Manchester é a cidade europeia que mais gastou com reforços na última janela de transferências

Publicado em Esporte
Teatro dos Sonhos é o palco do 21º confronto direito entre José Mourinho e Pep Guardiola. Imagem: Reprodução/Sky Sports
Teatro dos Sonhos é o palco do 21º duelo entre Mourinho e Guardiola

Se os inventores do futebol moderno forem mais prósperos em 2018 do que estão sendo em 2017, a Inglaterra quebrará o jejum de 52 anos e será bicampeã na Copa do Mundo da Rússia. Neste ano, os súditos de Elizabeth arremataram os Mundiais Sub-17 e Sub-20 da Fifa. Conquistaram a Eurocopa-Sub-19. Faturaram o tradicional torneio de Toulon, na França. Pela primeira vez, classificaram cinco clubes para as oitavas de final da Liga dos Campeões — o recorde era quatro. Na tarde de hoje, o clássico de Manchester, entre United e City, dará um sinal financeiro de que os deuses da bola estão fechados com a terra da rainha.

blog levantou quais cidades da Europa torraram mais dinheiro em contratações na última janela de transferências. Deu Manchester! Juntos, United e City consumiram um Mané Garrincha em reforços. Total da fatura: 413,7 milhões de euros. Convertendo para a nossa desvalorizada moeda, dá um pouco mais de R$ 1,6 bilhão, ou seja, a mesma quantia aplicada na construção da arena mais cara da Copa do Mundo de 2014.

Nem Paris, que quebrou a banca ao investir sozinho 221 milhões na aquisição de Neymar, gastou tanto quanto os times comandados pelo português José Mourinho e Pep Guardiola. Atrás da cidade de Manchester aparecem Londres, Milão, Liverpool e aí, sim, Paris (ler arte).

Não por acaso, o City é o líder disparado do Campeonato Inglês. E o United ocupa o segundo lugar. Anfitriões do dérbi de hoje, às 14h30 (de Brasília) no Old Trafford, os Diabos Vermelhos pagaram 164,4 milhões de euros (R$ 637,8 milhões) para reforçar o elenco. Na lista de compras estão, entre outros, o centroavante belga Romelu Lukaku — maior aquisição da história do clube —, o sérvio Nemanja Matic e o sueco Victor Lindelöf.

A maior fatia da verba para a gastança continua vindo do bolso da badalada família Glazer. O patriarca norte-americana Malcolm comprou o clube em 2005, morreu em 2014, mas os herdeiros Joel e Avram Glazer tocam a empresa. Na época do velho Glazer, o Manchester United constou como clube mais valioso do mundo em lista publicada pela revista Forbes. Na gestão dos filhos, houve queda para o terceiro lugar em 2016. Neste ano, eles recuperaram a liderança. O United é avaliado em R$ 12 bilhões, na frente do Barcelona e do Real Madrid.

 

189 dos 193 países vinculados a Organização das Nações Unidas (ONU) transmitirão o dérbi de Manchester. As exceções são Coreia do Norte, Cuba, Moldávia e São Cristóvão e Nevis. Estimativa de que mais de 1 bilhão de pessoas assistam ao jogo pela tevê. A ESPN Brasil transmitirá o duelo no Brasil a partir das 14h30 deste domingo

 

Quinto clube mais valioso do mundo, o Manchester City vale R$ 6,8 bilhões e faz parte da estratégia árabe de dominar o mundo do futebol. A administração do clube lembra a do Paris Saint-Germain, da França. O maior mecenas é o City Football Group, do xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan e de seu parceiro Khaldoon Al Mubarak. Ambos são magnatas dos Emirados Árabes Unidos, país anfitrião do Mundial de Clubes da Fifa nesta semana.

Na última janela de transferências, o City esbanjou bem mais do que o arquirrival United: 249,3 milhões de euros (R$ 967,2 milhões). Pep Guardiola reforçou o elenco com o francês Mendy, o inglês Walker, o português Bernardo Silva, os brasileiros Ederson e Danilo. Ele até se deu ao luxo de tirar o promissor Douglas Luiz do Vasco e emprestá-lo ao Girona — um dos times satélites do Manchester City, administrado por Pere, irmão de Guardiola.

Barcelona x Real?

United e City têm muito dinheiro no bolso, ostentam técnicos que até pouco tempo disputavam o clássico mais badalado do mundo, mas continuam carentes de superastros capazes de fazer o dérbi de Manchester bater definitivamente de frente com Barcelona x Real.

A lista dos melhores do mundo na Bola de Ouro da revista France Football não exibe nenhum jogador dos dois times no top 10. De Bruyne, do City, é o melhor colocado, em 14º lugar. Depois dele, só o goleiro De Gea, do United, em 20º. A última vez que o número 1 jogava na Inglaterra foi em 2008, com Cristiano Ronaldo, jogador do Manchester United na época.

 

20 duelos entre José Mourinho e Pep Guardiola: 8 vitórias do técnico catalão, 5 do português e 7 empates

 

Os Diabos Vermelhos vivem sonhando com o retorno de CR7. Os Citizens volta e meia tentam usar Pep Guardiola como anzol para pescar Messi do aquário do Barcelona. Os dois clubes já sondaram Neymar, mas ambos continuam carentes de um fora de série. José Mourinho conta com Ibrahimovic e Pogba. Guardiola tem De Bruyne, Agüero e Gabriel Jesus, por exemplo, mas nenhum deles é tão midiático quanto o trio CR7, Neymar e Messi.

Mesmo sem o trio dos sonhos, a cidade de Manchester domina a badalada Premier League e vai chegar forte nas oitavas de final da Liga dos Campeões. O clássico de hoje será praticamente uma final do Campeonato Inglês. O City lidera com 43 pontos. O perseguidor mais próximo é justamente o United, com 35. Uma vitória dos visitantes aumentará a distância para 11 pontos em 16 rodadas.

 

RANKING

Cidades que mais investiram em contratações na última janela de transferências

 

1. Manchester

Manchester City + Manchester United

€ 413,7 milhões (R$ 1,605 bilhão)

2. Londres

Chelsea + Tottenham + Arsenal + West Ham + Fulham

€ 409,8 milhões (R$ 1,590 bilhão)

3. Milão

Internazionale + Milan

€ 275,08 milhões (R$ 1,067 bilhão)

4. Liverpool

Everton + Liverpool

€ 247,2 milhões (R$ 959,1 milhões)

5. Paris

Paris Saint-Germain

€ 238,2 milhões (R$ 959,1 milhões)

6. Barcelona

Barcelona + Espanyol + Girona

€ 192,5 milhões (R$ 746,9 milhões)

7. Turim

Juventus + Torino

€ 174 milhões (R$ 675,1 milhões)

8. Madri

Atlético de Madrid + Real Madri

€ 148,5 milhões (R$ 576,1 milhões)

9. Roma

Lazio + Roma

€ 121,4 milhões (R$ 471 milhões)

10. Munique

Bayern de Munique

€ 103,5 milhões (R$ 401,5 milhões)

*Matéria publicada na edição deste domingo do Correio Braziliense.