Proteção na seringa

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da Revista do Correio

Para garantir a saúde dos pets é preciso ficar sempre atento ao calendário de vacinação

foto Carlos Vieira/CB/DA Press

Como os bebês, os filhotes de cães e gatos também precisam ser vacinados e tomar vermífugos. E a preocupação deve ser a mesma: observar as datas e ter um cartão para controle das doses. Isso porque a última etapa do primeiro ciclo de vacinas e vermifugação não deixa o animal totalmente imune a doenças. O médico-veterinário Luiz Cury ensina que quando o pet nasce, a amamentação e o contato placentário oferecerem uma proteção passiva — os anticorpos são passados diretamente pelo mãe. “Por isso, a vacina deve ser tomada entre 45 a 60 dias de vida. Antes disso, o organismo irá combater os vírus injetados e o efeito não será o desejado”, observa. Com o passar dos meses, o filhote perde a proteção natural e precisa de novas doses para continuar o processo de imunização. “Um animal maior tem menos proteção e mais contato com ambiente externo, portanto, a vacinação não deve ser interrompida”, conta Cury. Existem, basicamente, duas categorias de vacinas: as obrigatórias e as recomendadas. As últimas são indicadas conforme o contexto epidemiológico, ou seja, será avaliado o ambiente de convivência do bicho. Sendo assim, todo o processo deve ser feito em conjunto com uma consulta médica, pois é nesse contato que o veterinário vai investigar, por meio de exames, testes rápidos e perguntas sobre a saúde do animal, a real necessidade de imunização. No caso de o cão ou o gato ter sido infectado ou apresentar algum vírus oculto, a vacina não é aplicada até que ele esteja tratado. “Injetar mais vírus apenas vai agravar os sintomas da doença e potencializar o que está se reproduzindo. Além disso, dependendo do tipo de vacina, pode ser ainda mais prejudicial”, explica Jair Costa, professor especializado em clínica médica de cães e gatos da Universidade de Brasília. A exceção se dá quando a enfermidade é do tipo crônica. O problema principal não vai anular a exposição do bicho a outras complicações. Desse modo, as doses serão administradas de acordo com as particularidades da doença e acompanhamento. O professor ainda ressalta a importância de um profissional qualificado avaliar a situação e receitar as vacinas. “O custo pode ser elevado por conta do protocolo do paciente e da marca do produto que será utilizado”, informa. O dono do cão ou gato, na hora da aplicação, deve observar se o produto está armazenado na temperatura adequada e cobrar a assinatura e carimbo do veterinário no cartão. Como as vacinas podem ser modificadas (com o vírus morto ou fragmentos dele) ou inativadas (o vírus está vivo, mas se tornou inofensivo), podem ocorrer reações depois da injeção. Cury diz que a absorção no organismo dura cerca de 21 dias, por isso, os intervalos entre as doses são grandes. “Antes disso, há uma inflamação localizada na área. Nos gatos, há uma peculiaridade, nesse processo, é possível que se desenvolva um câncer.” Depois de tomar a vacina, o animal deve ficar em observação, no caso de surgirem efeitos colaterias mais graves — como diarreia, inchaço, vômito e erupção na pele —, deve-se levar o pet ao veterinário.

Abandonados O veterinário Jair Costa defende que a vacinação é a maneira mais eficaz de controlar as doenças entre as espécies e também as zoonoses — enfermidades que podem ser transmitidas aos humanos. De acordo com ele, os animais abandonados são mais suscetíveis a problemas de saúde. O veterinário Luiz Cury esclarece que, se o pet se encaixar nesse grupo de risco, é preciso mais atenção. Incluem-se nessa categoria animais vendidos na rua e abandonados. Entidades como a ProAnima são rigorosas quanto à questão da imunização. “Quando o animal fica sob a nossa custódia, o protocolo é levá-lo imediatamente ao veterinário para fazer exames”, explica Simone Lima, diretora geral da instituição. “Se estiver bem, é iniciado o procedimento: são dados vermífugos e produtos contra pulgas e carrapatos. Mas, quando está doente, fica internado ou vai para um lar temporário e continua o tratamento até que melhore. Somente depois disso é liberado para ser adotado.” O intuito é sempre repassar os animais para alguém que queira assumir a responsabilidade. Atualmente, a ProAnima cuida de 12 cães e oito gatos. Outro abrigo temporário atento a esses cuidados é a Sociedade Humanitária Brasileira (SHB). Alice Godoy, uma das protetoras voluntárias da entidade, menciona que a rigidez das regras em relação à saúde dos pets. “O normal é levar ao veterinário logo na chegada. Todos sempre têm vermífugos e vacinas rigorosamente em dia, além do hemograma. No caso dos gatos, fazemos exames para doenças específicas também. O animal só pode ser adotado se estiver saudável, caso contrário, mesmo com um dono, é preciso esperar.”

