Autor: Ana Paula Lisboa
Marco Legal da Primeira Infância comemora cinco anos nesta segunda (8)
Por Isabela Oliveira*
Nesta segunda-feira (8/3), é comemorado o aniversário de cinco anos do Marco Legal da Primeira Infância. A Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016, estabelece a responsabilidade e o dever do estado de criar políticas públicas e planos que atendam a especificidade das crianças de zero a 6 anos.
Heloisa Oliveira, diretora de relações institucionais da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, pontua que o marco legal veio para aproximar o que a ciência diz sobre as crianças nessa etapa da vida.
“Até os 6 anos, é o período em que se forma cerca de 90% da capacidade cerebral de uma pessoa. Uma criança nessa faixa etária tem potencial de assimilação muito grande e a gente chama isso de a grande janela de oportunidades para o desenvolvimento da pessoa humana”, observa a diretora.
O investimento na primeira infância também previne a necessidade da criação de políticas corretivas, no que diz respeito à saúde, à educação, ao comportamento das crianças e futuros adolescentes e à participação em violência. Heloisa Oliveira pontua que investir adequadamente nas crianças tem como consequência não precisar corrigir comportamentos e desigualdades no futuro.
Toda criança tem o direito de brincar
Heloisa Oliveira ainda reforça que há muitos desafios a serem ultrapassados para a garantia do investimento na primeira infância. Independentemente das desigualdades sociais, todas as crianças precisam ter assegurado diversos direitos, dentre eles o de brincar.
“A criança nessa etapa da vida precisa brincar para se desenvolver. É preciso sensibilizar as famílias sobre a importância de brincar e ler histórias com crianças porque muitas famílias não entendem ainda essa importância para o desenvolvimento dos filhos”, explica a economista. “A família é o primeiro local de cuidado da criança”, ensina.
Marco expõe necessidade de política integrada
A lei também aborda a necessidade de uma política integrada. Ou seja, para que o desenvolvimento infantil seja feito de fato é necessário que se invista nas dimensões de saúde, alimentação, nutrição, educação infantil, convivência familiar e comunitária, assistência social à família da criança, cultura, brincar e lazer, espaço e meio ambiente.
Com isso, cabe à União, aos estados e aos municípios criar comitês de políticas públicas e investir em cada dimensão de maneira igualitária para assegurar a articulação das ações e campanhas em prol do início da vida. O Marco Legal estabelece que exista um plano nacional para a primeira infância, que se desdobre em planos estaduais e municipais.
Na prática, a maior parte das políticas da primeira infância ocorrem nas cidades, mas, quando existe uma lei estadual que organiza essa política, é possível estabelecer um mecanismo de cooperação entre o estado e os municípios. Trata-se de uma iniciativa que viabiliza a implementação das políticas onde a criança de fato está.
Heloisa Oliveira acredita que 2021 será um ano importante para a primeira infância, pois os municípios vão formular o Plano Plurianual (PPA) que estabelece orientações para políticas pelos próximos quatro anos. A diretora faz um alerta para que os gestores incluam as crianças de zero a 6 anos nesse plano: “Lugar de prioridade é no orçamento, e a primeira infância tem que estar como prioridade no orçamento público”.
Para auxiliar os gestores a implantarem políticas públicas relacionadas à primeira infância, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal produziu a série de guias “100 dias: os primeiros passos para a infância”. O material tem diretrizes voltadas a áreas estratégicas como gestão, saúde, parentalidade e educação.
*Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa
Musical ‘Como é que se brinca?’ terá apresentações on-line gratuitas
Com sessões em 20, 27 e 28 de fevereiro, o espetáculo infantil traz músicas de Toquinho e reflete sobre diferentes maneiras de se divertir
O espetáculo infantil Como é que se brinca? começa a ser apresentado no sábado (20/2) e terá ainda sessões em 27 e 28 de fevereiro de forma gratuita pelo canal Bravo Teatro Musical no YouTube e pela plataforma Zoom. Serão duas apresentações por dia, às 17h e às 19h30.
