Depois de Muricy, Levir Culpi critica falta de água quente, mobília e gramado do Mané Garrincha

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Sem contrato de manutenção há 42 dias, o gramado do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha voltou a ser alvo de críticas depois da vitória do Fluminense nos pênaltis sobre o Internacional na semifinal da Primeira Liga. Mesmo satisfeito com a conquista da vaga para decidir o título contra o Atlético Paranaense, o técnico tricolor, Levir Culpi, não botou panos quentes e no que depender dele a final dificilmente vai ser na arena candanga.

“Acho que é um pouco ofensivo um estádio custar tão caro e faltar água quente, mobília e ter um gramado tão ruim”, reclamou Levir Culpi na entrevista coletiva. Segundo o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), o Mané Garrincha é a arena mais cara entre as construídas para a Copa do Mundo de 2014: R$ 1,7 bilhão — 153% a mais do que os R$ 670 milhões previstos. Inicialmente no projeto do estádio que recebeu uma partida da Copa das Confederações, sete do Mundial e receberá 10 jogos dos torneios masculino e feminino dos Jogos Olímpicos do Rio-2016.

Levir Culpi não é o primeiro a reclamar do gramado do Mané Garrincha. No empate entre Flamengo e Figueirense, Muricy Ramalho também demonstrou descontentamento. “O estádio é lindo, mas o campo de jogo não estava muito legal como da outra vez (Fla-Flu), não sei o que aconteceu”, resmungou o comandante rubro-negro.

Em 6 de fevereiro, uma reportagem do Correio Braziliense mostrou que o contrato do GDF com a Greenleaf, empresa contratada em 2014 pelo governo anterior, de Agnelo Queiroz, para fazer a manutenção do gramado, estava prestes a vencer e que, sem um novo edital de licitação, corria o risco de se deteriorar. Em mais de 40 dias sem reparos, o gramado chegou a sofrer ataques de pragas e até de lagartos. Revoltado com a situação do estádio e incomodado com as críticas de Muricy Ramalho, o governador Rodrigo Rollemberg mandou a Novacap assumir temporariamente a manutenção do gramado e acelerar o processo de licitação, como revelou o blog no último dia 11. A Novacap obedeceu, assumiu o serviço, mas em entrevista ao Correio Braziliense, o diretor Marcio Buzar deixou claro que a empresa faria o mínimo possível porque não tinha capacidade técnica para realizar um serviço tão especializado.

Rodrigo Rollemberg tem ao menos duas preocupações a curto prazo: não perder os sem-teto Flamengo e Fluminense, que já demonstraram interesse em mandar jogos no Mané Garrincha enquanto o Maracanã e o Engenhão estiverem fechados, e o compromisso de receber 10 jogos das Olimpíadas. A última inspeção dos comitês Olímpico e Organizador dos Jogos do Rio-2016 foi trágica. O GDF sofreu pressão da consultora Maristela Kuhn para correr contra o tempo a fim de ter um gramado minimamente bom para o megaevento de agosto.

Responsável pela manutenção do gramado do Mané Garrincha até 11 de fevereiro, a Greenleaf soltou nota após as críticas de Levir Culpi. “A Greenleaf não está na manutenção do Mané Garrincha. Nosso contrato venceu dia 12 de fevereiro, quando, na ocasião, o gramado foi fartamente elogiado pelo Muricy Ramalho (após o Fla-Flu). O gramado do Mané Garrincha é a manutenção mais difícil do país e se deteriora com grande rapidez”, diz o texto publicado na página da empresa no facebook.