VISTO, LIDO E OUVIDO – Cristianismo e Marx

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Uma das questões que intrigado os historiadores em todo o mundo, ao longo de mais de dois séculos, diz respeito ao antagonismo envolvendo de um lado o Cristianismo e seus valores e de outro as doutrinas de esquerda. Trata-se aqui de uma longa guerra surda, que nem mesmo a Teologia da Libertação, com sua tentativa de apaziguamento entre Marx e Cristo, conseguiu conter. Para o historiador Edward Gibbon (1737-1794), autor do monumental clássico “A História do Declínio e Queda do Império Romano”, obra considerada um marco para a ciência histórica Moderna, a decadência do Império Romano, é atribuída, par i passo a decadência moral de seus dirigentes. Inclui-se nesse declínio moral acentuado, além de outros fatores, a corrupção, a lassidão e a busca por satisfação pessoal imoderada, fenômenos que passaram a contaminar os governos romanos. De certa forma foi graças ao Humanismo, inerente ao Cristianismo , que nessa época se expandia devagar pela Grécia e Roma, que a civilização Ocidental e seus valores culturais e morais não foram totalmente arruinados.

Ao longo da história, houve momentos em que o Cristianismo e as ideologias de esquerda se encontraram em conflito. Parte disso pode ser atribuída às diferentes visões sobre questões sociais e políticas. O Cristianismo tradicional, com suas raízes na doutrina cristã, muitas vezes foi associado a valores conservadores e a estruturas sociais estabelecidas. Enquanto isso, as ideologias de esquerda geralmente buscam a igualdade social, a justiça e a mudança nas estruturas de poder existentes. Há aqui um embate entre o secular e o espiritual. A Teologia da Libertação é , como se sabe, uma corrente teológica que surgiu na América Latina, principalmente nas décadas de 1960 e 1970. Ela procurava conciliar os ensinamentos cristãos com as questões sociais e políticas da região, abordando temas como pobreza, opressão e desigualdade. Embora tenha sido uma tentativa de aproximação entre o Cristianismo e algumas pautas da esquerda, a Teologia da Libertação também gerou controvérsias dentro da própria Igreja Católica. Em o “Declínio do Império Romano: Edward Gibbon, como foi dito, atribuiu a decadência moral dos líderes romanos como um dos fatores que contribuíram para o declínio do Império Romano. Ele destacou a corrupção, a falta de virtude e a busca por interesses pessoais acima dos interesses do Estado como elementos que corroeram a estrutura do Império. O Humanismo cristão, ao enfatizar a dignidade e o valores intrínsecos da pessoa humana, foi uma influência importante na cultura ocidental e também contribuiu para a preservação de certos valores morais e culturais durante períodos de instabilidade política da Roma antiga. Nesse sentido, o Cristianismo desempenhou um papel relevante na formação dos valores ocidentais.

É essencial destacar que as relações entre religião, política e cultura são extremamente complexas e multifacetadas. Não é como muitos podem crer, que o controle exercido no âmbito da religião, sobretudo o controle moral, se torna uma pedra no sapato apertado das esquerdas. O que separa o Cristão do comunismo é a dicotomia entre o materialismo e o espírito. O que as esquerdas não aceitam é que o Cristianismo pode relevar valores inerentes ao homem que Estado algum pode suprir. O cristianismo desempenhou um papel significativo na formação da moralidade e dos valores da cultura ocidental ao longo dos séculos. O cristianismo é uma das principais religiões monoteístas e tem suas origens na vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo, conforme descritos no Novo Testamento da Bíblia. Através dos ensinamentos de amor, compaixão, perdão e justiça social presentes no Novo Testamento, o cristianismo influenciou a ética e os valores morais de muitas sociedades ocidentais. Esses princípios fundamentais tiveram um impacto significativo na maneira como as pessoas interagem umas com as outras, como as leis são formuladas e como as instituições são organizadas. Vale ressaltar que, embora o cristianismo tenha sido uma influência dominante na moralidade ocidental, também existem outras tradições religiosas e filosóficas que contribuíram para a evolução dos valores morais na região. O pensamento grego antigo, a tradição judaica e outras filosofias e crenças religiosas também desempenharam papéis importantes na formação dos valores éticos e morais da cultura ocidental. Além disso, a busca pelo exercício livre da religião é um direito fundamental em muitas sociedades democráticas. A liberdade religiosa permite que as pessoas pratiquem suas crenças e tradições sem medo de perseguição ou discriminação. Essa liberdade tem sido um princípio importante na definição de muitas nações ocidentais modernas. É importante notar que, apesar das influências históricas do cristianismo na moralidade ocidental, as sociedades modernas são cada vez mais diversas e multiculturais. À medida que as populações se tornam mais globalizadas, as tradições religiosas, éticas e morais têm se enriquecido com uma variedade de perspectivas e influências. Assim, os valores que sustentam as instituições contemporâneas são frequentemente o resultado de um processo complexo e em constante evolução, que envolve várias tradições culturais e filosóficas.

VISTO, LIDO E OUVIDO –     O que menos importa

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         Integrar a equipe de governo do atual presidente, principalmente no primeiro escalão, não é tarefa para amadores em política, pois exige do contemplado com cargo no ministério ou estatal de ponta, mais do que expertise nas artes da política. Para quem embarca nessa missão, é preciso deixar de lado, quaisquer traços de amor-próprio ou autoestima. Só há lugar no palco e perante os holofotes para um único indivíduo, o chefe do Executivo.

         Estar ministro ou presidente de alguma estatal ou órgão público relevante, não faz desse ocupante um plenipotenciário em seu posto e muito menos garante sua permanência por muito tempo. Por detrás de toda essa instabilidade nos cargos, estão, além da astúcia política do atual presidente da República, a insatisfação e ganância das muitas legendas atraídas para dar apoio as propostas de interesse do governo.

