Marco Legal da Primeira Infância comemora cinco anos nesta segunda (8)

Tina Floersch/Unsplash
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Por Isabela Oliveira*

Nesta segunda-feira (8/3), é comemorado o aniversário de cinco anos do Marco Legal da Primeira Infância. A Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016, estabelece a responsabilidade e o dever do estado de criar políticas públicas e planos que atendam a especificidade das crianças de zero a 6 anos.

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8 de março, além do Dia Internacional da Mulher, é o aniversário do Marco Legal da Primeira Infância

Heloisa Oliveira, diretora de relações institucionais da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, pontua que o marco legal veio para aproximar o que a ciência diz sobre as crianças nessa etapa da vida.

“Até os 6 anos, é o período em que se forma cerca de 90% da capacidade cerebral de uma pessoa. Uma criança nessa faixa etária tem potencial de assimilação muito grande e a gente chama isso de a grande janela de oportunidades para o desenvolvimento da pessoa humana”, observa a diretora.

O investimento na primeira infância também previne a necessidade da criação de políticas corretivas, no que diz respeito à saúde, à educação, ao comportamento das crianças e futuros adolescentes e à participação em violência. Heloisa Oliveira pontua que investir adequadamente nas crianças tem como consequência não precisar corrigir comportamentos e desigualdades no futuro.

Toda criança tem o direito de brincar

Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal/Divulgação
Heloisa Oliveira, diretora de relações institucionais da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, aconselha que municípios priorizem a primeira infância no Plano Plurianual

Heloisa Oliveira ainda reforça que há muitos desafios a serem ultrapassados para a garantia do investimento na primeira infância. Independentemente das desigualdades sociais, todas as crianças precisam ter assegurado diversos direitos, dentre eles o de brincar.

“A criança nessa etapa da vida precisa brincar para se desenvolver. É preciso sensibilizar as famílias sobre a importância de brincar e ler histórias com crianças porque muitas famílias não entendem ainda essa importância para o desenvolvimento dos filhos”, explica a economista. “A família é o primeiro local de cuidado da criança”, ensina.

Marco expõe necessidade de política integrada

A lei também aborda a necessidade de uma política integrada. Ou seja, para que o desenvolvimento infantil seja feito de fato é necessário que se invista nas dimensões de saúde, alimentação, nutrição, educação infantil, convivência familiar e comunitária, assistência social à família da criança, cultura, brincar e lazer, espaço e meio ambiente.

Com isso, cabe à União, aos estados e aos municípios criar comitês de políticas públicas e investir em cada dimensão de maneira igualitária para assegurar a articulação das ações e campanhas em prol do início da vida. O Marco Legal estabelece que exista um plano nacional para a primeira infância, que se desdobre em planos estaduais e municipais.

Na prática, a maior parte das políticas da primeira infância ocorrem nas cidades, mas, quando existe uma lei estadual que organiza essa política, é possível estabelecer um mecanismo de cooperação entre o estado e os municípios. Trata-se de uma iniciativa que viabiliza a implementação das políticas onde a criança de fato está.

Heloisa Oliveira acredita que 2021 será um ano importante para a primeira infância, pois os municípios vão formular o Plano Plurianual (PPA) que estabelece orientações para políticas pelos próximos quatro anos. A diretora faz um alerta para que os gestores incluam as crianças de zero a 6 anos nesse plano: “Lugar de prioridade é no orçamento, e a primeira infância tem que estar como prioridade no orçamento público”.

Para auxiliar os gestores a implantarem políticas públicas relacionadas à primeira infância, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal produziu a série de guias “100 dias: os primeiros passos para a infância”. O material tem diretrizes voltadas a áreas estratégicas como gestão, saúde, parentalidade e educação.

 

*Estagiária sob supervisão de Ana Paula Lisboa

Musical ‘Como é que se brinca?’ terá apresentações on-line gratuitas

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Com sessões em 20, 27 e 28 de fevereiro, o espetáculo infantil traz músicas de Toquinho e reflete sobre diferentes maneiras de se divertir

Polyana Hadich, fotógrafa oficial da peça

O espetáculo infantil Como é que se brinca? começa a ser apresentado no sábado (20/2) e terá ainda sessões em 27 e 28 de fevereiro de forma gratuita pelo canal Bravo Teatro Musical no YouTube e pela plataforma Zoom. Serão duas apresentações por dia, às 17h e às 19h30.

