Autor: Ana Paula Lisboa
O evento ocorrerá a partir das 14h, na Casa Thomas Jefferson
Isa Minatel, psicopedagoga e autora do programa Manhã sem Limites, estará neste sabádo (25) em Brasília para apresentar uma palestra sobre como entender as emoções dos filhos. Mesmo que eles ainda não usem as palavras para se expressar. O evento ocorrerá a partir das 14h, na Casa Thomas Jefferson, na Asa Sul, e a apresentação faz parte do Ciclo de palestras Nova geração de pais. Para participar é necessário se inscrever e pagar a taxa entre R$ 100 e R$ 150.
Abaixo, alguns temas ligados à educação infantil que quebram paradigmas sociais muito trabalhados pelos pais até hoje e que Isa pode falar a respeito.
– “Cozinha é lugar de criança”
Ela defende que crianças pequenas podem se sentir mais estimuladas a comer, a participar das tarefas domésticas, além de aprender sobre segurança dentro de casa e brincar com coisas simples, passando tempo junto com os pais e não conectada à Internet, em um cômodo isolado da casa.
– “Criança não gosta de brinquedo”
É comum ouvir de pais de crianças pequenas que o filho gosta mais de tampinhas, colheres de madeira, forminhas, panelas, terra e quando ganham brinquedos de lojas, elas não ligam e deixam de lado. Isa defende que o consumismo pode ser desacelerado na infância e a família pode e deve estimular o brincar com acessórios domésticos, ao ar livre. Tirar a criança do quarto e da sala e levar mais para a cozinha, para o banheiro e área de serviço onde as coisas ocorrem dentro de casa.Tempo junto, livre brincar são grandes aliados na educação infantil com afeto.
– “Deixe a criança brincar com o fogo”
Com supervisão, claro! Isa indica que os pequenos participem da feitura dos alimentos. Que cozinhem junto, que entendam os riscos de mexer com o fogão e panelas quentes e trabalhem a autoproteção e o respeito às regras desde cedo, sempre assistidas pelos pais ou monitores.
– “É preciso estudar para ser pai e mãe”
Isa lembra que precisamos de habilitação para trabalhar e para dirigir, mas não estudamos para cuidar de uma vida nova, o bem mais precioso do ser humano. Essa é a profissão que não pode dar errado. Os pais precisam de conteúdo, de informação, de conhecimento sobre as fases da infância, sobre como lidar com os filhos.
– “Não quero que meu filho seja obediente”
Isa se refere ao empreendedorismo infantil. Crianças cerceadas sob regras, não criam, nem empreendem. Ela lembra de exemplos das que desenham muito na escola e são coibidas por pais e professores e na vida adulta acabam se tornando grandes designers e ilustradores, após vencer uma série de obstáculos e frustrações.
Para mais informações ligue (61) 3442-5500 ou acesse o site da instituição
Endereço: SEPS 706/906 – Conjunto B – Asa Sul – Brasília, DF
O ganhador do prêmio Nobel de Economia e diretor do Centro de Economia do Desenvolvimento Humano (CEHD), James Heckman, divulgou, nesta semana, uma nova pesquisa sobre o programa Perry School — experimento social desenvolvido nos Estados Unidos, em 1962. O estudo aponta bons resultados no que diz respeito à educação, saúde, emprego em tempo integral e redução da incidência de mau comportamento ou crime na vida dos filhos de quem participou do programa.
O programa Perry School ocorreu na cidade de Ypslanti, no estado de Michigan. Durante o experimento, 123 alunos de uma mesma escola foram divididos em dois grupos. Um deles recebeu educação pré-escolar de alta qualidade; o outro, não. Mais de 50 anos depois do programa, a pesquisa de Heckman revelou que 59% dos filhos do primeiro grupo têm um emprego em tempo integral ou são autônomos. Entre os filhos do segundo grupo, o percentual é de 42%. Além disso, 67% dos filhos do primeiro grupo completaram o ensino médio sem nenhuma suspensão, enquanto 40% dos filhos do segundo receberam punição na escola.