         Também nesse quesito fica entendido que o presidente cumpre sua parte nesses acordos com os partidos ao nomear o elemento indicado pela legenda. Mas isso não quer dizer que o agraciado terá vida longa no governo. Com isso, um posto no comando de um ministério ou outra instituição pública pode ser ocupado, ao longo dos quatro anos, por vários indicados, numa rotatividade que é sempre acionada quando o apoio nas votações de interesse do governo é demandado.

         Quando uma equipe de governo é composta, majoritariamente com base critérios políticos, dentro da lógica do “toma lá dá cá”, ou seja, baseada no lastro político, estar ministro ou presidente de algum órgão é bem diferente de ser ministro ou presidente de alguma coisa. Nada é, tudo está enquanto for de interesse do governo e daquele núcleo duro que o rodeia.

         Note que entre esse núcleo duro pode estar também um out sider como a primeira dama. Nesse quesito, pode-se afirmar que o candidato que não cair nas graças da primeira dama, já pode se considerar ou na corda bamba ou fora de questão. É a vida como ela é hoje. Talvez a proximidade geográfica entre os Palácios da Alvorada e do Planalto expliquem esse fenômeno. O que houve agora com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, com o presidente Lula trazendo para o comando do IBGE, um aliado político importante, aconteceu sem sequer consultá-la. Essa medida, mostra o nível de relacionamento entre o chefe do Executivo e sua equipe.

         Situações como essa ocorrem a todo o momento. Acontece que nesse caso específico o nomeado, Márcio Pochmann, oriundo da ala radical do PT, é figura polêmica e já teve passagem tumultuada no Ipea. Por certo não seria a escolha de Tebet e não será surpresa caso venha a provocar conflitos internos no IBGE e com a ministra do Planejamento. É o tal do presente de Grego, que a ministra terá que engolir. Todo esse imbróglio é o preço a ser pago pelas alianças políticas e pela falta de um programa de governo coerente e pré elaborado.

          Governa-se ao sabor da música, tocada pela desafinada ala política. São lições do passado que não foram aprendidas. Tivesse composto sua equipe com base em critérios técnicos, como deveria ser lei, nada dessa dança infinda das cadeiras ocorreria. As reformas ministeriais cíclicas explicam, em parte esse, refazer constante, onde o menos importante é o escolhido para as vagas. Nesse caso temos a contradição que explica que o mais importante é o que menos importa.

A frase que foi pronunciada:

 “A democracia e o socialismo não têm nada em comum, exceto uma palavra: igualdade. Mas observe a diferença: enquanto a democracia busca a igualdade na liberdade, o socialismo busca a igualdade na moderação e na servidão.”

Alexis de Tocqueville

Cultura

O Museu das Mulheres convida para a abertura da Mostra Trajetórias Femininas: primeira geração de artistas plásticas de Brasília com curadoria de Sissa Aneleh (Diretora do museu). Na Caixa Cultural de Brasília, no dia 01 de agosto, a partir de 19h.

Habitual

Um dos problemas os bairros de classe média alta é que em muitos endereços, principalmente naqueles lotes que margeiam as rodovias, a falta de uma legislação mais impositiva, permitiu que ao longo do tempo as áreas privadas avançassem sobre as áreas públicas, estrangulando as calçadas, que ainda são bloqueadas pela colocação de inúmeros postes de energia elétrica. Não há acessibilidade adequada nesses dois bairros, obrigando idosos e cadeirantes a ficarem presos dentro de casa ou a transitarem em meio aos carros.

História de Brasília

A hidrelétrica de Paranoá estará pronta a 21 de abril. Mas não esperem por um funcionamento imediato. Haverá o tempo necessário para testes, o mesmo acontecendo com a termelétrica, que funcionará plenamente em maio. (Publicada em 22.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO – A mãe de todas as reformas

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com Circe Cunha e Mamfil

         Ainda não será nessa legislatura que a reforma política ganhará o ímpeto necessário para ser discutida ou votada. É uma pena, pois trata-se, na visão da maioria dos cientistas políticos, a mais importante de todas as reformas, capaz de tirar o país para sempre da pasmaceira atual. Não por outra a reforma política é também chamada de mãe de todas as reformas, pois a partir dela todas as outras mudanças necessárias para o país viriam numa sequência natural.

         A questão é que aqueles que deveriam ser os autores e protagonistas dessa mudança, sequer ventilam a possibilidade de levar esse projeto à frente. A razão é simples: uma vez realizada, dentro dos parâmetros exigidos pela população, muitos dos atuais beneficiários desse modelo arcaico perderiam seus privilégios e principalmente as boquinhas advindas de um modelo que nada possui de democrático ou correto, do ponto de vista da ética pública.

         Para a população, que arca com todas as atuais mordomias dos políticos profissionais, uma reforma política, profunda e radical, seria a glória e o fim de um Estado corporativista e perdulário, marcando o início de um país moderno e igualitário. Isso posto, vê-se logo que os atuais representantes, eleitos pelos cidadãos, não estão, em sua grande maioria, cumprindo aquilo que desejam os eleitores, portanto não os representam com a legitimidade devida, muito pelo contrário, traem quem os elegeu.

          Desde sempre a nação está a exigir alterações legais, que alterem tanto o sistema eleitoral como o político. Não é segredo para ninguém que uma reforma política séria poria fim ao principal problema enfrentado pelo país que é a corrupção. Outro ganho com essa reforma se faria sentir na qualidade de nossa democracia, já que envolveria a participação da população em todo o processo, trazendo o cidadão para dentro das decisões nacionais. Por certo, o caminho parece espinhoso, mas contando com o apoio e o entusiasmo dos brasileiros, essa jornada se faria com mais tranquilidade.

