Recursos que poderiam salvar vidas continuam a desaparecer na ciranda da corrupção

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Imagem: infonet.com

Charge que circula nesses tempos de pandemia ilustra, de forma seca e direta, as diferenças de comportamento das autoridades do Brasil e do restante do planeta, frente aos problemas provocados pela quarentena prolongada. No primeiro desenho, é mostrado pessoas de mãos dadas formando um longo e uniforme cordão de solidariedade, que somam forças. No outro, surgem dois grupos que parecem disputar uma espécie de campeonato em um cabo de guerra, cada um puxando para si, num esforço inútil e desgastante para todos, onde a soma é sempre um número negativo. Esse último desenho é o retrato do Brasil desses tempos atuais e de outros tempos também. Um Brasil, onde à exceção da população, as autoridades, em todos os escalões da República, fazem questão, e disso não se avexam, de não se entenderem, mesmo diante de um desastre que parece eminente.

Para qualquer lado que o cidadão vire a cabeça, o que se avista são medidas e atitudes que, a toda hora, envergonha-nos a todos, pelo primitivismo e pela falta de patriotismo. No judiciário, os magistrados, por conta da pandemia, estão soltando presos de alta periculosidade, isso sem contar o grande número de indivíduos condenados pelas mais diversas modalidades dos hediondos crimes de corrupção, que estão sendo postos em liberdade, sob a falsa alegação de que estão entre os grupos de risco. No Legislativo, diversos grupos ou bancadas temáticas aproveitando o período de votações online, longe dos holofotes, estão garfando bilhões de reais dos preciosos recursos públicos, também sob a falsa alegação de que serão empregados no combate à virose.

A união interesseira e muito suspeita de governadores, nesse momento de grande aflição, é para trazer recursos, a fundo perdido para estados endividados e costumeiramente inadimplentes. Os escândalos de malversação desses recursos emergenciais, arrancados pelos governos estaduais, já começaram a aparecer nas manchetes dos jornais de forma tímida, mas, mesmo assim, demonstram a prática usual de desviar dinheiro público para outras finalidades ou mesmo em proveito próprio.

Em estados como o Amazonas, justamente onde os atendimentos médicos entraram em colapso total e onde cidadãos são enterrados como bichos, em valas comuns, feitas às pressas, desde o ano passado, a Polícia Federal vem investigando desvios de mais de R$ 142 milhões, justamente do SUS.

No Ceará, onde o caos também está instalado, mesmo antes do pico da doença, a deficiência no atendimento à população assustada com o covid-19 decorre dos mesmos males da malversação e dos desvios de recursos públicos e de lavagem de dinheiro. O mesmo se sucede no Rio de Janeiro, com os hospitais de campanha superfaturados. No Maranhão a situação se repete, com a Polícia Federal investigando, desde 2018, o desvio e lavagem de dinheiro da ordem de mais de R$ 92 milhões.

Esses são apenas alguns exemplos da atuação costumeira de políticas criminosas praticadas por agentes públicos e que, em horas como essa, faltam para salvar vidas e dar alguma dignidade à população, não só em vida, como na hora da doença e morte.

 

 

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Em Roma tudo está à venda.”

Salústio (867aC). A Guerra de Jugurta – Palavras com que alguns aristocratas romanos pintavam a Jugurta, jovem príncipe númida, a corrupção reinante em sua pátria.

Imagem: imperivm.org

 

Brics

São 4 os elementos básicos para sobreviver, segundo a Ciência: ar, água, luz e alimento. Melhor que o Brasil reveja os contratos com o país asiático para manter a soberania nacional e não ter mais surpresas no futuro. Tenha acesso a algumas notícias sobre o assunto a seguir.

O apetite chinês por terras no Brasil

Brasil volta à rota de investimento dos chineses

China e Brasil vão tratar de certificados de produtos florestais em novembro

Hoje o estoque do investimento chinês no Brasil é de cerca de US$ 80 bilhões

 

Sensatez

Nenhum contrato escolar previa uma pandemia que fosse transformar aulas presenciais em aulas online. Adolescentes conseguem passar horas em frente a uma tela de computador sem problemas. Mas crianças de 4 a 13 ou 14 anos não deveriam. Impossível tentar comparar aulas presenciais com virtuais para a meninada dessa faixa etária. Escolas bem-conceituadas de Brasília se negam a negociar as mensalidades. Só há uma solução. Como se sabe, o ensino escolar é típico produto de consumo, isto é, trata-se de prestação de serviços regulada pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC). Sem aulas, sem pagamento. Menos horas de aula, pagamento proporcional.

Foto: Arquivo Pessoal/Washington Luiz (correiobraziliense.com)

 

Homenagem

A equipe da coluna Visto, lido e ouvido, criada por Ari Cunha, agradece o texto de Jorge Guilherme Francisconi. Num ato de extrema simpatia, diz que a preocupação de Ari Cunha com o presente e futuro de Brasília é a mesma que orienta o trabalho do urbanista. Veja a coluna à que se refere Francisconi.

–> Veja o poema “Nunca vi igual”, da série de homenagens ao aniversário da capital do DF2: Nunca vi igual

 

Sucesso

Está sendo bem conduzido, pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal, o drive-thru para detectar novos casos de coronavírus. Informações do GDF apontam que 1,4% da população testada, no universo de 3.196 pessoas, deram positivo para a Covid-19. A Secretaria de Saúde orienta fazer o teste somente pessoas com sintomas da Covid-19 (febre, tosse seca, perda de olfato) há sete dias, para não haver risco de falsos negativos.

Os profissionais da saúde usaram câmeras térmicas para os exames
(Foto: Ed Alves/CB/D.A Press)

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Durante os dias de crise, a Aeronáutica pediu emprestado à Novacap um lote de colchões da Divisão de Alojamento, que estava nos apartamentos da W-4. Até hoje, entretanto, esses colchões não foram devolvidos, e o alojamento da Novacap ainda não foi inaugurado por causa disto. (Publicado em 05/01/1962)

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