Calendário básico

Cães Idade                Vacina 45 dias       1ª dose (Múltipla) 66 dias       2ª dose (Múltipla) 87 dias       3ª dose (Múltipla) 108 dias     4ª dose (Múltipla) 129 dias     5ª dose (Múltipla) + Raiva Anualmente Múltipla

Gatos Idade                      Vacina 45 a 60 dias      1ª dose (Múltipla) 20 a 30 dias      depois da 1ª 2ª dose (Múltipla) 20 a 30 dias      depois da 2ª 3º dose (Múltipla) 15 dias depois  Raiva Anualmente Múltipla * Nem sempre o protocolo das vacinas será o mesmo. O procedimento pode variar de acordo com o animal ou com a raça. Consulte um veterinário.

Doenças mais comuns

Cães Adenovírus: mal que pode causar complicações respiratórias. As doenças mais comuns são hepatite infecciosa e tosse dos canis, conhecida como gripe canina. A vacina múltipla combate a enfermidade. Cinomose: possui alta taxa de mortalidade e contágio. Atinge animais com o sistema imunológico enfraquecido, é mais comum em filhotes ou em cães com idade avançada. Os sintomas podem variar de acordo com o órgão que o vírus ataca. A vacina múltipla combate a enfermidade. Leptospirose: concentra-se especialmente nos períodos de chuva. Transmitida por uma bactéria, causa desordem no funcionamento renal e/ou hepático. A transmissão pode acontecer por contato com um animal infectado ou em ambiente contaminado. É uma zoonese, ou seja, pode ser passada para o ser humano. A vacina múltipla combate a enfermidade.

GatosLeucemia felina: enfraquece o sistema imunológico e o deixa suscetível à contaminação por outras enfermidades. O contato se dá de formas variadas, mas principalmente pelo compartilhamento de potes. A vacina múltipla combate a enfermidade. Calicivirose: é uma infeção respiratória bastante séria e um dos principais problemas de saúde que podem acometer os felinos. Altamente contagiosa, é transmitida, principalmente, por meio do contato direto entre um bichano sadio e um animal doente. A vacina múltipla combate a enfermidade. Panleucopenia: muito comum entre gatos doméstico, é um distúrbio gastrointestinal causado por um parvovírus. Apesar de ser tratável, costuma ser fatal para cerca de 80% dos bichos contaminados. Atinge principalmente filhotes. A vacina múltipla combate a enfermidade.  

Hora do detox

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 por Paloma Oliveto, da Revista Encontro Brasília

Quando a dona viaja, o poodle Floquinho fica na “colônia de féria”: ele volta para casa cansado de tanto brincar.Foto Raimundo Sampaio/Encontro/DA Press

