Autor: Paloma Oliveto
Livro de pesquisadoras brasileiras investiga a cognição e o comportamento dos cachorros. Os estudos evidenciam, cada vez mais, que eles são inteligentes, emotivos e criam rápidos vínculos
Essa história de amor tem pelo menos 14 mil anos. Tanto tempo de cumplicidade e companheirismo fizeram do homem e do cachorro unha e carne. Não existe, na natureza, nenhum outro caso de duas espécies distintas que desenvolveram tamanha relação afetiva, cooperativa e comunicativa. E, apesar de milênios de convivência, há muito pouco se começou a compreender o comportamento do melhor amigo. Foi apenas no fim da década de 1990 que a ciência voltou os olhos para os cães. A riqueza e a complexidade do animal conquistaram os pesquisadores e, hoje, a produção de trabalhos é numerosa. Uma rápida pesquisa no Google Acadêmico encontra mais de 1,4 milhão de artigos com a palavra “dog” nos últimos 17 anos.
Atentas às investigações e descobertas mais recentes, as cientistas brasileiras Carine Savalli e Natalia de Souza Albuquerque — elas mesmas prolíferas pesquisadoras do tema — organizaram o primeiro livro nacional dedicado à cognição e ao comportamento de cães, sob o viés científico. Lançado há uma semana, Cognição e comportamento de cães — a ciência do nosso melhor amigo (Editora Edicon) desvenda alguns dos mais curiosos aspectos de um animal que, segundo Natalia, ainda tem muito a ensinar. “Os cães são seres de direito e de valor próprio, muito interessantes e complexos. Estamos longe de saber tudo sobre eles”, define a bióloga, que é mestre em psicologia e, atualmente, faz doutorado em psicologia experimental/comportamento animal na Universidade de São Paulo (USP) e em comportamento e bem-estar animal na Universidade de Lincoln, no Reino Unido.
Pesquisadora de emoções e cães, um tema que envolve percepção e reconhecimento emocional, além de empatia, a bióloga explica que, até os anos 2000, os cachorros como objeto de estudo eram negligenciados tanto pela biologia quanto pela psicologia. Se, por um lado, o interesse maior estava em animais não-domesticados (e que, portanto, fornecem importantes conhecimentos da vida selvagem), por outro, os cães ainda eram vistos apenas como coisas fofinhas que respondiam a condicionamentos, como pegar a bola em troca de um afago ou um petisco. No Brasil, isso mudou com o psicólogo e pesquisador da USP César Ades, um dos pioneiros nos estudos da etologia (ciência do comportamento animal) que, ao morrer, em 2012, aos 69 anos, deixou uma vasta produção nessa área e a inspiração para dezenas de pesquisadores brasileiros que seguiram seus passos.
Entre os muitos objetos de estudo de Ades, esteve a cachorrinha Sofia, uma SRD que se tornou famosa para o público leigo por ter sido a primeira companheira na televisão do zootecnista Alexandre Rossi, hoje popularmente conhecido como “Dr. Pet”. O etólogo coordenava as pesquisas com Sofia no Instituto de Psicologia da USP, das quais também participou Carine Savalli. Um dos capítulos do livro, escrito por Carine, que é orientadora da pós-graduação em Psicologia Experimental/Comportamento Animal da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e pela veterinária Daniela Ramos, é justamente um estudo de caso sobre comunicação canina, protagonizado por Sofia.
- “A Sofia foi muito estimulada, de uma forma única, e desde pequenininha”, conta Carine Savalli. “Ela aprendeu a aprender muito rápido, era muito especial”, diz, sobre a cachorrinha, que morreu de câncer em 2014 e ainda deixa muitas saudades na professora da USP. Sofia aprendeu a usar um teclado para se comunicar com humanos. Por meio de símbolos representados no objeto, mostrava o que queria: água, comida, casinha, passear, brinquedo, carinho, xixi… Além disso, respondia a pedidos verbais compostos de dois termos (busca bola ou aponta garrafa, por exemplo) e, mesmo quando as palavras eram invertidas (bola busca, garrafa aponta), ela compreendia.
