Paulo Roriz/PSDB
Paulo Roriz/PSDB Paulo Roriz/PSDB

Sobrinho de Roriz tenta assumir controle do PSDB no DF

Publicado em CB.Poder

BRUNA LIMA

Depois da saída de Abadia do PSDB para se filiar ao PSB, uma nova frente se une para lançar concorrência à presidência da regional tucana. O ex-deputado distrital Paulo Roriz é o nome indicado para a disputa, que deve ocorrer em 1º de junho, último dia do mandato provisório do deputado Izalci Lucas como presidente do partido no DF.

O edital de convocação para as eleições do PSDB-DF, no entanto, gerou controvérsias. Um pedido de reavaliação da medida — assinado por Paulo Roriz e pela vice-presidente do PSDB Mulher do DF, Ludmila Passos — foi enviado a Geraldo Alckmin, presidente da comissão executiva nacional tucana.

No documento, os políticos alegam que houve desobediência às normas do partido. Um dos argumentos levantados é a falta de eleição dos representantes de cada região administrativas, as zonais. Os chamados delegados são os responsáveis por votar nas lideranças da regional. “Está totalmente fora do propósito que estabelece as normas do partido. Como não tivemos as escolhas dos delegados, está se usando delegados atuais nomeados por ele (Izalci). Temos que dar um basta nisso. Se o atual presidente ficar na liderança, que seja por uma escolha livre, democrática e republicana”, afirmou Paulo.

Para o deputado Izalci, não houve qualquer irregularidade quanto ao processo de chamamento. “A eleição vai obedecer estritamente o estatuto e a nacional vem acompanhando e orientando todas as fases. Eles (nova frente) estão sonhando, deixa eles interpretarem como quiserem. Não é do meu jeito e nem do jeito deles. Com certeza a nacional vai responder e cabe a ela definir esta questão”, disse.

Outras ponderações feitas no documento foram o não cumprimento de publicar o edital pelo menos 25 dias antes das eleições e marcar a votação para uma sexta-feira, quando a recomendação é de que seja feita em um domingo. O texto reforça que os “vícios procedimentais põem em risco não somente o PSDB/DF, mas o próprio projeto político do PSDB Nacional, afinal, aproxima-se o prazo para registros das candidaturas, sem que o PSDF/DF tenha efetivamente realizado eleições, conforme as regras estatutárias, e colocando fim à prolongada questão dos Diretórios provisórios”.

De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os diretórios provisórios não podem extrapolar 120 dias e, por isso, no caso do PSDB/DF, as eleições são obrigatórias para que o partido lance os candidatos a qualquer cargo político. Esta regra foi determinada em 5 de abril de 2018, quando o então presidente da Corte, o desembargador Romeu Gonzaga Neiva, manteve as definições da Resolução nº 23.465/2015, decidindo pela inativação das legendas que tenham extrapolado este tempo.

Desde 2011 não há eleições na regional do DF. Izalci assumiu a presidência por intervenção em 2015 e a liderança foi marcada por coleções de embates entre os membros, ocasionando a desfiliação de uma das fundadoras da regional, Maria de Lourdes Abadia, e do então subsecretário de Integração de Ações Sociais do GDF, Virgílio Neto, que ingressaram no PSB. Aproximadamente 20 nomes importantes deixaram o partido. A escolha de candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações deverão ocorrer no período de 20 de julho a 5 de agosto de 2018.