Autor: Circe Cunha
DESDE 1960 »
aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha e MAMFIL
Oriundas da chamada cultura de massas pós-moderna, copiada e importada por nós das áreas degradas e violentas dos subúrbios americanos, as pichações, assim como o grafite, são entendidas pelos urbanistas e por estudiosos dos problemas das cidades como os principais elementos que concorrem hoje para a deterioração dos espaços públicos.
O que, para alguns, pode ser aceito como legítima manifestação da arte pop urbana, glamourizada por ícones desse movimento como Andy Worral, Basquiat, Banksy, Os Gêmeos e outros, se transformou, na versão brasileira, graças à falta de fiscalização e interesse efetivo das autoridades, num problema de proporções ciclópicas.
Tanto é assim que é cada vez mais difícil delimitar, com precisão, as fronteiras que separam a pichação do grafismo, propriamente dito. Até porque ao grafite vão se acrescentando pichações e a eles, novos grafismos, numa sucessão contínua de informação visual e sobreposições de tintas que acabam por fundir ambas num “sarapatel” disforme, lançando uma e outra no mesmo balaio que reúne as diversas formas de poluição visual que vêm destruindo a qualidade de vida de nossas cidades atualmente.
Ao lado do excesso de propagandas comerciais, fixadas em letreiros, outdoors, postes, banners, ônibus, as pichações e os grafites, assim como os fios entrelaçados, o lixo, a falta de conservação dos espaços, concorrem para a desvalorização do valor histórico dos prédios e monumentos, afetando a microeconomia local e, sobretudo ,a saúde física e mental da população.
Se fossem submetidas à consulta livre dos cidadãos, tanto as pichações, quanto os grafismos, a despeito dos modismos oportunistas e da falsa pressão desses poluidores urbanos, seriam completamente banidos dos espaços públicos. É justamente o que vem ocorrendo agora em São Paulo, com a população, em sua grande maioria, aprovando a iniciativa do projeto Cidade Limpa, levado a cabo pela nova administração.
É preciso impedir que os espaços urbanos, que são de todos igualmente, sejam ocupados e depredados por uma minoria de artistas, que a despeito colorir o que chamam de cinza das cidades, cometem, sem a autorização do poder público, o que acreditam ser obras-primas.
Para alguns psicólogos que cuidam desse assunto, esse fenômeno atual sob o disfarce de arte das ruas se insere inconscientemente dentro do mesmo movimento narcísico insuflado pela cultura de consumo e de entretenimento de massas, que vê nos indivíduos seres inertes e sem vontade própria, prontos a aceitar pacificamente o que lhes é imposto pela propaganda enganadora.
Na realidade, mais do que o desejo de expressar sua arte publicamente num espaço que não lhes pertence por direito, o que esses artistas, de fato, estão manifestando é apenas o desejo incontido de promoção pessoal de seus fetiches, transformando uma cidade que é bela justamente por seus espaços vazios e suas cores naturais num território demarcado por suas garatujas triviais e sem sentido.
A frase que foi pronunciada
“Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as leis que lá existem são executadas”.
Montesquieu, político e filósofo francês
Elesbão
» Toma posse, amanhã, Petrus Elesbão, do Sindicato dos Servidores do Legislativo Federal e TCU. Respeitado pelos colegas, Petrus enfrentará, na gestão dos próximos anos, algumas ideias legislativas que atingem diretamente a população brasileira, como a reforma da Previdência. Será um embate interessante.
Protesto
» Por falar em sindicato, hoje é dia de manifestação no Congresso Nacional. A partir das 14h, a Força Sindical e demais centrais estarão presentes na Comissão Especial da Reforma da Previdência. Um dos protestos será contra o estabelecimento da idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres.
On-line
» Chega a comunicação informando que juízes do TJDFT já podem efetivar penhora on-line de imóveis em outras unidades da Federação. A medida é possível devido à assinatura do Termo de Adesão, em 2016, entre o TJDFT e a Associação dos Registradores Imobiliários de São Paulo (Arisp).
Novidade
» Cabe ao servidor público verificar a idoneidade das declarações de empresas que pretendem ser contratadas pelo serviço público, como as obrigações previdenciárias, por exemplo. A novidade foi trazida pela Justiça quando houve a sonegação de informações importantes para concorrer ao ditame.
Desamparados
» Professores que trabalham nas periferias do DF e de Goiás são mais do que professores. Suprem as necessidades de alunos e até de familiares cotizando para compra de tênis, remédios, cadernos. Uma tristeza.
História de Brasília
Alberto Homsi, O Globo: Até onde o absurdo e o ilógico poderão prevalecer sobre o equilíbrio e a razão? Quem dirá é o povo, diante do qual terá que aparecer, um dia, o ex-presidente para prestar contas, para explicar aos seis milhões de brasileiros que nele acreditaram, o inexplicável. (Publicado em 22/9/1961)
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aricunha@dabr.com.br
com Circe Cunha e MAMFIL
Ferreira Gullar, um dos maiores poetas da língua portuguesa, costumava dizer que a arte existe justamente porque a vida, em si, não basta. Talvez seja por essa razão, e não outra, que, desde sempre, o homem buscou algo a mais, para além da realidade cotidiana e alienante, que trouxesse significado mais profundo e ameno para sua existência terrena.
Como indivíduo inquieto por natureza, o artista vem a ser o veículo da arte. É por meio de sua alma que a arte é repartida entre todos. O desejo incontido de externar o dom misterioso do talento se assemelha à barragem prestes a romper. Dessa água, todos beberão. O simples fato de se constituir em traço comum a todas as civilizações, em todo tempo e lugar, a arte, nas suas infinitas manifestações, tem tamanha importância que não seria exagero afirmar que ela se confunde com a própria vida humana.
Mesmo na face do lado mais horrendo da humanidade, a arte encontra espaço para se expressar. De outra forma, como explicar A arte da guerra de Sun Tzu? Escrita no século 4 a.C, esse tratado militar ensina as melhores estratégias para eliminar o adversário, elevando a destruição do opositor a status de arte.
