Quando Skam chegou às telinhas, ainda em 2015, o sucesso foi estrondoso. Com uma linha narrativa bem atualizada, que ia além de romances e tocava questões existenciais e políticas, o seriado foi o grande responsável por colocar a produção televisiva norueguesa em maior popularidade, e não para menos, o canal estatal NRK (responsável por criar Skam) agora aposta na semelhante Lovleg.
Já que Skam não pode ser mantida no país por decisão da criadora, Julie Andem, e agora roda o mundo em reboots (tem versão italiana, alemã, norte-americana, francesa e futuramente espanhola e mexicana), nada mais lógico do que a NRK tentar emplacar outro hit, certo? Errado.
O grande problema dessas “inspirações” é que nem sempre o objetivo de uma produção pode ser reciclado, e esse parece ser o grande problema com o piloto de Lovleg. Mas vamos com calma. Primeiro, qual é a da história?
O enredo é bem simples e acompanha a jornada da jovem Gunnhild (Kristine Ryssdalsnes Horvli), uma garota bem estabanada e ainda meio “criança” que acaba de chegar a Sandane, um centro administrativo da cidade de Gloppen, no condado de Song og Fjordane, no litoral norte da Noruega.
Agora, longe dos pais, a garota vai viver em uma espécie de república, com Sara (Silje Holm Carlsen), a amiga popular e descontraída; Alex (Olav Barmen Trolleba), o cara meio desligado do grupo e Peter (Runar Naustdal), o atleta legal da nova escola.
Lovleg apresenta as clássicas cenas divididas em datas e horários como em Skam (pelo menos fica o ponto positivo para o público em aprender os dias da semana em norueguês…) e toda a vida “real” dos personagens em redes sociais e no site da emissora (que você pode ver aqui e inclusive assistir alguns trechos dos episódios liberados até agora – que são três).
A série tem um piloto quase constrangedor, em que grande parte dos diálogos tenta forçar um tom cômico superficial, fazendo o público ter de acompanhar um “humor” bem estilo Sessão da tarde, com tombos, vômitos e privada entupida (sim, tem essa cena…).
O piloto não é bom, fato. Mas isso justifica abandonar Lovleg? Não. Definitivamente, não.
Primeiramente, é importante lembrar que mesmo Skam não era excelente no começo. Pelo contrário, até meados da primeira temporada era difícil entender qual era a linha narrativa da produção. Mas ela conseguiu se reerguer, se transformando em um fenômeno hoje adaptado para vários países.
Em segundo lugar, Lovleg é uma chance de mudar o panorama do que você anda assistindo. Acompanhar uma produção seriada fora dos Estados Unidos é uma oportunidade de ver pontos de vistas novos, de aprender um novo jeito de contar história, enfim, conhecer uma nova cultura.
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