Por uma estatal do livro

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil

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Imagem: reprodução da internet

Houve um tempo, talvez numa época de inocência, em que acreditávamos ser possível construir uma nação com base no conhecimento. Isso foi ali, mais precisamente, no alvorecer do século XX. Naquela ocasião, talvez pelo fato de o mundo Ocidental adentrar para o tão esperado segundo milênio, quando todas as ciências inventadas pelo gênio humano finalmente iriam erigir uma nova civilização, baseada sobretudo nos avanços da tecnologia, levava a crer que um deus surgido das máquinas, espécie de “Deus ex machina” resgataria o paraíso perdido, revolucionando, como nunca, a história da humanidade.

Futuristas, chamados assim, tanto na Europa, como no Brasil, nas primeiras décadas do século XX, pregavam a superação total do passado pelo despertar das máquinas e pela velocidade. Num trecho do manifesto Futurista do ativista e artista italiano Marinetti, publicado no jornal “Le Figaro” em 1909, pregava, entre outras palavras de ordem: “Nós cantaremos as grandes multidões excitadas pelo trabalho, pelo prazer, e pelo tumulto; nós cantaremos a canção das marés de revolução, multicoloridas e polifônicas nas modernas capitais; nós cantaremos o vibrante fervor noturno de arsenais e estaleiros em chamas com violentas luas elétricas; estações de trem cobiçosas que devoram serpentes emplumadas de fumaça; fábricas pendem em nuvens por linhas tortas de suas fumaças; pontes que transpõem rios, como ginastas gigantes, lampejando no sol com um brilho de facas; navios a vapor aventureiros que fungam o horizonte; locomotivas de peito largo cujas rodas atravessam os trilhos como o casco de enormes cavalos de aço freados por tubulações; e o voo macio de aviões cujos propulsores tagarelam no vento como faixas e parecem aplaudir como um público entusiasmado.”

Para esses adoradores das máquinas, a própria guerra serviria como uma oportunidade de limpeza e aniquilação do passado, que desejavam morto e sepultado para sempre. No Brasil, como todo os movimentos de vanguarda do mundo moderno, chegavam na bagagem daqueles poucos privilegiados que foram estudar ou aprimorar suas técnicas no exterior, principalmente na Europa. De lá, desde 1500, vinham os novos ventos da mudança.

Com o efêmero movimento futurista não foi diferente. A Semana de 1922, que serviu como uma espécie de marco introdutório do modernismo na cultura brasileira, embarcou nesse ideário de mudanças que o velho continente anunciava, passou a pregar também a necessidade de o país se desvencilhar de seu passado colonial.

São desse período, os primeiros movimentos visando valorizar, de fato, a arte e a cultura nacional, criando o que viria a ser o embrião do nacionalismo cultural, por meio da busca pelo regionalismo e pelas raízes de nosso saber.

Para despertar e fazer acontecer todo esse interesse pela riqueza cultural genuinamente nacional, o maior empecilho e talvez o mais intransponível era superar o histórico analfabetismo que dominava o país, desde o descobrimento. Como pode uma nação produzir e registrar sua riqueza cultural para outras gerações, sendo majoritariamente composta por indivíduos iletrados?

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Metade do mundo é composta por pessoas que têm algo a dizer e não podem, e a outra metade que não tem nada a dizer e continua dizendo isso.”

Robert Frost, poeta dos Estados Unidos

Foto: britannica.com

 

 

Mobilidade

Brasília tem uma estrada de ferro que levava passageiros para São Paulo e poderia servir de transporte para os moradores do entorno sul. Como quem ganha com isso é principalmente o cidadão, não há interesse em reativá-la.

“A ferrovia chega a Brasília: 22 de abril de 1968, fotografia, p/b, Arquivo Nacional, Fundo Correio da Manhã, Rio de Janeiro”. Cf. Brasil, Brasília e os brasileiros. Composição de aço inox da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro, possivelmente na curva da Vila Nova Divinéia, no Núcleo Bandeirante.

 

BUS

Por falar nisso, houve época em que se discutia o bilhete único para passagens em Brasília. A prática já é adotada em vários estados brasileiros. O problema é que as distâncias em Brasília são longas, poucos ônibus para os horários de pico e para os fins de semana e falta de pontualidade. Curtas distâncias com o mesmo preço de longos percursos não é justo.

Imagem: bilheteunicodebrasilia.df.gov.br

 

Faz falta

Vendo as filas em hospitais públicos é possível perceber como faz falta o programa Saúde em Casa, criado pelo ex-governador Cristovam Buarque. Idosos que eram poupados da difícil locomoção, crianças que recebiam noções de higiene ou eram atendidas sem o sacrifício de longas esperas ou adultos que recebiam dicas de prevenção contra doenças.

Caricatura: carlossam.blogspot.com.br

 

Experiência

Tantas viagens para o exterior dos nossos governantes precisam servir como exemplo de trato da coisa pública. O dinheiro dos impostos aplicados para o bem dos cidadãos.

Charge do Bruno (chargesbruno.blogspot.com)

 

 

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

Temos notícia de que o mesmo ocorre na escola da superquadra 106, e é uma pena que isto ocorra em prejuízo de um prédio tão bonito e tão bem planejado. (Publicado em 15/12/1961)

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