GDF não paga empresa que faz a manutenção do gramado do Mané há 5 meses. Dívida e shows podem deixar o campo impraticável

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Empresa se recusa a assumir os danos causados pelo show de Jorge e Mateus

Uma dívida de aproximadamente R$ 500 mil do Governo do Distrito Federal (GDF) com a empresa Greenleaf — responsável pela manutenção do gramado do Estádio Nacional Mané Garrincha — e os danos causados ao tapete por shows podem inviabilizar a realização de jogos na capital do país.   O gramado do Mané Garrincha está bastante danificado depois do show da dupla Jorge e Mateus. O GDF e a Greenleaf argumentam que quem estragou tem que devolver o campo como recebeu, mas a pressão não surtiu efeito. Acuado, o governo tenta convencer a Greenleaf a assumir a manutenção. No entanto, a empresa se recusa a fazer o serviço antecipado sem garantias de quanto, quando e de quem receberá pelo serviço. Motivo: o GDF teria uma dívida acumulada de R$ 500 mil com a firma responsável pela manutenção do tapete.   Uma fonte do GDF admitiu ao blog a existência da dívida com a empresa contratada e atribui o atraso no pagamento à crise econômica pela qual o país atravessa. A responsabilidade da quitação do débito virou um jogo de empurra entre a Terracap e a Novacap. O GDF jura que está em busca de uma solução para a situação do gramado.   Como revelou o Correio Braziliense em matéria publicada em julho deste ano, a Greenleaf foi contratada pelo governo Agnelo Queiroz em uma polêmica licitação no fim do ano passado. A manutenção do gramado custa aos cofres do GDF R$ 94 mil por mês. A empresa alega que não recebe o repasse há cinco meses. Uma das obras realizadas recentemente foi o replantio de grama de inverno com sementes importadas da Dinamarca. Na derrota do Flamengo para o Coritiba, em setembro, o gramado estava impecável e arrancou elogios, principalmente, do técnico Ney Franco. A situação é outra completamente diferente depois da apresentação de Jorge e Mateus no Mané.

 

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Show do Pearl Jam em 17/11 e Flamengo x Ponte Preta em 22/11

Devido ao calendário de shows e de jogos, o GDF está sob pressão. Em 17 de novembro, o Mané Garrincha receberá a exibição do Pearl Jam. Cinco dias depois, tem Flamengo x Ponte Preta pelo Campeonato Brasileiro. Além da dívida, a empresa responsável pela manutenção do gramado alega que o prazo para deixar o gramado pronto para a partida do Brasileirão é muito curto.   A relação entre o GDF e a Greenleaf é tensa desde que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontou irregularidades na contratação, em 2013, do gramado do Mané Garrincha, antes da inauguração da arena. Promotores desconfiam  de superfaturamento na aquisição da grama e impetraram processo contra ex-gestores da Novacap. São citadas irregularidades no contrato referente a implantação, drenagem, irrigação automatizada e manutenção. O prejuízo, segundo o MPDFT, é estimado em R$ 1,6 milhão.   Além de ser parceira do GDF, a Greeleaf presta serviços, por exemplo, para o Comitê Organizador Local dos Jogos Olímpicos do Rio-2016. A empresa é responsável pelo campo de rúgbi do evento. Além disso, cuida da irrigação do gramado de hóquei das Olimpíadas.