De acordo com a pesquisa, os estudantes que participaram do Perry School receberam bases sólidas para um ambiente familiar mais seguro, o que beneficiou os filhos dos participantes. O estudo mostra que a educação na primeira infância pode ser uma maneira eficaz de quebrar o ciclo de pobreza.
‘Desfile’ de crianças para adoção é criticado na internet e repudiado por entidades
Com a aproximação do Dia Nacional da Adoção, comemorado anualmente em 25 de maio, diversas associações e entidades promoveram iniciativas para sensibilizar o público e ajudar a dar um lar para crianças e adolescentes que precisam — caso da Vara da Infância do DF. No Mato Grosso, porém, uma ação nesse sentido foi longe demais, causando polêmica e indignação.
A Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (AMPARA), em parceria com a Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da seccional Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT) organizou, na última terça-feira (21), um desfile com meninos e meninas de 4 a 17 anos que estão aptas para adoção.
O evento Adoção na passarela foi no Pantanal Shopping, em Cuiabá. Fotos caíram nas redes sociais e acabaram viralizando e despertando muitas críticas. Cerca de 200 pessoas teriam formado a plateia do desfile. A ação arrecadou roupas e calçados de marcas do shopping que foram exibidos pelas crianças e adolescentes participantes.
Violação aos direitos humanos
A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef) repudiou o ato, por representar grave violação aos direitos humanos ao tratar crianças como um objeto de apreciação”. Confira a nota na íntegra:
“A Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef), vem, por meio desta nota, manifestar sua indignação e repulsa ao evento organizado pela Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) e pela Comissão de Infância e Juventude da OAB do Mato Grosso, ocasião na qual crianças e jovens de 4 a 17 anos foram expostas em uma passarela de um shopping da capital do Mato Grosso por estarem “aptas” à adoção.
Para nós, defensores e defensoras federais, o ato representa grave violação aos direitos humanos ao tratar as crianças como um objeto de apreciação, podendo ocasionar graves efeitos psicológicos devido à exposição. Sabemos que, lamentavelmente, o processo de adoção no Brasil é bastante moroso e precisa ser aprimorado, mas é inaceitável qualquer ação que trate pessoas, de qualquer idade, raça ou religião, como uma mercadoria. Por fim, a Anadef repudia o ato e afirma seu papel na garantia dos direitos humanos e na defesa, em todos os graus, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos prejudicados”.
Esclarecimento
A OAB-MT se manifestou por meio de nota sobre o caso. Confira:
“Diante da repercussão do evento “Adoção na Passarela”, realizado pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (AMPARA) e pela Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), as instituições vêm a público esclarecer que:
– Nunca foi o objetivo do evento – parte integrante de uma série de outros que compõem a “Semana da Adoção” – apresentar as crianças e adolescentes a famílias para a concretização da adoção. A ideia da ação visa promover a convivência social e mostrar a diversidade da construção familiar por meio da adoção com a participação das famílias adotivas;
– Nenhuma criança ou adolescente foi obrigado a participar do evento e todos eles expressaram aos organizadores alegria com a possibilidade de participarem de um momento como esse. A ação deu a eles a oportunidade de, em um mundo que os trata como se invisíveis fossem, poderem integrar uma convivência social, diretriz do Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária. Esse evento, inclusive, ocorre pela segunda vez;
– Crianças e adolescentes que desfilaram o fizeram na companhia de seus “padrinhos” ou com seus pais adotivos. A realização do evento ocorreu sob absoluta autorização judicial conferida pelas varas da Infância e Juventude de Cuiabá e Várzea Grande, bem como o apoio do Poder Judiciário.
