Candidatos denunciam irregularidades no concurso da Polícia Penal de Minas

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Presença de avaliadores do teste de aptidão física que atuavam como treinadores particulares de alunos é questionada no MP; governo diz que está apurando

Por Maicon Costa, Estado de Minas

Candidatos do concurso da Polícia Penal de Minas Gerais acionaram o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) alegando irregularidades no Teste de Aptidão Física (TAF) do certame.

O processo de seleção é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e o teste foi aplicado pelo Instituto Selecon. A prova foi realizada entre os dias 17 de agosto e 2 de setembro, no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com as denúncias, alguns dos coordenadores e avaliadores dos testes também atuavam como treinadores particulares de candidatos, o que configura privilégios aos alunos que pagaram por esse serviço, além de prejuízo aos demais participantes.

Os cerca de 200 reclamantes enviaram mais de 50 notificações ao MPMG e elaboraram três dossiês com as informações. A reportagem consultou o órgão, mas não obteve retorno. A Sejusp informou que tem conhecimento das denúncias e que apura o caso.

O concurso contou com a participação de 209 mil inscritos, sendo que 5.696 foram convocados para o Teste de Aptidão Física, que é a 4ª etapa do certame e que acontece posteriormente aos exames objetivos, psicotécnico e médico.

Os candidatos dizem que rastros foram deixados nas redes sociais pelos envolvidos, o que comprovaria a ligação indevida. No entanto, assim que o MPMG tomou conhecimento, os treinadores e avaliadores citados apagaram das redes sociais as fotos com os candidatos presentes no teste de aptidão física. Mas algumas cópias das imagens já haviam sido arquivadas e inseridas no inquérito com o intuito de comprovar a conexão entre os profissionais e os alunos.

“Antes de sair o resultado para a liminar do concurso, uma pessoa informou para nós que os fiscais que estavam lá, inclusive o coordenador de alguns exercícios, prestaram consultoria a alguns alunos que fizeram o TAF, sabendo que seriam coordenadores e fiscais da prova. Então isso mostra uma irregularidade”, disse um dos candidatos que acionou o MPMG. Ele preferiu não se identificar.

Também foi vista com estranhamento como era feita a avaliação dos candidatos durante o exame físico. Segundo a denúncia, os examinadores foram parciais na avaliação. Alguns alunos com nítidas dificuldades na execução dos exercícios eram aprovados, enquanto outros com bom desempenho eram desclassificados.

No conteúdo da reclamação, os candidatos contextualizam outros casos em que testes de aptidão física foram suspensos ou anulados por irregularidades. Houve situações semelhantes no Rio de Janeiro, em 2021, no Pará, em 2017, e em Mato Grosso, em maio de 2022.

Transparência questionada

Um outro aluno contou que os candidatos receberam informações de um avaliador afirmando que os profissionais encarregados do concurso não poderiam ter vínculos com os concorrentes e com a instituição.

“Eles teriam que assinar um termo informando que não têm vínculo com nenhum candidato e com a instituição, e isso foi completamente ignorado, já que diversos professores eram avaliadores dos próprios participantes”, contestou.

Também desagradou aos candidatos a negativa da empresa aplicadora do exame em divulgar as filmagens dos testes físicos. A demanda foi feita após alunos entrarem com recurso, assim que o resultado foi divulgado, mas a divulgação foi negada. Tornar as imagens públicas é algo previsto no edital, segundo os reclamantes.

“Nos sentimos prejudicados, não é nem por não termos sido aprovados, porque é claro, se a gente não tiver atingido os índices, não existe nem do que reclamar. Mas nós vimos muitas pessoas sendo privilegiadas, muita gente que não estava dentro do padrão exigido pelo edital sendo aprovada. E isso só poderíamos provar através das imagens e eles não querem liberar as imagens. Como vou fazer um recurso se não tenho as imagens?”, questionou um candidato.

Essa negativa é mais um indício usado pelo grupo para contestar a transparência do certame. “Já houve outros concursos que foram anulados por causa disso. Então a lisura do concurso foi para o brejo. Fizemos o recurso sem o vídeo e estamos de mãos atadas. Uma série de irregularidades nesse concurso levaram a isso”, disse um dos candidatos.

Edital do concurso do MPMG deve ser publicado em breve, anuncia órgão

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Segundo post  do Ministério Publico de Minas Gerais, o edital deve ser publicado em breve e as provas estão prevista para janeiro de 2023. O certame ofertará 100 vagas

Ministério Publico de Minas Gerais (MP-MG) informou na última quinta-feira (1º/9) que o edital do concurso público para servidores será publicado em breve. A previsão é que documento seja publicado ainda este mês. “As novidades serão divulgadas aqui por nossas redes! Fique ligado!”, escreveu o órgão.

O anúncio foi dado por meio de uma publicação nas redes sociais. Consoante o post, são previstas 100 vagas distribuídas nos cargos de oficial (nível médio) e analista (nível superior). O MP-MG também prevê a aplicação das provas para janeiro de 2023.

Último certame

O último concurso público com ofertou 53 vagas e seu edital foi publicado em 2012. A organização desta seleção deu-se pela empresa Gestão de Concurso.

O certame foi constituída por prova objetiva de múltipla escolha e prova de redação para o cargo de analista na especialidade de direito. As provas foram aplicadas em Belo Horizonte.

Inscrições abertas para promotor

Nesta segunda-feira (5/9) encerra-se o período de inscrições do concurso da MP-MG para promotor de justiça substituto. O valor referente à inscrição é de R$ 304,00 e o pagamento deve ser efetuado 06 de setembro. Ao todo, são ofertadas 100 vagas, endo 70 vagas para ampla concorrência, 10 oportunidades são destinadas para candidatos com deficiência e 20 para candidatos negros. Remuneração inicial chega a R$ 30.404,42.

São requisitos do candidato para ingresso nesta carreira: possuir curso de bacharelado em Direito completo, ) possuir, até o término do prazo para a inscrição definitiva, no mínimo, três anos de prática de atividade jurídica exercida após a conclusão do curso de bacharelado, entre outros.

A prova preambular está prevista para o dia 09 de outubro de 2022, de 9h às 13h. O exame é composto por 80 questões objetivas de múltipla escolha ou do tipo certo ou errado, relativas aos Grupos Temáticos. Além desta fase também compõem a seleção: provas especializadas, exame psicotécnico e exames de higidez física e mental, provas orais, avaliação de títulos. Saiba mais!

Estagiária sob supervisão de Mariana Fernandes.