A cadelinha foi filmada muitas vezes sozinha. Nesses casos, não usava o teclado, um claro indicativo de que ela sabia que aquele era um instrumento para se comunicar com humanos. Para ela, os testes eram pura diversão. “Muitas vezes, eu ia buscá-la em casa para levar para a USP. Quando ela ouvia a palavra ‘USP’, ficava louca de alegria”, relata Carine. Outro caso que ela descreve no livro é o do border collie Rico, estudado por pesquisadores alemães, que publicaram um artigo sobre ele na revista Science. O cão conhecia mais de 200 palavras (na maioria, brinquedos) e, quando alguém perguntava por eles, corria para levá-los.
Da mesma raça, a cadela Chaser é conhecida na internet como “a mais inteligente do mundo”. Ela conhece mais de mil palavras e tem compreende o nome de um objeto em três níveis (sabe o que é garfo, entende que garfo é um utensílio e, ainda, que ele é um talher). Segundo Carine Savalli, esses casos mostram que, com treinamento precoce e adequado, os cães podem desenvolver habilidades cognitivas verbais que, há até pouco tempo, eram inimagináveis. “Há variações individuais, mas acredito que o meio e a estimulação fazem toda a diferença. Outros animais que passassem por isso provavelmente teriam essas habilidades”, diz.
Emoções
Quando a bióloga Natalia de Souza tinha 2 anos, divertia a família dizendo que, quando crescesse, queria ser psicóloga de bicho. Aos 4, afirmou que ganharia um Nobel ao provar que os animais são tão inteligentes quanto os homens. Hoje, aos 29, é doutoranda em “psicologia de bicho” e, quem sabe, ainda poderá comprovar sua hipótese. De uma coisa, a coautora do livro Cognição e comportamento de cães — a ciência do nosso melhor amigo já tem certeza: os cães percebem as emoções humanas e mostram-se sensíveis a elas.
Uma fonte de inspiração para Natalia é Poly, daschund que viveu nove anos, período em que se tornou a melhor amiga e confidente da bióloga. “Eu nunca a treinei e ela tinha uma comunicação maravilhosa. Quando queria alguma coisa, apontava, me chamava. Nosso laço afetivo era impressionante. Eu queria entender se era assim mesmo ou eu que estava imaginando”, conta a cientista.
Hoje, o foco do trabalho da bióloga, tanto na USP quanto na Universidade de Lincoln, no Reino Unido, são as emoções. “Pesquiso como é a relação afetiva entre humanos e cães e de que forma eles conseguem entender nossas emoções”, explica. No capítulo dedicado ao assunto, ela fala de diversos experimentos recentes que investigaram a resposta emocional dos animais. Em alguns deles, fica evidente não só que os cachorros são capazes de reconhecer e distinguir diferentes emoções, como há fortes indicativos de que são empáticos com outros da espécie e com os homens.
Carine e Natalia também destacam, no livro, as descobertas científicas sobre o apego de cães e tutores, algo que, de acordo com elas, se assemelha, em muitos aspectos, com o apego entre criança e figura materna. As pesquisadoras citam, inclusive, a primeira evidência arqueológica dessa relação de afeto, que data de 12 mil anos atrás. “Trata-se de um esqueleto humano com a mão sobre o esqueleto de um filhote de cão que, provavelmente, não servia de comida, pois estava inteiro”, escreveram no capítulo sobre o tema, também assinado pela psicóloga e mestre em medicina veterinária Alice de Carvalho Frank. Um dos experimentos mais indicativos dessa relação foi o que mediu, em cães e mulheres, os níveis de ocitocina após a interação entre eles. Essa substância, também conhecida como “hormônio do amor”, por ser produzida na hora do parto para estimular o vínculo de mães e filhos, aumentou tanto nos cachorros quanto nas voluntárias do estudo.
Segundo as autoras do livro, um dos objetivos do trabalho é fazer com que, conhecendo melhor, as pessoas possam respeitar mais os animais. “Cães são animais fantásticos e incríveis. Muitos sofrem maus-tratos, negligência e abandono. Algumas pessoas não sabem que eles percebem emoções, sofrem e criam vínculos. Se soubessem, acho que não os abandonariam”, afirma Natalia de Souza. “Uma das coisas mais incríveis sobre os cachorros é que eles foram programados para amar os seres humanos”, conclui Carine Savalli.
Entrevista // ANGÉLICA DA SILVA VASCONCELLOS, bióloga, doutora em psicologia e professora da pós-graduação da Universidade Católica de Minas Gerais
Nos últimos anos, temos visto uma produção científica na área de cognição e comportamento canino cada vez maior. A que se deve esse aumento no interesse?
