Ministério da Economia
Ministério da Economia Marcelo Ferreira/CB/D.A Press Ministério da Economia

Ministério da Economia prevê alta de apenas 0,02% no PIB

Publicado em Economia

ROSANA HESSEL

MARINA BARBOSA

A equipe econômica evitou reconhecer os impactos da Covid-19, pandemia provocada pelo novo coronavírus e prever queda no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Reduziu de 2,1% para 0,02% a expectativa de crescimento do PIB de 2020. A previsão ainda está otimista se considerarmos as novas estimativas do mercado, que preveem variação negativa no PIB deste ano, devido à recessão mundial que está sendo formada.

As revisões que pipocam no mercado, as previsões de queda chegam a 6%, conforme o esperado pelas estimativas da economista Monica De Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics (PIIE). Segundo ela, o país pode entrar em depressão (o pior dos mundos na teoria econômica).

 

Essa é a segunda redução na estimativa do governo no mês. Na semana passada, a equipe econômica tinha atualizado de 2,4% para 2,1% a previsão para o PIB deste ano.

 

Além de rebaixar para quase zero a estimativa de crescimento da economia brasileira neste ano, o governo reduziu a sua projeção de inflação de 3,12% para 3,05%. A perspectiva da taxa básica de juros (Selic) também foi revista de 4,15% para 3,65% por conta do corte anunciado nesta semana pelo Banco Central. Já a projeção para o câmbio foi elevada de R$ 4,20 para R$ 4,35, em função da escalada registrada pela moeda nas últimas semanas, que rompeu a barreira de R$ 5.

A equipe econômica também reduziu o preço base do barril de petróleo de US$ 52,70 para R$ 41,87, já que os preços internacionais do barril tipo Brent vêm caindo em função da desaceleração econômica provocada pelo coronavírus e da guerra de preços travada entre Arábia Saudita e Rússia.

A redução, por sinal, vai impactar duramente a arrecadação do governo federal, já que afeta diretamente as atividades da Petrobras. A União já prevê uma queda de R$ 9,4 bilhões nas receitas advindas da exploração de recursos naturais “em função principalmente da queda do preço do Barril de Petróleo e redução da produção em Campos sob o regime de concessão, com consequente redução da arrecadação de participação especial”.

 

Com a aprovação do estado de calamidade pública pelo Congresso Nacional, o governo federal não terá mais que cumprir a meta primária neste ano, que era de um deficit primário de até R$ 124,1 bilhões nas contas do governo federal.

 

A previsão de deficit foi ampliada para R$ 161,6 bilhões, uma piora de R$ 37,5 bilhões em relação à meta, conforme o material divulgado com base nos parâmetros da semana passada. O governo não fez nova projeção com os dados atualizados.

 

O novo corte do PIB foi antecipado na última quarta-feira (18) pelo secretário especial da Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues. Na ocasião, ele disse que a projeção precisava ser cortada diante da desaceleração econômica provocada pela pandemia do coronavírus, mas também por conta da queda dos preços internacionais de petróleo e da alta do câmbio.