Mrs. Marvel apresenta imenso potencial de se tornar uma série histórica

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O Próximo Capítulo já assistiu aos dois primeiros episódios da série e aponta os detaques da cativante nova série da Marvel na Disney+

Por Pedro Ibarra

“Não são as garotas marrons de Jersey City que vão salvar o mundo”, constata Kamala Khan, protagonista da nova série da Disney+ Mrs. Marvel. Interpretada por Iman Vellani, a super-heroína é uma adolescente, na cidade norte-americana localizada no estado de Nova Jersey, que é fascinada nos Vingadores e se vê capaz de tentar ajudar o mundo quando misteriosamente ganha poderes a partir de um bracelete de família. A jovem comanda a mais nova série da Marvel na plataforma de streaming. As aventuras da heroína inexperiente começam nesta quarta (8/6).

Uma das personagens mais recentes dos quadrinhos a ganhar uma produção solo, a Mrs. Marvel da Kamala Khan foi publicada pela primeira vez em 2013, em uma HQ da Capitã Marvel. A primeira história solo veio apenas em 2014. Porém, a poderosa menina se tornou muito popular não só pelas narrativas fantásticas, mas por ser a primeira protagonista muçulmana da Marvel, consequentemente a primeira heroína da religião no universo da marca.

A partir justamente desse ponto que começam os acertos da série nos dois primeiros episódios, que o Próximo Capítulo teve acesso. Pouco explorada do ponto de vista dos “mocinhos” em Hollywood, a cultura muçulmana e paquistanesa, origem de Khan, tem caráter central na trama. A superpoderosa precisa conciliar a descoberta dos próprios poderes, com os limites impostos pela família e pela religião. Kamala tem apenas 16 anos e ainda está amadurecendo como pessoa e passando por fases finais da puberdade.

Dessa forma, nos dois primeiros episódios a série passeia entre gêneros interessantes da cinematografia. É em essência uma série de heróis, tem traços claros dos chamados coming of age, denominação famosa de filmes sobre amadurecimento de jovens em inglês, flerta muito com a comédia e tem até uma cena com referências de musicais.

Mrs. Marvel apresenta um misto de ousadia e leveza. Trata de assuntos seríssimos, como o lugar das mulheres na sociedade islâmica, e tabus que têm sido questionados, tornando-se uma das primeiras produções da Marvel a falar abertamente sobre menstruação. Porém também tem espaço para piadas muito engraçadas, principalmente envolvendo o choque de culturas norte-americana e paquistanesa, e para divertida ação estabanada da carismática protagonista.

Esteticamente é a produção mais arrojada e inovadora da Marvel desde WandaVision. Com referência claras ao longa da Sony Homem-aranha no aranhaverso, a série usa muito da animação, seja ela em computação gráfica, stopmotion, desenhos ou grafite, como artifício narrativo e auxílio em cena. O seriado tem um visual exuberante colorido, com saídas fora do usual para questões simples. Um bom exemplo são as mensagens por celular, geralmente escritas em objetos da cenografia próximos aos personagens.

As atuações também são um ponto alto. O destaque absoluto fica para Iman Vellani que usa de um carisma impressionante para dar vida a uma Kamala Khan extremamente cativante, quase familiar, uma personagem que se torna uma amiga próxima do espectador. Matt Lintz, que faz o melhor amigo, Bruno; Yasmeen Fletcher, responsável pela amiga Nakia; Zenobia Schroff e Mohan Kapoor, intérpretes respectivamente de mãe e pai de Khan, são outras grandes, importantes e divertidas figuras da trama.

Mrs. Marvel tem a cara do futuro do Universo Cinematográfico Marvel (MCU). Seja porque estamos vendo uma jovem heroína com muito futuro pela frente e extremamente bem aproveitada, seja porque trata de temas de alta relevância social. A produção talvez seja uma das mais socialmente engajadas desde Pantera Negra. Um bom desenvolvimento de narrativa e dos personagens, não só nos quatro próximos episódios, mas também em produções que estão por vir, é essencial para a Marvel para se manter no topo. Kamala Khan pode ser, finalmente, a garota marrom que mudou o mundo.

Pedro Ibarra

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