ONU: entre Leviatã e a Torre de Babel

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Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: agenciabrasil.ebc – © Juan Seguí Moreno/Flickr

Quem, por acaso, se interessa pelas voltas que o mundo dá, já percebeu, nessa altura dos acontecimentos, que as Nações Unidas (ONU) já não conseguem resolver, nem ao menos mitigar. o volume de problemas gravíssimos que atualmente assola nosso planeta, colocando a raça humana e todas as espécies vivas em um tipo de limbo, entre sobreviver ou perecer.

Não bastassem os problemas catastróficos gerados pelas emissões de gases do efeito estufa e toda a crise climática desencadeada por um modelo econômico que depaupera o planeta, o que se observa, é que essa organização parece ter se transformado num tipo moderno de Torre de Babel. De fato, as nações ali reunidas, mesmo com os esforços de centenas de tradutores, não só não falavam a mesma língua, como parecem fazer questão de não se entenderem. A questão aqui, por incrível que pareça, é política e mais precisamente ideológica.

Nessa 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, não foram poucos os líderes políticos, que do alto da tribuna planetária desse organismo, não pouparam críticas a ONU, acusando-a, entre outras coisas, de ter se enveredado e até mesmo sucumbido aos ditames da esquerda internacional, levando esse importante organismo a uma visão enviesada e perigosa do mundo atual. As críticas são muitas e não necessariamente atuais.

Há tempos, os Estados Unidos, o país que mais tem contribuído para a manutenção da ONU, vem reclamando dessa postura adotada pelo Organismo, inclusive ameaçando-o com cortes nesse financiamento.

Também o mundo tem notado essa guinada à esquerda feita pela ONU. Muitos observadores internacionais também já haviam alertado para o perigo que significava para as nações a guinada desse organismo multilateral para qualquer lado que tire a missão do foco. Notem que  alguns anos atrás, um ex-presidente já havia se referido a ONU como uma entidade “mais aparelhada pelas esquerdas do que universidades públicas”. Pelo sim, pelo não, o fato é que essa atual postura da ONU, principalmente depois da elaboração da chamada Agenda 2030, de viés claramente globalista, tem despertado a desconfiança de muitos de seus membros, sendo esse motivo apontado também como causador da debilidade atual da entidade, em resolver os grandes e atuais problemas do planeta.

Não por outra razão, dentre as falas proferidas nessa Assembleia, o que mais tem chamado a atenção de todos foi justamente o discurso do atual presidente argentino Javier Milei, que começou seu pronunciamento se apresentando, não como um político tradicional, mas como um economista liberal e libertário, que só se encontrava na posição de chefe do Estado daquele país, por ampla vontade popular e para resolver o fracasso estrepitoso de mais de um século de políticas coletivistas que destruíram seu país.

Nessa condição seu discurso fazia um alerta para toda comunidade internacional sobre o caminho perigoso que, há décadas, a ONU vem percorrendo. Para ele, essa entidade por suas escolhas, corre o risco de falhar em sua missão original que é a de trazer a paz mundial. “Não venho aqui dizer ao mundo o que deve ser feito, venho aqui alertar as nações sobre o que poderá ocorrer, caso as Nações Unidas continuem a promover políticas coletivistas, de acordo com sua Agenda 2030.”

O mandatário argentino lembrou que um dos principais feitos pela ONU foi a Declaração dos Direitos Humanos, em que está inscrito numa pedra que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. Segundo disse, foi justamente essa Declaração que propiciou ao mundo viver um longo período de mais de 70 anos em paz e prosperidade. Nesse período, segundo afirmou, foi também o de maior crescimento econômico da história humana. Além disso,00 foi um tempo em que as nações podiam dirimir seus conflitos através da cooperação, disse o presidente, acrescentando que por esse motivo foi possível fazer sentar à mesma mesa as cinco maiores nações do globo, apesar de seus interesses totalmente opostos.

Para Milei, infelizmente toda essa criação e esforços desapareceram com o tempo. Para ele, naquela época, havia integração comercial. “Onde entra o comércio, não entram as balas”, recordou, dizendo que o comércio é uma garantia da paz e a liberdade é a garantia do comércio, sendo que a igualdade perante das leis, garante a liberdade. Milei citou ainda o profeta Isaias que disse:” Deus julgará entre as nações e arbitrará entre muitos povos Eles forjarão suas espadas em relhas de arado, e suas lanças em podadeiras; nação não empunhará espada contra nação eles nunca conhecerão a guerra novamente.”

Agora o que se vê, de acordo com Milei, é que a ONU se transformou numa espécie de Leviatã de múltiplos tentáculos, que procura decidir o que cada Estado-nação deve fazer e como devem viver também todos os cidadãos do mundo. Dessa forma, apontou o presidente argentino a ONU passou de um organismo que defendia paz para uma entidade que busca impor uma agenda ideológica aos seus membros.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um mundo com fome é perigoso… sem comida se pode só fazer 3 coisas: revolta, emigraçao, morte.

Josette Sheeran (PAM-ONU)

 

História de Brasília

No dia em que os diretores do Banco do Brasil visitarem a obra do edifício central, e os apartamentos que estão sendo construídos, como nós visitamos, será marcada a data da mudança do Banco para o Distrito Federal.(Publicada em 18.04.1962)

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