Um bate-papo com o maior craque da história do Chile ¿ Elías Figueroa ¿ sobre o duelo desta quinta contra o Brasil pelas Eliminatórias

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Ao blog, Elias Figueroa deu o palpite: Chile 2 x 1 Brasil

  Elias Figueroa atende o telefone com a voz tranquila. No clima da estreia do Chile nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018, contra o Brasil, logo mais, às 20h30, no Estádio Nacional de Santiago, topa conversar sobre a partida desta noite. E fala muito. Arrisca até o placar da partida. Na opinião do maior craque da história do Chile — e um dos maiores do Internacional — os donos da casa vencerão por 2 x 1. A confiança de Figueroa tem como base um argumento que ele repete várias vezes na conversa a seguir: “A geração atual é excelente”.   Figueroa minimiza a ausência de Neymar e diz que, ao menos três jogadores, podem desequilibrar diante da ausência do quinto maior artilheiro da Seleção Brasileira e capitão do time. Oscar, Willian e Hulk podem fazer a diferença dentro de campo segundo ele. Assim como o técnico Dunga, que, para Figueroa, mostrou que sabe neutralizar os pontos forte do Chile depois da vitória por 1 x 0 no amistoso disputado no Emirates Stadium, em Londres.     MPL — Qual é a sua expectativa para a estreia do Chile nas Eliminatórias? A expectativa é por um grande jogo, aliás, como foram todos recentemente. Vou dormir um pouco e logo mais estarei no Estádio Nacional de Santiago para acompanhar esse clássico.   MPL — Vai torcer para quem? O meu coração está dividido. O meu lado gaúcho pede para apoiar o Brasil (risos), mas acho que a torcida do Internacional  vai me compreender, ao menos nesta noite. O Brasil sempre vai à Copa do Mundo. Vocês estão preocupados, mas não ficarão fora da próxima. Por isso, o Chile precisa muito mais da minha torcida do que vocês. Amo o Brasil, porém, hoje, serei Chile (risos).   MPL — Além de favorito, o Chile é o atual campeão da Copa América. Não é responsabilidade demais? Figueroa — Aparentemente, sim. O Chile é uma seleção que chama muito a atenção desde que Jorge Sampaoli deu início a esse excelente trabalho. Isso cresceu ainda mais depois da conquista da Copa América. O Chile deu um passo à frente ao conquistar o primeiro título de sua história e precisa provar contra o Brasil que, de fato, virou uma seleção grande.   MPL — A geração atual é a mais forte da história do Chile? Figueroa — É uma belíssima geração, temos jogadores extraordinários como Alexis Sánchez e Vidal, mas, o principal, é que o diretor técnico Jorge Sampaoli consegue fazê-los jogar como um time. Esse, para mim, é o maior diferencial desse trabalho.     MPL — Há pouco tempo, o Chile tinha dois ótimos centroavantes: Zamorano e Marcelo Salas. Por que a seleção não se deu tão bem com eles e agora encanta justamente sem um camisa 9? Figueroa — Isso tem a ver com o estilo de jogo que Jorge Sampaoli implementou na seleção, um estilo em que não há centroavante fixo. Os atacantes trocam muito de posição com uma movimentação alucinante, difícil de ser marcada. Creio que se Zamorano e Salas ainda jogassem, teriam muitas dificuldades para se adaptar a esse sistema inspirado no pensamento do Marcelo Bielsa.   MPL — O Brasil sem Neymar é uma seleção comum? Figueroa — Neymar é um fora de série. Vai fazer muita falta contra o Chile, mas há dois ou três jogadores capazes de assumir a responsabilidade. Oscar é muito bom. Willian é um bom jogador. Hulk tem uma força incrível se for escalado na frente. Há muitas preocupações para o Chile, é preciso ter cuidado.   MPL — Você consegue notar alguma diferença entre o Brasil que quase foi eliminado pelo Chile nas oitavas de final e esse do Dunga, que enfrentará o Chile em Santiago? Figueroa — Com Dunga, as linhas de marcação estão mais compactas. Na Copa, o Brasil deixava muito espaço, os adversários tinham facilidade para agredir o Brasil. Além disso, Dunga é um obcecado pela vitória. Para ele, vencer é muito mais importante do que jogar bonito. Não é uma crítica ao trabalho dele, apenas uma prova de que há um estilo, a opção por um caminho a seguir.   MPL — Qual é o seu palpite para o jogo? Figueroa — Para mim, o ideal é que o jogo termine 1 x 1. Assim, ninguém fica aborrecido comigo. Mas, sinceramente, acho que o Chile vencerá por 2 x 1. Não me pergunte de quem vão ser os gol, isso é muito difícil, mas o meu coração diz que o Chile vencerá.   MPL — Mas o Chile não vence o Brasil há 15 anos, desde 2000… Figueroa — Mas poderia ter vencido nas oitavas de final da Copa do Mundo e no último amistoso. Não vencemos por detalhes. Como eu disse, a atual geração do Chile é extraordinária. Provou isso ao ganhar a Copa América em cima da Argentina, de Messi. Vencer o Brasil é mais um passo para ser grande.