Por sua essência reveladora, a arte e, principalmente, os artistas, sempre estiveram na alça de mira de todos os tiranos. Por isso mesmo, muitos artistas, ao longo de toda a história da humanidade, pagaram alto preço por externar seu talento. “Quando ouço falar em arte e cultura, penso logo em sacar minha luger”, teria dito o então chefe da propaganda nazista Joseph Goebbels.
Na China atual, que anseia ser o esteio econômico do mundo, o artista e ativista Ai Weiwei segue sendo perseguido e censurado constantemente pelas autoridades daquele país. Exílio, morte, desterro, humilhações são o que ainda vem acontecendo a muitos artistas espalhados pelo mundo em plena era contemporânea.
Fosse feita uma relação com os nomes de artistas que perderam a vida, apenas ao longo do século 20, não haveria espaço suficiente para inscrevê-los, mesmo num gigantesco e quilométrico muro. Sem dúvida, não é um ofício fácil. Talvez seja por esse motivo que o primeiro conselho que um jovem artista receba dos mais velhos nesse mister seja justamente em forma de advertência.
“Se almejas a arte como meio de vida — alertam —, prepara-te para experimentar longos dias de penúria, solidão e privações. Serás considerado um pária. Outros se referirão a ti como vagabundo. Ainda, que ao cabo de anos, tenha atingido um lugar ao sol, guarda-te para não seres calcinado pela exposição excessiva e pelos olhares da inveja e do preconceito.”
Essas rápidas considerações vêm a propósito e em homenagem à jovem chilena Alexendra Andrea Briones, 24 anos, cujo sonho de cantar e conhecer o nosso imenso país foi violentado na estação ParkShopping do Metrô, pela atuação truculenta e primitiva dos jagunços que atuam na fiscalização daquele espaço público.
» A frase que foi pronunciada
“A arte de viver é simplesmente a arte de conviver… simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”
Mário Quintana, poeta gaúcho
Mais essa
» Onda de boato, espalhada pelas redes sociais, pedia para os brasilienses não saírem às ruas na sexta- feira. A PM correu para desmentir as notícias. Caso haja uma paralisação dessa força policial em âmbito nacional, restarão evidentes as fragilidades existentes na área de segurança, o que pode fazer com que a bandidagem se arme de coragem e saia às ruas para barbarizar.”Tranquilizamos a população informando que as ações policiais seguem sendo realizadas sem nenhum tipo de interrupção em todo o DF”, informou a nota apressada da PMDF.
Carnaval
» Ontem, chegou a informação de que as máscaras estão acabando. Fica a impressão de que a notícia é da editoria de política.
Abuso
» Por falar em carnaval, um colar havaiano leva 45,96% de imposto, e uma caipirinha tem no álcool o teor de 76,66% de imposto.
Contas
» Há quem diga que o deficit da Previdência começou com o desvio da rubrica. O que era para ser da Previdência passou para outros fins, assim como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O que foi criado para ser do trabalhador foi desviado para outros fins. A solução para salvar a dívida feita pela incompetência é definir mais uma dezena de anos para a aposentadoria.
Caesb
» Interessante a Caesb falar em racionamento em plena temporada de chuva. Quando um consumidor economiza água, usando a sobra da máquina de lavar roupas para limpar chão e calçada, a Caesb retém imediatamente a conta. Nise Quintas é testemunha.
» História de Brasília
René Nunes, TV Nacional: Pode ser que, daqui a alguns anos, surja novamente no cenário político com métodos novos, se houver oportunidade para tal, no que não acreditamos. Jânio, na vida brasileira, apenas cumpriu um axioma: “a queda é sempre muito mais rápida do que a subida”.
(Publicado em 22/9/1961)
Desde 1960
jornalista_aricunha@outlook.com
com Circe Cunha e MAMFIL
Ferreira Gullar, um dos maiores poetas da língua portuguesa, costumava dizer que a arte existe justamente porque a vida, em si, não basta. Talvez seja por essa razão, e não outra, que, desde sempre, o homem buscou algo a mais, para além da realidade cotidiana e alienante, que trouxesse significado mais profundo e ameno para sua existência terrena.
Como indivíduo inquieto por natureza, o artista vem a ser o veículo da arte. É por meio de sua alma que a arte é repartida entre todos. O desejo incontido de externar o dom misterioso do talento se assemelha à barragem prestes a romper. Dessa água, todos beberão. O simples fato de se constituir em traço comum a todas as civilizações, em todo tempo e lugar, a arte, nas suas infinitas manifestações, tem tamanha importância que não seria exagero afirmar que ela se confunde com a própria vida humana.
Mesmo na face do lado mais horrendo da humanidade, a arte encontra espaço para se expressar. De outra forma, como explicar A arte da guerra de Sun Tzu? Escrita no século 4 a.C, esse tratado militar ensina as melhores estratégias para eliminar o adversário, elevando a destruição do opositor a status de arte.
Por sua essência reveladora, a arte e, principalmente, os artistas, sempre estiveram na alça de mira de todos os tiranos. Por isso mesmo, muitos artistas, ao longo de toda a história da humanidade, pagaram alto preço por externar seu talento. “Quando ouço falar em arte e cultura, penso logo em sacar minha luger”, teria dito o então chefe da propaganda nazista Joseph Goebbels.
Na China atual, que anseia ser o esteio econômico do mundo, o artista e ativista Ai Weiwei segue sendo perseguido e censurado constantemente pelas autoridades daquele país. Exílio, morte, desterro, humilhações são o que ainda vem acontecendo a muitos artistas espalhados pelo mundo em plena era contemporânea.
Fosse feita uma relação com os nomes de artistas que perderam a vida, apenas ao longo do século 20, não haveria espaço suficiente para inscrevê-los, mesmo num gigantesco e quilométrico muro. Sem dúvida, não é um ofício fácil. Talvez seja por esse motivo que o primeiro conselho que um jovem artista receba dos mais velhos nesse mister seja justamente em forma de advertência.