Com trilha sonora de Toquinho, Mutinho, Fernando Faro e João Carlos Pecci cantada ao vivo, a obra mostra diferentes formas de se divertir e resgata brincadeiras antigas.
Na trama, os irmãos Nina (Helena Hadich Roble) e Joca (Guga Ghiraldello) ficam o tempo inteiro nos celulares. Até que, em uma visita aos avós Inha (Juliana Palermo) e Inho (Caio Dias), a energia acaba e os idosos aproveitam para mostrar para as crianças os brinquedos que foram da mãe deles e contar histórias.
Os quatro vivem momentos divertidos juntos e acabam por dormir abraçados aos brinquedos no fim do dia.
A obra é livre para toda a família e traz em cena brinquedos de antigamente e músicas de grande sucesso nos anos 1980 e 1990. Após o musical, a conversa do público com a equipe responsável segue pela plataforma Zoom.
Com roteiro de direção de Juliana Hilal, o musical é transmitido diretamente da sede do Espaço Paiol de Arte e Cultura, em Campinas (SP). O espetáculo é produzido com recursos da Lei Aldir Blanc, medida de financiamento emergencial para o setor de cultura instituída em junho de 2020.
A realização é de Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Bravo Teatro Musical, Paiol Produções e Zumbido Cultural.
Menos de US$ 1 por criança é destinado ao combate à violência infantil por ano
O Relatório Couting Pennies 2, da World Vision revela que menos de 1% dos fundos de ajuda internacional são destinados para o combate da violência contra as crianças. Mais de 1 bilhão de meninos e meninas sofrem violência no mundo anualmente, casos que podem custar até US$ 7 milhões para a economia mundial. O relatório foi feito em conjunto com as organizações Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Save the Children, Plan International e Child Fund.
Em 2018, as causas relacionadas à proteção da infância receberam menos de US$ 2 bilhões do fundo de ajuda internacional. Desse valor, somente US$ 511 milhões em investimentos foram destinados a projetos específicos de combate à violência contra crianças, menos de US$ 1 por criança em um ano, o equivalente a cerca de R$ 5,40.
Com a pandemia, é estimado que mais 85 milhões de crianças estejam expostas à violência, física, psicológica, sexual, negligência ou de outras formas. Estima-se que, com a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, 80% dos serviços de proteção da infância tenham sido suspensos, o que deixa crianças em uma posição ainda maior de vulnerabilidade.
Na América Latina e no Caribe, 220 meninos e meninas foram mortos diariamente no âmbito doméstico antes da pandemia. Apesar dos dados alarmantes, pesquisadores constataram que, desde o relatório Counting pennies 1, publicado em 2017, o investimento para ações de combate à violência infantil aumentou 67%.
No novo relatório, a World Vision faz um apelo a doadores para aumentar o financiamento para os esforços que buscam eliminar a violência contra as crianças. De acordo com Andrew Morley, presidente da World Vision Internacional, mesmo com os aumentos, o investimento ainda é ínfimo e “há um longo caminho a percorrer para eliminar a violência contra as crianças”. Ele deixa um apelo para autoridades: “desafiamos os líderes globais e nacionais a fazer mais neste campo”.
Gravidez na adolescência cai 40% entre 2000 e 2016 no DF, aponta Codeplan
A maior proporção de mães de 10 a 19 anos (22,03%) se localiza na Estrutural e a menor (0,86%) reside no Sudoeste/Octogonal. 81% das mães adolescentes são negras
Pesquisa publicada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) revela que a ocorrência de gravidez na adolescência no DF caiu de 9.421, em 2000, para 5.266 em 2016, uma queda de mais de 40%. O estudo considera adolescência como a fase entre a infância e a vida adulta, de 10 a 19 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Os números do DF são os mais baixos do país. Em 2018, a proporção de nascimentos do Distrito Federal, de 10,7%, foi a menor entre as unidades da Federação e inferior à média nacional, de 15,5%.
