VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
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Na atual situação de confronto político vivido entre aqueles que apoiam as medidas do governo e as demais oposições, os maiores vencedores são justamente aqueles que se unem ao chamado Centrão, um conjunto formado por políticos oportunistas e utilitaristas, que aproveitam o momento de contendas acirradas para extrair vantagens, quase sempre de interesses próprios e imediatistas. O grupo formado por todos aqueles que saem perdendo é composto pela maioria da população, que se vê como cega, em meio ao tiroteio generalizado.
Diria o filósofo de Mondubim parafraseando um ditado antigo e muito conhecido: “a oportunidade faz o Centrão”. É desse verdadeiro e imenso buraco negro que saem as mais nefastas propostas. É por esse ralo de luz que são sorvidas as vantagens políticas mais antiéticas e contrárias aos anseios populares. As deformidades impostas aos projetos anticrime oriundos do ministério da justiça, as propostas para o aumento no fundo eleitoral, as tentativas de reintrodução do imposto sindical, os projetos para blindar os políticos das ações de juízes de primeira instância, a demora na votação de uma lei reestabelecendo a prisão após segunda instância, a obrigatoriedade das emendas parlamentares ficarem longe dos holofotes dos órgãos de controle e uma série de outras ideias e propostas visivelmente antipopulares e transgressoras da boa conduta brotam quase que diariamente desse aglomerado de espertalhões.
Desse comportamento totalmente errático, brota apenas uma certeza: é preciso urgentemente uma reforma política que não apenas enxugue o número exagerado de partidos, mas, e sobretudo, que acabe com os famigerados fundos eleitorais e partidários, obrigando as legendas a buscarem sobrevida junto aos seus eleitores. O dinheiro fácil, retirado à fórceps dos contribuintes, acostuma muito mal os partidos e seus dirigentes, retirando-lhes a capacidade de ligação umbilical com as bases. Cria uma espécie de representatividade às avessas, na qual as legendas, abarrotadas de recursos públicos, passaram a prescindir justamente dos eleitores.
Para um intento dessa natureza, bastou apenas reunir um grupo político com o mesmo apetite para aprovar medidas que beneficiam unicamente esse grupo, não importando as repercussões. Curioso é que o mesmo farto e fácil dinheiro, que falsamente parece ter comprado a independência dos partidos em relação aos eleitores, criando uma democracia de caciques, onde os chamados líderes decidem tudo em torno de centrões e outros grupos ardilosos, pode, pela vontade da população, se transformar numa maldição e numa praga.
Metamorfoseados em Midas modernos, esses grupos políticos poderão até possuir muito ouro em mãos, mas poderão perder o essencial que é o poder da verdadeira representação popular. Essa é dada apenas para aqueles que a merecem por sua integridade moral e ética.
A frase que foi pronunciada:
“O poder sem moral converte-se em tirania.”
Balmes, filósofo e teólogo espanhol.
Capacitação
Um dos objetivos do secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, é disponibilizar nas delegacias pessoas capacitadas para o atendimento aos cidadãos. Principalmente no tocante a recepção de denúncias feitas por mulheres. É preciso sensibilidade para que as vítimas não desistam da denúncia.
Sem gerência
Hospitais da capital da República ainda não conseguiram estabelecer uma rotina de segurança para proteger recém-nascidos. Sequestradores saem do hospital com a criança numa bolsa ou vestem uniformes de médicos para evitar a abordagem. São estratégias simples que burlam a ineficiente preocupação gerencial.
Ponto final
“Não sou mais parlamentar. Não me perguntem nada sobre Congresso Nacional ou STF. Os poderes são independentes e não estou aqui para causar conflitos.” É assim que o presidente Bolsonaro responde os jornalistas que tentam arrancar qualquer opinião sobre votações.
Na balança
DPVAT está longe de ter caráter social. As milhares de famílias que ficarão sem indenização, com o fim desse famigerado seguro, pesarão na balança contra os milhões de brasileiros que pagam um valor criado para fins não vivenciados.
Reunião
A seguir, a foto do encontro das desembargadoras aposentadas e diretoras de aposentados das Amatras Mato Grosso, Maria Berenice Carvalho Castro Souza, Bahia; Marama dos Santos Carneiro, Campinas – São Paulo; e, da 10ª Região (DF/TO), Heloísa Pinto Marques e Terezinha Célia Kineipp Oliveira.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Esse rearmamento moral não nos está cheirando muito bem. Ninguém paga nada, os governos não colaboram, e a gente precisa saber de onde saem as verbas para as viagens de tanta gente. (Publicado em 12/12/1961)