ARI CUNHA – In memoriam
Visto, lido e ouvido
Desde 1960
com Circe Cunha e Mamfil;
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Para um país cujo 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) se esvai pelos ralos da corrupção recorrente, provocando perdas da ordem de mais de R$ 200 bilhões anuais, a questão que se impõe, com urgência, é como debelar os múltiplos focos dessa sangria criminosa, que parece ter se disseminado por toda a máquina pública, e, ao mesmo tempo, ajudar o país a sair da recessão sem maiores traumas.
Dos males gerados pelas fraudes e pelo alto grau de corrupção que experimentamos, nenhum é mais nefasto e duradouro do que a perda de confiança do cidadão no Estado, nas próprias leis. É ao corroer da credibilidade, que os brasileiros depositam nas instituições do Estado, que a corrupção alcança sua mais infértil consequência, criando um ciclo fechado onde fraudes, maus serviços e descréditos se repetem num ritmo constante e sem fim.
Visto em seu conjunto, a recessão, o desemprego, o desequilíbrio fiscal, os altos impostos, a má qualidade dos serviços públicos e a percepção de que a população sofre com o alto grau de corrupção que assola a máquina pública concorrem todas para paralisar o país, impedindo-o de seguir lado a lado com as nações mais desenvolvidas, com um crescimento, de fato, sustentável e duradouro.
Combater o mal da corrupção, numa máquina pública que se sabe gigantesca, diversificada e complexa como a nossa é uma tarefa ciclópica e que exigirá esforços de longa duração e persistentes. Nesse sentido, a iniciativa, adotada agora pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de realizar um levantamento minucioso em quase 300 instituições do governo, indicando aqueles órgãos mais vulneráveis a fraudes e corrupção, além de oportuna, tem tudo para render resultados concretos a médio prazo e estabelecer um controle eficaz contra esse flagelo.
Com isso, o TCU elaborou um minucioso levantamento em que pode detectar, logo de saída, o quão frágeis se encontram a maioria de nossas instituições frente aos ataques constantes dos corruptos. Dessa avaliação surgiu o chamado Mapa de Risco, mostrando, entre outros dados, que 38 órgãos públicos se encontram hoje absolutamente expostos aos ataques criminosos. Trata-se de um alerta que deve ser observado com toda a atenção, já que essas instituições juntas gerenciam a fábula de R$ 216 bilhões por ano.
O objetivo desse estudo, segundo o TCU, é não somente avaliar os riscos de corrupção a que essas instituições estão expostas, mas melhorar o controle de gestão e riscos desses órgãos de forma a obrigar que todos eles adotem políticas de accountability ou seja, para que adotem gestões com responsabilidade, ética e transparência, e que prestem contas minuciosas de seus gastos aos órgãos competentes e à toda a sociedade.
Essa auditoria operacional, levada a cabo pelo TCU nas instituições do Poder Executivo Federal, ao mesmo tempo em que busca incentivar a adoção de políticas de governança nessas instituições, permitirá que as instituições públicas passem a adotar gestões de risco relacionadas à prevenção contra atos de corrupção, conforme já é feito hoje nas grandes empresas pelo mundo afora. Ao lado das medidas que visam combater os casos de corrupção, a iniciativa desse Tribunal demonstra que a retomada da confiança da população em suas instituições ainda é uma tarefa possível de ser alcançada a tempo de tirar o pais da crise.
A frase que foi pronunciada:
“Quanto mais corrupto o Estado, mais leis.”
Tácito, senador e historiador romano
Com sentido
É realmente empolgante ver a alegria dos estudantes de todos os cantos do país no projeto Jovem Senador. Compenetrados, trabalham em projetos de leis pensados por eles. Pedro Paulo Ferreira Trindade, representante do Rio Grande do Norte, conta que legislou sobre a proibição da entrada de plantas exóticas no país por prejudicarem o ecossistema nativo. Explicou que a planta Nim produz uma toxina que mata as abelhas, importantíssimas para a polinização, o que pode causar uma tragédia na economia do país a longo prazo.
Entrevista
Começa na Enap a nova série de entrevistas. Um assunto bastante interessante para uma cidade administrativa como Brasília. As professoras Tania Gomes Figueira e Marizaura Reis de Souza Camões abordarão a Gestão de Pessoas no setor público. Veja a entrevista no blog do Ari Cunha.
Nos ares
Depois da operação Odax, na França, na passagem do século, a Força Aérea Brasileira passou a realizar o exercício CRUZEX (Cruzeiro do Sul Exercise), onde novos conhecimentos, equipamentos e inteligência em softwares são aperfeiçoados. Veja as imagens no blog do Ari Cunha.
Link de acesso a página: www2.fab.mil.br/cruzex2018
Línguas
Pessoas da comunidade de Brasília que tiverem interesse em aprender línguas estrangeiras têm a oportunidade de fazer matrícula nos CILs. Os Centros Interescolares de Línguas estão com as inscrições abertas para alunos da rede pública. As vagas remanescentes são sorteadas para a comunidade.
HISTÓRIA DE BRASÍLIA
Jardim malsinado, o do IAPFESP. Foi mandado fazer, faltou dinheiro par terminar, e, agora, está sendo desfeito para que seja construído um Posto Policial. (Publicado em 05.11.1961)