Com trilha sonora de Toquinho, Mutinho, Fernando Faro e João Carlos Pecci cantada ao vivo, a obra mostra diferentes formas de se divertir e resgata brincadeiras antigas.

Na trama, os irmãos Nina (Helena Hadich Roble) e Joca (Guga Ghiraldello) ficam o tempo inteiro nos celulares. Até que, em uma visita aos avós Inha (Juliana Palermo) e Inho (Caio Dias), a energia acaba e os idosos aproveitam para mostrar para as crianças os brinquedos que foram da mãe deles e contar histórias.

Os quatro vivem momentos divertidos juntos e acabam por dormir abraçados aos brinquedos no fim do dia.

A obra é livre para toda a família e traz em cena brinquedos de antigamente e músicas de grande sucesso nos anos 1980 e 1990. Após o musical, a conversa do público com a equipe responsável segue pela plataforma Zoom.

Com roteiro de direção de Juliana Hilal, o musical é transmitido diretamente da sede do Espaço Paiol de Arte e Cultura, em Campinas (SP). O espetáculo é produzido com recursos da Lei Aldir Blanc, medida de financiamento emergencial para o setor de cultura instituída em junho de 2020.

A realização é de Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Bravo Teatro Musical, Paiol Produções e Zumbido Cultural.

Menos de US$ 1 por criança é destinado ao combate à violência infantil por ano

Artem Beliaikin/Pexels
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O Relatório Couting Pennies 2, da World Vision revela que menos de 1% dos fundos de ajuda internacional são destinados para o combate da violência contra as crianças. Mais de 1 bilhão de meninos e meninas sofrem violência no mundo anualmente, casos que podem custar até US$ 7 milhões para a economia mundial. O relatório foi feito em conjunto com as organizações Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Save the Children, Plan International e Child Fund.

Artem Beliaikin/Pexels

Em 2018, as causas relacionadas à proteção da infância receberam menos de US$ 2 bilhões do fundo de ajuda internacional. Desse valor, somente US$ 511 milhões em investimentos foram destinados a projetos específicos de combate à violência contra crianças, menos de US$ 1 por criança em um ano, o equivalente a cerca de R$ 5,40.

Com a pandemia, é estimado que mais 85 milhões de crianças estejam expostas à violência, física, psicológica, sexual, negligência ou de outras formas. Estima-se que, com a crise sanitária provocada pelo novo coronavírus, 80% dos serviços de proteção da infância tenham sido suspensos, o que deixa crianças em uma posição ainda maior de vulnerabilidade.

Na América Latina e no Caribe, 220 meninos e meninas foram mortos diariamente no âmbito doméstico antes da pandemia. Apesar dos dados alarmantes, pesquisadores constataram que, desde o relatório Counting pennies 1, publicado em 2017, o investimento para ações de combate à violência infantil aumentou 67%.

No novo relatório, a World Vision faz um apelo a doadores para aumentar o financiamento para os esforços que buscam eliminar a violência contra as crianças. De acordo com Andrew Morley, presidente da World Vision Internacional, mesmo com os aumentos, o investimento ainda é ínfimo e “há um longo caminho a percorrer para eliminar a violência contra as crianças”. Ele deixa um apelo para autoridades: “desafiamos os líderes globais e nacionais a fazer mais neste campo”.

Gravidez na adolescência cai 40% entre 2000 e 2016 no DF, aponta Codeplan

RODNAE Productions no Pexels
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A maior proporção de mães de 10 a 19 anos (22,03%) se localiza na Estrutural e a menor (0,86%) reside no Sudoeste/Octogonal. 81% das mães adolescentes são negras

RODNAE Productions no Pexels

Pesquisa publicada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) revela que a ocorrência de gravidez na adolescência no DF caiu de 9.421, em 2000, para 5.266 em 2016, uma queda de mais de 40%. O estudo considera adolescência como a fase entre a infância e a vida adulta, de 10 a 19 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Os números do DF são os mais baixos do país. Em 2018, a proporção de nascimentos do Distrito Federal, de 10,7%, foi a menor entre as unidades da Federação e inferior à média nacional, de 15,5%.

O estudo entende a gravidez na adolescência como um problema social de vulnerabilidade socioeconômica a ser combatido com uma série de medidas de caráter educativo. Nesse sentido, o mapeamento da Codeplan identifica diferenças significativas em relação a etnia, renda e região administrativa dessas mães.