“Se almejas a arte como meio de vida — alertam —, prepara-te para experimentar longos dias de penúria, solidão e privações. Serás considerado um pária. Outros se referirão a ti como vagabundo. Ainda, que ao cabo de anos, tenha atingido um lugar ao sol, guarda-te para não seres calcinado pela exposição excessiva e pelos olhares da inveja e do preconceito.”
Essas rápidas considerações vêm a propósito e em homenagem à jovem chilena Alexendra Andrea Briones, 24 anos, cujo sonho de cantar e conhecer o nosso imenso país foi violentado na estação ParkShopping do Metrô, pela atuação truculenta e primitiva dos jagunços que atuam na fiscalização daquele espaço público.
» A frase que foi pronunciada
“A arte de viver é simplesmente a arte de conviver… simplesmente, disse eu? Mas como é difícil!”
Mário Quintana, poeta gaúcho
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» Onda de boato, espalhada pelas redes sociais, pedia para os brasilienses não saírem às ruas na sexta- feira. A PM correu para desmentir as notícias. Caso haja uma paralisação dessa força policial em âmbito nacional, restarão evidentes as fragilidades existentes na área de segurança, o que pode fazer com que a bandidagem se arme de coragem e saia às ruas para barbarizar.”Tranquilizamos a população informando que as ações policiais seguem sendo realizadas sem nenhum tipo de interrupção em todo o DF”, informou a nota apressada da PMDF.
Carnaval
» Ontem, chegou a informação de que as máscaras estão acabando. Fica a impressão de que a notícia é da editoria de política.
Abuso
» Por falar em carnaval, um colar havaiano leva 45,96% de imposto, e uma caipirinha tem no álcool o teor de 76,66% de imposto.
Contas
» Há quem diga que o deficit da Previdência começou com o desvio da rubrica. O que era para ser da Previdência passou para outros fins, assim como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. O que foi criado para ser do trabalhador foi desviado para outros fins. A solução para salvar a dívida feita pela incompetência é definir mais uma dezena de anos para a aposentadoria.
Caesb
» Interessante a Caesb falar em racionamento em plena temporada de chuva. Quando um consumidor economiza água, usando a sobra da máquina de lavar roupas para limpar chão e calçada, a Caesb retém imediatamente a conta. Nise Quintas é testemunha.
» História de Brasília
René Nunes, TV Nacional: Pode ser que, daqui a alguns anos, surja novamente no cenário político com métodos novos, se houver oportunidade para tal, no que não acreditamos. Jânio, na vida brasileira, apenas cumpriu um axioma: “a queda é sempre muito mais rápida do que a subida”.
(Publicado em 22/9/1961)
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O ano de 2017 tem tudo para se transformar em mais um para não ser esquecido. E a causa para tanta expectativa se dá justamente pelo que parece ser o início da tão aguardada República. Finalmente parece que estamos no limiar de uma reformulação do Estado, de um lado, impelido pela força avassaladora da opinião pública e, de outro, pelas mega investigações levadas a cabo pelo Ministério Público com o auxílio da Polícia Federal.Poucos anos atrás, seriam consideradas néscias as pessoas que acreditassem que a revolução brasileira viria não por força das espadas, mas pela materialização incisiva da letra da lei. Hoje, ensaia-se a movimentação de nova Coluna Prestes, também a partir do Sul do país. Só que, desta vez, no lugar de militares idealistas, o que se vê são jovens juízes e promotores da Justiça.A exemplo daquela marcha pioneira que percorreu o país por mais de dois anos entre 1925 e 1927, por todo canto, vai angariando apoios entusiasmados na forma de aplausos calorosos, quando até o Hino Nacional é entoado. Traçar um paralelo entre aquele episódio, perdido quase um século atrás, e o que ocorre agora no país não é acreditar na falsa repetição histórica, mas, e antes de tudo, saborear o fato de que sempre é possível ter esperança. Principalmente, quando se observa que todos os pressupostos para a superação da precocemente envelhecida República pós-1988 estão postos. A prova disso é que os principais personagens políticos que ainda insistem e relutam na manutenção do antigo status quo vão se perfilando lentamente no longo corredor que parece levar aos tribunais.
Não se trata de comemorar o encarceramento final da secular fidalguia política, mas o fato de apenas antevermos o nascimento de um verdadeiro Estado Democrático de Direito já é algo alentador para muitos brasileiros que, por gerações, jamais sonharam que esse dia vai raiar. Num futuro distante, quando os historiadores se debruçarem sobre este período em particular, sem dúvida haverão de concordar — maior do que a própria independência de 1822, a nova coluna da esperança que agora experimentamos adentrar o país poderá significar o verdadeiro marco zero de nossa trajetória histórica e fecundar um novo Brasil. Agora, se nada disso se realizar de fato, melhor irmos deitar eternamente em berço que cremos ser esplêndido ao som do mar e à luz do céu profundo.
A frase que foi pronunciada
“O Brasil não tem esquerda nem direita. Tem é um bando de gente interessada em roubar.”
Diogo Mainardi
Chega!
» Em plena luz do dia, no estacionamento do Centro Brasileiro de Visão, ladrões faziam a festa. Depois de abrir os carros com o golpe de ferramenta na porta, levavam de cadeirinha de bebê o pneu reserva. A população de Brasília precisa ver o resultado de tantos impostos pagos. Sra. Marcia de Alencar, é preciso mais polícia nas ruas.
Celan
» Decepção para a pequena Sofia. Depois de esperar meses para a volta às aulas, foi para a escola e logo voltou para casa. O Celan não tinha professores para a turma. O primeiro dia de aula ser na sexta-feira parece provocação. Convocar os alunos e não atendê-los é falta de respeito. Péssimo exemplo.
Reação
» Se Bolsonaro vai ou não vai dar palestra no UniCeub já não é o foco das atenções. Triste é ver uma juventude fechada às próprias ideias, sem querer ouvir quem pense diferente. São pessoas com menos de 30 anos de idade que não aceitam opiniões diversas. Recusam-se a ouvir ou debater com argumentos.
