Crítica: Hunters, da Amazon Prime Vídeo, dá a impressão de se assistir a algo de Tarantino na tevê

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Nova produção do streaming reafirma a característica diferenciada do serviço. Confira crítica de Hunters

Lançada no último dia 21 na Amazon Prime Vídeo, a série Hunters é mais uma obra da plataforma que reafirma a característica do streaming de buscar formas de narrativas que bebam da fonte do cinema e que tenham enredos e humor diferenciados.

Para começar, isso fica claro na escolha de Jordan Peele, vencedor do Oscar de melhor roteiro por Corra!, como produtor executivo da trama. Depois, na presença de Al Pacino como um dos protagonistas. Na linguagem, a atração se inspira bastante nas produções de Quentin Tarantino, com cenas bastante violentas e até na premissa de falar sobre o nazismo — o diretor abordou o tema em Bastardos inglórios (2009).

Crédito: Amazon Prime Vídeo/Divulgação

Hunters, como o nome em inglês leva a entender, narra a história de um grupo de caçadores de nazistas. O time é encabeçado por Meyer Offerman (Al Pacino), judeu sobrevivente do Holocausto, que vive nos Estados Unidos no fim dos anos 1970. Ao lado de um grupo de pessoas com diferentes habilidades, ele faz justiça com as próprias mãos, eliminando um a um os nazistas que se infiltraram nos EUA no pós-guerra.

A narrativa tem início a partir da morte da judia Ruth (Jeanni Berlin). É depois do falecimento da personagem que o neto dela, Jonah (Logan Lerman), descobre a existência do grupo de caçadores e se junta a eles. Paralelamente, a trama mostra outras duas caçadas — a dos nazistas, que têm um novo plano a executar: o do Quarto Reich; e do FBI, que tenta desvendar o emaranhado de crimes envolvendo os judeus e os nazistas na terra do Tio Sam mesmo após anos do conflito.

Crítica de Hunters

Vários aspectos estão a favor de Hunters. O elenco é um deles. Al Pacino e Logan estão muito bem em seus papéis, mas são os coadjuvantes que dão um toque ainda mais especial à trama. Destaque para Josh Radnor na pele do ator Lonny Flash; Greg Austin interpretando o americano Travis Leich, que trabalha para os nazistas; e Kate Mulvany como a Irmã Harriet, mais uma da equipe do Meyer.

Além disso, a série desperta um debate sobre o ódio e a vingança. Em um certo momento, Meyer diz uma das frases mais interessantes da trama: “Só existe o passado se repetindo, com novos jogadores esperando que os resultados sejam diferentes”. O diálogo com Jonah mostra que, tanto na ficção como na realidade, o passado se repete. Nos últimos anos, no mundo real, as referências ao nazismo tem voltado aos holofotes. Aqui no Brasil, por exemplo.

Crédito: Amazon Prime Vídeo/Divulgação

Outro ponto positivo da atração é a escolha pelos flashbacks. Apesar de morrer logo no início da série, a presença de Ruth ainda é forte no seriado por conta dessas cenas do passado. É legal conhecer essa personagem tão importante para a trama pelo viés histórico. E não é só ela que ganha flashbacks, outros personagens também têm tempo de tela nesse formato, o que enriquece a trama.

No mundo dos streamings normalmente se fala pouco sobre as aberturas. Em Hunters é necessário destacar a vinheta. À primeira vista, assim que se assiste à abertura no primeiro episódio, ela pode parecer sem sentido. Mas depois, no segundo capítulo, tudo fica bem claro e demonstra a inteligência em absorver as referências da história para a abertura. Mais um ponto para a Amazon.

Adriana Izel

Jornalista, mas antes de qualquer coisa viciada em séries. Ama Friends, mas se identifica mais com How I met your mother. Nunca superou o final de Lost. E tem Game of thrones como a série preferida de todos os tempos.

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