Entre as mães adolescentes, 81% eram negras e 69% não estavam no ensino formal. O percentual de acordo com a renda também foi expressivo: 75% das mães apresentavam renda familiar per capita de até meio salário mínimo.

A região administrativa com maior proporção de grávidas na adolescência foi a SCIA-Estrutural, com 22,03%, A região com menor percentual de gravidez na adolescência foi a Ortogonal/Sudoeste, com percentual de 0,86%. A média do DF ficou em11,8%.

A pesquisa ainda revela que 17% das jovens eram casadas ou estavam em união estável regularizada em cartório, 17% estavam ocupadas no mercado de trabalho e 15% tinham mais de um filho. Também são fornecidos dados sobre o aumento da quantidade de consultas de pré-natal para essas jovens e o nascimento de bebês com algum agravo à saúde e taxas de mortalidade fetal e materna.

Foram utilizados dados do Sistema Nacional de Nascidos Vivos (SINASC), desenvolvido pelo DATASUS, e do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) para a elaboração do estudo.

Abrinq convida gestores municipais para a campanha Prefeito Amigo da Criança

Fundação Abrinq/Divulgação
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A Fundação Abrinq , organização sem fins lucrativos que tem como missão promover a defesa dos direitos e o exercício da cidadania de crianças e adolescentes, lança a campanha Prefeito Presente, que estimula a presença de prefeitos, em meio à ausência do Estado, na vida dos jovens para assegurá-los o acesso a educação, saúde e proteção.

Fundação Abrinq/Divulgação
Campanha Prefeito Presente tem como slogan Estado Ausente, Prefeito Presente

Com o slogan Estado Ausente, Prefeito Presente, a campanha tem como propósito convidar os prefeitos de todas as cidades do Brasil para participarem da nova edição do programa Prefeito Amigo da Criança e reforçar o comprometimento da organização em garantir um futuro melhor às crianças.

Confira o vídeo da campanha

O filme em live-action da campanha Prefeito Presente traz a encenação de uma chamada em que todos os alunos estão presentes e apenas o Estado está ausente. O vídeo usa uma linguagem que traz a seriedade que o assunto precisa ao mesmo tempo em que é lúdica e divertida. O conceito artístico foi desenvolvido gratuitamente pela agência de publicidade MariaSãoPaulo.

Além da produção audiovisual, a campanha Prefeito Presente contará com ativações nas redes sociais, em que estarão presentes os personagens da Turma Fundação Abrinq, filtros para os stories do Instagram e parcerias com influenciadores digitais.

Fundação conscientiza o poder público para o compromisso à primeira infância

Existente há 30 anos, a Fundação Abrinq conta com 12 programas e projetos que abrangem o acesso a educação, saúde e proteção. Entre eles, está o o programa Prefeito Amigo da Criança, que mobiliza os gestores municipais a assumirem o compromisso com a infância e a adolescência durante os mandatos.

A fundação beneficiou mais de 8 milhões de crianças e adolescentes ao longo da sua trajetória de atuação. Desde 1996, 78% dos municípios brasileiros passaram pelo programa. A adesão dos prefeitos à 7ª edição do Programa Prefeito Amigo da Criança é fundamental para que eles continuem a trabalhar na melhoria da qualidade de vida na infância e adolescência.

Adesão ao programa é gratuita

Todos os prefeitos do Brasil estão convidados a conhecerem a Fundação Abrinq e aderirem ao programa Prefeito Amigo da Criança por meio do site da iniciativa. A adesão ao programa é gratuita, voluntária, não imputa aos prefeitos qualquer compromisso jurídico e garante, como contrapartida, suporte técnico em diversos temas relacionados à gestão pública e a políticas sociais voltadas à infância e à adolescência. O programa ainda reforça prerrogativas democráticas, como a participação social, a transparência e a articulação entre poder público e sociedade civil.

Competição premiará regiões administrativas amigas da criança

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As inscrições poderão ser feitas até 30 de março e o resultado final, com o nome das RAs premiadas, será divulgado em 11 de outubro

Monique Renner/CB/D.A Press
As regiões administrativas devem enviar ofício conforme indicado no edital

O Prêmio Região Administrativa (RA) Amiga da Criança, que está na segunda edição, busca reconhecer ações que promovam, protejam e apoiem o desenvolvimento na primeira infância no Distrito Federal.