– A OAB-MT e a Ampara repudiam qualquer tipo de distorção do evento associando-o a períodos sombrios de nossa história e reitera que em nenhum momento houve a exposição de crianças e adolescentes;
– Vale destacar que o desfile foi apenas uma das ações da “Semana da Adoção”. Ao longo dos dias do evento foram realizados também palestras, seminários e recreação para as crianças;
– A falta de interessados na chamada “adoção tardia” faz com que seja urgente a adoção de medidas como a Semana da Adoção, que tornam público esse problema social. Conforme o Relatório de Dados Estatísticos do Cadastro Nacional de Adoção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), 8,7 mil crianças e adolescentes aguardam por uma família.
– Na edição anterior do evento, realizado em 2016, dois adolescentes, cujo perfil está fora dos parâmetros de preferência da fila de interessados, foram adotados graças ao trabalho realizado, que deu visibilidade à questão. A iniciativa tem sido tão exitosa na forma como aborda o problema que outros Estados realizaram eventos semelhantes, como “Esperando por você” (ES), “Adote um Pequeno Torcedor” (PE) e “Adote um Pequeno Campeão” (MG);
– Por fim, a Ampara e a OAB-MT, realizadoras do evento, agradecem a disposição de todos os demais órgãos e entidades apoiadores, dentre eles o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e o Pantanal Shopping, por entenderem a grandeza de sua finalidade e abraçarem, de forma voluntária, a causa da adoção no Estado. Também conclamam a sociedade em geral para uma discussão séria e efetiva sobre o tema para que mais estratégias possam ser adotadas em prol do direito de possibilitar o acolhimento familiar a essas crianças e esses adolescentes.”
CLDF sediará comissão sobre primeira infância durante a Semana do Bebê
Na próxima semana, o Plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) discutirá como a CLDF e o Governo do Distrito Federal (GDF) investem na primeira infância — período que vai do nascimento até os 6 anos de idade. O evento ocorrerá na próxima quinta-feira (6), às 15h.
A iniciativa é da deputada distrital Júlia Lucy (Novo-DF), presidente da Frente Parlamentar da Primeira Infância, que foi lançada em 22 de abril. O grupo é composto ainda pelos parlamentares Jorge Vianna (Pode-DF), Delmasso (PRB-DF), Telma Ruffino (Pros-DF) e Reginaldo Sardinha (Avante-DF). A reunião é organizada em parceria com a Comissão de Proteção e Defesa da Criança e Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Durante o evento, parlamentares, representantes dos governos distrital e federal, especialistas na área e representantes da sociedade civil falarão sobre acolhimento, saúde e educação durante a primeira infância. A audiência no dia 6 integra a agenda de eventos da 4ª Semana do Bebê do Distrito Federal, que ocorrerá entre 31 de maio e 7 de junho.
A iniciativa, apoiada pelo Fundo Internacional de Emergência para a Infância das Nações Unidas (Unicef), visa incentivar a mobilização e o debate sobre os direitos da criança na primeira infância, além dos de gestantes e mães. A Semana do Bebê ocorre em diversos municípios do país há mais de 10 anos. O principal objetivo é incentivar a reflexão e a avaliação das condições sociais, educacionais e de saúde que o Estado oferece às crianças.
Interessados na IV Semana do Bebê poderão conferir a programação, quando estiver pronta, no site
Projeto Pai Legal nas Escolas estará no Recanto das Emas e em Samambaia
A Promotoria de Justiça de Defesa da Filiação (Profide) percorre as regiões administrativas do Distrito Federal com atendimentos em centros comunitários ou em escolas próximas ao local de residência das crianças. A Profide organiza o programa Pai Legal nas Escolas com o objetivo de promover mutirões de atendimento para regularizar a situação de crianças matriculadas nas escolas públicas do Distrito Federal e que foram registradas sem o nome do pai.
A iniciativa existe desde 2002 e atende alunos matriculados na rede de ensino público. Este mês, o Projeto Pai Legal nas Escolas será promovido, no Recanto das Emas, nesta quarta-feira (22) e, em Samambaia, na próxima semana, em 29 de maio. Para esta quarta-feira (22), foram chamadas 524 mães de alunos do ensino público do Recanto das Emas. Em Samambaia, foram 762 notificações.