         Para a sociedade é preciso resolver, o quanto antes, o problema do financiamento das campanhas, reduzindo e racionalizando tanto as verbas públicas como as privadas. Para isso se faria necessário o enxugamento no número exagerado de legendas, reduzindo-as para quatro ou cinco agremiações políticas realmente representativas, com programas e diretrizes sólidas e que contasse com o apoio de um número significativo de eleitores.

          Hoje, como se sabe, boa parte das legendas políticas, atuam como entidades privadas que nada contribuem para o desenvolvimento de nossa democracia. Vivem flutuando de um lado para o outro, ao sabor das conveniências, ora integrando a oposição, ora agindo como governo, num esquema sem identidade e sem ideologia.

          Deixar que os parlamentares ajustem por eles próprios, os valores dos Fundos Eleitorais e de Partidários, tem provocado verdadeira revolta nos eleitores, que se sentem traídos e enganados pela classe política. Com o enxugamento de legendas e com cortes nos Fundos destinados aos partidos e as eleições, acabariam as chamadas campanhas multimilionárias, que nada trazem de proveitoso para os brasileiros.

         Outro ponto a ser focado nessa reforma seria a coligação partidária, pondo também um fim nesse modelo, que só beneficia os pequenos partidos, sem representatividade, que vivem desse expediente espúrio, apenas para o benefício de seus dirigentes.

         Há ainda questões como o voto proporcional, que elegem candidatos sem maiores expressões, guindados ao poder apenas com os votos da legenda. Outra medida que irá impactar na vida dos brasileiros será a adoção do voto distrital, obrigando o candidato a ter uma extensa lista de trabalhos efetuados em seu distrito em prol da sua comunidade, o que aproximaria, de fato, os políticos de suas bases eleitorais. Dando maior legitimidade e responsabilidade ao mandato.

         Outras medidas importantes que caberiam numa reforma política de respeito seriam o fim do voto secreto, a exigência de cumprimento de todo o mandato, o recall para os políticos ineficientes, além, é claro do estabelecimento da ficha limpa para todos e quaisquer candidatos.

         Nenhuma reforma política estaria completa sem uma reforma também no sistema eleitoral. Nesse ponto o estabelecimento do voto impresso, como quer a maioria dos eleitores brasileiros, seria uma medida que traria grande segurança ao sistema, acabando com as dúvidas e toda desconfiança que ainda paira sobre o atual modelo.

A frase que foi pronunciada:

“Eu prefiro mandato de cinco anos sem reeleição porque acho que cinco anos é um tempo bom. Isso vai entrar no processo de reforma política. Pretendo convencer os partidos políticos a apresentar o programa de reforma política.”

Lula em 2006

História de Brasília

Os medidores, quando solicitados pelo DFL, custavam uma importância. Não atenderam. Hoje, custam quase três vêzes mais, e ninguém se dispõe a autorizar sua compra. (Publicada em 22.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO – Relações contaminadas

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com Circe Cunha e Mamfil

         Um dos passivos, e talvez um dos mais nefastos, gerados pelos treze anos de governo petista, com suas pretensões extemporâneas de reerguer o Muro de Berlim, pulverizado com o fim da União Soviética, incidiu, sobremaneira sobre as relações exteriores do Brasil com o restante do mundo.

         A  nova reorientação nessas relações imposta de cima para baixo, desprezando mais de um século de experiências acumuladas nesse complexo ofício, fazendo o país voltar as costas para seus antigos parceiros, mais do que desconstruir, da noite para o dia, esse intrincado relógio, levou-nos à uma posição  de  unilateralidade, de onde passamos a enxergar apenas parceiros ligados e simpáticos ao governo de turno. Com isso, foi estabelecida uma nova metodologia nas relações com o exterior, onde o que importava agora não eram os benefícios reais para o Brasil, mas uma construção abstrata que fazia do Brasil uma espécie de farol a guiar o imenso transatlântico à deriva que se tornou o mundo bipolarizado depois de 1989.

         Obviamente que numa posição como essa, os ônus para o Brasil em suas relações com o restante do mundo, seriam, como a prática assim confirmou, muito maiores. O que amainou e tornaria esses estragos um pouco menores, num primeiro momento, foram fatores alheios à essa reorientação de viés ideológicos e mais fincados no mundo real e representados, principalmente  pelo boom nos preços das commodities.    Não fosse por esse momento insólito, propiciado pelas exportações de produtos in natura, e que traria  um certo alívio nas finanças públicas, dificilmente o Brasil suportaria a continuação dessa orientação requentada de terceiro mundismo.  Como parte didática desse novo Ministério das Relações Exteriores que nascia, artificialmente,  de fora para dentro, foi providenciada uma espécie de cartilha ou catecismo a ser seguida pelos profissionais desse métier.

         Até mesmo o titular da pasta, num gesto inusitado e sintomático, filiou-se ao partido do governo, transformando-se num executor, dentro do ministério, das diretrizes do partido, alheio, portando, aos interesses do Estado. O preço pago pelo País, por conta dessa nova reorientação poderia até ser medido em termos quantitativos, como, por exemplo, no atraso do programa espacial, no que diz respeito ao mercado de satélites de telecomunicações, entre outros passivos. É de se salientar também que para os planos puramente materiais de nosso País, o novíssimo modelo adotado pelas relações exteriores, resultou numa transferência de bilhões de reais, por meio de um  BNDES ardilosamente remodelado para atuar no exterior, aos países que comungavam o mesmo credo e que, como é sabido, não honraram , até hoje esses “empréstimos”.

          Os prejuízos mais significativos, e talvez mais duradouros viriam com a perda de credibilidade perante o mundo, construída, a duras penas,  ao longo de mais de um século de diplomacia. Deu no que deu.

A frase que foi pronunciada:

“Antes mesmo das reformas política, tributária e previdenciária, o Brasil precisa é de uma reforma psicanalítica”.