A competição é vinculada ao programa Criança Feliz Brasiliense  que visa estimular ações voltadas ao desenvolvimento saudável do ventre da mãe aos 6 anos.

As inscrições poderão ser feitas até 30 de março, por meio do envio de um ofício enviado pela Região Administrativa à Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Programa Criança Feliz Brasiliense, no endereço de e-mail criancafelizdf@buriti.df.gov.br ou via SEI no endereço: CACI/CGP-CFB.

O resultado final do certame será divulgado em 11 de outubro no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF).

As atividades desenvolvidas antes ou após o período de novembro de 2020 a agosto de 2021 não serão consideradas para avaliação. Na primeira fase, serão indicadas oito regiões administrativas a serem visitadas, quatro de pequeno porte e quatro de grande porte.

Na segunda etapa, a comissão selecionará as duas regiões administrativas vencedoras, uma de grande porte e outra de pequeno porte.

A comissão de avaliação será composta por, no mínimo um representante  dos seguintes grupos:

  • Secretaria Executiva do Comitê Gestor do Programa Criança Feliz Brasiliense;

  • Secretaria de Estado de Educação (SEE);

  • Secretaria de Estado de Saúde (SES);

  • Secretaria de Estado de Governo (SEGOV);

  • Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SECEC);

  • Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (SEL);

  • Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (SEDES);

  • Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (SEJUS);

  • Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente (CDCA);

  • Representante da sociedade civil.

 

Confira o cronograma:

  • Inscrições: de 4 de fevereiro a 30 de março;

  • Análise dos formulários enviados: 1° a 14 de setembro;

  • Resultado da análise e indicação das oito regiões: 15 de setembro;

  • Recurso contra o resultado preliminar da primeira fase: 16 de setembro;

  • Resultado definitivo da primeira fase: 20 de setembro;

  • Resultado preliminar da segunda fase: 4 de outubro;

  • Recurso contra o resultado preliminar da segunda fase: 5 e 6 de outubro;

  • Resultado final: 11 de outubro;

  • Premiação: 12 de outubro.

Confira o edital da premiação neste link

Mais de 27 mil assistências foram prestadas pelo Criança Feliz Brasiliense em 2020

Lukas/Pexels
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O programa atendeu 1,6 mil crianças, do ventre da mãe aos 6 anos, no ano passado, entre e pretende dobrar esse número em 2021

Lukas/Pexels

O programa social Criança Feliz Brasiliense  fez mais de 27 mil atendimentos em 2020. No total foram 27.645 assistências feitas pelo projeto. O acompanhamento foi feito em 16 regiões administrativas do Distrito Federal (DF) e abrangeu 1,6 mil pessoas.

As principais ações da inciativa são as visitas domiciliares, que servem para ajudar a fortalecer vínculos familiares e dar orientações sobre serviços e acesso a diretos. Mesmo em meio à pandemia decorrente do novo coronavírus, o programa não deixou de prestar assistência a famílias durante o ano passado.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF, os grupos de trabalho passaram por um processo de reinvenção na maneira de acompanhar as famílias por causa da covid-19, no entanto, não deixaram de estar ao lado dos beneficiários.

De acordo com a coordenação da iniciativa no DF, a intenção é aumentar a cobertura territorial em regiões de maior vulnerabilidade social e chegar a 3,2 mil pessoas acompanhadas em 2021.

Segundo os dados apresentados durante reunião do comitê gestor do programa no Palácio do Buriti, das famílias ajudadas 54,30% tinham em maioria crianças de até 3 anos e irmãos com faixa etária entre 3 e 6 anos. Samambaia, Santa Maria, Taguatinga e Estrutural foram as regiões administrativas mais atendidas.

O Criança Feliz Brasiliense é um programa focado em oferecer uma atenção e apoio extra às famílias em situações de vulnerabilidade, buscando fortalecer os vínculos entre o núcleo familiar e ajudar no desenvolvimento infantil.

Famílias com gestantes e crianças de até 6 anos são o público principal da iniciativa, desde que estejam inscritas no cadastro para os programas sociais do governo federal.

Centro Brasileiro de Pesquisa Aplicada à Primeira Infância será lançado nesta quarta (2)

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O Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI) promove, nesta quarta-feira (3/2), evento de lançamento do Centro Brasileiro de Pesquisa Aplicada à Primeira Infância (CPAPI). Trata-se de um instituto multidisciplinar que tem como objetivo estimular o desenvolvimento integral de crianças nos seis primeiros anos de vida. Por meio de pesquisas científicas, o centro deve ajudar na formulação de políticas públicas com base em evidências.