Para que sejam atendidas, as responsáveis devem levar os documentos pessoais de identificação e do filho, além de referências que possam auxiliar na localização do pai. Caso não haja informações sobre a atual localização, o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) pode ajudar na busca. Também é possível se beneficiar do programa se o pai estiver preso ou for falecido.
No Recanto das Emas, o serviço começa às 14 horas e ocorrerá no Centro de Convivência do Idoso, na Avenida Recanto das Emas, Quadra 205, em frente ao Castelo Forte. Em Samambaia, os mutirões também começam às 14 horas e serão no Galpão Multiuso do Complexo Cultural de Samambaia, Quadra 301, Conjunto 5, Centro Urbano (próximo aos Correios).
Entre janeiro de junho de 2018, o Ministério dos Direitos Humanos registrou 8,5 mil casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em todo o país por meio do Disque 100 . Em 2017, em todo o ano, foram mais de 20 mil ocorrências. No Distrito Federal, o sistema computou 133 agressões até junho de 2018 e 319 durante o ano de 2017.
Como nem todos os crimes sexuais contra a população de 0 a 17 anos chegam a ser denunciados, o número total de casos deve ser muito maior. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que apenas 10% dos casos são notificados no país . E, em 71% dos casos, o agressor é um familiar ou alguma pessoa próxima da vítima.
Entre os 8.581 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes registrados na primeira metade do ano passado, 47,99% foram praticados contra meninas; e 40,70% contra meninos — em 11,31%, o gênero não foi informado. A maior quantidade de agressões foi registrada contra crianças de 4 a 7 anos, que correspondem a 21,47% das vítimas. Em 17,76% dos crimes, as crianças tinham até 3 anos.
O que acende o alerta para a importância de combater e prevenir esse tipo de violência na primeira infância, fase em que meninos e meninas são mais vulneráveis e têm menos possibilidades de denunciar. Os casos diminuem à medida que as crianças crescem: 20,01% das vítimas têm de 8 a 11 anos; 17,43% de 12 a 14 anos; 11,69% de 15 a 17 anos. A exploração sexual, quando se paga para ter sexo com a pessoa com menos de 18 anos, é responsável por 16,08% dos casos.
Em seguida, aparecem pornografia infantil (15,52%), sexting — divulgação de conteúdos eróticos por meio de celulares — (1,26%), grooming — sedução virtual — (1,13%) e exploração sexual do turismo (0,09%). Com relação à essa última modalidade, a Polícia Rodoviária Federal publica todos os anos um balanço de pontos vulneráveis nas rodovias brasileiras. Em 2018, foram constatados 2.487 pontos vulneráveis.
Dia de luta: 18 de maio
Maio é o mês-símbolo dessa luta. Em 18 de maio, celebra-se o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data, instituída pela Lei Federal nº 9.970/2000 , é uma homenagem à jovem Araceli, menina de 8 anos que foi vítima de um crime que chocou o país em 1973. Em Vitória, no Espírito Santo, ela foi raptada, estuprada e morta por jovens de classe média alta daquela cidade. O crime, apesar da natureza hedionda, segue até hoje impune.
Faça Bonito!
O Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes promove a campanha Faça Bonito! para demarcar essa luta. Qualquer pessoa pode aderir, participar e divulgar. Saiba mais no site.
Na legislação
A Fundação Abrinq lançou recentemente o estudo Caderno legislativo da criança e do adolescente 2019 . A publicação apresenta quais são as proposições prioritárias para a infância e adolescência em tramitação no Congresso Nacional e faz um apanhado histórico das legislações já existentes. Uma das conclusões, no que diz respeito à violência sexual, é que a legislação sozinha não basta para garantir direitos. É preciso ter políticas públicas mais eficazes, tanto de combate, quanto de prevenção.
Entre os acordos e compromissos internacionais relativos à infância e à adolescência, está a Declaração de Estocolmo , resultante do Congresso Mundial sobre Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1996. O documento tem como objetivo combater o fenômeno da exploração sexual comercial de crianças, mediante uma ação integrada em todos os níveis, local, nacional e internacional.
