Quase dois anos depois da estreia da primeira temporada, a série Das boot ganha uma nova leva de episódios, sendo oito, no total. Os novos capítulos chegam ao Brasil nesta quinta-feira (20/8) pelo serviço de streaming Starzplay — que, desde a semana passada, está disponível na TV paga da Claro —, quatro meses depois do lançamento internacional.
Na segunda temporada de Das boot, a narrativa está ambientada em dezembro de 1942, enquanto a França continua sob poder da Alemanha nazista. Dentro desse contexto, a série retrata três histórias, todas elas repletas de tensões comuns ao cenário de guerra, como traições, fugas, planos, contestamento dos ideais políticos e até dos motivos dos conflitos em si.
A primeira linha de narrativa acompanha Johannes von Reinhartz (Clemens Schick), o capitão do barco U-822, que, após bombardear um navio com crianças e mulheres não acredita mais na guerra. Com ideia de desertar, ele acaba recebendo uma missão secreta para os Estados Unidos. Missão essa em que ele aproveitará para tentar colocar o plano em prática. No entanto, ele tem alguns empecilhos.
A outra história apresentada na segunda temporada de Das boot tem Simone Strasser (Vicky Krieps) como personagem principal. De volta a La Rochelle, ela continua na luta para salvar famílias judias perseguidas e conta com ajuda da colega de quarto Margot (Fleur Geffrier). Porém, as atitudes dela começam a levantar suspeitas de Forster (Tom Wlaschiha), o que a coloca em perigo, assim como os refugiados.
Já a terceira narrativa é protagonizada por Hoffmann (Rick Okon), ex-capitão do U-612. Após ter sobrevivido no meio do Oceano Atlântico, ele reconstrói a vida em Nova York com ajuda de Sam Greenwood (Vincent Kartheiser). Ele faz de tudo para voltar para a Alemanha, mas, antes precisa auxiliar Sam numa missão que coloca a prova a lealdade dele ao próprio país.
Não se engane com o ritmo mais arrastado do primeiro episódio da segunda temporada de Das boot. Ele é necessário para estabelecer os panoramas relacionados às três histórias principais. Passado o piloto, o ritmo — pelo menos até o quarto episódio — é envolvente, com muitas tensões e situações acontecendo a cada episódio.
No caso do arco de Johannes von Reinhartz, há suspense e um certo jogo de xadrez por conta dos planos de deserção do personagem. Já na narrativa de Hoffmann, o personagem tem a fidelidade à Alemanha contestada e a série faz isso mostrando um lado mais humano do ex-capitão, dando espaço, inclusive, para um romance, que coloca o personagem ainda mais em dúvida sobre de que lado realmente está, e de cenas em flashback do período em que ficou abandonado no mar.
No enredo de Simone e Margot, o seriado mostra os horrores da perseguição ao povo judeu pelos nazistas. Mesmo que seja uma narrativa bastante explorada em outras produções, a trama a faz de forma diferente ao se passar dentro da França e não no território alemão.
Apesar de serem narrativas distintas, as três histórias têm em comum a desconfiança dos personagens em relação à guerra. Percebe-se um descontentamento e uma desconfiança às reais motivações dos conflitos, o que serve para criar enredos interessantes e até mesmo surpreendentes.
A sequência mantém a ótima qualidade visual de retratar cenários tanto dentro dos navios, quanto fora deles, de forma fiel. É de impressionar a quantidade de detalhes históricos, principalmente, dentro dos barcos.
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