Release
» A Belini Café – The Coffee Experience, na 114 Sul, recebe a primeira edição, de 2017, da Enova, tradicional feira de produtos autorais. O evento será no dia 12 de fevereiro, das 10h às 18h, e tem como tema A preço de banana. O objetivo é divulgar o trabalho de novos artistas, artesãos, designers e estilistas de Brasília. Quem passar por lá poderá encontrar artesanato, acessórios, doces, guloseimas, calçados, bijuterias, semijoias, maquiagem, patchwork, moda feminina, masculina, infantil e muito mais, tudo com preço bem convidativo.
Artigo 15/MP 765
» “§ 4º – A base de cálculo do Bônus de Eficiência e Produtividade na Atividade Auditoria-Fiscal do Trabalho será composta por cem por cento das receitas decorrentes de multas pelo descumprimento da legislação trabalhista, incluídos os valores recolhidos, administrativa ou judicialmente, após inscrição na Dívida Ativa da União.”
Opiniões
» Ao destinar à gratificação dos fiscais da Receita Federal o total das multas tributárias arrecadadas, a Medida Provisória nº 765 não só aumenta o custo Brasil como também estimula a criação de uma indústria de multas, critica o tributarista Igor Mauler Santiago, autor de parecer que será votado, na terça-feira, dia 14, pelo Conselho Federal da OAB. “Os contribuintes precisam acordar para essa ameaça”, alerta Santiago. O parecer propõe que a entidade entre com uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) contra a MP nº 765.
História de Brasília
Aldo V. de Magalhães, Folha da tarde (P. A.) – Dentro da lógica, não tem futuro. Na lógica janista, tudo pode acontecer. Até sua volta ao poder. Como? Sempre é ele, o único que sabe. (Publicado em 22/9/1961)
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“Com dinheiro não se brinca e por dinheiro não se briga”, ensina o filósofo de Mondubim. Em tempos de recessão e dinheiro curto, essa lição deve ser seguida ainda com maior zelo. Muitas donas de casa fazem verdadeiros milagres para esticar a renda mensal, buscando melhores preços, substituindo itens por outros mais em conta, numa ginástica diária sem fim. É graças à persistência dessas brasileiras abnegadas que a inflação nos preços dos alimentos não tem fôlego maior. Agindo num trabalho de formiguinhas, essas consumidoras colaboram, de modo substancial, na contenção dos preços, por ação de demanda.
Infelizmente, Brasília conta com poucas tradicionais feiras de rua. Não é como ocorre em outras cidades pelo país. Nesse comércio popular, tão antigo quanto as próprias cidades, é possível maior interlocução entre quem vende e quem compra, criando o exercício salutar do mercado entre demanda e oferta, o que conflui para a modelação de preços mais justos para todos. Em Brasília, as donas de casa estão praticamente à mercê dos serviços oferecidos pelas redes de supermercados, tanto com relação aos preços, quanto à qualidade dos produtos. É aí que mora o perigo. Nessa relação em que as consumidoras não têm muito espaço de manobra, as vantagens ficam sempre ao lado da oferta, ou seja, dos supermercados.
Essa relação desvantajosa para as consumidoras é turbinada ainda pela formação crescente de cartéis entre os supermercados, forçando o nivelamento artificial dos preços, destruindo a concorrência e o próprio de livre comércio. Dessa forma e sob a bênção interesseira e cúmplice das autoridades, os supermercados agem como querem, praticando preços extorsivos. Vê-se mais de 100% no aumento de um produto e não há fiscalização. O comércio é livre.
A situação é agravada ainda mais no que diz respeito à qualidade dos produtos ofertados por esses estabelecimentos. É sabido que muitos supermercados, para minimizar eventuais prejuízos, recorrem à prática de reembalar produtos alimentícios cuja data de validade expirou. Assim, é preciso ter cuidado na compra de queijos fatiados, presuntos, carne moída e uma série de mercadorias com dados mascarados. Pacotes de biscoitos com menos conteúdos, embalagens menores, ar dentro da manteiga, são apenas alguns exemplos de desrespeito ao consumidor. Outra prática comum nesses estabelecimentos é o desencontro nos preços registrados na gôndola e o cobrado efetivamente nos caixas.
Poucos dias atrás, a 2ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) condenou a rede Pão de Açúcar ao pagamento de R$ 500 mil por indenização por danos morais coletivos, justamente pela prática de cobrança de valores superiores aos anunciado nas gôndolas. Em tempos de fiscalização frouxa, é preciso atenção quanto ao peso correto de produtos pré-embalados que, na maioria das vezes, não são devidamente conferidos pelos consumidores. Muitas donas de casa perceberam que na relação com os grandes comerciantes, as vantagens impreterivelmente ficam com os supermercados, que lucram muito mesmo quando aparentemente parecem perder.
A frase que não foi pronunciada
“ Tenho o desejo de mudar o mundo, mas falta-me alma para ousar…”
Você
Proteção
» O deputado Ricardo Izar conseguiu aprovar o projeto de lei que proíbe o extermínio de cães e gatos por órgãos da zoonose. O deputado Domingos Sávio apoiou a ideia e levantou três pontos importantes para sustentar a iniciativa. Tirar os animais das ruas, apoiar projetos de adoção e controlar a natalidade.
Pólvora
» Indígenas e quilombolas foram assunto na Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara. O debate foi revelador. Há investigação sobre a atuação do Incra e da Funai. O clima esquentou quando o deputado do Mato Grosso, Nilson Leitão, propôs que o sigilo bancário e fiscal das seguintes instituições fosse quebrado: Centro de Trabalho Indigenista (CTI), e Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Instituto Socioambiental (ISA) e Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e de pessoas físicas ligadas a essas organizações.
Na luta
» A deputada Mara Gabrilli parou tudo para receber os atletas paralímpicos que estão ameaçados de perderem o Bolsa Atleta. Presentes na audiência com a deputada, Luiz Lima, secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento; Moziah Rodrigues, o coordenador do Bolsa Atleta; e Andrew Parsons, o presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, além de 1.400 atletas representados por oito colegas presentes. Saíram de lá satisfeitos com a comunicação da Casa Civil de que a MP 767 deste ano poderá receber as emendas feitas pela deputada para ajudar os atletas que representam o Brasil.