Com o fim das festas e o novo ano oficialmente inaugurado, está na hora de entrar na linha. Esse é o momento de se readaptar à rotina, fazer um check-up e reencontrar o peso ideal, perdido lá por novembro, antes da fartura das comemorações e do descuido típico de férias. A agenda detox, porém, não é exclusiva dos humanos. Os pets, cada vez mais inseridos nos costumes da família, também precisam retomar os velhos hábitos. O início do ano pode ser uma boa oportunidade para colocar em dia a saúde do melhor amigo. Muitas pessoas acreditam que só precisam levar os animais de estimação ao veterinário quando eles se acidentam ou aparentam mal-estar. Mas, assim como acontece com os donos, cães e gatos também precisam ser avaliados periodicamente, seja para prevenção, seja para detecção precoce de algum problema que ainda não se manifestou clinicamente. “O ideal seria que os animais de estimação fizessem avaliações de rotina todos os anos”, diz o veterinário Humberto Martins. “Uma consulta e exames de sangue já são suficientes para dar uma boa noção da saúde. Em caso de animais idosos, uma avaliação cardiológica também é importante”, recomenda, lembrando que não se deve esquecer de verificar a carteira de vacinação e de controle parasitário.  O shih-tzu Amin, de 2 anos e meio, começou 2015 com a saúde em dia. No fim de dezembro, ele foi adotado pelo cabeleireiro Danilo Silva Santos, que fez questão de submeter o novo amigo a um check-up. Amin morava com uma amiga de Danilo, mas o cãozinho estava disputando território com um golden retriever na casa antiga, o que lhe rendeu uma fratura na boca. Antes de levá-lo para a nova família, o cabeleireiro se inteirou sobre a rotina do shih-tzu, perguntou sobre a saúde e o comportamento do animal. Depois, levou Amin a uma consulta. “Assim que o peguei, fiz um hemograma completo nele. Pretendo levá-lo ao veterinário a cada três meses, para ver se está tudo bem. O cachorro não tem como falar se está sentindo alguma coisa, então as consultas de rotina são importantes. Eles são como filhos, totalmente dependentes”, acredita. Além do bem-estar físico de Amin, Danilo se preocupou com a adaptação à casa nova. “Foi como receber uma criança”, compara. Logo no início, o shih-tzu estranhou, mas rapidamente se acostumou à rotina. “Ele viu que era o único animal e que estava reinando na casa”, brinca o cabeleireiro. Amin tem um quintal para brincar, mas, mesmo assim, Danilo faz questão dos passeios externos diários, para entreter o pet. Envolver o melhor amigo em atividades é, aliás, a melhor maneira de readaptá-lo à rotina, depois das férias de fim de ano. Alguns são levados na viagem com os donos, enquanto outros acabam hospedados em hotéis. Seja qual for a situação, os meses de dezembro e janeiro provocam uma quebra nos hábitos do pet. O veterinário Humberto Martins diz o que fazer: “Não tem segredo, basta o proprietário criar uma rotina com o seu cão. Passeios diários, brincadeiras e estímulos mentais são tarefas fáceis de serem realizadas e que demandam menos tempo que se imagina”, garante. Às vezes, porém, eles podem sofrer uma espécie de “depressão pós-férias”. Da mesma forma que humanos se ressentem da rotina de passeios e diversão, os animais também estranham o retorno a um dia a dia menos agitado quando voltam para casa. “Quando viajamos, esperamos que nossos cães sintam muito nossa falta e mal possam esperar para nos ver de novo. Mas as férias de verão também são um grande momento para eles”, afirma o norte-americano Michael Rowland, especialista em comportamento canino. “Quem conhece bem a rotina de um day care ou hotel para animais sabe do que estou falando. Na hora de buscá-los é engraçado, eles parecem querer contar para nós tudo que fizeram. Nesses locais, há muitas brincadeiras, caminhadas, interação com outros animais. Então, é natural que, ao voltarem das férias, eles cheguem um tanto hiperativos e demorem um pouco para retornar à rotina mais tranquila”, explicou, por email, a Encontro Brasília. Segundo Rowland, alguns podem ficar tristes e apáticos nos primeiros dias. “O que posso recomendar são longas e agradáveis caminhadas, eles precisam gastar essa energia extra até as coisas voltarem ao normal. Geralmente, são necessários alguns dias”, afirma. O poodle Floquinho, de 5 anos, passou 22 dias hospedado em um hotelzinho que também funciona como day care e voltou para casa mais sociável. Antigamente, a dona do cão, a empresária e analista de RH Monica Barcelos, costumava levá-lo nas viagens ao litoral. Contudo, em vez de se divertir, ele se estressava nas férias. “Ele ficava bastante agitado. Como o Floquinho é de porte médio, eu não podia carregá-lo comigo para todos os lugares e ele sentia nossa falta”, recorda Monica. Por orientação de um veterinário, ela decidiu que, em vez de acompanhar a família, o poodle passaria a ficar na “colônia de férias” quando viajasse. Em vez de se ressentir e achar que foi abandonado, Floquinho adorou a mudança. Ele já está habituado com o hotelzinho, pois toma banhos semanais no local e, eventualmente, passa os fins de semana por lá. “Ele já conhece os cachorros, já tem os coleguinhas, então não estranha”, conta Monica. Quem estranhou foi o poodle que, ao voltar para casa, não tinha uma rotina tão agitada quanto na “colônia”. “Em casa, ele passeia três vezes ao dia, mas não é a mesma coisa. Lá ele brinca muito”, diz a empresária.  