Nelson Motta, jornalista brasileiro

Belo dia

Uma beleza passar o dia no Jardim Botânico. Belas trilhas para seguir pedalando. O porteiro e outros funcionários muito educados, brinquedos diversificados para a meninada, latas de lixo para manter o ambiente saudável. Apenas os banheiros estão em estado deplorável. Velhos e sem manutenção. Com pouca verba é possível uma restauração. Nenhuma depredação no local.

Institucional

Um batalhão de servidores públicos do Judiciário, do Legislativo e do Executivo tanto federal quanto distrital aposentado. São pessoas experientes que muito tem a contribuir com o país e com a capital. É hora de termos um conselho de notáveis para ser ouvido pela sociedade.

Regras

Governador Ibaneis Rocha disse que população não admite o pagamento de um salário de R$ 17 mil para o jardineiro da Novacap. Quem não deveria admitir é o GDF. A Controladoria-Geral do Distrito Federal (CGDF) faz pente fino nas folhas salariais das empresas públicas e cargos de diretores também extrapolam a linha do bom senso quanto ao pagamento. O que vai ser feito não foi anunciado.

Exposição

Hoje e amanhã Felipe Morozini (A cidade inspira – Palavras) e Jean Matos (Pulso), apresentam Itinerante em Casa. Na Praça Central do Casapark. No blog do Ari Cunha mais detalhes.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA 27/07/2019

Lamentamos o ocorrido, e louvamos a atitude da Sousenge, prometendo pagamento de cem por cento. Gente honesta, que se meteu num bom negócio, que de uma hora para outra se transformou, por causa do governo inimigo de Brasília, em grandes dificuldades. (Publicado em 25/11/1961)

Democracia direta

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26/07/2023  Correio Braziliense | COLUNAS | 11

VISTO, LIDO E OUVIDO – Democracia direta

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

 

Ao longo da história, a democracia tem evoluído de modo mais lento do que as sociedades exigem. Há, desde sempre, múltiplos desafios significativos para garantir uma verdadeira participação política igualitária para todos os cidadãos capazes de envolver todo no destino comum do país. Embora com algumas críticas, a participação direta na gestão pública tem sido apontada como um caminho possível. Trata-se de uma abordagem importante para enfrentar os desafios atuais e construir sociedades mais justas e inclusivas. A desilusão com o modelo de representação atual, quando se verifica que os políticos estão mais interessados em resolver suas regalias e seus problemas imediatos, tem levado alguns teóricos a insistir num maior envolvimento da população no governo.

A participação direta requer o envolvimento ativo dos cidadãos nas decisões políticas e na vida pública, sem depender, exclusiva e excessivamente, dos representantes eleitos. Só que isso parece requerer muito trabalho e esforço, além de exigir uma sociedade mais dinâmica e disposta para enfrentar os desafios de governar. De toda a forma, os ingredientes para que isso ocorra de modo racional existem, podendo ser alcançados por meio dos tradicionais mecanismos como plebiscitos, referendos, assembleias populares, audiências públicas e outras formas de consulta direta à população.

Razão para que isso aconteça o mais breve possível existe aos milhões. A participação direta é importante e pode promover uma democracia mais efetiva, inclusiva e com maior igualdade. A participação direta do povo na gestão do país permite que todos os cidadãos tenham a oportunidades iguais de expressar suas opiniões e, com isso, influenciar mais fortemente as principais decisões políticas, sobretudo aquelas que afligem os cidadãos. Esse modelo é, especialmente, relevante para grupos minoritários e marginalizados que, muitas vezes, têm suas vozes ignoradas ou sub-representadas nos processos políticos tradicionais.

Empoderamento cívico é fundamental para sustentar uma democracia sadia. Permitir que os cidadãos participem ativamente do processo político, de forma direta, incentiva o senso de responsabilidade de cada um. Não por outra razão, em países, onde os cidadãos se envolvem mais ativamente no governo e se engajam mais nos assuntos do Estado, alcançam maiores resultados positivos na vida de todos. Esperar que tudo seja feito apenas pelo governo, tem sido um dos pontos fracos de nossa democracia e razão de nossas crises institucionais cíclicas.

A população colocada à margem de tudo o que se passa na gestão pública contribui ainda para que os casos de corrupção aconteçam repetidamente. Quanto mais mal informados sobre os bastidores do poder, mais e mais os cidadãos têm sua vida afetada de forma negativa. O lema que deveria ser adotado por todos os brasileiros doravante poderia ser: “Nada do que ocorre no Estado e no governo me é estranho”.

A vida comunitária depende da vontade de participação de cada um na gestão da coisa pública. Não é segredo para ninguém a afirmação de que a participação direta de todos permite que as pessoas estejam mais envolvidas nas questões políticas do dia a dia e, portanto, tenham acesso às informações relevantes para tomarem decisões in loco e para o bem das comunidades. Isso pode levar a políticas mais bem fundamentadas e melhores resultados para a sociedade como um todo.

O combate à corrupção e clientelismo podem ser sensivelmente reduzidos com a participação direta de todos, minorando o poder concentrado em mãos de poucos e, com isso aumentando a transparência nas decisões políticas. Também a chancela democrática, com a maior inclusão dos cidadãos na tomada de decisões políticas, pode aumentar a legitimidade das próprias políticas públicas, uma vez que elas são resultado da vontade expressa dessa mesma população.

Apesar de seus benefícios, a participação direta também enfrenta desafios, como a necessidade de garantir que as informações sejam acessíveis a todos, evitando a manipulação de opiniões e garantindo que todos os segmentos da população sejam devidamente representados. No entanto, com a adoção de tecnologias adequadas e o compromisso das instituições democráticas em valorizar a participação direta, é possível avançar em direção a sociedades mais justas e inclusivas. O problema é que nossos políticos, principalmente aqueles que adquiriram a condição de políticos profissionais, dificilmente deixarão que isso aconteça. A democracia direta parece ser um risco apenas para aqueles que fazem da política um meio de vida. A democracia que queremos é aquela que nós temos que lutar por ela. Luta, portanto, é uma missão indelegável.