História de Brasília
Francisco Finamor, Correio do Povo: Poderá voltar a dirigir os destinos do Brasil com muito mais força uma vez que os seus sete meses de governo corrigiram muitos erros das administrações passadas. (Publicado em 22/9/1961)
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Circe Cunha e MAMFIL
Para os saudosistas, no tempo em que as organizações paramilitares, como a Scuderie Detetive Le Cocq, formadas basicamente por policiais civis altamente treinados atuavam abertamente no combate ao crime, os bandidos não encontravam espaço e muito menos coragem para atuar livremente como vem ocorrendo hoje no Espírito Santo. Eram outros tempos, dizem.
Hoje, sob o chamado império da lei, das garantias e direitos civis e, sobretudo,sob o manto protetor dos direitos humanos, prender e julgar criminosos com o rigor das leis é tão ou mais difícil do que manter a própria ordem pública. Para os cidadãos acuados dessa grande metrópole do Sudeste, a questão não está nos extremos de ontem e de hoje, mas na justa medida que obriga o Estado a manter e a garantir adequadamente a segurança pública conforme manda a Constituição.
É entre os extremos do passado e a permissividade do presente que o cidadão quer ter o direito de sair de casa e retornar com vida. O que ocorre agora em Vitória e já ocorreu recentemente em Florianópolis, São Paulo, Natal, Manaus, Rio de Janeiro e em outras importantes cidades do país é, sem exagero, uma guerra civil que opõe, de um lado, o crime organizado, altamente armado, e, de outro as forças policiais desprestigiadas e com equipamentos obsoletos.
No meio da contenda desigual, fica a população, acuada e prisioneira, à mercê da sorte, à espera de uma trégua para sair de casa e ir aos mercados em busca de víveres para se manter enquanto a guerra se desenrola. Fossem outros os tempos, os militares já teriam assumido o controle do país, tal qual fizeram no passado, quando o ambiente de desordem, potencializado pelo clima da guerra fria, tomou conta do país.
Quando se repete, a história vem na forma de farsa. Seguir as pegadas desse flagelo, buscando a origem para o que ocorre hoje em nossas ruas, poderá nos levar direto aos anos 60, para um passado que acreditávamos morto, mas que ainda respira e se move.
Na origem do nosso faroeste caboclo, mais vivo do que nunca, está nosso arcaico sistema político, carcomido pela mais desenfreada corrupção de todos os tempos. É aí, no alto dessa serra, que está a fonte que alaga nossas cidades com os rios da tormenta. Duas décadas de ocupação militar não foram suficientes para essa gente aprender. O passado não foi suficiente como lição. Não aprenderam nada e não esqueceram nada.
A frase que não foi pronunciada
“A liberdade é o direito de fazer o próprio dever.”
Auguste Comte
Estado
» Quase R$ 80 foram tirados de cada cidadão carioca para que a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do estado pudessem se sustentar. Já o Tribunal de Justiça custou pouco menos de R$ 240 de cada contribuinte. Hoje, professores recebem cesta básica como salário. Há algo de podre na República do Brasil.
Economia brasileira
» Por falar em Tribunal de Contas, uma apuração sobre o BNDES chegou ao seguinte resultado: R$ 50 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social foram aplicados em 140 obras no exterior. Só a título de curiosidade, a missão do BNDES é “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais”.
Ruídos repetitivos
» Pessoas que se incomodam com pequenos barulhos como o clique de caneta, pacote de biscoito, ou copo descartável amassado são tidas como portadoras de transtorno compulsivo obsessivo. Na verdade, sofrem de um mal chamado hiperacusia ou misofonia.
Reforma
» Assunto consistente para o governo Temer pensar e resolver com a base sustentável no Congresso: reforma política que extermine as legendas de aluguel, com o fundo partidário bilionário, com a prerrogativa de foro, com o aparelhamento da máquina pública. O senador Fernando Collor tem uma publicação bastante interessante sobre o assunto disponível no gabinete.
Lazer
» Hoje, Brasília conta com aproximadamente 12 mil estabelecimentos que empregam mais de 100 mil pessoas. Para uma população de pouco menos de 3 milhões de habitantes, bares são a opção mais fácil para socializar.
História de Brasília
Geraldo Seabra, Última Hora: É possível que ele reingresse na vida política brasileira como um líder popular de grande força, podendo reencarnar aqui as figuras de Tito, Nasser ou Fidel Castro, conforme as determinantes do momento. (Publicado em 22/9/1961)
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Circe Cunha e MAMFIL
Técnicos em recursos hídricos e meteorologia são unânimes em considerar que a região Nordeste vive o mais severo e prolongado período de seca dos últimos 100 anos. Para se ter uma ideia, apenas nos últimos cinco anos, o volume médio das chuvas na região, que normalmente se estendem de novembro a março, vem decrescendo de modo assustador. Tal fenômeno tem levado muitos habitantes a acreditar que o semiárido, como conhecemos hoje, com a tradicional vegetação do tipo caatinga, diante das mudanças climáticas que vêm afetando todo o planeta, caminha, a passos largos, para se transformar numa imensa e inóspita região desértica.
Chama a atenção também o fato de que os efeitos da seca prolongada parecem se alastrar a cada ano para áreas que anteriormente estavam imunes à estiagem. Nos últimos anos, o polígono da seca cresceu muito num processo contínuo e parece irreversível. Essa situação agrava ainda mais um problema que é tão velho quanto a história do Brasil.
Entre 2012 e 2013, essas regiões amargaram um prejuízo de R$ 104 bilhões. A grande área atingida pela estiagem persistente abrange os estados de Alagoas, da Bahia, do Ceará, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí, do Rio Grande do Norte, de Sergipe, do norte de Minas e parte do Espírito Santo, afetando cerca de 25 milhões de brasileiros. Nessas localidades, é possível afirmar que grande parte das pequenas e médias cidades ainda subsiste graças aos vários programas assistenciais, como o Bolsa Família, a aposentadoria rural, o Bolsa Estiagem, além de programas de fortalecimento da agricultura familiar e de incentivos para a construção de cisternas, entre outros.