A publicação da Fundação Abrinq conclui que “o cenário da infância e adolescência era aterrorizante nos anos que antecederam à Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) , em 1990”. Isso “pois crianças e adolescentes estavam submetidos a condições de vida sub-humanas, sofrendo de desnutrição crônica, sendo submetidos a trabalho forçado e precoce, sem acesso à educação e sofrendo todos os tipos de violência: abandono, violência, exploração sexual e demais situações que os colocavam em alta situação de risco”.
Com relação à violência sexual, a Constituição Federal brasileira resguarda crianças e adolescentes nesse sentido, nos artigos 5º e 227º. O ECA também é fundamental nesse sentido. No entanto, só a legislação é insuficiente para proteger as pessoas de até 17 anos desse tipo de crime, que, infelizmente, ainda é comum: a publicação da Abrinq cita que, entre os casos de violência sexual notificados no sistema de saúde, em 2011, mais de 70% dos estupros foram cometidos contra crianças e adolescentes no Brasil.
Por isso, a fundação recomenda a criação de programas efetivos: “a partir deste cenário, entendemos que é fundamental discutir e implementar políticas públicas voltadas à prevenção e redução da violência contra crianças e adolescentes, efetivando a doutrina da proteção integral prevista na Constituição Federal.” Na 55ª Legislatura (2015-2019) do Congresso Nacional, foram apresentadas e tramitaram 337 proposições que se relacionam, direta ou indiretamente, à violência contra a criança e o adolescente.
Dessas, 70 tratam de violência sexual, a maioria na lógica de agravar a punição do agressor após a violência. O estudo da Abrinq cita que, desde 2009, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostra que o número de casos notificados de violência sexual contra crianças e adolescentes é bem alto, por isso, exigem ação. “As alterações consecutivas na legislação penal, com vistas a agravar as penas para os agressores, são importantíssimas, mas, sozinhas, não vão reduzir esses terríveis indicadores — o que aponta para a necessidade de urgentes medidas de prevenção à violência”, defende o estudo.
Projetos de lei
Desde 2012, a Fundação Abrinq mapeia proposições legislativas que se referem, direta ou indiretamente, a direitos da criança e do adolescente e que tramitam nas duas Casas Legislativas. Até 7 de dezembro de 2018, foram identificadas 4.334 proposições, das quais ainda estão ativas 3.849. Desse total, 2.328 foram apresentadas e tramitaram durante a 55ª Legislatura (período de 2015 a 2018), e somente 193 delas chegaram ao fim do processo legislativo (arquivadas, devolvidas ou retiradas pelo autor e transformadas em norma jurídica). Ou seja, até dezembro de 2018, 2.135 proposições ainda tramitavam.
Confira propostas consideradas prioritárias pela Fundação Abrinq que envolvem a temática:
PL nº 4.018/2004, do Senado Federal , de Edison Lobão (PFL/MA): altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, e a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para combater a prostituição e a exploração sexual de crianças e adolescentes. Exige autorização judicial para que o adolescente possa viajar desacompanhado e aumenta para 30 dias o período de fechamento de estabelecimento que hospede criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável.
PL nº 6.831/2010 , da Câmara Federal, de Paes de Lira (PTC/SP): altera os arts. 213, 217-A e 225 do Decreto-Lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, dispõe sobre o crime de estupro e dá outras providências. A proposta foi desarquivada este ano.
Relato de uma vítima
Youtuber , palestrante e digital influencer cristã, Fabiola Melo foi vítima de abuso por uma pessoa de confiança da família aos 9 anos.
Na época, ela não entendeu a violência que havia sofrido, e sem denunciar, seguiu com as marcas dessa violação. Já adulta, motivada pela própria dor e pelos pedidos de socorro que recebe diariamente nas redes sociais, ela lança o escreveu o livro A culpa não é sua.