O lançamento ocorrerá por meio de um webinário marcado para ocorrer das 10h às 12h, contando com a participação de organizações apoiadoras e profissionais da área. O evento terá transmissão pelo Youtube, com tradução simultânea e intérprete de libras. Para conferir o lançamento em português, acesse este link . Para assistir ao evento em inglês, clique aqui.

A parte inicial do evento contará com a participação de Claudio Haddad, presidente do conselho deliberativo do Insper; Marcos Lisboa, presidente do Insper; Luiz Eugênio Mello, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo); Jack Shonkoff, diretor do Center on the Developing Child da Universidade Harvard; Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal; Sylvio Canuto, pró-reitor de pesquisa da Universidade de São Paulo (USP); e Roberta Ricardes, responsável pela área técnica da saúde da criança da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

O webinário contará com o painel “Desafios brasileiros e perspectivas globais para o desenvolvimento infantil”, que será um diálogo entre professores que lideram projetos no Brasil e no exterior, incluindo as professoras associadas da Universidade Harvard Aisha Yousaffzai e Dana McCoy, e o professor da Rice University Flávio Cunha. O debate terá como moderadora Márcio Castro, professora da Universidade Harvard.

Sobre o CPAPI

Vinculado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o centro de pesquisa é uma iniciativa do Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), o qual, por sua vez, é formado pelas seguintes organizações: Center on the Developing Child e David Rockefeller Center for Latin American Studies da Universidade Harvard, Faculdade de Medicina da USP, Fundações Bernard van Leer e Maria Cecilia Souto Vidigal, Insper e Porticus América Latina.

O CPAPI será dirigido por Naercio Menezes Filho, coordenador da Cátedra Ruth Cardoso no Insper e do Comitê Científico do NCPI, além de professor da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA/USP). Alguns dos pesquisadores principais do centro serão Anna Maria Chiesa, Daniel Domingues dos Santos, Helena Brentani, Maria Beatriz Martins Linhares e Rogério Lerner.

Artigo: atividades a distância são importantes para o ensino infantil?

Ana Paula Lisboa
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Por Sueli Bravi Conte*

Psicopedagoga e mestre em neurociências reflete sobre a validade de tarefas pedagógicas mediadas por tecnologia para crianças pequenas durante a pandemia

Arquivo pessoal
“As crianças de até 5 ou 6 anos de idade já nasceram na Era da Informação. Estão incrivelmente acostumadas a ter em suas mãos e efetivamente manusear gadgets como celulares e tablets”, diz Sueli Bravi Conte, dona de colégio em São Paulo. Foto: Arquivo pessoal

“Há mais de 35 anos como especialista em educação, nunca havia enfrentado um momento tão difícil quanto o que vivemos agora. A dificuldade não se resume apenas ao fato de que toda a população precisa ficar em casa ou à questão de que as aulas, agora, ocorrem por meio de plataformas digitais.

O desafio, como educadora, é ver em nossa sociedade a quantidade de manifestações a respeito da pouca importância de manter crianças de até 5 ou 6 anos de idade na escola e insinuações de que aulas a distância não são efetivas. Diante desse cenário, gostaria de fazer uma reflexão.

Para começar, acho importante falarmos sobre o significado da palavra “educar”. No sentido mais básico, educar é dar a alguém todos os cuidados necessários para o pleno desenvolvimento da sua personalidade. De acordo com o mais célebre educador do nosso país, Paulo Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno, fazer com que ele possa desenvolver o poder de criticidade.

Se analisarmos apenas esses dois conceitos, podemos facilmente concluir que o processo de educação tem início desde o nascimento da criança — ou até antes —, mas vamos avaliar apenas o período pós-nascimento. Ainda em seu primeiro dia de vida, a mãe e os profissionais de saúde ensinam ao bebê a forma correta de se alimentar.

A criança precisa aprender e se adaptar à forma correta de fazer a “pega”. Não muito tempo depois, é preciso ensinar a ela os sabores dos alimentos. Na sequência, chega a hora de ensinar a andar, pronunciar as primeiras palavras, reconhecer as cores etc. Em um determinado momento, as famílias recorrem às creches e às escolas a fim de dar sequência ao processo de aprendizagem.