Convivência pacífica

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Por Renata Rusky, da Revista do Correio

A gravidez da dona é um dos principais motivos de abandono de pets. Protetores dos animais tentam conscientizar de que não é uma questão de escolha: bebê e mascote são membros da família

foto Zuleika de Souza/CB/DA Press

Quando Gabriela Marinho (foto) , 20 anos, recepcionista, engravidou, ela tinha três gatos e dois cachorros. Ao contrário do que muita gente faz, ela não os desamparou. A gravidez da dona é um dos principais motivos de abandono de animais de estimação. A falta de informação e a crença de que os bichos são portadores de doenças tornam o pet vítima do desamparo das ruas. Para Gabriela, até então, era a seus cachorros e gatos que ela tinha dedicado todo seu amor e eram eles quem ela considerava seus filhos; portanto, não fazia sentido largá-los quando estava prestes a dar à luz Ísis, hoje com 4 meses. Os cachorros, ela sentia que perceberam logo a gravidez. “Uma delas deitava na minha barriga quando ainda estava pequena e rosnava para qualquer um que chegasse perto”, conta. Ela mostrava as roupas do bebê para os dois cães, deixava que cheirassem. Mesmo assim, ainda houve ciúme no início. Os gatos não ligavam muito, mas, depois que Ísis nasceu, começaram a se interessar pelo quarto e pelo berço dela, coisa que não tinham feito antes de a pequena nascer. Ao chegar da maternidade, já não eram três gatos, já que um deles foi envenenado na rua. Gabriela, com cuidado, deixou que todos eles, cães e felinos, cheirassem Ísis para se acostumarem com a presença do novo membro da família. Mesmo o mais agressivo dos gatos não ousou fazer nada contra o bebê. Hoje, ela até já abriu mão da pequena cerca que impedia que os animais entrassem no quarto da menina. Se, além de todas as mudanças que envolvem a chegada do bebê, a família ainda tiver que lidar com o ciúme dos animais de estimação, a situação pode ser estressante. Assim como Gabriela, a ativista protetora dos animais Luisa Mell (veja box) passou por essa situação recentemente e esteve em Brasília, no Taguatinga Shopping, para dar uma palestra a respeito. Ela tenta explicar que o abandono não é necessário, muito menos uma boa solução. Com dois cachorros em casa, Luisa conta que a preparação começou antes mesmo de o filho chegar. Por considerar importante que os bichos continuassem se sentindo parte da família, ela passava horas no quarto do bebê com os dois cachorros. “Mesmo assim, após o nascimento, um deles começou a fazer cocô na porta do meu quarto”, conta Luisa. Ela conta o quanto foi cansativo, mas compara: “Irmãos mais velhos também não ficam com ciúme? É a mesma coisa e nós temos que buscar forças para lidar com isso. É um momento difícil, mas compensa”. Ela cita pesquisas que indicam que crianças que convivem com animais de estimação até o primeiro ano de vida têm menos alergias e doenças respiratórias. Então, espera que os dois vivam o suficiente para que Enzo cresça e brinque com eles. Uma voz ativa contra maus-tratos Luisa Mell ficou conhecida quando, em 2002, estreou dois programas de tevê nos quais mostrava situações de maus-tratos vividas por muitos animais de estimação no Brasil. Participava de um grupo de emergência animal que fazia resgastes toda semana. Uma das ligações recebidas pelo grupo era de ativistas acampados em frente ao Instituto Royal. Dessa forma, ela se envolveu também no resgate de cerca de 200 cachorros da raça Beagle mantidos em gaiolas e usados em testes da empresa. Atualmente, Luisa continua seu ativismo via internet e também no meio político. A ideia é sensibilizar as pessoas para o assunto e intermediar processos de adoção e achados e perdidos. Ela acredita que o Brasil já evoluiu muito na causa nos últimos 12 anos, mas ainda há bastante a ser feito. “Muita gente diz que hoje os animais são mais maltratados, quando, na verdade, é só porque antes ninguém sabia, ninguém se importava, ninguém comentava”, afirma.

