Ao anunciar nas redes sociais que têm o poder de baixar as tarifas, se os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pautarem a proposta de “anistia ampla, geral e irrestrita” aos acusados de tentativa de golpe, a turma liderada pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos deu a entender que não tem esperanças de obter qualquer inflexão por parte do Executivo ou do Judiciário. A ordem, agora, é conquistar alguma vitória, nem que seja somente a pauta do plenário. Em tempo: da parte do Congresso, a informação é de que a chantagem não vai colar. Ainda que Motta e Alcolumbre estudem um projeto de anistia, a proposta não será para um benefício amplo geral e irrestrito, conforme desejam os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores, a avaliação é de que, se antes não havia clima para pautar algo nesse sentido, agora é que não tem mesmo.
E tem mais/ O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deixou para segunda-feira, último dia de prazo, a entrega do seu parecer pela condenação de Bolsonaro por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de estado. No meio jurídico, diz-se que o Judiciário continuará na mesma toada. Afinal, as acusações vêm de generais e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente. Não será surpresa para muitos se houver, no mesmo dia, uma denúncia contra Eduardo Bolsonaro.
Mensagem foi para Tarcísio
Menos de meia hora depois de o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, postar em suas redes sociais que esteve reunido com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro colocou em suas redes que “qualquer tentativa de acordo sem um primeiro passo do regime em direção a uma democracia será interpretado como mais um ‘acordo caracu'” — referindo-se a uma expressão chula para referir-se a acordos desvantajosos para
uma das partes.
Aliás…
Os filhos do ex-presidente consideram que, todas as vezes em que o governador de São Paulo toma uma atitude que certamente vai desagradar a família, Tarcísio faz uma visita ou um gesto de apreço a Bolsonaro, antes ou depois. O clima entre eles está péssimo.
Polarização a mil
Com a ofensiva dos bolsonaristas sobre o Brasil no episódio das tarifas, os petistas acreditam que encontraram o tom. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, lançou o discurso de que, quando foi acusado e preso, fez questão de se defender por aqui, sem prejudicar o país. O clã Bolsonaro não tem a mesma preocupação com o país. Aliás, nas redes sociais, sobe como foguete a tarja “Lula quer taxar os mais ricos e Bolsonaro quer
taxar o Brasil”.
CURTIDAS

Campanha por cassação/ Nos próximos dias, aumentará a pressão da esquerda pela cassação de Eduardo Bolsonaro. Porém, tem muita gente dizendo que, antes do recesso, nada acontece. Os congressistas vão entrar em breve no modo “deixar como está para ver como é que fica”.
Caça às bruxas?/ A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, acusou nas redes sociais o presidente dos EUA, Donald Trump, de prejudicar os norte-americanos para salvar o ex-presidente do Brasil. “Você está prestes a pagar mais caro pela carne bovina não apenas porque Trump quer proteger seu amigo corrupto, mas, também, porque os republicanos no Congresso decidiram ceder a ele seu poder sobre a política comercial”, afirmou a ex-senadora democrata na rede social Threads. (Leia mais no Blog da Denise)
O olhar mais amplo…/ Em Marrakesh, onde o grupo Líderes Empresariais promoveu o Fórum Brasil-Marrocos, o presidente Michel Temer (foto) se posicionou contra o que chamou de “ideologização do meio ambiente”, ao afirmar que “é preciso superar o reducionismo que limita o debate ambiental à Floresta Amazônica”. Ele enfatizou que o Brasil tem uma diversidade ambiental muito mais ampla — como áreas de Cerrado e reservas marinhas —, que precisam ser consideradas nas discussões globais sobre sustentabilidade. A fala dele ressoa com setores do agronegócio, que vêm defendendo uma abordagem mais pragmática e menos polarizada sobre o tema.
… Agradou a audiência/ A palestra de Temer levou o ministro da Economia do Marrocos, Karin Zidane, a pedir que ele fosse aplaudido de pé, no que foi prontamente atendido por empresários, políticos e autoridades dos dois países. O ex-presidente brasileiro continua como uma referência nos fóruns nacionais e internacionais, por seu equilíbrio e experiência.


