Reduzida à questão política, o problema fundiário do DF não tem solução à vista

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO Criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Nessas últimas eleições na capital, ficou mais do que evidenciado que a questão fundiária de Brasília continua sendo o grande leitmotiv de 9 em cada 10 postulantes aos cargos eletivos locais. Em outras palavras, ficou claro que a transformação de loteamentos em moeda de trocas políticas continua sendo o grande catalisador das eleições no Distrito Federal.

Candidatos em palanque que não prometam facilidades na aquisição de lotes, mesmo contrariando normas legais, parece não ter chance de se eleger por essas bandas. A descoberta desse filão político, na década de noventa, verdadeira mina de ouro de votos, possibilitou, ao ex-governador, Joaquim Roriz, permanecer por mais de uma década e meia à frente do Palácio do Buriti. De lá para cá, e por conta dessa política, a cidade sofreu um processo acelerado de inchaço populacional, que, obviamente, não foi acompanhado por qualquer planejamento urbano prévio.

Com isso a capital adentrou definitivamente para o clube dos estados-problema da União. Como no vale tudo das campanhas é impossível chamar à razão e ao bom senso tanto candidatos como eleitores, a vitória dessas chapas populistas, acaba acarretando uma perda irreparável para a cidade e para os próprios cidadãos, que vêm a antiga qualidade de vida da capital sendo negociada em palanques e comícios.

Nas eleições de 2018 não foi diferente. De novo a maioria dos candidatos, tanto ao Executivo, como ao Legislativo, prometeu a construção de novos núcleos habitacionais para seus eleitores. A diferença é que desta vez, foram ainda perigosamente mais além, prometendo, entre outras sandices, extinguir a própria Agência de Fiscalização (Agefis) responsável pela implementação de políticas de fiscalização de atividades urbanas, e que, nos últimos anos, tem tido um papel importante no combate a grilagens e às invasões de terras públicas.

Aos ouvidos de muitos eleitores e principalmente aqueles ligados à indústria de invasões, o fim da Agefis soa como um verdadeiro cântico das sereias, capaz de mobilizar contingentes enormes de novos invasores. Com a eleição, agora desse grupo que descrê na necessidade de uma cidade possuir um meticuloso planejamento urbano para existir, a questão que se coloca, logo em primeiro plano é: a quem interessa a extinção da Agência de Fiscalização, que, bem ou mal, tem feito o trabalho de desfazer promessas demagógicas de candidatos, derrubando invasões, algumas verdadeiras mansões, construídas em áreas públicas?

Entidades técnicas e, portanto, devidamente balizadas no assunto como o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-DF), o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-DF), a Associação Brasileira de Engenharia e Arquitetura (ABEA) e a Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas (ABAP-DF) acabam de encaminhar ofício à Câmara Legislativa do DF, externando profunda preocupação com o Projeto de Lei, enviado pelo Executivo, que dispõe sobre a extinção da Agefis em regime de urgência. “A urgência, diz o documento, inviabiliza, por exemplo, a participação da sociedade, de entidades e instituições oficiais envolvidas com a fiscalização do uso e ocupação do território, como este Conselho, que, até o momento, não foram consultados sobre esta extinção.” Para as entidades técnicas, o desastre de Brumadinho reforça a necessidade de fortalecimento dos órgãos de fiscalização, sobretudo para a defesa da própria sociedade. Já para as entidades políticas…

 

A frase que foi pronunciada:

“Vale, Vale, o teu vale é de lucros. O do povo é de lágrimas.”

Pe Fábio de Melo

 

Brumadinho

“Calma aê! Aconteceu?” É o que grita o homem no momento em que fugia da torrente de lama, enquanto tentava alcançar o carro. Assista a gravação feita pelo funcionário terceirizado da Vale, Leandro Dias, no exato momento em que a barragem se rompeu.

 

Momentos

Dia de esvaziar as gavetas dos gabinetes no Senado. Hoje os novos senadores ocupam seus lugares no comando legislativo do país. Li, pela agência Brasil, que os seguintes parlamentares estão unidos pelo voto aberto para a presidência da Casa: a nova senadora, Soraya Thronick, a senadora Simone Tebet, os senadores Davi Alcolumbre, Tasso Jereissati, Álvaro Dias, Reguffe, Esperidião Amin, Major Olímpio e Angelo Coronel.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

 

Curiosidade

Psicopatas sociais são facilmente reconhecidos, mas apenas por exames de imagem. Fora isso, são pessoas que usam máscaras diversas durante os dias, interpretando papéis diferentes de acordo com os próprios interesses. Um exame próprio de Pet Scan é capaz de acompanhar a parte do cérebro onde, em todas as pessoas normais, é possível ver as emoções, o que não acontece com os psicopatas. No caso deles, a área cerebral que reflete as emoções é inativa, ou seja, não há arrependimentos. A parte ruim da história é que a corrente de psiquiatras e psicanalistas que acredita não haver recuperação é maioria.

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

A notícia publicada nesta coluna, sobre a situação de alunos transviados na Escola da Caesb, criou uma situação de alarme justificada, mas os defeitos de interpretação devem ser corrigidos. (Publicado em 10.11.1961)

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