Dicas de Luisa Mell Associar coisas boas à presença do bebê. Deixar que o cachorro chegue perto e cheire o bebê. Se tiver medo, afaste-o discretamente, em vez de gritar para que saia. Esforçar-se para continuar dando carinho ao cão. Colocar uma roupa usada do bebê na cama ou na casa do cão. “Eu fiz isso e, no início, meus cachorros não queriam entrar na casa deles. Com o tempo, eles se acostumaram”, conta a ativista.

Gatos também amam Embora muitos digam que gatos não gostam dos donos, mas da casa, isso não passa de falácia. “Gatos se apegam. Eles são muito sensíveis a mudanças na casa. Dividem o lugar em que moram em setores para fazer cada uma das suas coisas. Se mexer em algum deles, eles se estressam”, explica a veterinária Leila Sena, especializada em felinos. Segundo ela, a facilidade de adapatação de cachorros a mudanças e a dificuldade dos gatos são consequência da domesticação mais antiga dos primeiros. “Normalmente, eles ficam mais reclusos e, aos poucos, vão voltando ao normal e querendo cheirar o bebê”, explica Leila. Se fizerem xixi no lugar errado, no entanto, ela adverte que é melhor chamar um veterinário comportamental. Uma alternativa boa que pode ser usada antes e depois do nascimento é usar difusores de ferormônio. O cheiro dá prazer aos gatos e os deixa relaxados. “Pode colocar até no quarto do bebê”, exemplifica. Se o animal associar aquele cheiro e aquela tranquilidade ao bebê, a adaptação dele à mudança pode ser facilitada.

Mães de Cachorro distribuem refeição para cães sobreviventes do terremoto no Nepal

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Por Marli Delucca (da Redação da ANDA)

A equipe de resgate de animais da Humane Society Internacional, que está no Nepal desde o dia 30 de abril deste ano, para oferecer ajuda emergencial depois que um terremoto de magnitude 7,8 que devastou a região, divulgou imagens de um grupo de mulheres que está alimentando os cães sobreviventes com a única comida disponível. As “mães de cachorro”, além de prepararem a refeição especial e distribuírem aos cães de rua que sobreviveram ao redor da cidade de Kathmandu, também realizaram um ritual para homenagear os cães que morreram no terremoto

Fotos Jodi Hilton/AP Images for Humane Society International

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 Milhares de animais e de pessoas foram mortos, estão feridos ou perdidos. Ao longo dos próximos dias e semanas, a equipe de resgates de desastres da HSI vai continuar a trabalhar com outros grupos de bem-estar animal e outras organizações internacionais nas áreas afetadas Sem a ajuda tão necessária, os animais terão de enfrentar a fome, a desidratação e a doença.   Para colaborar com a Humane Society Internacional, clique aqui.

Maus-tratos aos animais, protetores insatisfeitos

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por AILIM CABRAL e LUIZ CALCAGNO,

da editoria de Cidades do Correio Braziliense

Senadores analisam, hoje, texto sobre crimes e penas para quem promove a crueldade contra os bichos. Presidentes de associações dizem que as punições têm aumentado, mas ainda são muito brandas para que a defesa seja completa.