O estudo entende a gravidez na adolescência como um problema social de vulnerabilidade socioeconômica a ser combatido com uma série de medidas de caráter educativo. Nesse sentido, o mapeamento da Codeplan identifica diferenças significativas em relação a etnia, renda e região administrativa dessas mães.
Entre as mães adolescentes, 81% eram negras e 69% não estavam no ensino formal. O percentual de acordo com a renda também foi expressivo: 75% das mães apresentavam renda familiar per capita de até meio salário mínimo.
A região administrativa com maior proporção de grávidas na adolescência foi a SCIA-Estrutural, com 22,03%, A região com menor percentual de gravidez na adolescência foi a Ortogonal/Sudoeste, com percentual de 0,86%. A média do DF ficou em11,8%.
A pesquisa ainda revela que 17% das jovens eram casadas ou estavam em união estável regularizada em cartório, 17% estavam ocupadas no mercado de trabalho e 15% tinham mais de um filho. Também são fornecidos dados sobre o aumento da quantidade de consultas de pré-natal para essas jovens e o nascimento de bebês com algum agravo à saúde e taxas de mortalidade fetal e materna.
Foram utilizados dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (SINASC), desenvolvido pelo DATASUS, e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para a elaboração do estudo.
Abrinq convida gestores municipais para a campanha Prefeito Amigo da Criança
A Fundação Abrinq , organização sem fins lucrativos que tem como missão promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania de crianças e adolescentes, lança a campanha Prefeito Presente, que estimula a presença de prefeitos, em meio à ausência do Estado, na vida dos jovens para assegurá-los o acesso a educação, saúde e proteção.
Com o slogan Estado Ausente, Prefeito Presente, a campanha tem como propósito convidar os prefeitos de todas as cidades do Brasil para participarem da nova edição do programa Prefeito Amigo da Criança e reforçar o comprometimento da organização em garantir um futuro melhor às crianças.
Confira o vídeo da campanha
O filme em live-action da campanha Prefeito Presente traz a encenação de uma chamada em que todos os alunos estão presentes e apenas o Estado está ausente. O vídeo usa uma linguagem que traz a seriedade que o assunto precisa ao mesmo tempo em que é lúdica e divertida. O conceito artístico foi desenvolvido gratuitamente pela agência de publicidade MariaSãoPaulo.
Além da produção audiovisual, a campanha Prefeito Presente contará com ativações nas redes sociais, em que estarão presentes os personagens da Turma Fundação Abrinq, filtros para os stories do Instagram e parcerias com influenciadores digitais.
Fundação conscientiza o poder público para o compromisso à primeira infância
Existente há 30 anos, a Fundação Abrinq conta com 12 programas e projetos que abrangem o acesso a educação, saúde e proteção. Entre eles, está o o programa Prefeito Amigo da Criança, que mobiliza os gestores municipais a assumirem o compromisso com a infância e a adolescência durante os mandatos.
A fundação beneficiou mais de 8 milhões de crianças e adolescentes ao longo da sua trajetória de atuação. Desde 1996, 78% dos municípios brasileiros passaram pelo programa. A adesão dos prefeitos à 7ª edição do Programa Prefeito Amigo da Criança é fundamental para que eles continuem a trabalhar na melhoria da qualidade de vida na infância e adolescência.
Adesão ao programa é gratuita
Todos os prefeitos do Brasil estão convidados a conhecerem a Fundação Abrinq e aderirem ao programa Prefeito Amigo da Criança por meio do site da iniciativa. A adesão ao programa é gratuita, voluntária, não imputa aos prefeitos qualquer compromisso jurídico e garante, como contrapartida, suporte técnico em diversos temas relacionados à gestão pública e a políticas sociais voltadas à infância e à adolescência. O programa ainda reforça prerrogativas democráticas, como a participação social, a transparência e a articulação entre poder público e sociedade civil.
Competição premiará regiões administrativas amigas da criança
As inscrições poderão ser feitas até 30 de março e o resultado final, com o nome das RAs premiadas, será divulgado em 11 de outubro
O Prêmio Região Administrativa (RA) Amiga da Criança, que está na segunda edição, busca reconhecer ações que promovam, protejam e apoiem o desenvolvimento na primeira infância no Distrito Federal.
