Suspeitos confessaram, em depoimento, que uma pessoa propôs que eles recebessem informações do gabarito da prova por meio de ponto eletrônico de escuta
Em depoimento à Polícia Militar do Ceará, dois dos três presos por suspeita de tentarem fraudar a prova do concurso da corporação confessaram que pagariam R$ 20 mil a uma pessoa quando aprovados. Eles foram presos no último domingo (22/1) em Iguatu, no Centro-Sul do Ceará. O concurso de soldado da PM registrou mais de 75 mil inscritos que disputam 1.500 vagas (1 mil imediatas e 500 para cadastro reserva). São 850 vagas para homens e 150 para mulheres. As provas do certame foram aplicadas além da capital, em outros cinco municípios.
Segundo o G1, o candidato chamado Lucas afirmou, em depoimento, que chegou a ir fazer a prova, mas desistiu e retornou ao hotel onde estava hospedado. Ao chegar ao local, os policiais já o aguardava. Lucas também relata que uma pessoa havia entrado em contato com ele ofertando o gabarito da prova pelo valor de R$ 20 mil. A quantia seria paga após a sua aprovação no concurso. Apesar de ter aceitado a oferta, ele não chegou a fazer a prova, pois ficou com medo.
Assim como Lucas, Felipe, o outro suspeito, contou aos policiais que recebeu proposta similar. A pessoa ofereceu o serviço de ponto eletrônico de escuta para receber informações do gabarito. Ele também alega que no dia do exame um homem lhe entregou um ponto eletrônico e uma máscara azul tipo N95, contendo um microfone. Felipe chegou a realizar a prova e quando retornou ao hotel onde estava hospedado foi abordado pelos policiais.
Já Jadson, flagrado no local do exame, admitiu usar um ponto eletrônico. Entretanto, não confirmou participar do esquema de pagamento. O trio foi autuado por fraude e associação criminosa.
Ainda de acordo com o G1, o trio teve sua liberdade provisória concedida em uma audiência de custódia na segunda-feira (23/1) mediante pagamento de fiança de R$ 20 mil para cada, além do cumprimento de medidas cautelares, como comparecimento trimestral para justificar suas atividades, proibição de acesso às escolas ou quaisquer outros estabelecimentos que estejam sediando certames públicos e proibição de contato com os demais custodiados.