 

» A frase que foi pronunciada

“A Constituição é a bíblia daqueles que têm fé na democracia.”

Whelchess

 

» História de Brasília

Ontem, estivemos em Goiânia, na sede da CELG, e participamos do interesse dos seus técnicos na solução do problema. Estão todos voltados para a segunda etapa da Cachoeira Dourada, mas nada podem fazer, senão as obras civis, que estão bem adiantadas. (Publicada em 22/3/1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO –  Língua de sogra

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         Diz com muita propriedade o Salmo 52 que os peixes morrem pela boca e os homens pela língua. Infelizmente esse é um alerta que poucos têm dado ouvidos, sobretudo a classe política de nosso país, historicamente sempre ávida por marcar posições através daquilo que dizem. Servisse de guia e de orientação a ser seguida, muitos contratempos poderiam ser evitados, sobretudo aqueles que acabam gerando crises institucionais.

          Não é de hoje que as crises políticas que abalam o país e que de certo modo atrapalham o pleno desenvolvimento da nação, são geradas por falas mal pensadas ou saídas da boca sem passar antes pelo cérebro. A verborragia é a arte dos parlapatões ou dos boquirrotos. Espremidas e peneiradas pela razão e o bom senso, não sobram, senão salivas. Mas pelo mal que, por séculos, têm causado ao país e aos brasileiros, as falas soltas deveriam ser detidas a tempo de não aumentarem nossos infortúnios, que não são poucos.

         Para quem se detém em analisar o que nossas lideranças políticas dizem a torto e a direito e de modo despretensioso, o que deixam escapar, sem querer, e o que dizem é aquilo que gostariam de fazer de fato. Para os parlamentares e os que vivem da fala e do discurso, a tarefa de exercitar a mente para educar a língua é sempre um trabalho difícil, mas necessário.

         Curioso que temos nesse momento histórico em que vivemos, dois personagens, situados em lados extremos da política, e de tão antagônicos, praticamente se tocam em similitude quando a questão é verborragia e a língua solta. Lula e Bolsonaro são dois grandes parlapatões da atual cena política nacional, e por esse destempero vocal, transformados num misto de vício e mania, já foram muito além do razoável e já causaram diversos danos a si e aos cidadãos desse país. A diferença aqui é que a frouxidão de Lula com a língua parece se estender também para uma lassidão no campo da ética.

         Esses personagens falam, como se diz, pelos cotovelos e se mostram também, nas entrelinhas quem são. De Bolsonaro, pode-se dizer, perdeu a eleição em novembro de 2022, em parte pela sua verborragia durante seu mandato, comprando brigas e intrigas desnecessárias, indispondo-se com a Stablishment e outros próceres do sistema, queimando pontes e causando conflitos, que ao final vieram lhe prejudicar, colocando parte da imprensa, do Judiciário e do Parlamento contra seu governo. O problema aqui, aliado a língua solta, era o excesso de franqueza e de sentimentos contraditórios que percebia em seu entorno e que foram potencialmente elevados, depois da tentativa de assassinato e seus efeitos físicos posteriores, que passou a experimentar com esse atentado.

         De fato, Bolsonaro foi o personagem mais atacado em toda a história de nossa República e ainda segue colhendo infortúnios e perseguições de todos os lados. Mesmo tendo sobrevivido à uma verdadeira guerra, travada em diversas frentes contra ele, Bolsonaro, conseguiu a proeza de se tornar querido junto a grande parcela da população brasileira, por onde transita com facilidade e sempre cercado de grande multidão.

         Lula, Lula, Lula, como dizia José Dirceu, com reticências cheias de histórias mal contadas, tornou-se um personagem folclórico da história política brasileira, justamente por sua língua solta que parece dançar  dentro da boca. Trata-se aqui de um verdadeiro Macunaíma, o herói sem caráter, o encantador de serpentes incautas. Lula vive hoje, por seus malabarismos passados, a contradição de ser, talvez, o único presidente da República que não pode transitar tranquilamente em vias e praças públicas. De tanto que fala, pode-se inferir que nesse personagem ímpar, estão irmanados diversos outros personagens. Sua língua destrambelhada parece comandada por diversas entidades distintas. Foi com essa lábia toda que construiu seu itinerário político e com ela se mantém em pé até hoje. Seu retorno à vida política nacional, não foi obra apenas sua. Foi resgatado do fundo do poço por um Judiciário açoitado pela língua de Bolsonaro.

          Hoje a língua solta de Lula causa transtornos na cena nacional e internacional. Diz o que diz e depois se desdiz com a mesma facilidade. Pena que durante os debates políticos transmitidos pela TV, a regras demasiadas estreitas não permitiram que esses dois personagens pudessem duelar livremente, numa batalha de línguas, mais afiadas que espada espartana, mais venenosas que língua de sogra.

A frase que foi pronunciada:

“O problema com ela é que ela tem o poder da fala, não o poder da conversa.”

George Bernard Shaw

Lei Distrital

Uma só festa na Torre Digital foi capaz de incomodar Asa Norte, Lago Norte e Paranoá sem que as autoridades tomassem providências para evitar reincidência. Bastava aplicar a lei do Silêncio, já que a festa foi da tarde do dia anterior até 6h da manhã do dia seguinte. Talvez a solução seja uma lei impondo que todo responsável por festa rave, ou similar, seja obrigado a distribuir fones de ouvido para cada convidado, assim como se faz com os óculos em filmes de 3 dimensões. Que curtam a festa com seus próprios ouvidos, sem incomodar quem paga os impostos em dia.