A competição é vinculada ao programa Criança Feliz Brasiliense que visa estimular ações voltadas ao desenvolvimento saudável do ventre da mãe aos 6 anos.
As inscrições poderão ser feitas até 30 de março, por meio do envio de um ofício enviado pela Região Administrativa à Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Programa Criança Feliz Brasiliense, no endereço de e-mail criancafelizdf@buriti.df.gov.br ou via SEI no endereço: CACI/CGP-CFB.
O resultado final do certame será divulgado em 11 de outubro no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).
As atividades desenvolvidas antes ou após o período de novembro de 2020 a agosto de 2021 não serão consideradas para avaliação. Na primeira fase, serão indicadas oito regiões administrativas a serem visitadas, quatro de pequeno porte e quatro de grande porte.
Na segunda etapa, a comissão selecionará as duas regiões administrativas vencedoras, uma de grande porte e outra de pequeno porte.
A comissão de avaliação será composta por, no mínimo um representante dos seguintes grupos:
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Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Programa Criança Feliz Brasiliense;
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Secretaria de Estado de Educação (SEE);
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Secretaria de Estado de Saúde (SES);
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Secretaria de Estado de Governo (SEGOV);
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Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SECEC);
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Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEL);
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Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDES);
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Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (SEJUS);
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Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA);
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Representante da sociedade civil.
Confira o cronograma:
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Inscrições: de 4 de fevereiro a 30 de março;
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Análise dos formulários enviados: 1° a 14 de setembro;
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Resultado da análise e indicação das oito regiões: 15 de setembro;
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Recurso contra o resultado preliminar da primeira fase: 16 de setembro;
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Resultado definitivo da primeira fase: 20 de setembro;
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Resultado preliminar da segunda fase: 4 de outubro;
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Recurso contra o resultado preliminar da segunda fase: 5 e 6 de outubro;
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Resultado final: 11 de outubro;
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Premiação: 12 de outubro.
Confira o edital da premiação neste link
Mais de 27 mil assistências foram prestadas pelo Criança Feliz Brasiliense em 2020
O programa atendeu 1,6 mil crianças, do ventre da mãe aos 6 anos, no ano passado, entre e pretende dobrar esse número em 2021
O programa social Criança Feliz Brasiliense fez mais de 27 mil atendimentos em 2020. No total foram 27.645 assistências feitas pelo projeto. O acompanhamento foi feito em 16 regiões administrativas do Distrito Federal (DF) e abrangeu 1,6 mil pessoas.
As principais ações da inciativa são as visitas domiciliares, que servem para ajudar a fortalecer vínculos familiares e dar orientações sobre serviços e acesso a diretos. Mesmo em meio à pandemia decorrente do novo coronavírus, o programa não deixou de prestar assistência a famílias durante o ano passado.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, os grupos de trabalho passaram por um processo de reinvenção na maneira de acompanhar as famílias por causa da covid-19, no entanto, não deixaram de estar ao lado dos beneficiários.
De acordo com a coordenação da iniciativa no DF, a intenção é aumentar a cobertura territorial em regiões de maior vulnerabilidade social e chegar a 3,2 mil pessoas acompanhadas em 2021.
Segundo os dados apresentados durante reunião do comitê gestor do programa no Palácio do Buriti, das famílias ajudadas 54,30% tinham em maioria crianças de até 3 anos e irmãos com faixa etária entre 3 e 6 anos. Samambaia, Santa Maria, Taguatinga e Estrutural foram as regiões administrativas mais atendidas.
O Criança Feliz Brasiliense é um programa focado em oferecer uma atenção e apoio extra às famílias em situações de vulnerabilidade, buscando fortalecer os vínculos entre o núcleo familiar e ajudar no desenvolvimento infantil.
Famílias com gestantes e crianças de até 6 anos são o público principal da iniciativa, desde que estejam inscritas no cadastro para os programas sociais do governo federal.
