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PT se mobiliza para que não haja CPI sobre interferência na PF
Coluna Brasília-DF
Razões políticas levam o presidente Jair Bolsonaro a ter uma situação mais confortável do que possam parecer e fazer crer as declarações públicas na Câmara e no Senado. Em conversas reservadas, muitos avaliam que a preços de hoje, mesmo que ainda existam dúvidas sobre tentativa de interferência na Polícia Federal, não há espaço nem para uma CPI.
E não se trata apenas da pandemia. Há uma discreta mobilização do PT para que não haja uma Comissão Parlamentar de Inquérito ou qualquer análise mais contundente que possa servir de holofote para o ex-ministro Sergio Moro.
O PT tem hoje todo o interesse em manter a polarização com Bolsonaro e não quer que outro ocupe esse lugar. Abrir hoje uma CPI, avaliam integrantes do partido de Lula, só serviria para dar palanque a Moro, tirando dos petistas o papel de atores principais da oposição e transferindo esse antagonismo ao atual presidente para o colo do ex-juiz.
Até aqui, a briga é política
A avaliação dos mais atentos políticos sobre a bateria de depoimentos indica que ninguém, à exceção de Moro, acusou diretamente o presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal. O desgaste, avaliam alguns, será mais político do que jurídico.
“Me incluam fora dessa”
O presidente do PSD, Gilberto Kassab, avisa a quem interessar: seu partido não faz parte do Centrão nem fará. “O Centrão é um grupo criado por Eduardo Cunha e era liderado por ele. Depois, quem comandou foi o Rodrigo Maia. Agora, não tem mais um comando”, disse Kassab, em entrevista ao Frente-a-Frente, da Rede Vida de Televisão. “Grupo político precisa ser formal, ou seja, ter liderança. O Centrão agora não tem”.
Liberados
A avaliação de Kassab, entretanto, não significa que o PSD esteja totalmente longe do governo. “O partido é independente”, diz ele, ao explicar que alguns deputados são mais próximos e outros mais distantes.
Por falar em Centrão…
A derrocada da medida provisória da regularização fundiária levou o PP do deputado Arthur Lyra (AL) a se afastar do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e a se aproximar ainda mais do governo do presidente Jair Bolsonaro. Lyra inclusive saiu do grupo de WhatsApp dos líderes com o presidente da Casa. Sentiu-se traído.
Não será por ali/ A análise da bateria de depoimentos de delegados da Polícia Federal revela apenas a existência de uma investigação que passou pelo nome de um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, no caso, o senador Flávio Bolsonaro (foto), e nada teve a ver com as agruras de hoje. Foi na esfera eleitoral e não houve pedido de indiciamento.
Contem comigo/ As notícias de que os ministros Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos e Braga Neto fecharam a versão da segurança pessoal do presidente Jair Bolsonaro para os depoimentos levaram o vice-presidente Hamilton Mourão a sair em defesa dos três generais. Mourão disse que essa história de alinhar depoimentos é de bandidos, e não de homens honrados como os ministros. Ou seja, os militares não deixarão os seus caírem em desgraça, nem que sejam atacados sem resposta.
Cinema em casa/ A contar pelas conversas de bastidores dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o vídeo da reunião de 22 de abril ainda vai render. Alguns têm dito que, para um julgamento do inquérito, eles terão que ter uma sessão para ver as duas horas de reunião.
Surpresa geral/ A prisão temporária do empresário André Felipe de Oliveira, segundo suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), deixou a política estarrecida, porque, há uma semana, André comemorava o fato de ter ajudado o amigo Helder Barbalho, governador do Pará, a conseguir comprar equipamentos.
Bolsonaro usou empresários para cobrar posicionamento do STF
Coluna Brasília – DF
A reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, empresários e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, conseguiu a proeza de deixar todos os personagens desgostosos do resultado. Os ministros do Supremo avaliaram, em conversas reservadas, que Toffoli deixou o palco aberto para Bolsonaro fazer sua propaganda do fim do isolamento social e tentar jogar a culpa da crise econômica no colo do tribunal, por impedir que ele (Bolsonaro) editasse um decreto de retomada dos serviços. O presidente, por sua vez, saiu com a recomendação de que procurasse os governadores e prefeitos para montar o plano de retomada em tempos de pandemia.