Se, por um lado, esses vários programas permitem que as famílias permaneçam vivendo em suas propriedades, por outro, favorecem a perpetuação de uma classe política que sempre teve na indústria da seca seu principal capital. Messiânica e carismática, a maioria dos políticos populistas que viceja por essas regiões encontra na miséria das populações locais um jeito fácil para eles e seus familiares permanecerem ad eternum no poder, manipulando as necessidades básicas dessa gente de tal forma que parece ser ela a única que pode salvar a todos da fome e da morte.
Hábeis interlocutores entre os governos locais e a população, os políticos dessas regiões seguem sempre a mesma receita secular: salvam a si e aos seus em primeiro lugar, depois tratam de atar uma imensa legião de famílias carentes aos seus interesses, fazendo parecer a todos e a cada um que é de seu próprio bolso que saem os recursos salvadores. A questão central é como um problema tão antigo, do qual já se conhecem as causas e consequências, e principalmente os remédios, ainda persiste tal e qual era no tempo da monarquia?
A frase que foi pronunciada
“Que tal concurso público para ser ministro do Egrégio STF?”
Vasco Vasconcelos, escritor e jurista
Vizinhança
» Mauro Chaves é a prova viva de que a vizinhança simpática em Brasília existe sim. Ele mora no Condomínio San Diego. Como vários vizinhos são do Rio de Janeiro, durante o carnaval eles voltam para a terrinha. Mas antes disso, há o tradicional desfile na casa do Mauro. Trata-se da Confraria 21 meia um. Todos se unem para organizar a festa. Ala das baianas, bateria, muita alegria e depois uma superfeijoada.
Importante
» No próximo dia 16, acontecerá importante palestra sobre a reforma na Previdência. Capitaneada pelo secretário de Previdência, Marcelo Caetano, tendo o Dr. Vilson Antonio Romero, presidente do Conselho Executivo da Anfip, como debatedor. O evento terá início às 20h, na Grande Loja Maçônica do DF, que fica na 909 Norte.
Memória
» Assim como tantas outras invenções brasileiras, a máquina de escrever, cujo o teclado disposto é o mesmo dos computadores atuais, foi inventada pelo padre paraibano Francisco João de Azevedo, nascido em 1814. Apenas uma lixa e um canivete foram necessários para o protótipo do invento. Mas nada aconteceu. Passados alguns anos, depois que a máquina de escrever chegou ao público, tiveram certeza de que algum estrangeiro sabotou o inventor brasileiro. Há também quem afirme que o religioso permitiu a reprodução do invento. Quem lembra sobre o fato é o inventor Reginaldo Marinho.
História de Brasília
Caubi de Oliveira, “Correio Paulistano”: Jânio é um homem imprevisível. Se ele voltar a empolgar o eleitorado, é difícil uma previsão. Contudo, é certo que o povo brasileiro manterá as conquistas democráticas alcançadas até hoje. O sr. JQ terá que se enquadrar dentro dessa linha. Não acredito que a renúncia o tenha liquidado irremediavelmente. (Publicado em 22/9/1961)
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Circe Cunha e MAMFIL
Político que é político em qualquer oportunidade faz comício. De batizados a velório, onde tiver orelhas abertas, ele despeja o latinório, diz o filósofo de Mondubim. Não foi diferente também durante todo o processo que começou com a entrada da ex-primeira-dama, Marisa Letícia, no Hospital Sírio-Libanês e culminou com seu velório na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Tão logo foi anunciada a enfermidade de D. Marisa, prontamente formou-se na porta do hospital, uma providencial claque raivosa de militantes, arregimentada com o objetivo de hostilizar qualquer um não alinhado e, de quebra, usar um momento que deveria ser apenas de apoio reservado à família, para ocupar espaço na mídia. A imprensa, obviamente, foi o primeiro alvo da ira dos manifestantes. Não faltaram xingamentos e ameaças de todo tipo aos profissionais que cobriam o evento.
Os políticos, em geral, que ousaram prestar solidariedade pessoalmente no local só não foram agredidos graças ao reforço na segurança. Muitos, inclusive, foram obrigados a entrar no hospital por portas laterais para escapar da fúria dos agitadores profissionais. Tudo conforme sempre rezou o manual de boas maneiras imposto aos filiados pelos donos do partido. Até aí nada de mais.
Desde que chegaram ao poder, os dirigentes desse partido sempre fizeram questão de abrir um fosso entre eles e a sociedade não adesista. O problema é que com a decadência da legenda, provocada justamente pelas operações da polícia, as quais acabaram levando à prisão muitas de suas lideranças, o partido, que era um continente antagônico, se reduziu a uma ilhota, cercada de descontentamento por todos os lados.
É nessa condição de encolhimento físico e moral que o próprio chefão do partido não se fez de rogado e, diante da companheira e dos mortos-vivos que acompanhavam o féretro, ousou culpar, pela morte da companheira, as investigações da Operação Lava-Jato e congêneres. Ao usar o caixão da esposa como palanque para pregar uma narrativa que sabe falsa, Lula encolhe moralmente ainda mais.
A frase que não foi pronunciada
“A independência dos Poderes na Constituição nem sempre é observada. Talvez pertença ao espaço da utopia.”
Ex-ministro Almir Pazzianotto
Idecan
» Jovens que passaram os últimos dois anos em dedicação exclusiva para o concurso dos bombeiros tiveram outra decepção. A primeira foi quando o GDF adiou o concurso. Nesse domingo, veio o banho de gelo. Total desorganização. O local da prova descrito nos cartões disponíveis na internet e impressos pelos candidatos estava errado. Por isso, os cartões de respostas estavam em nome de outros candidatos. A sugestão dada pelos fiscais da prova foi que o aluno riscasse o nome errado e preenchesse o próprio nome. Absurdo. Quiseram economizar contratando um instituto desconhecido. Esse foi o prejuízo. Como dizia Pontes de Miranda: “Quem paga mal, paga duas vezes”.