Centro Brasileiro de Pesquisa Aplicada à Primeira Infância será lançado nesta quarta (2)
O Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) promove, nesta quarta-feira (3/2), evento de lançamento do Centro Brasileiro de Pesquisa Aplicada à Primeira Infância (CPAPI). Trata-se de um instituto multidisciplinar que tem como objetivo estimular o desenvolvimento integral de crianças nos seis primeiros anos de vida. Por meio de pesquisas científicas, o centro deve ajudar na formulação de políticas públicas com base em evidências.
O lançamento ocorrerá por meio de um webinário marcado para ocorrer das 10h às 12h, contando com a participação de organizações apoiadoras e profissionais da área. O evento terá transmissão pelo Youtube, com tradução simultânea e intérprete de libras. Para conferir o lançamento em português, acesse este link . Para assistir ao evento em inglês, clique aqui.
A parte inicial do evento contará com a participação de Claudio Haddad, presidente do conselho deliberativo do Insper; Marcos Lisboa, presidente do Insper; Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); Jack Shonkoff, diretor do Center on the Developing Child da Universidade Harvard; Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal; Sylvio Canuto, pró-reitor de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP); e Roberta Ricardes, responsável pela área técnica da saúde da criança da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.
O webinário contará com o painel “Desafios brasileiros e perspectivas globais para o desenvolvimento infantil”, que será um diálogo entre professores que lideram projetos no Brasil e no exterior, incluindo as professoras associadas da Universidade Harvard Aisha Yousaffzai e Dana McCoy, e o professor da Rice University Flávio Cunha. O debate terá como moderadora Márcio Castro, professora da Universidade Harvard.
Sobre o CPAPI
Vinculado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o centro de pesquisa é uma iniciativa do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), o qual, por sua vez, é formado pelas seguintes organizações: Center on the Developing Child e David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade Harvard, Faculdade de Medicina da USP, Fundações Bernard van Leer e Maria Cecilia Souto Vidigal, Insper e Porticus América Latina.
O CPAPI será dirigido por Naercio Menezes Filho, coordenador da Cátedra Ruth Cardoso no Insper e do Comitê Científico do NCPI, além de professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA/USP). Alguns dos pesquisadores principais do centro serão Anna Maria Chiesa, Daniel Domingues dos Santos, Helena Brentani, Maria Beatriz Martins Linhares e Rogério Lerner.
Artigo: atividades a distância são importantes para o ensino infantil?
Por Sueli Bravi Conte*
Psicopedagoga e mestre em neurociências reflete sobre a validade de tarefas pedagógicas mediadas por tecnologia para crianças pequenas durante a pandemia
“Há mais de 35 anos como especialista em educação, nunca havia enfrentado um momento tão difícil quanto o que vivemos agora. A dificuldade não se resume apenas ao fato de que toda a população precisa ficar em casa ou à questão de que as aulas, agora, ocorrem por meio de plataformas digitais.
O desafio, como educadora, é ver em nossa sociedade a quantidade de manifestações a respeito da pouca importância de manter crianças de até 5 ou 6 anos de idade na escola e insinuações de que aulas a distância não são efetivas. Diante desse cenário, gostaria de fazer uma reflexão.
Para começar, acho importante falarmos sobre o significado da palavra “educar”. No sentido mais básico, educar é dar a alguém todos os cuidados necessários para o pleno desenvolvimento da sua personalidade. De acordo com o mais célebre educador do nosso país, Paulo Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, fazer com que ele possa desenvolver o poder de criticidade.
Se analisarmos apenas esses dois conceitos, podemos facilmente concluir que o processo de educação tem início desde o nascimento da criança — ou até antes —, mas vamos avaliar apenas o período pós-nascimento. Ainda em seu primeiro dia de vida, a mãe e os profissionais de saúde ensinam ao bebê a forma correta de se alimentar.
A criança precisa aprender e se adaptar à forma correta de fazer a “pega”. Não muito tempo depois, é preciso ensinar a ela os sabores dos alimentos. Na sequência, chega a hora de ensinar a andar, pronunciar as primeiras palavras, reconhecer as cores etc. Em um determinado momento, as famílias recorrem às creches e às escolas a fim de dar sequência ao processo de aprendizagem.