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Parte dos empresários se sentiu usada para que Bolsonaro pudesse cobrar do STF. Os decretos que o presidente editou também foram vistos com desconfiança, porque os governadores têm a prerrogativa de definir, dentro de seus respectivos estados, as medidas de contenção por causa da gravidade da pandemia e colapso do sistema de saúde. Saíram com a certeza de que tudo o que não for feito com base na ciência e no diálogo sério e racional entre os governos municipais, estaduais, federal e os setores, vai desaguar em ações judiciais. Até aqui, avaliam os políticos, mesmo aqueles que tentam planejar a retomada — caso do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha – se viram obrigados a se render à realidade e adiar o retorno. Em meio a uma pandemia, dizem empresários, não tem canetada que resolva.
O teste do veto
Além da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito das Fake News, o veto de Bolsonaro à possibilidade de reajuste do funcionalismo, anunciado ontem, é visto como mais uma prova para auferir o grau de fidelidade do Centrão ao governo. A aposta de alguns, como o deputado Fábio Trad, é a de que, com o Centrão aliado ao Planalto, a manutenção do veto estará garantida.
O articulador
Os principais cargos entregues ao Centrão até o momento estão na órbita do Ministério de Desenvolvimento Regional, comandado pelo ex-deputado tucano Rogério Marinho. Ele assume cada vez mais o papel de ponte entre o governo e esse segmento do Congresso.
Nem tudo está perdido
Minutos depois de empresários e o ministro Paulo Guedes traçarem um cenário difícil para o futuro da indústria, o ex-ministro da Agricultura Francisco Terra dizia, em entrevista à BandNews, que as exportações do setor de aves cresceu 5%, e a de carne suína, 40% no quadrimestre. “O agro está presente, e, nos supermercados por onde andei, não falta nada”.
Tudo se repete
O que mais preocupa o governo em relação ao vídeo da reunião ministerial citada por Sergio Moro em seu depoimento são os palavrões que o presidente Jair Bolsonaro soltou no encontro e, segundo relatos, referências negativas à China por parte da equipe. O humor presidencial daquele dia, segundo relatos, estava parecido com o da ex-presidente Dilma Rousseff quando distribuía broncas a seus ministros.
Curtidas
O protetor/ O vereador Carlos Bolsonaro tem dormido no Palácio da Alvorada. Os adversários dizem que é para evitar ser surpreendido por alguma operação de busca relacionada ao inquérito das Fake News. Os amigos dizem que é vontade de proteger e ficar perto do pai.
Fake news?/ Grupos extremistas têm colocado nas redes sociais uma fala antiga do vice-presidente Hamilton Mourão como se fosse o apoio da cúpula das Forças Armadas à intervenção militar.
Melhor assim/ Ministros do STF não gostaram, mas entenderam o fato de Toffoli receber o presidente Jair Bolsonaro e os empresários. Se recusasse o encontro, daria ao presidente o discurso de que o Supremo é avesso ao diálogo. Toffoli teve ainda a habilidade de cobrar do presidente o estabelecimento de um plano de retomada em diálogo com os estados.
Mandetta, o retorno/ O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta nunca foi tão requisitado para falar dos “dias difíceis” que mencionava quando ainda era ministro e defendia que todos seguissem as recomendações da ciência. Com o registro de 1.825 mortes por coronavírus no Brasil em 72 horas, esses dias chegaram.
Troca de comando da PF não deve surtir o efeito esperado por Bolsonaro
Os policiais federais votaram em massa em Jair Bolsonaro, em 2018, e vibraram com a escolha de Sergio Moro para o Ministério da Justiça, confiantes na autonomia para investigações e para o combate à corrupção e a desmandos de maneira geral.
Porém, desde as primeiras tentativas de influir politicamente no trabalho da PF com as investidas para a troca do diretor-geral, o encanto foi se esvaindo. E agora, com a saída de Moro, nem mesmo Alexandre Ramagem, hoje diretor-geral da Abin, terá um cenário tranquilo para cumprir sua missão ali.
