Presidente da Federação Brasiliense de Futebol vai votar no Coronel Nunes na eleição de vice da CBF e diz: “Candidatura pode ser imoral, mas não é ilegal”

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O presidente da Federação Brasiliense de Futebol (FBF), Erivaldo Alves, não fica no muro: vai votar no Coronel Nunes na eleição para vice-presidente da CBF pela região sudeste marcada para o próximo dia 16. Abandonada desde a prisão de José Maria Marin, a cadeira estará em disputa na próxima semana. Até agora, o cartola paraense é o único candidato a acupá-la. Ele tem o apoio de Marco Polo Del Nero, do presidente interino da entidade máxima do futebol nacional, Marcus Vicente, de 25 das 27 federações e dos clubes paulistas da primeira e da segunda divisão do Campeonato Brasileiro. O colégio eleitoral é formado pelas 27 federações e os 40 clubes das séries A e B do Nacional.

“Eu não vou anular o voto da Federação Brasiliense de Futebol. Se o Coronel Nunes for o único candidato, vou votar nele. Se aparecer uma outra chapa, já combinei com os clubes que faremos uma reunião na véspera da minha viagem ao Rio e discutiremos quem os clubes e a federação desejam apoiar”, disse ao blog em entrevista por telefone.

Há quatro meses no cargo depois da destituição de Jozafá Dantas, Erivaldo Alves pisa em ovos, mostra cautela e parece assustado com a avalanche contra a corrupção na Fifa e, principalmente, na CBF. “Há dois grupos. Como estou chegando agora e não conheço nenhum, eu prefiro ter cautela”, afirmou, referindo-se, sem citar nomes, aos grupos  de Marco Polo Del Nero e do seu desafeto, Delfim Peixoto, vice pela região Sul.

Erivaldo Alves estava na festa de confraternização, no Rio, em que foi anunciada a candidatura do Coronel Nunes a vice-presidente da CBF. Segundo ele, os mandatários das federações de São Paulo (Reinaldo Bastos), do Rio (Rubens Lopes) e de Minas Gerais (Castelar Neto) apresentaram o nome de Nunes depois que Marco Polo Del Nero anunciou que se afastaria temporariamente da entidade para se defender das acusações do FBI. Erivaldo confirma que os três distribuíram um documento no qual os 25 presidentes de federação presentes assinaram concordando com a indicação do Coronel Nunes. Delfim Peixoto (Santa Catarina) não foi convidado para a confraternização e Fracisco Noveleto (Rio Grande do Sul) não compareceu).

Questionado se considera manobra a candidatura do Coronel Nunes, 77 anos, para impedir a iminente ascensão de Delfim Peixoto, 74, a presidente da CBF, Erivaldo Alves respondeu. “A candidatura pode até ser imoral, mas não é ilegal. Como eu disse, estou chegando agora. Conheci recentemente tanto o Coronel Nunes quanto o Delfim Peixoto (vice da CBF pela região Sul e presidente da Federação de Santa Catarina). Não posso dizer nada contra nenhum deles”.

Presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero indicou o vice pela região Centro-Oeste, Marcus Vicente, para substituí-lo. Entretanto, o Comitê de Ética da Fifa avalia o caso de Del Nero e pode afastá-lo em definitivo da presidência da entidade. Neste caso, segundo o estatuto da CBF, quem assume a presidência é o vice mais velho. A bola da vez seria o desafeto de Del Nero, Delfim Peixoto, favorável à criação de uma liga nacional de clubes e de uma profunda investigação na caixa-preta da CBF. Maquiavélico, o grupo de Del Nero lançou a candidatura do Coronel Nunes, três anos mais velho do que Delfim, para que ele assuma a entidade se a casa de Del Nero cair de vez nas próximas semanas.