Fundos
» Hoje, no Auditório do Pleno, em audiência pública no Mezanino da OAB/DF, na SEPN 516, a Ordem dos Advogados do Brasil discutirá os fundos de pensão de estatais de todo o país, além das patrocinadoras, associações e federações de participantes e assistidos, sindicatos e entidades representativas nacionais públicas e privadas.
Pensão
» As regras de governança dos fundos de pensão arbitradas pelo PLP 268/2016 precisam ser discutidas. Jorge Faiad, presidente da Comissão, quer chegar a um entendimento democrático sobre as propostas para que o texto aprovado responda aos anseios da sociedade.
Pura maldade
» Em frente à Tecar, na 512 Norte, havia um Fiat estacionado, na quinta e sexta-feira. Foi o suficiente para o estardalhaço. Até polícia foi acionada. Pelo burburinho diante da concessionária, percebe-se que as pessoas andam com os nervos à flor da pele. Tudo vira possibilidade de violência. Já que o carro estava sem explodir havia dois dias, a solução dos funcionários foi esvaziar o pneu do automóvel.
Perda
» Ter um porquinho para guardar as moedas não faz mais sentido. É o fim da tradição. A perda líquida da poupança, em janeiro de 2017, chegou a R$ 10,735 bilhões. É o pior resultado desde 1995. Pisam, em 2017,12 milhões de desempregados.
História de Brasília
Cláudio Coletti, Folha de S. Paulo: Jânio está liquidado; a não ser que exista alguém neste país que queira uma ditadura. Para mim, Jânio fugiu. Para uns, ele renunciou para voltar como ditador e está, então, sujeito ao Código Penal… Para outros, renunciou por doença; então merece dó… (Publicado em 22/9/1961)
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jornalista_aricunha@outlook.com
Circe Cunha e MAMFIL
Nos últimos anos, diversas expressões da nossa língua pouco conhecidas e faladas pelos brasileiros comuns passaram a aparecer em grande número em manchetes de jornais e na mídia em geral e, em pouco tempo, começaram a ganhar a boca do povo, como se fossem palavras oriundas de uma nova língua estranha e misteriosa.
Expressões como “delações premiadas”, “embargos infringentes” e outras pertencentes ao mundo hermético do direito foram incorporadas às discussões corriqueiras, quando o assunto é corrupção da classe política, de empresários ou de funcionários públicos. À medida que a população vai se inteirando dos fatos, tanto do mensalão quanto dos decorrentes da Operação Lava-Jato, começaram a surgir também personagens e profissões inteiramente desconhecidas do grande público, que agiam com tanta desenvoltura nos bastidores das campanhas políticas que mais pareciam ser o ator principal.
A vaidade e a soberba dos profissionais da propaganda de perfumarias e, principalmente, o repentino e inexplicável enriquecimento material, mesmo antes de despertar a inveja dos que por anos sempre atuaram no mesmo meio e não tiveram sorte igual, chamaram a atenção das autoridades que seguiam a rota dos bilhões de reais surrupiados que escorriam por todos os lados. Nesta chamada democracia de audiência, em que os candidatos são vendidos como sabonete, vence quem for mais cheiroso.
O primeiro representante dessa categoria a surgir diante dos holofotes da mídia e das comissões parlamentares de inquérito foi um tal Duda Mendonça, que, na pretensão de querer parecer mais realista do que o rei, confessou ter recebido a paga pelos préstimos à campanha de Lula em contas devidamente camufladas no exterior. Aquele episódio, que quase custa um impeachment ao chefão geral do esquema, de nada serviu para abaixar a crista das aves de rapina. Pelo contrário. O próximo e mais devastador escândalo de corrupção, o petrolão, trouxe não um, mas uma dupla de marqueteiros do mesmo naipe, engasgados na Operação Acarajé, de 2016. O casal João Santana e Mônica Moura já foi apresentado à população devidamente acompanhado dos agentes da Polícia Federal.
Tão egocêntrico como o primeiro de 2005, esse casal de propagandistas de ilusões, graças às relações estreitas que mantinham com os mesmos figurões da República e certos do manto protetor da impunidade que os milhões de dólares ilusoriamente conferem, entraram tranquilamente na sede da polícia em Curitiba, de onde esperavam sair dali a poucas horas.
Condenado agora por crime de lavagem de dinheiro a oito anos de cadeia, mais um bloqueio de US$ 4,5 milhões, acrescidos ainda de mais US$ 30 milhões a título de reparação de danos, o casal segue em liberdade e promete recorrer. No despacho, o juiz Sérgio Moro mandou um recado aos marqueteiros lembrando que “a lavagem encobriu a utilização de produto de corrupção para remuneração de serviços eleitorais, com afetação da integridade do processo político-democrático” sendo, em sua avaliação, “o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime”.
Quando o marketing é usado para vender corruptos como se fossem salvadores da pátria, torna-se, ele próprio, parte desse mesmo esquema de fraude, convertendo os profissionais da propaganda em verdadeiros marqueteiros do crime.
A frase que foi pronunciada
“O órgão que, de 1892 a 1937, mais falhou à República não foi o Congresso, foi o Supremo Tribunal.”
João Mangabeira na obra Rey – o estadista da República
Social
Bela campanha da Câmara dos Deputados. Com linguagem simples, um assunto que pede coragem e honestidade. Como ser natural com um deficiente físico. Se for idoso, não há necessidade de gritar, basta falar mais devagar. Com um cadeirante, o melhor é ficar na mesma altura ao conversar. Antes de ajudar, pergunte se a pessoa quer ajuda.
Mais calçadas
Como diz Uirá Lourenço, as cidades precisam ser pensadas para as pessoas, não só para os carros. Basta ver a quadra 213 Norte. Não há calçadas internas na quadra. As cadeiras de rodas e pedestres se deslocam arriscando a vida no asfalto.