Marília com Shay e outros animais, em casa: “Cuidar de um animal resgatado é gratificante” foto Marcelo Ferreira/CB/DA Press

A pena para quem comete maus-tratos contra animais pode aumentar. A punição, que hoje varia de três meses a um ano de detenção e multa, deve chegar a três anos de reclusão. A determinação está prevista no artigo 408 do Novo Código Penal. O aumento das punições, no entanto, não satisfez as organizações protetoras de animais. Protetores ouvidos pelo Correio consideraram as mudanças brandas. Um dos pontos polêmicos foi a retirada dos artigos referentes ao abandono, à omissão de socorro e ao transporte inadequado de animais. Senadores analisam o texto hoje, em sessão extraordinária.

A nova legislação veio para evitar o que ocorreu com o gato Shay, vítima de brutalidade há seis anos. O antigo dono o abandonou em uma clínica veterinária porque o animal não tinha o movimento das patas traseiras. A servidora pública Cláudia Guimarães, 53 anos, encontrou o bichano desconsolado no estabelecimento. Sensibilizada ela decidiu assumir os custos do tratamento de Shay e adotá-lo. Com algumas limitações, ele voltou a andar.

Cláudia e a filha, a estudante Marília Guimarães, 26 anos, comemoram o aumento da pena, mas acham que a legislação não será suficiente para proteger os animais. “É um avanço, mas ainda é muito pouco comparado ao que eles sofrem. Os animais não têm como se defender”, diz Marília. A jovem, no entanto, não desanima. “Cuidar de um animal resgatado é gratificante. Foi incrível ver o brilho nos olhos de Shay quando ele conseguiu pular primeira vez”.

Lilian Rockenbach, coordenadora do Movimento Crueldade Nunca Mais, está entre as que se consideram insatisfeitas com as alterações no texto original do projeto. Ela ajudou a fundar, em 2012, a organização, que, em parceria com o Fórum Nacional de Defesa e Proteção Animal, encabeça campanha para que as penas sejam aumentadas. “O texto modificado prejudicou muitos os animais, diminuiu as penas e descriminalizou condutas que haviam sido contempladas”, afirma (leia Em defesa dos bichos).

O atual governador do Mato-Grosso, Pedro Taques, foi o relator responsável, no Senado, por retirar os artigos e abrandar a nova legislação. De acordo com estudos apresentados pelo Movimento Crueldade Nunca Mais, no entanto, pessoas que maltratam bichos de alguma forma têm cinco vezes mais chances de cometer crimes semelhantes contra seres humanos. “Precisamos de uma legislação mais forte. Proteger animais e punir quem comete crimes contra eles é proteger humanos no futuro”, alerta Lilian.

Petição online iniciada pelo grupo de Lilian reúne mais de 277 mil assinaturas. Nas ruas, militantes conseguiram 80 mil. De acordo com a coordenadora, parlamentares seguem mais uma vez na contramão do que pensa a sociedade. “Ele (Pedro Taques) queria diminuir ainda mais as penas propostas, mas fizemos diversas viagens a Brasília, nos reunimos com ele e conseguimos um meio termo”, lembra.

Nova alteração

Simone Lima, presidente da Associação Protetora dos Animais do Distrito Federal (ProAnima), avalia que os senadores dilapidaram o novo texto. Ela afirma que a associação lutará para que, posteriormente, deputados alterem novamente o projeto de lei, trazendo de volta os artigos removidos. “As penas precisam ser maiores e as tipificações mais claras. Do jeito que o documento foi redigido, temos perdas substanciais. Queríamos que essas condutas ficassem mais explícitas no Código Penal, assim como são os maus-tratos contra crianças e o feminicídio, por exemplo”, critica.

A reportagem ligou para pelo menos oito gabinetes de senadores na tarde de ontem. O único que se dispôs a falar sobre o projeto foi Randolfo Rodrigues (PSol), de Macapá. “Não sei qual a razão que levou o então senador Pedro Taques a retirar esses dispositivos da lei. Sou favorável à permanência deles e a um agravamento das penas, conforme projeto já aprovado na Câmara dos Deputados. A não aprovação levaria à banalização desses crimes”, afirma. O Correio não conseguiu contato com Taques.

