muito menos há esperanças de que o Executivo mande apurar os fatos, pelos meios que possui, inclusive com a apoio dos órgãos de inteligência. O presidente, por seu comportamento ciclotímico e imprevisível, e mesmo por seu comprometimento com as forças políticas do atraso que chamou para junto de si, muito se assemelha hoje ao personagem Fausto, de Goethe, que vendeu sua alma a Mefistófeles, representado aqui pelo Centrão, e muito pouco ou quase nada pode fazer para estabelecer a verdade. Ainda mais quando vai ficando claro, para todo mundo, que ele próprio nada fez para que esses acontecimentos tivessem um desenrolar mais satisfatório e pacífico.
O que se sabe, e isso é o mote principal de toda essa questão, é que crimes diversos foram cometidos durante a pandemia e em decorrência dela, resultando num número impressionante de meio milhão de mortos. Por certo que, para além dos efeitos provocados pelo vírus, em si, outros personagens contribuíram, por suas ações e omissões, para elevar a quantidade de óbitos. É isso que se quer posto a limpo.
A frase que não foi pronunciada
“Agora eu entendo porque o PT não tinha oposição.”
Dona Dita, preocupada com o Brasil que vai deixar para os netos
Vergonha alheia
O fato de fazer vista grossa aos governadores que não prestaram contas da verba recebida do governo federal pode estar ligado à aproximação das eleições gerais de 2022. É neste momento que parlamentares, das mais diferentes matizes políticas e com assento e interesses nessa CPI, estarão em peregrinação por seus estados buscando novos mandatos e quando deverão buscar apoio, junto a esses mesmos administradores, implicados ou não em desvios de recursos na pandemia.
Foto: Evaristo Sá/AFP
Vozes roucas?
Por certo, e tendo em vista nossa histórica e desavergonhada desmemória, passadas as eleições, as possíveis repercussões e resultados das investigações sobre a mortandade de brasileiros nessa pandemia irão direto para os jazigos do arquivo morto da Justiça, deixados de lado e remetidos ao futuro, quando, enfim, se transformarão em estatísticas numéricas. A não ser que o trovão das ruas volte a ser ouvido e reclame por justiça e punição.
Charge do J. Bosco (O Liberal)
História de Brasília
É que o governo anterior já tinha dado essa ordem que foi cumprida imediatamente. Com a saída do presidente os responsáveis pela transmissão voltaram ao rio mas não se desfizeram da “dobradinha”. (Publicado em 04.02.1962)