A facilidade de reprodução e manutenção da espécie certamente desempenha um grande papel nisso. O processo de domesticação do cão, direta ou indiretamente, selecionou características que facilitam sua interação com o ser humano. Na verdade, nós somos o ambiente social da espécie e isso possibilita a manutenção de indivíduos para pesquisa em boas condições de bem-estar — quando isso não é possível, os resultados dos estudos podem ficar comprometidos. Essa facilidade de manutenção, em contrapartida, possibilitou o grande número de estudos sobre a espécie, o que também melhora a qualidade no cuidado com eles. Além disso, o estudo do cão traz uma possibilidade que é incomum em outras espécies: podem-se estudar processos evolutivos por meio da comparação de duas versões da mesma espécie! O fato de o ancestral silvestre do cão — o lobo — estar presente na cena atual traz essa possibilidade incomum.
O artigo que a senhora escreveu toca um tema central, do bem-estar dos cães. A senhora acredita que nós sabemos atender e respeitar as necessidades deles?
Essa é uma questão que merece reflexão por parte daqueles que têm um cão em casa. Embora muito do comportamento dos lobos já não apareça mais no repertório comportamental do cão, eles também não são mini-humanos. Aqui mora uma das principais contribuição de nosso trabalho para o público em geral — a compreensão sobre algumas características, potencialidades e necessidades do cão — que não são as mesmas de qualquer outra espécie. No livro como um todo, são discutidos trabalhos que levantaram o que é e o que não é verdade a respeito do cão. O que já se comprovou como característica dele, o que ainda está sob investigação e — principalmente — o que se provou falso após investigação cuidadosa. Nossa tendência ao antropocentrismo leva o ser humano, muitas vezes, a assumir como do cão necessidades que são exclusivamente humanas — e isso pode levar a impor aos animais padrões e estilos de vida que absolutamente não atendem a suas reais necessidades.
De que forma os artigos do livro podem ajudar tutores a lidar com seus melhores amigos?
Sabendo das reais potencialidades, características e necessidades do cão, eles poderão melhor adequar o cuidado com eles. E também — e não menos importante — é adequar suas expectativas para com seus cães, sabendo que há muitas coisas que eles realizam, sim. Mas há outras coisas que seria injusto esperar deles. A criação de uma expectativa mais realista com relação ao melhor amigo do homem contribuirá para diminuir as chances de desapontamento — de ambas as partes — e para a construção de um relacionamento duradouro e recompensador, também para ambos.
Veja como a cachorrinha Chaser é esperta!
Os melhores programas para seu pet nesse fim de semana
Sábado
8h às 18h: Dia de cirucuito Pet Fit para os grandões no The Walkers. Um dia inteiro de recreação com caminhada, natação e socialização para cães de grande porte. Além do circuito AUtlético, as petsitters vão tirar foto e dar o retorno sobre comportamento e desempenho do cachorro para os tutores. A aventura custa R$ 60,00. Reservas por telefone ou (61) 3356-5883
9h às 15h: Quer levar um AUmigo para casa? Ele está à sua espera na feira de adoção de cães e gatos da PetHouse, na 408 Sul.
10 às 16h: Na Petz, no Sia Trecho 2, também tem feira de adoção da Sociedade Humanitária Brasileira. Quem puder ajudar, a SHB precisa de material de limpeza e ração seca para gatos e cães.
Domingo
10 às 16h: É dia de fazer o bem e ajudar os AUmigões do abrigo Flora e Fauna no mutirão de banho e limpeza. Aproveite para encher os cãezinhos de carinho e, quem sabe, levar um para casa. Informações: 99842-5461 e abrigofloraefauna@gmail.com
E, aproveitando que a previsão do tempo é de sol para sábado e domingo, leve o cãozinho para passear nos muitos espaços ao ar livre. Veja aqui algumas dicas:
- Parque da Asa Delta, também conhecido como Morrote, no Lago Sul: o espaço entre a QL 12 e a QL 14 atrai praticantes de esportes, que aproveitam para fazer SUP e canoagem. Os cães também participam da farra. Para os não AUtletas, tem área verde de sobra para correr e, claro, o lago para nadar
- Parque das Garças, no Lago Norte: na QL 15, é menor que o Morrote, mas também atrai praticantes de esportes aquáticos e seus pets
- Parque Urbano Bosque do Sudoeste: principalmente aos domingos pela manhã, quando tem roda de chorinho debaixo da árvore, muita gente tem levado os pets para um passeio no bosque
- Calçadão do Lago Norte, na Asa Norte – L4 Norte, altura da 16. Lá, os cães podem passear e nadar no lago. Anda um pouco abandonado, mas ainda é uma opção de caminhada no por do sol
- Parcão: Estacionamento 6 do Parque da Cidade. A área cercada já foi mais conservada, mais ainda atrai muita gente que quer socializar os cães, sem medo de fuga
- Parcão do Cruzeiro: Epia, 3663 (próximo ao Ginásio de Esportes). A área de 2,8 mil metros quadrados também é cercada, e os cães podem brincar livremente. Nos dias de calor, porém, é um sufoco, pois não há árvore para fazer sombra. Também está um pouco abandonada
- Praça dos Cristais, no Setor Militar Urbano: Além de um agradável passeio, o local rende boas fotos dos peludos
- Pontão, Lago Sul: Na QL 10, é um bom lugar para passear com os cães em dias ensolarados. Mas, atenção: eles não podem entrar na água. O restaurante Mormaii aceita os pets na área externa
Se à noite bater a vontade de pegar um cineminha, o Cine Drive In aceita os peludos. O filme desta semana é A Bela e a Fera, exibido às 19h (dublado) e 21h15 (legendado). Ingresso: R$ 26,00 (inteira).
Bar pet friendly
Para completar a noite, no Tabuada Tábuas & Drinks, na quadra 101 do Sudoeste, os cãezinhos são mais que bem-vindos. Bento foi lá e, assim que chegou, a atendente já levou um potinho com água para ele. No cardápio, tem vinho e cerveja para os pets (nenhum dos dois é alcoólico, trata-se de caldo de carne).
O veredito:
Quem mais está animado para o fim de semana?
Escovar os dentes do pet diariamente é obrigatório. O hábito não só evita mau hálito, como afasta muitas doenças
Do banho semanal, ninguém esquece. Mas e o que dizer da higiene dos dentinhos? Muita gente acha que não precisa escovar a “dentadura” dos pets. A consequência: 85% dos animais adultos têm alguma doença bucal, segundo a Associação Brasileira de Odontologia Veterinária. Isso sem falar no bafão.
“A escovação dos dentes é tão tão importante para os cães como é para nós. Alguns passam grande parte de suas vidas sem escovar os dentes, e isso pode acarretar uma série de doenças, devido ao acúmulo de bactérias na boca”, afirma a médica veterinária Priscila Brabec, da Ceva Saúde Animal. Ela esclarece que a escovação deve ser feita todos os dias.
A má higienização pode resultar em formação de tártaro, inflamação da gengiva e perda dos dentes. “Quando a escovação não ocorre, isso estimula a formação de biofilme, agregado de bactérias que se formam nos dentes e que, se não removido, pode progredir para a placa bacteriana. Quando mineralizada, ela se transforma em cálculo dentário”, diz a veterinária. Outra consequência é o mau hálito, provocado pelo acúmulo de bactérias na boca.
O veterinário Alexandre Merlo, da Zoertis, ensina que, quando o cachorro está com algum problema na boca, é comum apresentar gengiva avermelhada, inchada e dolorida (gengivite) e dificuldade para comer, entre outros. “Muitas vezes, essas alterações são consideradas normais ou toleráveis para a espécie ou para a idade, o que é um grande erro”, explica.
A placa bacteriana pode aparecer em poucas horas após a alimentação e, quando endurece, se transforma no tártaro, que já não pode ser eliminado apenas com a escovação. É muito importante combatê-lo, porque as bactérias presentes na calcificação podem passar para a corrente sanguínea, causando doenças mais graves, como infecções no coração, rins, fígados e sistema nervoso.
Por ser um mal que progride aos poucos, o animal acaba se acostumando com a dor, e o tutor não percebe que há algo de errado. “Por isso, é sempre recomendável fazer visitas regulares ao veterinário. Quando o cão passa pelo tratamento de limpeza bucal, sua qualidade de vida melhora”, ensina Alexandre.
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Projeto segue para mais uma comissão antes de ser apreciado no Plenário
Usuários do Reddit se divertem com a radiografia de um cão sapeca, que engoliu uma peça do jogo Monopoly
A reprodução de um exame de raios X viralizou no site colaborativo Reddit. Também, pudera. A imagem mostra um cachorro dentro de um cachorro, e não estamos falando de gestação nem de canibalismo. O usuário brainyblond fez a postagem, acompanhada do comentário: “Cachorro foi ao veterinário por engolir uma peça do Monopoly”. Os comentários são o melhor. “Não sou bobo, é claro que isso é uma cadela grávida”, brincou uma pessoa. “O cachorrinho é que foi ao veterinário, porque foi engolido por um cão gigante”, disse outra. Para outros usuários, não há dúvidas: trata-se de Clifford, o personagem grandão do desenho animado. O post já recebeu 73.597 pontos no site.
Esse casal viajou 82km a pé para não abandonar os cães Milady e Paçoca
Quem nunca ouviu a desculpa de que: “Vou me mudar e não tenho como levar meus cachorros”? Usando esse argumento, muita gente abandona cães e gatos, mesmo sabendo do sofrimento que estão impondo aos bichinhos.
Pois um casal de São José do Rio Preto (SP) deu uma verdeira lição de amor e companheirismo ao percorrer a pé 82km que separam o município da cidade de Votuporanga, onde estão morando atualmente. Foram seis dias de viagem, com paradas pelo caminho, apenas para poder levar com eles Paçoca e Milady, cãezinhos que tratam como filhos.
Renata Barbato, 27 anos, contou ao blog que ela e o marido, Carlos, trabalhavam na cozinha de uma churrascaria de Rio Preto, onde alugavam uma casa. Porém, com a crise econômica, foram dispensados. Natural de Votuporanga, ela decidiu voltar para a cidade natal, com a família completa.
Paçoca e Milady entraram na vida do casal por acaso. “Um dia, em um fim de semana, eu estava em frente de casa e vi os dois com um morador de rua. Eles estavam com sede, com a linguinha de fora, e ofereci para dar água. Aí me encantei e pedi os cachorros pra ele. Ele me deu e perguntou se podia visitá-los, mas nunca voltou” conta.
A paixão de Renata pelos cãezinhos foi instantânea. “Eles foram criados dentro de casa, fui me apaixonando, dando regalias, deixando dormir em cima da cama… Virou filho mesmo”, diz.
Com o movimento fraco no restaurante, Renata e Carlos perderam o emprego. Venderam coxinha e água no sinal, mas o dinheiro não era suficiente para as despesas. “Então fomos vendendo os móveis que a gente tinha para tentar continuar lá. Mas teve uma hora que não deu mais.”
De passagem comprada, foram à rodoviária. Quando souberam que não poderiam embarcar os cães, por não terem as caixas de transporte apropriadas, eles conseguiram um carrinho velho de supermercado, e saíram empurrando estrada afora. Renata diz que não pensou em abandoná-los nem por um segundo, “De jeito nenhum, eles são nossos companheiros, nossos filhos.”
Quando chegaram a Votuporanga, uma prima de Renata procurou Leonardo Brigadão, vereador que defende a causa animal. Ele conheceu o casal, se sensibilizou com a história e publicou um post em sua página do Facebook. “Quando publiquei que esse casal veio empurrando o carrinho com os dois cães, algumas pessoas, inclusive o advogado da Câmara Municipal, comentaram comigo que viram eles na rodovia, com os cachorros”, conta o vereador.
Brigadão diz que, agora, está lutando para conseguir um lugar para eles morarem. A casa da prima de Renata, que tem três filhos e dois cachorros, é pequena demais para hospedá-los em definitivo — o casal vai lá para se alimentar, tomar banho e trocar de roupa. Nenhum abrigo público aceitou os dois, por causa de Milady e Paçoca. A saída foi morar em um barracão. “Meu medo é que algum homofóbico faça mal para a gente porque sou transgênero”, diz Renata. Por precaução, ela deixa os cães na casa da prima quando precisa sair.
“Eles estão em uma situação complicada. Estamos tentando arrumar moradia para eles”, conta o vereador Leonardo Brigadão. “No caso deles, é difícil encaixar no auxílio-aluguel, que a prefeitura oferece pela Secretaria de Assistência Social. Mas a Secretaria de Direitos Humanos vai empregar os dois, pelo programa Votuporanga em Ação II, para eles poderem trabalhar e ter uma vida digna”, afirma. Enquanto não conseguem um lar, os dois passam o dia em uma entidade que cuida de famílias carentes. “Eles são voluntários lá, estão trabalhando. Então eles precisam de ajuda, mas estão ajudando outras pessoas”, destaca o vereador. Com a repercussão local da história, o casal conseguiu doação de roupa, ração e de um ventilador.
Apesar das dificuldades, Renata reforça que nunca se desfaria dos cachorros. “Jamais deixaria os dois para trás. É muito amor que tenho por eles“, afirma.
Ninguém duvida disso.
- Se alguém quiser entrar em contato com Renata, o whatsapp da prima dela é (17) 99183-8869
Sábado foi dia de muita diversão e de testar mais uma novidade no roteiro pet friendly de Brasília
O Brasília Shopping entrou na lista dos estabelecimentos comerciais que aceitam cãezinhos. O lançamento do conceito pet friendly foi no sábado, dia do evento Eu Amo Meu Cão, que transformou a área externa do shopping no quintal da cachorrada. Teve desfile de moda, palestras com especialistas, bate-papo com a ativista da causa animal Luisa Mell, agility e até emissão de RG da República dos Cachorros do Brasil, pela Secretaria de Segurança Canina. Nosso blogueiro Bento agora é um salsicha registrado.
Desde sábado, os cães podem frequentar o shopping, que empresta carrinho de transporte e fornece cata-caca para os tutores passearem com os pets. São aceitos animais de até 60cm, que podem dar o rolezinho por todos os cantos, exceto na praça de alimentação. Será que o Bento aprovou a novidade? Confira a avaliação do blogueiro salsicha:
Pontos positivos:
- O shopping empresta os carrinhos, que devem ser retirados no balcão de informações, no primeiro pavimento
- Os seguranças foram muito gentis com a cachorrada que circulou por lá
- Mais uma opção de passeio com os pets na cidade
Pontos negativos:
- Seria ótimo se os cães pudessem passear no chão, como acontece nos shoppings de São Paulo
- Como só podem passear no carrinho, os cães de médio e grande porte ficaram de fora da novidade. Lembramos sempre que tamanho não quer dizer agressividade: meu primo chiuaua é mais furioso que qualquer grandão
Veredito:
Bento agradece Ricardo Mapurunga, pela criação do selo 🙂
Outros shoppings que aceitam pets em Brasília:
- Conjunto Nacional: é o mais liberal. Cães de todos os tamanhos podem passear por lá (exceto na praça de alimentação), no chão. O shopping lembra que os tutores devem se responsabilizar pela segurança e não levarem cães agressivos
- Iguatemi Shopping: durante a semana, os cães de pequeno porte podem passear no chão (exceto na praça de alimentação). No fim de semana, só no carrinho ou bolsa de transporte. Os grandões ficam de fora
- Casa Park: cães liberados, desde que no carrinho (exceto na praça de alimentação). Como os grandões não cabem em carrinho, eles também ficam de fora
- Terraço shopping: cães liberados, desde que no carrinho (exceto na praça de alimentação). Como os grandões não cabem em carrinho, também ficam de fora
- Parkshopping: cães liberados, desde que no carrinho (exceto na praça de alimentação). Como os grandões não cabem em carrinho, também ficam de fora
Veja como foi o evento
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E o Oscar foi para…
Sábado também foi dia agitado no Armazém Rural da Asa Norte. O tapete vermelho se estendeu para gatos e cachorros desfilarem com seus trajes de gala. O evento foi superdivertido, com muitos brindes para os pets, como petiscos, copos medidores e antipulgas, entre outros. Todos os inscritos na brincadeira saíram com o “Oscar” debaixo da pata. Para os cães, o troféu foi um osso dourado. Os gatos vitoriosos ganharam um troféu arranhador.
Os jurados elegeram os vencedores do grande dia. O SRD Milk e o maltês Luke Skywalker e foram destaque:
Além do amor e de uma misteriosa afinidade, é preciso levar em consideração alguns fatores antes de comprar ou de adotar um pet. No caso dos cachorros, o sexo pode ser definitivo nessa escolha
Renata Rusky
Na hora de escolher um animal de estimação, é claro que o mais importante é gostar verdadeiramente de bichos e estar disposto a cuidar, a dar atenção e muito carinho a eles. Aliás, muitos casos de adoção são baseados em amor à primeira vista: a pessoa olha o pet nos olhos e já se apaixona. Não se importa com a raça, com o sexo ou com a idade do animal. Mas vale programar melhor a escolha para evitar dores de cabeça no futuro.
No caso de cachorros, ser fêmea ou macho pode fazer diferença. Os dois sexos têm vantagens e desvantagens, portanto, depende muito do estilo de vida da pessoa que for cuidar deles.
Atualmente, a publicitária Rebeca Schmidt, 28, tem um casal de cães da raça bull terrier, o Vingador, de 1 ano e 10 meses, e a Mary, de 1 ano e 4 meses. A jovem sempre gostou de animais e quando menina tinha um canil em casa. A convivência com cachorros e gatos sempre foi intensa. O contato com tantos bichos permitiu que ela definisse uma preferência: gosta mais dos machos. “Em geral, eles são até mais bonitos”, admite.
Na opinião dela, as fêmeas mudam muito de humor. “No período antes do cio, a Mary fica deprimida. Ela fica mais agressiva e bate no Vingador”, relata. O macho tolera, mas, quando Mary passa dos limites, sai machucada. Ele é maior e mais forte. A fêmea também morre de ciúmes se Rebeca dá mais atenção a ele. A última cadela que Rebeca teve, antes de Mary, foi bem recebida por seu cachorro anterior. Depois de quatro meses, no entanto, ela passou a machucá-lo e a dona foi obrigada a doá-la.
Embora cada dono tenha uma opinião própria, a veterinária Fernanda Cioffetti Marques, membro da Comissão de Animais de Companhia e gerente de Marketing da Vetnil, afirma que o modo como o pet é criado é um fator muito mais importante para definir a personalidade dele. “Não existe uma relação comprovada do comportamento com o sexo deles. Um contato próximo com o dono e uma educação que valorize essa proximidade auxiliam bastante no relacionamento do cão com o tutor e com outras pessoas. Ter um pet faz bem, em todos os sentidos. O nosso foco deve estar em como o relacionamento com eles é benéfico para nossa saúde e para o próprio bem-estar deles, mesmo que dê um pouco de trabalho no começo”, afirma.
Já a ambientalista e defensora do direito dos animais Vininha Carvalho, idealizadora do Dia Nacional de Adotar um Animal, acredita que existe, sim, diferença no comportamento da fêmea em relação ao do macho. Mesmo assim, concorda que o animal sente e reage de acordo com os estímulos promovidos pelo ambiente, portanto, se houver respeito e carinho, a reação do animal será recíproca.
Apartamento x casa
Quando Rebeca morava em apartamento, foi complicado ter um macho. Ele fazia xixi em todo lugar. Não havia spray repelente suficiente para evitasse a urina em locais indesejados. Atualmente, ela mora em uma casa. Solto no quintal, Vingador fica à vontade para demarcar todo o território.
Rebeca também já teve uma experiência difícil com fêmea em apartamento. Durou pouco tempo, porque o dono era um amigo. Ele viajou e deixou a cadela aos cuidados da publicitária, mas ela estava em seu ciclo estral, equivalente à menstruação dos humanos. “Era sangue pelo apartamento inteiro, uma confusão”, relembra.
Na comparação entre ter dificuldades em cuidar de um ou de outro, Rebeca reforça a preferência pelos machos. “Eles são muito mais carinhosos”, conta. Segundo ela, também são mais preguiçosos. “Parece muito com mulheres e homens: o cão sabe que tem uma mulher para fazer todo o serviço da casa, aí fica dormindo”, compara na brincadeira.
Em casa com mais espaço, também é mais fácil separar o casal de cachorros quando Mary está no cio, o que seria quase impossível em apartamento. A solução, nesse caso, seria pedir que outra pessoa cuidasse de um dos pets. Quem quer ter casal, mas não tem a possibilidade de separá-los, o melhor é castrar ambos, pois, cruzar e, consequentemente, engravidar em todo cio pode fazer mal à saúde da fêmea.
Há quem prefira fêmeas por terem a intenção de que elas cruzem e procriem. A castração precoce das cadelas, no entanto, segundo Fernanda Cioffetti, é uma maneira de prevenir o câncer de mama. Além disso, a castração deixa ambos sexos menos territorialistas, o que facilita os cuidados. Os machos demarcam espaço ao longo do ano e as fêmeas só durante o cio: uma ou duas vezes por ano. Castrados, eles perdem essa necessidade quase por completo.
Caso opte-se pela procriação, Fernanda alerta para a necessidade da assessoria de um médico veterinário. “Há cuidados específicos para ter com o casal antes do acasalamento, durante a gestação, no parto, pós-parto e com os recém-nascidos”, explica.
Prepare o lencinho: Bobby dá lição de lealdade e acompanha a melhor amiga até o cemitério
Os cães não se cansam de mostrar o quanto são fiéis. Que o diga Bobby, cachorrinho sem raça definida, que acompanhou, correndo, o cortejo fúnebre de sua tutora, uma idosa moradora de uma vila da Malásia.
Enquanto os familiares se dirigiam, de carro, para o cemitério, a 3km da casa dela, o bisneto da senhora, Leong Khai Wai, notou algo de cortar o coração. No acostamento da estrada, Boddy corria, tentando alcançar o veículo. “Acho que ninguém notou que ele estava nos seguindo”, contou o rapaz ao site The Dodo.
Ao chegar, Bobby se deitou ao lado da cova e, de lá, não saiu.
A atitude do cãozinho comoveu os presentes. “Eles disseram que foi a primeira vez que viram um ato de lealdade tão extremo”, recordou Leong. O rapaz também esclareceu que, agora, o avô e um tio-avô tomam conta do fiel amigo.
Veja o vídeo:
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Humor animal – Gatinho malvado!
Esse gatinho de Pasadena, na Flórida, resolveu matar o amigo de susto. Será que o outro gostou da brincadeira? ;D
Vai ter Oscar Pet, bate-papo com Luisa Mell, bailinho a fantasia e encontro de salsicha. Ufa!
Nesse fim de semana, nada de ficar com as patinhas para o ar! O que não falta é evento divertido. Separe coleira, guia, água e cata-caca, e aproveite o sábado e o domingo para curtir ao lado do melhor amigo.
Sábado
- 8h às 13h – Baile a fantasia na Patas de Ouro. Para comemorar os quatro anos, a boutique pet da Octogonal 4/5 organiza um bailinho pós-carnaval. Além de cair na folia, os cachorros participarão de sorteio de brindes, ganharão higienização dos dentes e vermifugação e ainda sairão de barriguinha cheia, com um lanche só para eles.
- 9h às 15h – Em Águas Claras, a Vet Care promove uma feirinha de adoção de cães e gatos. Quem não puder legar um amigão para casa poderá ajudar levando ração para os pets. A loja fica na Avenida Flamboyant, Lote 24, Residencial Real Panoramic.
- A partir das 9h30 – Tire o traje a rigor do armário, que é dia de Oscar Pet. O Armazém Rural da 205 Norte estende o tapete vermelho para cães e gatos desfilarem no maior glamour. O desfile acontece às 11h, e as inscrições são feitas na hora. Haverá sorteio de brindes e premiação para os primeiros colocados. Todos os inscritos vão ganhar um troféu em formato de osso e, no caso de gatos, em forma de arranhador.
- 14h às 18h – A segunda edição do evento Eu amo meu cão, do Brasília Shopping, marca a entrada definitiva do conjunto comercial no conceito pet friendly. A partir de amanhã, os cães de até 60cm poderão frequentar o shopping em carrinhos que serão emprestados no local, com direito a cata-caca. Com Luisa Mell como atração principal, o evento, que acontece na área externa, de frente à W3, também contará com salão de beleza canino, estúdio fotográfico, desfiles com a Oh Dog, adoção de animais com o projeto São Francisco, oficinas e pintura de rosto para a criançada, emissão gratuita de RG PET e brincadeiras no jardim. Confira a programação hora a hora:
14h – Abertura do evento com a DJ Libertina
14h15 – Desfiles Oh Dog! com os cachorros do projeto São Francisco
– Após o desfile, alguns cachorros estarão disponíveis para adoção
14h45 – Palestra com Fernando Toniol – Como escolher um filhote?
15h15 – Palestra com a médica veterinária Fernanda Ramos – Manejo e cuidado para evitar acidentes e problemas futuros
Das 16h às 18h – Bate-papo com Luísa Mell
Atenção! Senhas para os talk-shows serão distribuídas a partir das 11h do dia do evento. Serão disponibilizadas 80 cadeiras e a reserva dos lugares estará garantida até às 14h10
Domingo
- A partir das 16h – Encontro de dachshund, o popular salsichinha, na entrequadra 210/211 sul. Cães de todas as raças (e os sem raça definida, é claro) estão convidados. Mas, para evitar confusão, não leve pets
agressivos. Não se esqueça de levar muita água e saquinhos para catar a caca do amigão. O Bento Xerife, é claro, dará pinta por lá.