A obra é publicada pela editora Mundo Cristão e tem o objetivo de ajudar a todos que passam ou passaram pela mesma situação. Além da própria experiência, na obra, a autora revela relatos marcantes de diversas mulheres que também sofreram com a agressão, seja na infância, seja na vida adulta.
A publicação traz ainda uma série de complementos, como explicações acerca dos mitos e realidades relacionados ao abuso sexual de crianças e adolescentes, informações sobre os meios de denunciar o crime e dados sobre abuso no Brasil.
Leia!
A culpa não é sua
Autora: Fabiola Melo
144 páginas
R$ 29,90
Tema chega às telonas
A edição do Festival Varilux de Cinema Francês deste ano, entre 6 a 19 de junho, traz duas produções sobre abuso e exploração infantil. O longa Graças a Deus (Califórnia Filmes), de François Ozon, retrata o caso de um padre acusado de molestar dezenas de meninos entre os anos 1980 e 1990.
Na história, Alexandre (Melvil Poupaud) vive em Lyon com a esposa e os filhos quando descobre que o padre que abusou dele quando era escoteiro ainda trabalha com crianças. Por causa disso, ele inicia um movimento ao qual se juntam François e Emmanuel, outras vítimas do padre, para vir a público e buscar justiça. Mas eles terão que enfrentar todo o poder da cúpula da Igreja nessa batalha.
O outro filme que aborda a temática é Inocência Roubada (A2 Filmes), dirigido por Andrea Bescond e Eric Metayer. Adaptação de um espetáculo de dança da bailarina, atriz e diretora Bescond, a produção é baseada em uma história real. A dança foi a forma encontrada por ela para se libertar dos traumas sofridos na infância.
Ainda não há previsão de quando os filmes vão estrear.
Para estudiosos e outros interessados
A Universidade Federal de São Carlo (UFSCar) vai sediar evento internacional sobre crianças e adolescentes em situação de risco entre 20 e 30 de maio. O ciclo da Escola de Altos Estudos (EAE) – Crianças e Adolescentes em Situação de Risco: Dimensões Éticas, Intervenção e Inovação Científica tem como objetivo principal disseminar conhecimento científico de ponta sobre o impacto de experiências de adversidade e negligência no desenvolvimento humano, bem como discutir possibilidades de intervenção, mantendo um olhar atento para as questões éticas envolvidas.
Entre os palestrantes do primeiro ciclo, está Linda Liebenberg, professora da Dalhousie University, no Canadá. Podem se inscrever estudantes de graduação dos últimos anos, em especial, nas áreas de psicologia, psiquiatria, neurociências do desenvolvimento e educação especial, pesquisadores e alunos de pós-graduação da UFSCar e de outras instituições e pesquisa. Interessados devem se inscrever gratuitamente no site do evento:
A UFSCar ainda promoverá ainda um segundo e um terceiro ciclos. O convidado do segundo ciclo, em agosto, será Charles Nelson, da Universidade Harvard. No terceiro ciclo, em outubro, será a vez de Ilina Singh, da Universidade Oxford.
om o objetivo de obter dados inéditos sobre o crescimento e o desenvolvimento infantil, o Ministério da Saúde encomendou uma pesquisa realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) possibilitará a composição de um retrato da nutrição infantil no Brasil a fim de embasar a elaboração de políticas públicas nas áreas de saúde e nutrição.
Pesquisadores visitarão 15 mil domicílios em 123 municípios para coletar informações detalhadas sobre hábitos alimentares, peso e altura de crianças de até 5 anos. A segunda fase do levantamento chegou à Brasília em abril. Por aqui, serão 590 lares visitados.
Além das visitas, serão realizados exames de sangue nos participantes com mais de seis meses de vida e o mapeamento sanguíneo de 14 micronutrientes, como os minerais zinco e selênio, e vitaminas do complexo B. Em adição, serão investigadas informações sobre amamentação, doação de leite humano, consumo de suplementos de vitaminas e minerais, habilidades culinárias, ambiente alimentar e condições sociais da família.
