Assunto para profissionais da medicina

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Arte: institutoliberal.org

 

          Até as pedras da calçada sabem que certas questões, relativas aos vícios e virtudes humanas, devem ficar restritas ao que consideram e julgam as pessoas individualmente e a sociedade. Levar todos e quaisquer problemas dessa complexidade ao arbítrio do Estado resulta em soluções, ou que agradam a uns, ou que favorecem aos grupos a eles ligados.

         Essa constatação vale sobretudo na questão do aborto, apropriada, sorrateiramente, por grupos fora do conhecimento científico, transformando o que seria um problema restrito ao âmbito e ao julgamento dos profissionais de saúde numa questão de Estado. E tudo como se fosse possível regular a infinidade de questões sensíveis que esse tema traz a decisões de burocratas que nada entendem dessa realidade.

         Curioso é notar que temas dessa natureza não aparecem nas escolas durante as aulas de educação sexual. Tampouco são vistos em campanhas institucionais de educação. Todo esse imenso problema com suas variantes intrincadas jamais foi debatido com a sociedade, que pouco sabe sobre essa questão, suas causas e consequências. Nem mesmo, em tempo algum, esse tema foi visto entre nós, programas sérios de incentivo à contracepção, para aquelas mulheres que não desejam filhos. Ou a pílula do dia seguinte para as crianças, adolescentes ou mulheres adultas que sofreram estupro. Por séculos, todo esse tema foi deixado à margem do conhecimento da população.

         Não surpreende que agora, para um grupo de interesses escusos que tem, nos temas sensíveis de diversidade, costume, família e outros, seu palanque para ecoar proselitismos vazios. A questão do aborto ganhou os holofotes por um ângulo que não é o apropriado e não irá pôr um ponto final nessa questão. Mais valia deixar a critério de instituições como o Conselho Federal de Medicina a decisão sobre essa questão.

          Muito mais sincera tem sido a Igreja Católica, que toma, como princípio e fim dessa discussão, o que recomenda a Bíblia, dizendo, em alto e bom som, um sonoro ‘não’ ao aborto em qualquer tempo. É lógico que aqui também sobem no muro aquela parcela da igreja que comunga pela Bíblia da teologia da libertação.

         O que ocorre com essa discussão é que enxergam, nesse tema, uma excelente oportunidade de pôr em prática o ranço contra a instituição da família. Engana-se quem acha que a possibilidade dessa discussão venha trazer bônus político em forma de votos vindos daqueles que acreditam que o aborto é uma solução natural que não leva em consideração os possíveis direitos à vida que pulsa no ventre.

         De fato, a discussão do tema aborto ganha as manchetes, incendeia o parlamento. Mas o que obtém de notoriedade perde em sensatez. Também o que esperar de pessoas que não sabe nem o que é de seu mister e que não sabe a diferença entre receita e despesa: bom senso? A bem da verdade, quem deveria estar interessado está se lixando para toda essa discussão. Não assume nem que defende nem que é contra. Muito pelo contrário.

         Nesse jogo de faz de conta, quem também aproveita, de modo até sincero, é a bancada evangélica, que sabe que titubear nessa questão é perder fiéis e votos. Mesmo a indústria farmacêutica, que parece omissa nesse caso, aguarda o desfecho do problema, pois tem remédio para aqueles que são a favor a para aqueles que são contra.

A frase que foi pronunciada:

“Se Deus viesse à nossa porta, como seria recebido? Aquele que bate à nossa porta, em busca de conforto para a sua dor, para o seu sofrimento, é um outro Cristo que nos procura.”

Santa Irmã Dulce dos pobres

 

Invasão

Não é possível que humanos e animais domésticos fiquem à mercê das capivaras que agora migraram para o Lago Norte. Dezenas desses animais passeando livremente pelas ruas em busca de alimentos. A situação vai ficar insustentável em breve. Veja, a seguir, o vídeo divulgado nas redes sociais.

 

Errei

Discordo do título, erramos. Prefiro assumir a responsabilidade. A correção veio do leitor Chico Sant’Anna, que lembrou a notinha sobre o primeiro edifício residencial de Brasília com varanda e que desapareceu do mapa. O prédio de três andares de frente para a L2 Sul, bloco S da 402 não era do Itamaraty, mas da Embaixada Britânica.

 

 

História de Brasília

Os funcionários do DCT, sem apartamentos, estão acampados em frente à repartição. É um movimento pacífico, mas deprimente para os chefes. Quem encara com seriedade que deve ter um serviço de comunicações, sabe que os funcionários encarregados devem ter o máximo de conforto. (Publicada em 10.04.1962)

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