Durante a educação infantil, também conhecida como ensino infantil, temos a primeira etapa da educação básica. Crianças de 0 até os 5 anos de idade são atendidas e têm seus primeiros contatos com a escola. O objetivo principal dos educadores, nesse período, é promover nos pequenos o desenvolvimento de aspectos físicos, motores, cognitivos, sociais e emocionais.
Também se fomenta neles a exploração dos ambientes, das descobertas e da experimentação. Claro, além de tudo isso, as crianças também são estimuladas a interagir com pessoas de fora do convívio familiar, começam a entender a dinâmica dos jogos e atividades lúdicos.
Isso tudo significa que, na educação infantil, permitimos e incentivamos o brincar! É por meio das brincadeiras, das músicas, das pinturas, da dança e de tantas outras atividades que as crianças são introduzidas ao desenvolvimento global. É por meio dessas ações, consideradas lúdicas, por mais simples que possam parecer, que as crianças começam a tomar consciência de si e do mundo, passam a pensar em suas ações e compreender de que forma devem agir para conseguir algo que almejam.
Obviamente a criança precisa estar em um ambiente favorável para que se envolva de maneira espontânea com o que lhe é proposto. Em um momento como o que vivemos, em que os governos determinam que as escolas estejam fechadas, totalmente atípico para os adultos, inclusive, é justo e importante para esses pequenos cidadãos que se busquem formas alternativas de seguir estimulando seu desenvolvimento e aperfeiçoando suas habilidades.
Se pararmos por alguns minutos e observarmos alguns instantes das suas rotinas em casa, perceberemos que a tecnologia e as plataformas digitais são itens com os quais eles estão totalmente familiarizados. As crianças de até 5 ou 6 anos de idade já nasceram na Era da Informação. Estão incrivelmente acostumadas a ter em suas mãos e efetivamente manusear gadgets como celulares e tablets.
Elas brincam de trabalhar em notebooks, como veem seus pais, tios e avós fazendo. Ou seja, não é um absurdo para elas encarar o amiguinho e as professoras por meio de uma tela e interagir por ali, mostrando seus desenhos, cantando juntos, fazendo danças e manifestando suas ideias.
Para elas, é uma experiência marcante receber uma atividade proposta pela professora por meio de um vídeo na tela do computador e executar com alguém da família. E é notável, mesmo com pouco tempo de ensino a distância para crianças tão pequenas, que é possível que elas se desenvolvam e que a educação aconteça quando a escola e a família estão, efetivamente, de mãos dadas, caminhando juntas e atuando em parceria. Observe você também!”
*Sueli Bravi Conte é especialista em educação, mestre em neurociências, psicopedagoga, diretora e mantenedora do Colégio Renovação, instituição com mais de 35 anos que oferta do ensino infantil ao ensino médio em São Paulo e em Indaiatuba (SP)
Sistema de ensino cria vídeos educativos para crianças de 3 a 5 anos
O SAE Digital posta vídeos de práticas lúdicas e interativas no canal do YouTube SAE Digital – Sistema de Ensino desde o começo de agosto. O conteúdo criativo e gratuito é direcionado a crianças de 3 a 5 anos e tem a intenção de mostrar as possibilidades de aprender dentro de casa. A duração máxima de cada gravação é de 3 minutos e meio, e a linguagem é adequada à faixa etária.
Os vídeos do sistema de ensino podem ser acessados por pais e alunos do ensino público e particular de todo o Brasil. As atividades são voltadas à primeira infância, se baseiam na interação da criança com o que está ao seu redor. Toda semana, são postados três novos desafios lúdicos e interativos que propõem a investigação da criança junto a um adulto.
Assim, as famílias realizam tarefas, como confeccionar brinquedos e testar experimentos científicos feitos com materiais disponíveis em casa. Os vídeos também podem servir de apoio para professores e gestores de instituições de ensino infantil que buscam novas opções para facilitar e incrementar o aprendizado dos alunos.