História de Brasília

O pessoal de portaria é arrebanhado (há exceções) entre os operários das obras, e é incapaz de dar uma informação, de manter asseada uma entrada, de zelar pelo bloco. (Publicada em 21.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO –     O preço da cervejinha

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         É da quintessência humana a dubiedade, o Eros e o Tânatos, a matéria e o espírito. Nessa relação dupla cabem ainda a mentira e a verdade, balanceadas de acordo com caráter de cada indivíduo. Portanto não chega a ser estranho a observação de que o ser humano é, por natureza, um criador e mesmo propagador do que se chama hoje fakenews.

         Quem nunca espalhou uma mentira, mesmo sem querer, atire a primeira pedra. Desse modo, fôssemos seguir à risca o que ordena, de modo absoluto o Inquérito das Fakes News, como pensado, proposto e executado, de modo impositivo pelo Tribunal Superior Eleitoral, todos os brasileiros, sem exceção, deveriam ser arrolados no citado documento inquisitorial. O problema aqui é a referida peça ser lançada também contra os amicus curiae e todos os áulicos. É o que dizia no passado, Stanislaw Ponte Preta :” Restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”.

 Talvez o primeiro a constar nesse Index Prohibitorum seja  mesmo o atual aquele que repete o mote, “ninguém nesse país, em tempo algum…” Essa figura pública produziu um conjunto tão assombroso de fakenews como o partido que ocupa. Temos que ser coerentes e isentos. De tão impensável essa situação, temos que nos ater o que a realidade nos apresenta, ou seja, um rol de réus, todos eles formados por pessoas ligadas, de algum modo , as oposições.

          Aos amigos tudo. Aos inimigos os rigores de uma lei feita sob medida para eles. Fosse essa uma questão crucial e real para nossa moribunda República, encalacrada num passado que não passa, haveria modos de nos livrar dos arames farpados ou das cercas eletrificadas do Judiciário. O caso aqui é que as fakenews, nem de longe são mais nocivas do que sua co-irmã, os Crimes Virtuais, que a cada minuto lesam, de modo sério e sem punições, 3 brasileiros ou mais, de acordo com as estatísticas apresentadas pelo Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

         Este é de fato um inimigo real da nação, mas que infelizmente não merece tanto destaque por parte das altas cortes, transformando-se apenas em números e estatísticas. Enquanto todos os esforços da lei estão voltados para os fictícios inimigos políticos de uma democracia relativa, os crimes virtuais lesam a população indefesa. Do ano passado para cá esse tipo de crime teve um aumento de quase 40%, registrando quase 2 milhões de ocorrências. Só em golpes na modalidade eletrônica, foram mais de 200 mil. Note que esses números estão subnotificados, sendo que na realidade esse montante possa a ser próximo do dobro.

         Há ainda nesse rol de crimes reais, o golpe do Pix. Observe ainda que boa parte desses crimes contra o cidadão é decorrente daquela modalidade, lembrada de modo suspeito pelo atual presidente, de indivíduos que roubam celulares “para tomarem uma cervejinha”. Quanta misericórdia com o mal feito. Também no caso dos celulares, há registros de mais de um milhão roubados por ano. Haja cerveja.

          Na verdade, o que é fake, são as fakenews. O crime virtual é que passa ileso, sem ser percebido pelas autoridades. O mesmo ocorre agora com o endurecimento da posse de armas pelo cidadão. as Autoridades se esmeram em retirar as armas das mãos do cidadão de bem, que se proteger da violência endêmica, mas em momento algum fazem menção de retirar o arsenal de guerra das mãos do crime organizado. Alguma coisa não cheira bem nessa nossa República.

A frase que foi pronunciada:

“A Constituição é a Bíblia daqueles que têm fé na democracia”

Whelchess

INSS

Toda iniciativa que vise desburocratizar deve ser bem recebida. Com o primeiro cadastro bem detalhado e com a presença do idoso para a identificação biométrica, o transporte público, que terá o mesmo aparato para identificar as digitais do passageiro poderá servir de prova de vida para o INSS. A agência Brasil publicou a fala de Alessandro Stefanutto sobre o assunto: “Estamos nos articulando com a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (DF) para que um assegurado nosso, ao passar por uma catraca [de ônibus ou metrô] em que haja identificação biométrica, faça sua prova de vida”.

E a conta, ó!

 No ParkWay ainda há postes acesos durante todo o dia.

História de Brasília

Ontem estivemos em Goiânia, na sede da CELG, e participamos do interesse dos seus técnicos na solução do problema. Estão todos voltados para a segunda etapa da Cachoeira Dourada, mas nada podem fazer, senão as obras civis, que estão bem adiantadas. (Publicada em 22.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO –   Um novo papel institucional

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Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

Uma das muitas consequências, não previstas na atual Carta de 88, da  transformação do Supremo Tribunal Federal de “departamento técnico especializado em questões constitucionais” para ser  “um poder político na vida dos brasileiros”, como afirmou o ministro e próximo presidente dessa corte,  Luís Roberto Barroso, não é tanto o respaldo dado  pelo voto do cidadão, que é condição sine qua non para o exercício político, mas o surgimento de uma nova instituição, que por suas novas atribuições, ou auto atribuição, como quer o togado,  não seria nem uma coisa nem outra.    Ou isso ou aquilo, como ensinou a poetisa Cecília Meireles: “Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva”. O novo papel dessa corte na vida dos brasileiros, quando se sabe que seus membros são indicados pelo presidente da República, entraria na “vida dos brasileiros” como penetra à serviço exclusivo do chefe do Executivo. Na realidade, seu novo papel ou importância como instituição, seria diminuído, passando a ser apenas um órgão chancelador da vontade do Executivo. Perderia, portanto, sua independência, contrariando o que manda a própria Constituição. Contribuiria ainda para a desarmonia entre os poderes, ofendendo, mais uma vez a Carta de 1988. Em suma contribuiria para o aumento das crises institucionais, já que a democracia é instituída pelo voto.

