Mitos subterrâneos

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Toda cidade tem um nível subterrâneo. Alguns desses lugares são visíveis, palpáveis como as catacumbas de Paris, onde Umberto Eco encontrou um pergaminho dos Templários, no livro O Pêndulo de Foulcault, e Victor Hugo ambientou parte do romance Os Miseráveis. Mas há um outro tipo de subterrâneo. Fica bem abaixo das galerias pluviais, buracos de tatu peba, canos de esgoto […]

Entre uivos e canções

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Os suspiros brasileiros iam para Clark Gable e Rita Hayworth, emoções se misturaram entre John Wayne e Ava Gardner – atores norte-americanos mandavam nos cinemas na virada dos anos 1930 para 1940, quando o pesadelo da Segunda Guerra Mundial se sobrepôs aos sonhos de Hollywood; os estúdios de cinema estavam envolvidos no esforço de guerra contra os nazistas. Mas é […]

Um buda no choro

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Não é tarefa fácil reconhecer um buda. Pois era sempre essa a impressão quando encontrava Carlinhos 7 Cordas, músico que morreu há exatamente um mês; senão pelos defeitos – que não conheci –, as virtudes gritantes não permitiam dúvidas, expostas pelo olhar plácido e comportamento tolerante de um homem que usava seus violões e seus relógios, bens materiais, para escancarar […]

Outras palavras

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Cáspite! – A exclamação saiu da boca de um rapaz que certamente não tinha ainda seus 20 anos. E pelo jeito não sabia bem o que estava dizendo; pelo menos não ao se considerar o significado original da expressão carcamano-brasileira, usada para representar uma estupefação qualquer, sinônimo de caramba, poxa, nossa, vixe, e dezenas de outros. Mas o rapaz estava […]

O novo consultório

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Quando se fala em consultório médico todo mundo logo pensa numa estoica sala de branco imaculado, uma mesinha e uma maca; no canto, fica um armário com estetoscópio, aquela lanterna de cabeça e outros equipamentos para exames iniciais. Foi em ambientes assim que Dr. João Bosco Marinho passou mais de 50 anos, desde que chegou a Brasília, vindo da Paraíba. […]

Bobagens à granel

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Quando foi que a estupidez se tornou um estilo de vida? Até onde eu me lembro, a gente se esforçava para parecer mais inteligente, culto e sábio do que realmente era; muitos decoravam poemas inteiros, outros liam orelhas de livros para tentar substituir o nunca lido – daí a criação da expressão “de orelhada”, para definir qualquer conhecimento raso – […]

Poesias pioneiras

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Jorge Brito entrou exultante na padaria Pão Mineiro. Tinha conseguido um exemplar – exatamente o de número 11 – dos 50 volumes impressos de um opúsculo publicado pela editora Cultrix com a poesia Toada para se ir a Brasília, de Cassiano Ricardo. E mais: com a assinatura do autor. Era de se compreender a excitação do nosso livreiro-garimpeiro naquela manhã […]

Prisioneiro

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Tem uma história relativamente conhecida do homem que liga para o dono do bar e pergunta a que horas ele vai abrir o estabelecimento. Depois de ouvir que só abriria bem mais tarde, o homem insiste até provocar uma reação irritada do bodegueiro, dizendo que não vai abrir o bar mais cedo só porque ele quer entrar. Até que o […]

A falência da etiqueta

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Não faz muito tempo – ou talvez faça, porque a medida da passagem dos anos vai mudando na proporção que vamos envelhecendo – o Correio Braziliense publicou uma reportagem sobre ciclistas. Como ainda não havia tantas ciclovias e ciclofaixas, sinal que, sim, faz muito tempo. Mas já havia ciclistas com roupas coloridas e coladinhas ao corpo e bicicletas cheias de […]