Pedro Maya: falta protagonismo negro na tevê

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Em entrevista, o ator Pedro Maya, o Garoto de Malhação, fala sobre a carreira, a importância da música na vida dele e sobre a falta de representatividade na TV. Confira!

Pedro Maya chegou à Malhação — Vidas brasileiras de mansinho. Garoto, o personagem, dele era marrento no início da trama, deu trabalho a Gabriela (Camila Morgado), mas logo conquistou a galera do Sapiência e foi adotado por Heitor (Luiz Gustavo). Recentemente, ele passou maus bocados por causa de uma fã maluca, sem limites, que o perseguia.

Em entrevista ao Próximo Capítulo, ele fala sobre a relação com as fãs e a falta de espaço para negros na tevê brasileira.

Confira a entrevista com o ator Pedro Maya!

Pedro Maya: “Penso que toda cena possui uma musicalidade e vamos brincando com isso, dando pausas, sendo mais rápidos ou lentos, etc. Sou realizado de poder trabalhar com os dois”

Atualmente, o Garoto está passando por um apuro com a Sofia o perseguindo. Como você reagiria a uma fã como ela?
Não sei como reagiria, de verdade (risos)! É uma situação bem louca, né? Não sei se procuraria por alguém, se iria à polícia… É uma situação delicada, de um afeto gratuito, mas mal direcionado e sem limites. Só vivendo pra saber (mas Deus me livre).

Sua relação com os fãs é mais tranquila?
Minha relação é bem tranquila, eu sou muito receptivo com quem vem falar comigo, e isso faz com que as pessoas se identifiquem. E até o momento fui respeitado, e isso é determinante. Nunca tive nenhum problema relacionado a abordagem de fãs.

O Garoto é músico e você toca violão há anos. Como é a sua relação com a música?
Eu amo a música, fiz aulas com alguns professores particulares e alguns cursos, como na Casa do Choro e na Escola de Música Villa-Lobos. Eu amo a música, sou sambista, toco violão de 7 cordas e, às vezes, faço alguns trabalhos. Eu sinto que a música tem um papel importante até para a cena. Penso que toda cena possui uma musicalidade e vamos brincando com isso, dando pausas, sendo mais rápidos ou lentos, etc. Sou realizado de poder trabalhar com os dois.

Na novela você tem a oportunidade de contracenar com atores de outra geração, como o Luiz Gustavo. Como é essa troca?
É uma experiência incrível. São sempre muito atenciosos e disponíveis, além de profissionais impecáveis. Verdadeiros exemplos a serem seguidos. O Luiz, que é com quem mais contraceno, é um exemplo de profissionalismo incrível. Antes de todas as gravações passamos as cenas repetidas vezes e tentamos sempre achar algum elemento que as fortaleça. Ele é uma referência não só na dramaturgia, mas em todos os aspectos.

Esta temporada de Malhação tem 17 quinzenas com diferentes protagonistas e poucos são negros. Falta representatividade na televisão brasileira?
Falta, sim. Ainda que hoje tenhamos um número maior de negros na tevê, é importante também abrir mais possibilidades de personagens, com uma variedade maior de características. E é muito importante o protagonismo que os negros vêm ganhando por uma série de questões, entre elas, a representatividade e a reflexão acerca dos estereótipos. Essas são muito interessantes e conectadas, porque é algo com que nos deparamos bastante ainda.

O que pode ser feito para melhorar esse cenário?
Acredito que, além de nos chamarem, é preciso que também façamos por nós. Precisamos assistir às nossas peças, prestigiar os nossos escritores negros, dar ênfase e valor a isso. E quando digo que precisamos, digo no nível social, de existirem políticas que incentivem isso, como, por exemplo, na escola. Precisamos também saber sobre o passado, estudando História, para entender o presente e a real condição em que o povo negro se encontra.

Você começou a carreira no teatro infantil e agora está numa novela destinada ao público juvenil. Faltam opções de qualidade para esse público?
Talvez na tevê aberta falte, mas creio que temos bastante no teatro. O problema é o acesso dessas pessoas ao teatro.

Você é filho do ator Jorge Maya. O quanto isso o influenciou na carreira?
Acho que praticamente tudo. Meu primeiro contato com a arte foi através dele e de suas peças. Sempre estive nos teatros e desde cedo gostava de brincar de atuar. Acabou que o resto veio com o tempo, o prazer e a paixão pelo fazer artístico.

Vinícius Nader

Boas histórias são a paixão de qualquer jornalista. As bem desenvolvidas conquistam, seja em novelas, seja na vida real. Os programas de auditório também são um fraco. Tem uma queda por Malhação, adorou Por amor e sabe quem matou Odete Roitman.

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