Nada ainda
No Setor de Rádio e TV Sul, havia há três anos a multa cidadã aplicada por agentes-mirins. Carros estacionados em calçadas eram as infrações em maior quantidade. Uirá lembra do Jane’s walk, passeio guiado por alunos de arquitetura e urbanismo que elaboraram projetos de revitalização da área.
Declaração
Amigos(as)/Fui ao Piauí/ E voltei para Brasília/ Feliz por ter ido/ E feliz por voltar/ É muito bom ser de lá/ E é muito bom morar aqui. (professor Climério Ferreira)
Pauta cultural
Celina Kaufman, da Art&Art Galeria, convida os apreciadores de arte da cidade para a exposição de pinturas Quatressência, com Luiz Costa, Sonnia Guerra, Pompéia e Tony Lima. A vernissage ocorrerá no dia 15 de fevereiro às 18h30. A mostra estará aberta ao público até 15 de março, das 9h às 19h, de segunda a sexta. SAFS – Quadra 6, Lote 1, Trecho III Edifício dos Plenários.
História de Brasília
José Vieira Madeira, O Globo: o futuro de Jânio talvez seja o de ficar vagando sempre (para nossa alegria) por este mundo a fora, vendo os desfiles de biquínis na Europa, os cigarros de ópio no Oriente e as corridas de cavalo em quase todas as partes do mundo. (Publicado em 22/9/1961)
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jornalista_aricunha@outlook.com
Circe Cunha e MAMFIL
Entre as características da espécie humana que possibilitariam a formação dos primeiros núcleos comunitários, a contrapartida de ações entre os indivíduos seria o elemento que mais reforçaria o sentido de grupo e, ao mesmo tempo, tornaria exequível a longa marcha rumo à civilização. Foi por meio das contrapartidas que cada membro individualmente pôde demonstrar sua importância para a sobrevivência da coletividade. Assim, por exemplo, os fisicamente mais fortes colocavam a aptidão física em defesa do grupo para protegê-lo contra as hostilidades do meio. Em troca desse esforço, que colocava a própria vida em risco, receberian contrapartidas como alimentação e outras vantagens vitais. Assim , é possível afirmar que o homem é o único animal que, desde sempre, teve na contrapartida o sentido e a própria razão da existência.É preciso, no entanto, diferenciar a característica do vulgaríssimo “é dando que se recebe”, conspurcado hoje pelo falso jogo político brasileiro. Se a contrapartida foi importante para irromper o processo civilizatório na antiguidade, muito mais útil se tornou agora, com a complexidade das sociedades modernas.
Não é por outra razão que as nações desenvolvidas têm nas contrapartidas da educação de qualidade, principalmente na fornecida pelo Estado, o principal instrumento de seu planejamento de longo prazo, senão da própria sobrevivência. Somente por meio da adequada formação dos cidadãos um país tem possibilidades reais de se afirmar. Mas, para que todo o longo ciclo, que vai da preparação básica à especialização, nas universidades e o posterior exercício pleno da profissão se complete, é preciso adoção das necessárias contrapartidas.Tomando como exemplo um aluno de medicina que levou, em média, oito anos apenas para completar sua formação final em estabelecimento público, que sentido ou contrapartida teria o cidadão comum e a sociedade, principalmente os de baixa renda, que, por meio de altos impostos, lhe custearam os estudos? O mais razoável, num país com tantas carências na área de saúde, seria o novo profissional exercer seu mister por um tempo igual a toda sua formação em escolas públicas, em benefício da população por uma remuneração condizente.
O que não faz sentido é um recém-formado em estabelecimento bancado pela base da pirâmide social sair da faculdade e, ato contínuo, abrir um consultório particular e passar a cobrar preços escorchantes por uma consulta médica, que somente uma elite pode pagar. Nesse caso, e é o que ocorre com frequência, as contrapartidas deixam de existir.Enfermagem e obstetrícia, farmácia, gestão em saúde, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, engenharia de energia, engenharia de software, engenharia eletrônica, educação do campo, gestão ambiental, gestão do agronegócio, administração, arquitetura e urbanismo, agronomia, biblioteconomia, engenharia da computação, ciências econômicas, direito, engenharia civil, engenharia ambiental, engenharia de redes de comunicação, engenharia Fflorestal, elétrica, de produção, gestão de políticas públicas, química tecnológica, relações internacionais, serviço social e turismo são apenas alguns cursos com que a academia poderia perfeitamente auxiliar o governo como contrapartida.Quando ocorre a falta de contrapartida, rompe-se um ciclo que acompanha a humanidade desde que o mundo é mundo. Nosso sistema público é precário, não tem passado, presente, mas uma esperança no futuro está com a contrapartida dos acadêmicos.
A frase que não foi pronunciada
“A natureza parece quase incapaz de produzir doenças que não
sejam curtas. Mas a medicina encarrega-se da arte de prolongá-las.”
Marcel Proust
Estudos
» O número de vagas a serem preenchidas por meio do concurso público pode passar a ser igual ao quantitativo dos respectivos cargos ou empregos públicos vagos no órgão ou entidade. A ideia foi proposta na PEC 29/2016 e, caso seja aprovada, o concurso do Senado oferecerá mais de mil vagas. A relatoria é do senador Ivo Cassol.
Curiosidade
» Dados da Acnur registram que, no ano passado, o Brasil reconheceu 9 mil refugiados vindos de 79 países. A maioria vive nos grandes centros urbanos.
Discussão
» Produtores de soja de Mato Grosso comemoram o sucesso da colheita, que atingiu 30,6% da área. Pena que na balança do custo-benefício a destruição da natureza em larga escala seja executada para alimentar animais.
História de Brasília
O comandante da Operação Cavavelle, depois, no pátio de manobras, interrogou, extraoficialmente, um tripulante do aparelho da Varig, através do qual ficamos sabendo, também, que todas as forças militares de Porto Alegre estão solidárias com o general Machado Lopes. (Publicado em 31/8/1961)