A Teoria Tripartite dos Poderes, como imaginado a milhares de anos por Aristóteles em sua obra “A Política” e posteriormente reforçada pelo iluminista Montesquieu no século XVIII, seria lançada no lixo, sem uma nova tese à altura. O que se quer, não é o que o povo quer. Dito isso fica a dúvida: haverá salvação para o Estado Democrático de Direito com um modelo como esse? Ser ou ser, eis a questão.

Na prática o que se tem, nesse momento conturbado na vida dos brasileiros, é a ação dessa Corte como um poder político. Essa nova performance da alta corte, como mostram os ânimos da população, não tem sido bem acolhida pela nação e por boa parte dos parlamentares e daqueles que verdadeiramente representam os eleitores desse país.

A judicialização política, estaria na base dessa “nova concepção do Supremo”, com o Congresso perdendo, por vontade própria a capacidade de legislar e de resolver internamente suas disputas e diferenças. Indo ainda mais profundamente nas causas primeiras, estaria na ausência de uma reforma política séria, as razões que levam hoje o Supremo a reivindicar um novo papel institucional.

Se existe, de fato, uma culpa por esse processo de desestruturação da República, ela é coletiva e recai também sobre o eleitor. O certo é que com essa nova estrutura do Supremo, manifestada pelo ministro Barroso, mais do que um remendo para nossa República, ela é mais um elemento a contribuir para a instabilidade política do país.

A inanição do Congresso, por ação de seus presidentes, também concorre para essa situação. Para o atual governo, essa nova posição ansiada por membros dessa alta corte é tudo o que ele mais desejava, já que conta com maioria quase absoluta na composição dessa instituição. Para a oposição, essa é uma situação que mais e mais nos aproxima de países como a Venezuela, onde a Suprema Corte foi totalmente controlada pelo governo local.

A frase que foi pronunciada:

“A Constituição é a Bíblia daqueles que têm fé na democracia”

Whelchess

 

INSS

Toda iniciativa que vise desburocratizar deve ser bem recebida. Com o primeiro cadastro bem detalhado e com a presença do idoso para a identificação biométrica, o transporte público, que terá o mesmo aparato para identificar as digitais do passageiro poderá servir de prova de vida para o INSS. A agência Brasil publicou a fala de Alessandro Stefanutto sobre o assunto: “Estamos nos articulando com a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (DF) para que um assegurado nosso, ao passar por uma catraca [de ônibus ou metrô] em que haja identificação biométrica, faça sua prova de vida”.

 

E a conta, ó!

No ParkWay ainda há postes acesos durante todo o dia.

História de Brasília

Ontem estivemos em Goiânia, na sede da CELG, e participamos do interesse dos seus técnicos na solução do problema. Estão todos voltados para a segunda etapa da Cachoeira Dourada, mas nada podem fazer, senão as obras civis, que estão bem adiantadas. (Publicada em 22.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO – Modelo de governança

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Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

         Segue, sem fim, a saga do loteamento político na Esplanada dos Ministério e adjacências, num modelo de governança, que todos já sabem que não terminará bem, mas ainda assim é perpetuado apenas para gaudio dos partidos e para a desespero da nação, que reconhece nessa prática apenas a retalhamento do Estado e sua entrega aqueles que nada ou pouco devolvem algo de bom para o país.

         Eis aí a nossa sina cíclica e razão do nosso atraso estendido pelo tempo afora. A moeda, nessa dança macabra das cadeiras é o voto. Um voto que deveria ser lastreado na vontade do eleitor e não na concupiscência de seus falsos representantes. Por detrás desse poderio das legendas partidárias, que tornam nosso país ingovernável, estão, além dos fundos bilionários eleitorais e partidários, as tais emendas secretas e outros descaminhos impostos ao Orçamento público.

         Por não haver quem possa cortar o mal pela raiz, extraindo dessa miríade de partidos os recursos suados da nação, haveremos de padecer ainda por muito tempo. A reforma política, que com certeza não virá jamais, deveria ser o carro chefe de todas as reformas, inclusive a tão trombeteada reforma fiscal.

         Começamos pelo fim, votando o que deveria ser a última de nossas preocupações, como quem começa a casa pelo telhado. Insanidade. Agora e mais uma vez, chega a ameaça velada do infiel Centrão, dizendo que não aceitará qualquer cargo no governo. Deseja essa bancada inconfidente, posições de destaque dentro do organograma do Estado. Não um posto qualquer, mas uma sinecura que lhe renda poder e aumente sua capacidade de interferir no governo e nas finanças públicas. Só não vê quem quer.

          Entre o governo e eleitorado, faltando ainda alguns anos para as próximas eleições, o Centrão e outras bancadas da pressão, ficam com que lhes indicam os caciques das legendas. Tudo acordado em reuniões de líderes. Abrigar esse e outros partidos no governo, de acordo com fórmula desenhada depois da Constituinte de 1988, tem sido motivo de escândalos desde sua origem, forçando o governo a reformas ministeriais cíclicas e sempre piores.

         O presidencialismo de coalizão não tem dado certo, por que força, os governos a ter que construir a cada legislatura, uma base política confiável. Acontece que uma base congressista fiel, realmente devotada aos interesses da nação, é peça rara. O que existe de fato é uma espécie de coalizão de líderes, com vistas ao fortalecimento de suas bancadas.

É um jogo circunscrito, que começa e termina dentro das esferas de poder e que só se estende à nação, quando seus efeitos negativos forçam a população a arcar com custos dessas costuras mal ajambradas. Fossem contabilizados, em números e cifras, quanto custa para o contribuinte a obtenção de votos garantidos no Legislativo, veríamos que a cada votação de interesse do governo e de sua base, os eleitores vão ficando cada vez endividados.

         Existe sim uma coalizão, que é a do poder. Nesse patamar, onde estão as principais lideranças políticas do Estado, existe de fato essa coalizão, fora dessa esfera fechada, só existe o vácuo. Não tarda e toda essa estrutura erguida para permitir o chamam de governabilidade, será, mais uma vez rompida, como um ovo que eclode de dentro para fora.

