catracas As catracas originais não funcionavam desde o fim dos torneios de futebol das Olimpíadas do Rio-2016 As catracas originais não funcionavam desde o fim dos torneios de futebol das Olimpíadas do Rio-2016

Supercopa do Brasil testará pacote de R$ 600 mil contra manipulação de público e renda no Mané Garrincha

Publicado em Esporte

Promotores de jogos no Mané Garrincha viciados em adulterar os boletins financeiros dos jogos (borderôs) ganharam um inimigo contra as recorrentes tentativas de fraudes. As catracas originais do estádio mais caro da Copa do Mundo de 2014 (R$ 1,7 bilhão) não funcionavam desde o fim dos Jogos Olímpicos do Rio-2016, quando a arena recebeu os torneios masculino e feminino de futebol. Todas as unidades e a central de controle foram danificadas, algumas inclusive queimadas. Antigo gestor do estádio, o Governo do Distrito Federal (GDF) não providenciou o conserto e deu corda para que houvesse evasão, a manipulação dos resultados de público e renda.

Enquanto isso, promotores de jogos instalavam as próprias catracas na frente das originais para o controle do acesso a jogos e eventos na arena multiuso. Resultado: nem sempre o público anunciado era o verdadeiro. O auge da manipulação aconteceu no ano passado. A operação Episkiros (Jogo Enganoso) da Polícia Civil do DF prendeu empresários durante a vitória do Palmeiras sobre o Botafogo pela Série A do Campeonato Brasileiro.

As suspeitas eram de inclusão de dados falsos no borderô. Segundo os investigadores, o grupo informava um valor de arrecadação menor para pagar menos impostos e um aluguel menor pelo estádio Nacional Mané Garrincha, na capital. A prisão, comandada pela Coordenação Especial de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, envolveu 150 policiais e foi feita em um dos camarotes da arena.

Um dos primeiros atos da concessionária que assumiu a administração do Mané Garrincha no início do mês foi investir em um pacote contra a evasão de renda a fim de evitar mais desgastes à imagem do estádio. O blog apurou que a Arena BSB investiu R$ 600 mil no conserto das catracas. O orçamento apresentado ao GDF era de R$ 3 milhões.

 

“Uma das novidades é que as catracas voltaram a funcionar. Nós saberemos instantaneamente qual é o público do estádio. Nós, a Secretaria de Segurança Pública, enfim, os órgãos que têm esse acesso. Testamos no fim de semana passado e funcionou. Minuto a minuto a gente tem a entrada na catraca, o que adiciona segurança e tranquilidade ao torcedor”

Richard Dubois, CEO da Arena BSB, concessionária do Mané Garrincha

 

O governo empurrou o problema com a barriga até repassá-lo à iniciativa privada. Os novos gestores foram atrás dos fabricantes e fornecedores na Alemanha. Houve troca dos servidores, placas controladoras e reinstalação do sistema operacional, manutenção física das catracas e recuperação dos backups. Dados relevantes para o histórico do estádio estavam desaparecidos e foram recuperados.

Os no-breaks do estádio também foram abandonados pelo GDF. O Flamengo chegou contratar geradores para prevenir possível queda de energia. O problema ainda não está solucionado e a concessionária continuará usando geradores até solucionar o problema. Como a final da Supercopa será disputada na manhã deste domingo, não há risco de novo apagão como aconteceu em 2017 no clássico entre Flamengo e Vasco pelo Campeonato Carioca.

O primeiro texto do pacote de combate à evasão de público e rende aconteceu no fim de semana passado durante a realização do evento evangélico The Send Brasil. Cada ingresso reconhecido pela catraca era computado em tempo real em um painel central que totalizava a presença da plateia na arena, como foi na Copa das Confederações 2013, na Copa do Mundo 2014 e nos torneios de futebol dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

 

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