Os policiais ficaram felizes e gratos pela valorização que Moro fez do trabalho deles em sua despedida do Ministério da Justiça. O ex-juiz, que já convivia com muitos policiais nos tempos da parceria da Lava-Jato que levou empresários, presidentes de partido, doleiros e até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a cadeia, hoje tem informações sobre os Bolsonaro e o coração da corporação.
Ramagem, ou mesmo outro diretor-geral, não poderá chegar trocando delegados de investigações em curso, como a das fake news e de organização das manifestações em favor do AI-5, por causa da decisão do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que proibiu trocas nos delegados da PF envolvidos nesses inquéritos.
As trocas dos superintendentes também serão objeto de muita análise por parte da corporação, especialmente, no Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo, onde há alvos dos bolsonaristas e, no caso do Rio, ainda uma preocupação com os desdobramentos de investigações que envolvem Flávio Bolsonaro.
Carlos, o que mais preocupa
Bolsonaro está preocupadíssimo com a perspectiva de Carlos Bolsonaro ser chamado a depor na CPMI das Fake News assim que o Congresso reabrir as sessões presenciais. É que o filho não consegue sequer ver seu nome citado nas redes sociais sem soltar palavrões. Imagine num plenário com 40 deputados, muitos da oposição.
Há menos de uma semana, quando o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu abertura de inquérito para apurar quem organizou as manifestações em favor do AI-5 e contra o estado de direito no país, os bolsonaristas disseram que não iria “dar em nada”, conforme adiantou a coluna. A aposta do grupo veio cedo demais.
A abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal e as notícias de que virá uma busca e apreensão nos gabinetes de parlamentares ligados ao presidente mudou essa visão. Até aqui, essa investigação, somada ao que vem sendo apurado pela CPI das fake news, levaram alguns parlamentares a elevar a pressão pela troca do diretor da Polícia Federal.
Foi por isso que Bolsonaro, mais uma vez, insistiu com o ministro Sérgio Moro para trocar o diretor. O estrago dessa substituição, porém, foi maior do que o presidente poderia supor: Moro deixa o cargo, acusando o presidente da República de crimes e expondo a vontade de Bolsonaro em “ter um diretor com quem pudesse telefonar, colher informações, ter relatórios de inteligência”, ou seja, influir politicamente na PF.
Moro ainda fez um paralelo com governos anteriores no auge da Lava-Jato e citou “imagine se a presidente Dilma ligasse para colher informações de investigações em andamento”. Citou ainda o valor e a autonomia de Maurício Valeixo, que, em 2018, conseguiu segurar a prisão de Lula, depois de um alvará de soltura expedido por um juiz.
E, de quebra, ainda acusou o governo de falsidade ideológica ou dizer que não assinou o ato de exoneração do diretor da PF. Agora, virão as consequências, com um presidente cada vez mais isolado. O tilintar das panelas foi forte depois da saída de Moro. E isso que as investigações sobre quem organizou as manifestações mal começaram. O “dar nem nada” já deu em muita coisa e outras virão.
Coluna Brasília-DF
Depois de o presidente Jair Bolsonaro dizer que é zero a possibilidade de separar Justiça e Segurança Pública em dois ministérios, aliados do ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) citam o Ministério da Integração como um novo abrigo para acomodar o demista.
Só tem um problema
As recentes declarações do ex-deputado batendo no ministro Sérgio Moro não foram bem recebidas. Há quem diga que é muito ruim levar para o primeiro escalão alguém que criticou abertamente um “colega” de ministério. Bolsonaro já disse diversas vezes que não quer seus ministros brigando nem batendo boca nos jornais. Diante dos ataques de Fraga a Moro, o ex-deputado ficará mais um tempo na reserva.
