Somos ricos mas não sabemos disso

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: (exame.abril.com.br) iStock/Thinkstock

 

Numa análise simples, é possível verificar que o potencial da biodiversidade de região como a Amazônica é infinitamente maior do que a criação de gado, a mineração e outros. Para se ter uma ideia, o Guaraná, a Castanha do Pará, a Andiroba, a Copaíba e outros produtos, que antes tinham pequeno valor econômico, hoje são bem cotados dentro e principalmente fora do país.

O caso do Açaí é exemplar. Hoje essa fruta tem uma produção de 250 milhões de toneladas e é consumida em todo o mundo, gerando riqueza e, principalmente, mantendo a floresta em pé. Apenas com relação a esse único produto, já se sabe agora que a semente e o palmito do Açaí possuem também múltiplos e fantásticos usos, o que pode aumentar, ainda mais, o valor desse produto nos mercados internos e externos.

Essa fruta, até há pouco tempo desconhecida da maioria dos brasileiros de outras regiões, gera em divisa para a Amazônia US$ 1,8 bilhão ao ano. Na indústria mundial, esse valor, diz, é dez vezes maior. E esse é apenas um produto. Portanto é preciso entender essa diversidade biológica a partir do biomimetismo, ou seja, entendendo como a natureza resolveu certos problemas.

Nesse ponto o cientista Carlos Nobre cita o exemplo de uma colega da Amazônia, que através da observação da garra da formiga cortadeira daquela região, desenvolveu uma pinça cirúrgica muito mais eficiente e que hoje está sendo muito usada em outras partes do mundo. A Amazônia será, o grande celeiro de conhecimento da bioeconomia.

Para esse respeitado pesquisador, temos que ter um profundo orgulho nacional de criar um modelo de desenvolvimento e sermos o primeiro país tropical a vir a ser desenvolvido, graças à nossa própria biotecnologia. Temos ainda, segundo Carlos Nobre, que aprender e respeitar o valor, com repartição de benefício, do conhecimento tradicional, sobretudo das comunidades indígenas que possuem um grande conhecimento da riqueza dessa nossa biodiversidade.

Temos que ser descobridores da nossa biodiversidade e não copiar outros países, para tanto teremos que fortalecer muito nossa capacidade científica. O caminho é longo. É necessário ter essa autonomia, essa vontade, preparar o país, reforçando nossas pesquisas científicas interna.

Segundo Carlos Nobre, a pesquisa em nosso país, nos últimos anos, tem ido totalmente na contramão do que vem sendo em outros países. Nossas pesquisas, diz, estão sendo abaladas, desprestigiadas, e mesmo massacradas, o que prova que a ciência brasileira continua a não ser vista estrategicamente por aqueles que estão no comando do país. À medida em que as pesquisas científicas no Brasil, não são vistas como elemento central de desenvolvimento, o que teremos pela frente é o caminho do retrocesso muito mais perigoso, a longo prazo, do que as próprias crises políticas que agora experimentamos com a descoberta dessa avalanche de casos de corrupção.

Desprestigiar a nossa ciência, avalia, amputa a capacidade do Brasil crescer a longo prazo. É preciso ainda deixar claro que a biotecnologia e a bioeconomia são ciências interdisciplinares, até mesmo transdisciplinar, e que envolvem, não apenas biólogos, mas bioquímicos, engenheiros de biotecnologia, físicos, químicos e todo o amplo conjunto de técnicos, que vão transformar toda essa riqueza biológica em bem-estar social para os brasileiros.

Temos, portanto, segundo acredita o cientista, como missão daqui para frente, pensar um modelo brasileiro e tropical de desenvolvimento com base em nosso principal ativo, que é a nossa riquíssima biodiversidade que teremos que proteger contra as investidas cegas de outros setores da economia, como vem sendo feita, por exemplo pelo agronegócio.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Acredito que o crescimento econômico deve se traduzir em felicidade e progresso de todos. Junto com isso, deve haver desenvolvimento de arte e cultura, literatura e educação, ciência e tecnologia. Temos que ver como aproveitar os muitos recursos da Índia para alcançar o bem comum e para o crescimento inclusivo.”

Pratibha Patil, foi a presidente da Índia de 2007 até 2012.

 

 

Na Noruega

Um reconhecimento importantíssimo no Dia Internacional das Mulheres. Através do Assistance Act, várias pessoas importantes da Noruega votaram em mulheres pelo mundo que mereceram destaque pela luta na igualdade de gêneros e incansável busca pela justiça. Destacamos Iara Pietricovsky, moradora de Brasília desde a construção da cidade, foi escolhida como modelo de inspiração para Wenche Fone, chefe do departamento da sociedade civil em Norad.

Foto: Magno Romero/EBC

 

Reconhecimento

Wenche Fone acredita que a chefe do Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC) é uma das vozes mais fortes do Brasil. Iara Pietricovsky de Oliveira é implacável em relação ao abuso de poder, diz ela. – Ninguém é intocado pela mensagem de Iara. Falando em nome da organização do INESC, ela não está sozinha, mas com uma infinidade de pequenas e grandes organizações em todo o Brasil. Talvez seja precisamente a força da vida organizacional que o Brasil pode apoiar agora.

Foto: twitter.com/wenchefone

 

Brasileira

Iara sempre enalteceu a consciência pública e a consciência coletiva enquanto sociedade para garantir a sobrevivência do planeta compreendendo a adversidade. Fazer desse planeta um lugar sustentável para todos os habitantes pode ser o resultado da união de ideias e lutas, defende Iara.

Leia mais em: 16 norske kvinner: Dette er våre 8. mars-forbilder

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Os exemplos da câmara, isto sim, é que deveriam ser seguidos. Novos planejamentos para integração nacional é que deveriam ser estudados. Esta é que é uma atitude decente. (Publicado em 14.11.1961)

 

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