         O que irrompe desse ovo disforme, logo toma espaço nos noticiários policiais, vai à Justiça e desaparece num passe de mágica e é esquecido, dando lugar a um novo governo e à uma nova coalizão.

A frase que foi pronunciada:

“Tudo o que parece óbvio deve ser questionado”

Dieter Rams

INSS

Toda iniciativa que vise desburocratizar deve ser bem recebida. Com o primeiro cadastro bem detalhado e com a presença do idoso para a identificação biométrica, o transporte público, que terá o mesmo aparato para identificar as digitais do passageiro poderá servir de prova de vida para o INSS. A agência Brasil publicou a fala de Alessandro Stefanutto sobre o assunto: “Estamos nos articulando com a Secretaria de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal (DF) para que um assegurado nosso, ao passar por uma catraca [de ônibus ou metrô] em que haja identificação biométrica, faça sua prova de vida”.

História de Brasília

Com isto, outros municípios goianos, notadamente Anápolis e Goiânia, sofrem, igualmente, as deficiências que são agravadas com o aumento de consumo em Brasília. Nós consumimos 10 mil quilowates e há momentos em que este consumo chega a 16 mil, provocando distúrbios em todo o sistema elétrico. (Publicada em 22.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO –   Quando a política se veste de poesia

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Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

         Notícia dando conta de que a Procuradoria Geral da República (PGR) determinou que redes sociais enviem dados completos de todos os brasileiros que seguem o ex-presidente Bolsonaro (PL) em suas plataformas, pegou todos de surpresa, inclusive os políticos que apoiam o atual presidente.

         De acordo com o que foi divulgado, a solicitação foi enviada para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A repercussão da notícia fez com que a PGR explicasse a iniciativa publicando no portal: “Carlos Frederico Santos – subprocurador-geral da República, coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos e autor do pedido – esclarece que “impõe-se dimensionar o impacto das publicações e o respectivo alcance. Jamais iria investigar milhões de pessoas, seria até impossível fazer isso”, explica. Ele lembra ainda que, além dos admiradores ou aficcionados do ex-presidente, há pessoas que o seguem por curiosidade, informação, motivação profissional, acadêmica ou interesses diversos. “Só há um investigado neste caso: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro”, conclui.

         Mesmo com o recesso no Legislativo, diversos deputados e senadores manifestaram preocupações com a medida, além, é claro, da defesa do próprio ex-presidente. Alguns políticos chegam a afirmar que a PGR esperou o recesso do Legislativo para encaminhar esse pedido, a fim de evitar manifestações contrárias dos parlamentares e com isso aumentar, de modo generalizado as repercussões sobre essa medida excepcional.

          Para aqueles que acompanham mais essa ação movida contra o ex-presidente pelo atual governo e pelo Judiciário, trata-se de uma manobra ampla visando cercar, por todos os lados, não apenas o ex-mandatário, mas todos aqueles que o apoiam. Se for acatada ipsis litteris, essa medida inusitada e muito bem articulada internamente entre a PGR, STF e o TSE, irão receber algumas dezenas de milhões de informações sigilosas, que num autêntico Estado Democrático de Direito, seria impensável e mesmo ilegal.

         No pedido consta ainda que essas plataformas informem a quantidade de visualizações, curtidas, compartilhamentos, comentários e outra informações métricas. Também está incluído nesse pedido da PGR, que essas mídias eletrônicas forneçam cópias dos vídeos que contenham críticas e ataques às urnas eletrônicas, publicadas nas redes sociais do ex-presidente.

          De acordo com a própria PGR o objetivo dessa medida visa “fundar uma análise objetiva do alcance das mensagens, vídeos e outras manifestações publicadas por Bolsonaro nas redes sociais”. Infelizmente aqueles órgãos de vigilância, que a anos dizem lutar a favor da liberdade de expressão, como garantida pela Constituição, e que se dizem independentes e destemidos, estão agora mudos e surdos sobre uma medida que fere frontalmente o exercício da livre manifestação do pensamento.

          Os apoiadores do ex-presidente que se somam aos milhões, denunciam que essa medida é apenas a primeira de uma série que virá em seguida visando o monitoramento político, em larga escala, em nosso país. Basta estudar a Venezuela que está na comissão de frente. É a tal história já conhecida por muitos: “Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim…” Aqueles que hoje festejam medidas como essa e fazem troça dessa perseguição, por questões ideológicas, lembrem-se que no fim do poema de Eduardo Alves da Costa, todos acabarão por ter o mesmo destino justamente porque não disseram nada.

A frase que foi pronunciada:

“Até que um dia/ o mais frágil deles /entra sozinho e nossa casa, rouba-nos a luz e,/conhecendo nosso medo,/ arranca-nos a voz da garganta./ E já não podemos dizer nada.”

Eduardo Alves da Costa

Lembrete

A Carta Constitucional de 1988 deu ao Ministério Público ganhos tanto em abrangência como em densidade normativa. Nesse ponto deu a essa instituição um maior protagonismo político, passando o MP de defensor do Poder e do governo, para defensor da sociedade.

Detalhe

Ao vincular o Ministério Público ao Estado Democrático de Direito, voltando-o basicamente para a defesa das liberdades individuais, a Carta de 88 conferiu ao MP um papel de defesa da sociedade contra possíveis investidas do Estado e do governo.

Mistério

Portanto é de estranhar que agora o mesmo MP se volte contra a população, justamente aquela enorme parcela que passou a apoiar , livremente o ex-presidente nas redes sociais.

História de Brasília

As interrupções que têm havido, ultimamente, são provenientes da queda de produção de Cachoeira Dourada. O rio subiu demais, diminuindo a capacidade de produção. Daí, as constantes quedas da rêde que liga Brasília. (Publicada em 22.03.1962)