O pesquisador Gilberto Kac, coordenador nacional do Enai, destaca que um inquérito como esse poderá trazer informações inéditas sobre alimentação infantil e o perfil de deficiência de vitaminas e minerais das crianças brasileiras. E assim, será possível responder, por exemplo, se o índice de desnutrição está realmente diminuindo como um problema epidemiológico.
Até o fim do ano, todas as unidades da Federação receberão pesquisadores.
Especialistas discutem o Marco Legal da Primeira Infância na Câmara dos Deputados
Nesta quinta-feira (9), a Frente Parlamentar Mista da Primeira Infância promove diálogo com especialistas sobre o Marco Legal da Primeira Infância. O evento ocorre às 10h, no Plenário 15, no Anexo II, da Câmara dos Deputados. A programação conta com três momentos distintos.
Nos dois primeiros, Vital Didonet, professor e especialista em educação infantil, e Ivânia Ghesti, especialista em modelos de intervenção psicossocial na Justiça da infância e da juventude, abordam a história do Marco Legal da Primeira Infância, além do esquema geral da legislação, políticas públicas e ações práticas.
Na terceira parte, Miriam Pragita, secretária-executiva da Rede Nacional Primeira Infância (RNPI) e diretora-executiva da Andi — Comunicação e Direitos, comenta a plataforma de monitoramento de implementação da legislação.
Ficou interessado no evento?
A entrada é gratuita e aberta ao público, mas é recomendado chegar alguns minutos antes para garantir lugar no plenário.
Seminário propõe reflexões sobre interação das crianças com a natureza
O evento será gratuito e as vagas são limitadas. Inscreva-se pelo site. É possível conferir a programação completa no link.
Seminário Infância e natureza, um olhar para a diversidade social e ambiental
10 e 11 de junho, das 9h às 17h
Local: Teatro Sesc Senac, Avenida Ayrton Senna, 5555, Gardênia Azul, Rio de Janeiro (RJ)
Lançamento da Paulinas Editora, o livro É mamífero que fala, né?, de autoria de Moises Chencinski e Vanessa Abreu, chegou às livrarias e às lojas on-line com uma proposta inusitada: falar de aleitamento materno diretamente para as famílias, especialmente para as crianças, empregando uma linguagem carinhosa, cuidadosa e acessível.
Para construir o livro, o pediatra e homeopata Moises Chencinski, em parceria com a nutricionista e consultora em aleitamento materno, Vanessa Abreu, tiveram a ideia de abordar o tema de forma lúdica, fortalecendo o vínculo familiar (entre membros como pai, avós, tios), que é a base da rede de apoio para a mãe que amamenta. Ao analisarem as ideias, decidiram contar a história de maneira simples, para as crianças, relacionando-a com algo aprendido em sala de aula: os mamíferos. Com ilustrações da artista plástica Helena Cortez, o livro revela o que há de comum entre todos os mamíferos de maneira belíssima e poética.
Muitos fatores são conhecidos e explorados na obra: falta de informação ou informação inadequada (palpites) nas redes sociais, amigos e familiares e até de profissionais de saúde, falta de apoio à amamentação durante o pré-natal, na maternidade e mesmo nas primeiras consultas com o pediatra,falta de espaço na mídia para divulgação ética e constante sobre a importância do leite materno, licença-maternidade insuficiente para que ocorra aleitamento materno exclusivo, marketing abusivo das indústrias de fórmulas infantis, cultura de desmame desde a infância, quando a maioria das bonecas vem com mamadeiras e chupetas, e muitas outras questões.
Para não ficar só esperando que “os outros” façam alguma coisa em prol do aleitamento materno, o livro É mamífero que fala, né? chega com a missão de reunir a família, fortalecer os vínculos, reforçar a contação de histórias e disseminar informações sobre o aleitamento materno.
É mamífero que fala, né?
Autores: Vanessa de Abreu Barbosa Fernandes, Moises Chencinski
Ilustrações: Helena Cortez
Editora: Paulinas
40 páginas
R$ 31,50
Confira relato dos autores sobre a obra: