Categoria: vítimas
A certa altura de Solução de dois estados, a cineasta alemã que produz um documentário sobre a violência brasileira se dá conta de que sua entrevistada não consegue separar o lugar do ódio e da vingança e o espaço íntimo no qual nada disso existe, mesmo quando se perde alguém em ações violentas. No novo romance de Michel Laub, essas duas noções estão em constante embate e servem de arena para os sentimentos conflituosos que povoam as mentes de Raquel e Alexandre.
A morte de Marielle Franco, o lugar das milícias no Rio de Janeiro, o estupro como uma violência repetida a cada vez que a vítima precisa se explicar. Que tal mergulhar em leituras sobre o Brasil contemporâneo para começar 2021 com um pouco mais de informação de qualidade? O Leio de tudo separou quatro livros recém-lançados e escritos por jornalistas sobre fatos recentes da história do país.
Patricio Pron, literatura e passado: uma mescla latino-americana
Convidado para falar na 4ª Bienal Brasil do Livro de da Leitura, Pron sobe ao palco do auditório Cora Coralina nesta sexta (24/08), às 19h, para a mesa O passado literário, ao lado do colombiano Juan Gabriel Vasquez. O impacto da história na literatura latino-americana é tema que aparece na obra dos dois autores e rende discussão com reflexos na produção contemporânea.
Cinco autoras contemporâneas para você conhecer no Dia da Mulher
No Brasil, as mulheres representam 51,48% da população. São maioria, segundo dados do IBGE de 2015. Mas esse número cai drasticamente quando se trata de livros publicados e da quantidade de escritoras no país. De acordo com pesquisa da Universidade de Brasília (UnB) que analisou as publicações de grandes editoras brasileiras nos últimos 49 anos, mais de 70% dos livros publicados são assinados por homens. No entanto, as mulheres escrevem. E muito. Os números do mercado editorial têm várias explicações, entre elas o preconceito de que mulheres escrevem sobre assuntos femininos e o fato de muitas terem menos tempo para a escrita porque são responsáveis por duplas jornadas de trabalho.
Vamos falar sobre essa moça, essa Rupi Kaur, nascida na Índia, de nacionalidade canadense, detalhe importante para os versos que ela escreve. Você já deve ter ouvido falar dela. Rupi ficou famosa nas redes sociais com poeminhas feministas, versos curtos, ora contundentes, ora simplórios e infantis demais, o que já rendeu boas críticas por aí. Milk and honey, publicado no Brasil como Outros jeitos de usar a boca, vendeu um milhão de cópias e saiu no Brasil em 2015. A nova edição da Planeta vem com capa dura e os poemas em inglês, língua original da escrita da autora. Falando de traumas, sobrevivência, dor e cura, mas também de amor, raça e relacionamentos, a poesia de Rupi causa uma certa emoção mesmo naqueles que não compartilham sua origem sofrida e complicada.
Lacração, apropriação cultural, racismo e linchamento nas redes em novo livro de Francisco Bosco
O que o clipe de Mallu Magalhães, o caso do turbante de Thauane Cordeiro, as marchinhas de carnaval e o episódio da cantora baiana Marcia Castro têm em comum? Todos ganharam enorme repercussão graças ao que o filósofo Francisco Bosco chama de “novo espaço público brasileiro”. E todos representam uma nova maneira de lidar com as lutas identitárias. Foi para refletir sobre esse espaço e qual seu impacto na sociedade que Bosco escreveu A vítima tem sempre razão?.
A jornalista Manuela Castro não sabia praticamente nada sobre a hanseníase quando se deparou com uma pauta que renderia muito mais que uma reportagem. Durante a cobertura da agenda do Palácio do Planalto para a TV Brasil, ainda no mandato de Dilma Rousseff, ela conheceu um grupo de representantes do Movimento de Reintegração das Pessoas atingidas pela Hanseníase (Morhan), que […]