VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Entre todas as revoluções científicas que marcam o século XXI, talvez nenhuma seja mais surpreendente do que a que emerge no campo das neurociências. Durante muito tempo, acreditou-se que o cérebro era o centro produtor do pensamento e da consciência. Contudo, novas teorias apontam para uma hipótese radicalmente distinta: o cérebro não seria o criador da mente, mas um mediador entre frequências invisíveis e nossa experiência consciente. Essa visão sugere que o cérebro funcionaria como uma antena biológica. Assim como um rádio não produz a música, apenas a sintoniza, o cérebro não geraria ideias por si só, mas captaria vibrações de um campo maior de consciência universal.
O físico indiano Amit Goswami resume essa inversão de perspectiva ao afirmar: “A consciência não está no cérebro, o cérebro está na consciência”. Para o biólogo celular Bruce Lipton, somos receptores de um campo informacional e até o DNA funcionaria como antena capaz de captar sinais do ambiente. Gregg Braden, pesquisador que transita entre ciência e espiritualidade, acrescenta: “O cérebro é o hardware; o campo de consciência é o software”. Já Rupert Sheldrake, com sua teoria dos campos mórficos, sustenta que a memória não está armazenada no cérebro, mas ressoa em campos invisíveis que conectam todos os seres.
Essa nova abordagem começa a desafiar a neurociência clássica, tradicionalmente materialista, que procura localizar pensamentos apenas em redes neurais. Agora, a questão ganha contornos espirituais sem perder o diálogo com analogias científicas. O debate toca num ponto essencial: se o cérebro é apenas antena, onde estaria a fonte real da consciência? Nesse contexto, a glândula pineal ressurge como peça central. Conhecida, desde a Antiguidade, como o “terceiro olho” e descrita por Descartes como a “sede da alma”, sempre foi vista pelos Yogis como portal de acesso a estados ampliados de percepção.
Hoje, investigações a relacionam com ritmos biológicos, produção de melatonina e até experiências místicas. O neurocientista Rick Strassman chegou a propor que a pineal poderia estar ligada à produção de DMT, molécula que induz estados alterados de consciência. Assim, ciência e espiritualidade encontram um ponto de contato. Surge também a noção de metacognição, o pensar sobre o próprio pensar, e de meta-plasticidade, ou seja, a capacidade do cérebro de remodelar-se não apenas internamente, mas em sintonia com algo maior. A Psicologia e a Psicanálise são chamadas a refletir sobre essas descobertas. Freud via o inconsciente como um reservatório de pulsões reprimidas; Jung avançou ao falar do inconsciente coletivo, um campo simbólico partilhado por todos. A nova neurociência sugere que esse campo poderia ser literal, um oceano vibracional que conecta mentes em diferentes níveis. Esse deslocamento rompe com a visão cartesiana do ser humano como máquina biológica e devolve, ao conceito de “alma”, um estatuto renovado.
Amit Goswami insiste: “A consciência é a base de todo o ser; matéria e mente emergem dela”. A afirmação subverte o paradigma clássico: não é a mente que nasce do cérebro, mas o cérebro que opera como instrumento da mente maior. Naturalmente, essa hipótese enfrenta resistências. Muitos cientistas lembram que ainda faltam evidências experimentais sólidas. No entanto, é inegável que a consciência permanece como um dos maiores mistérios não resolvidos da ciência. Nenhuma teoria materialista conseguiu explicar plenamente sua origem. E quando as respostas não surgem, novas hipóteses tornam-se não apenas possíveis, mas necessárias.
A concepção do cérebro como antena pode não ser a explicação definitiva, mas tem o mérito de abrir horizontes e aproximar a neurociência de antigas tradições filosóficas e espirituais. Mais do que isso, convida-nos a refletir: somos autores de nossos pensamentos ou apenas receptores de uma transmissão maior? Se estivermos, de fato, sintonizando frequências universais, a responsabilidade pelo que captamos e manifestamos em nossas vidas se torna ainda maior. Talvez a neurociência do futuro seja também, inevitavelmente, uma ciência da alma. Nesse ponto, ciência e espiritualidade, antes vistas como opostas, podem enfim se reencontrar.
A frase que foi pronunciada:
“O cérebro é mais vasto do que o céu.”
Emily Dickinson

Pensando bem
Interessante que, enquanto eram gratuitas, as sacolas de mercado faziam mal para a natureza. Agora, ao cobrar pela embalagem, parece que alguém agradece… e não é o meio ambiente.

História de Brasília
Observe-se que isto está acontecendo no setor residencial, onde não poderia haver tal tipo de negócio.(Publicada em 08.05.1962)





