Sem planejamento vamos de encontro ao caos

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960 Com Circe Cunha  e Mamfil

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Foto: Mateus Baeta/ Portal da Copa

 

Fôssemos somar os prejuízos causados aos contribuintes brasilienses pelas construções dos mastodônticos Estádio Mané Garrincha e pelo Centro Administrativo (Centrad), o resultado mostraria um número surpreendente, até mesmos para os padrões da capital.

Ao todo, o erguimento desses dois legítimos elefantes brancos consumiu perto de R$ 3 bilhões dos cofres públicos. Não admira que obras tão suntuosas e caras, construídas pelos mesmos consórcios que aparecem nos episódios da Lava Jato, tenham gerado por aqui também seus próprios escândalos, levando empresários e parte da elite política local as barras dos tribunais.

O Estádio Mané Garrincha, em razões desses dribles fantásticos que só nossos políticos são capazes de aplicar contra a ética e a coisa pública, passou a ser apontado como uma das mais caras arenas do planeta. Isso numa capital onde os times e os jogos da liga profissional em nada se diferem das equipes amadoras de várzea.

A dinheirama desperdiçada nessas duas empreitadas inúteis daria para construir e equipar uma boa quantidade não apenas de hospitais e postos de saúde, mas de escolas públicas e de creches e ainda sobrariam recursos para uma infinidade de obras de real interesse aos donos do dinheiro, a população. Para os cidadãos, o que fica como lição desses recentes e amargos prejuízos é a certeza de que a falta de planejamento, quando aliada a malversação dos recursos públicos só podem gerar rombos e escândalos, além de deixar, como herança, monstrengos que continuam a sugar o dinheiro do contribuinte para sua manutenção.

Visto de maneira clara, o simples enxugamento da máquina administrativa do Distrito Federal, com redução de secretarias, de pessoal, além da modernização nas formas de trabalho, com a adoção do teletrabalho, permitiria, tranquilamente, a acomodação de todo o pessoal nos espaços já existentes, sem a necessidade de alugar ou construir repartições extras.

Por outro lado, o advento dos computadores associados a rede mundial da Internet, ao instituir em todo o mundo o chamado “não lugar”, isso é, tornando desnecessário a presença física em determinado ponto geográfico para a execução de determinadas funções, deixou, bem clara a possibilidade do trabalho em qualquer outro espaço, inclusive na própria residência.

Com a racionalização na prestação dos serviços públicos, recursos preciosos seriam economizados para serem aplicados onde é mais necessário. Não é com a ocupação tardia do Centrad, numa área remota e distante do Plano Piloto e onde já se observam sérios problemas viários, que o governo local irá emprestar melhor qualidade às finanças públicas da capital. Ainda mais quando se sabe que essas mesmas instalações não possuem o mobiliário necessário e já reclamam por novas reformas.

Melhor faria o GDF, se transformasse essa obra numa universidade voltada para a formação de administradores públicos de excelência. Quem sabe assim, sairiam dessa faculdade técnicos capacitados a administrar corretamente os recursos da população, sem aventuras políticas e, sobretudo, com muito planejamento e estudos prévios. Afinal, o dinheiro do contribuinte  é sagrado e escasso.

 

A frase que foi pronunciada:

“Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males”.

Voltaire, o iluminista

Foto: reprodução da internet

 

Levantando a bola

Na terra da senadora Leila do vôlei, a campeã Paula Pequeno tem três escolinhas do esporte. No colégio JK, da 413 norte, no Rogacionista, do Guará II e no Colégio Projeção, de Taguatinga Norte.

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Flamengo

Pela verba do Flamengo, não haveria necessidade de pechinchar indenização para as famílias dos garotos mortos pela negligência dos responsáveis pelo time. Não pagar para ver. Isso sim é que os brasileiros deveriam fazer para punir os responsáveis. Nada de jogo. Chega.

Foto: Thayuan Leiras

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

E há mais: há granjas onde o repolho está sendo dado aos porcos, por falta de compradores. Enquanto isto, os preços são altíssimos. Estão criando a indústria do atravessador em Brasília, para dar ao nosso abastecimento, os mesmos vícios do Rio e São Paulo. (Publicado em 14.11.1961)

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