BRUTALIDADE

O Batalhão de Polícia Militar Ambiental recebe cerca de

60 denúncias de maus-tratos por mês. Mas o número de casos que chega a ser registrado na delegacia varia, chegando a 2 por mês. Em 2012, a Polícia Civil registrou 20  episódios de crueldade contra animais e 49 de maus-tratos

Polêmica por conta de vaquejada no DF

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por AILIM CABRAL e MATHEUS TEIXEIRA,

da editoria de Cidades do Correio Braziliense

A proibição de vaquejadas no Distrito Federal será discutida na próxima sexta-feira, com todos os interessados — de defensores dos animais a produtores de rodeios —, em audiência pública na Câmara Legislativa. Após liminar de fevereiro do Tribunal de Justiça do DF e dos Territórios (TJDFT) suspender a realização de eventos do gênero na capital, o assunto deve voltar à pauta da sociedade, pois, além do encontro desta semana, há um Projeto de Lei (PL) no legislativo local para reconhecer a vaquejada como modalidade esportiva. Entidades ligadas aos direitos dos animais criticam os eventos e classificam como “cruel” o tratamento dado aos bichos. Juarezão (PRTB), autor do PL, por outro lado, lembra de lei federal que reconhece a prática como um esporte e alega se tratar de uma “manifestação cultural”.

Debate sobre a atividade será na sexta-feira, em audiência pública na CLDF

Foto: Junot Lacet/DB/D.A Press

Estava marcado para 21 e 22 de fevereiro deste ano a festa 1º Tropa de Elite, no Parque Vaquejada Maria Luiza, em Planaltina. Um dia antes do evento, porém, o juiz Jansen de Almeida, da 3º Vara de Fazenda Pública, atendeu a pedido das ONGs BSB Animal Proteção e Adoção e Frente de Ações pela Libertação Animal e proibiu a realização da competição com bichos em todo o DF. A decisão não é definitiva e aguarda o desfecho na Justiça.

Enquanto isso, peões de rodeio estão sem trabalho, assim como os produtores dos festivais. Juarezão justifica que os eventos movimentam a economia da cidade, geram emprego e reúnem a comunidade. “É um festa genuinamente brasileira, realizada tradicionalmente há mais de um século. Nos últimos anos, modernizou-se e profissionalizou-se. Hoje, ocorrem mais de mil vaquejadas no Brasil”, afirma. Além disso, cita a lei de 2011 do Congresso Nacional, sancionada pela presidência da República, que considera o peão um atleta profissional e a montaria, uma prática esportiva.

Militantes da causa animal, contudo, discordam do parlamentar. Simone Lima, da ProAnima, afirma que a vaquejada é algo “intrinsicamente cruel”. Para ela, uma atividade que envolve animais aterrorizados e puxões pelo rabo que podem levar o bicho à morte não pode ser considerada um esporte, uma vez que configura crime de maus-tratos. “Nós temos uma legislação nacional que proíbe isso, o artigo 225 da Constituição Federal determina que são vedadas práticas que submetam animais à crueldade”, argumenta.

Simone propõe um paralelo da forma com que se tratam os cães e gatos à forma de tratamento dos bezerros. “Qualquer pessoa com um pouco de sentimento se indignaria se visse o rabo de um cachorro sendo arrancado. Por que com os bezerros é diferente?”, alega. A protetora afirma que o ProAnima estará presente na audiência e reivindica espaço na mesa. Ela acrescenta que as entidades estão se mobilizando e apresentando um projeto de lei com o intuito de proibir as vaquejadas no DF. “Estamos na fase de apresentar o projeto aos deputados, para ver quais serão signatários”, completa.

“É um festa genuinamente brasileira, realizada tradicionalmente há mais de um século. Nos últimos anos, modernizou-se e profissionalizou-se”

Juarezão (PRTB), deputado distrital

“Qualquer pessoa com um pouco de sentimento se indignaria se visse o rabo de um cachorro sendo arrancado. Por que com os bezerros é diferente?”

Simone Lima, da ProAnima