Durante a educação infantil, também conhecida como ensino infantil, temos a primeira etapa da educação básica. Crianças de 0 até os 5 anos de idade são atendidas e têm seus primeiros contatos com a escola. O objetivo principal dos educadores, nesse período, é promover nos pequenos o desenvolvimento de aspectos físicos, motores, cognitivos, sociais e emocionais.

Também se fomenta neles a exploração dos ambientes, das descobertas e da experimentação. Claro, além de tudo isso, as crianças também são estimuladas a interagir com pessoas de fora do convívio familiar, começam a entender a dinâmica dos jogos e atividades lúdicos.

Isso tudo significa que, na educação infantil, permitimos e incentivamos o brincar! É por meio das brincadeiras, das músicas, das pinturas, da dança e de tantas outras atividades que as crianças são introduzidas ao desenvolvimento global. É por meio dessas ações, consideradas lúdicas, por mais simples que possam parecer, que as crianças começam a tomar consciência de si e do mundo, passam a pensar em suas ações e compreender de que forma devem agir para conseguir algo que almejam.

Ana Paula Lisboa
Sueli Bravi Conte defende que crianças que nasceram na Era da Informação estão aptas para encarar professores e coleguinhas por telas. Imagem: Ana Paula Lisboa

Obviamente a criança precisa estar em um ambiente favorável para que se envolva de maneira espontânea com o que lhe é proposto. Em um momento como o que vivemos, em que os governos determinam que as escolas estejam fechadas, totalmente atípico para os adultos, inclusive, é justo e importante para esses pequenos cidadãos que se busquem formas alternativas de seguir estimulando seu desenvolvimento e aperfeiçoando suas habilidades.

Se pararmos por alguns minutos e observarmos alguns instantes das suas rotinas em casa, perceberemos que a tecnologia e as plataformas digitais são itens com os quais eles estão totalmente familiarizados. As crianças de até 5 ou 6 anos de idade já nasceram na Era da Informação. Estão incrivelmente acostumadas a ter em suas mãos e efetivamente manusear gadgets como celulares e tablets.

Elas brincam de trabalhar em notebooks, como veem seus pais, tios e avós fazendo. Ou seja, não é um absurdo para elas encarar o amiguinho e as professoras por meio de uma tela e interagir por ali, mostrando seus desenhos, cantando juntos, fazendo danças e manifestando suas ideias.

Para elas, é uma experiência marcante receber uma atividade proposta pela professora por meio de um vídeo na tela do computador e executar com alguém da família. E é notável, mesmo com pouco tempo de ensino a distância para crianças tão pequenas, que é possível que elas se desenvolvam e que a educação aconteça quando a escola e a família estão, efetivamente, de mãos dadas, caminhando juntas e atuando em parceria. Observe você também!”

*Sueli Bravi Conte é especialista em educação, mestre em neurociências, psicopedagoga, diretora e mantenedora do Colégio Renovação, instituição com mais de 35 anos que oferta do ensino infantil ao ensino médio em São Paulo e em Indaiatuba (SP)

Sistema de ensino cria vídeos educativos para crianças de 3 a 5 anos

Kátia Fabiana Marçal Oliveira / Divulgação
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O SAE Digital posta vídeos de práticas lúdicas e interativas no canal do YouTube SAE Digital – Sistema de Ensino  desde o começo de agosto. O conteúdo criativo e gratuito é direcionado a crianças de 3 a 5 anos e tem a intenção de mostrar as possibilidades de aprender dentro de casa. A duração máxima de cada gravação é de 3 minutos e meio, e a linguagem é adequada à faixa etária.

Kátia Fabiana Marçal Oliveira / Divulgação
Com linguagem adequada para cada idade, os vídeos mostram às crianças e aos pais possibilidades de aprendizado sem sair de casa.

Os vídeos do sistema de ensino podem ser acessados por pais e alunos do ensino público e particular de todo o Brasil. As atividades são voltadas à primeira infância, se baseiam na interação da criança com o que está ao seu redor. Toda semana, são postados três novos desafios lúdicos e interativos que propõem a investigação da criança junto a um adulto.

Assim, as famílias realizam tarefas, como confeccionar brinquedos e testar experimentos científicos feitos com materiais disponíveis em casa. Os vídeos também podem servir de apoio para professores e gestores de instituições de ensino infantil que buscam novas opções para facilitar e incrementar o aprendizado dos alunos.