Para secretários estaduais, redução de crimes não foi obra única de Moro
Coluna Brasília-DF
O presidente vai deixar “decantar” a pressão dos secretários de Segurança para a criação do Ministério da Segurança Pública. Embora diga que está estudando o tema, a mudança ainda não está selada. A grita política dos secretários, no momento, é frisar que a redução das taxas de homicídio do país não foi obra única e exclusivamente do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Eles querem colocar a própria digital nesses números.
Segura isso aí
Para Bolsonaro, o discurso também vem a calhar. Afinal, Moro até aqui isolou os líderes do crime organizado em presídios federais de segurança máxima e liberou os recursos dos fundos desse setor por decisão judicial. Quem reduziu os crimes, avaliam vários especialistas dessa área, foi o trabalho conjunto das polícias Militar, Civil e Bombeiros. Ou seja, as forças de segurança estaduais e municipais que não estão sob o guarda-chuva de Moro.
Quem pisca primeiro
Bolsonaro, com essa cobrança dos secretários, tem agora a faca na mão para fatiar o ministério de Moro e, de quebra, nomear mais um aliado da sua confiança para o governo. Na fila, está o ex-deputado Alberto Fraga, um curinga que ainda não conseguiu uma colocação, e é hoje fiel escudeiro do presidente. Fraga no comando da Polícia Federal é a certeza de que o presidente terá um ministro que, esse sim, estará com ele “de corpo e alma”. Mais do que Regina Duarte.
Situação jurídica de Fraga deve ser decidida em fevereiro
Os políticos que não desejam apoiar a reeleição de Bolsonaro começam a vislumbrar uma janela para tentar reduzir o favoritismo que o presidente apresenta nas pesquisas: não aliviar para cima do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) e as “rachadinhas”. Especialmente, aqueles servidores que o atual senador dividiu com o pai.
Carnaval salgado
Aqueles que costumam alugar seus apartamentos, para o carnaval de Salvador, praticamente dobraram os preços em relação ao ano passado. De R$ 6 mil, R$ 7 mil, saltou para R$ 12 mil.
O centro e o estádio
O megacentro de convenções de Salvador custou R$ 130 milhões e tem tudo para levar investimento e divisas aos baianos. Já o estádio Mané Garrincha do DF…
O grande vitorioso
Ok, muitos querem a vaga de Bolsonaro. Mas ninguém da ala de centro-direita da política encontrou o ponto certo para fazer frente ao projeto econômico do governo. Guedes é elogiado por todos, de público e nos bastidores, e aplaudido de pé em Davos.
DEM na fita/ O presidente do Democratas, ACM Neto (foto), inaugurou o Centro de Convenções de Salvador com uma festa para duas mil pessoas. Rui Costa, que criticou a localização do complexo à beira-mar, promete fazer outro, distante da praia.
Agora não precisa mais/ O governador promete o novo centro de convenções desde 2016. A cidade já perdeu quase R$ 1 bilhão por deixar de realizar feiras e seminários internacionais. Resta aos petistas agora, diz Neto, atrair eventos para o centro recém-inaugurado, onde figura um busto do ex-senador e ex-governador Antônio Carlos Magalhães.
Foi dada a Largada/ A inauguração do Centro marcou o fim da convivência pacífica entre o prefeito da capital e o governador da Bahia. Com a eleição municipal logo ali, a cidade virou ponto de honra. ACM Neto quer fazer o sucessor e Rui Costa quer conquistar o território.
Que briguem/ Os soteropolitanos nunca foram tão felizes. É que, diante da disputa entre o prefeito e o governador para ver quem faz mais obras, quem ganha é Salvador e sua população.
Apoiadores de Bolsonaro querem Moro como vice-presidente em 2022
Coluna Brasília-DF
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, já é tratado nas rodas informais da política como o candidato a vice numa chapa encabeçada pelo presidente Jair Bolsonaro, em 2022. A vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), nesse cenário, fica para o atual secretário-geral da Aliança pelo Brasil, partido lançado por Bolsonaro, Admar Gonzaga.
Entre líderes e assessores do governo cresce a certeza de que Moro na chapa será fundamental, caso a economia não responda a contento no próximo ano. Aliás, já há quem diga que o ministro da Economia, Paulo Guedes, até aqui, entregou bem menos do que prometeu.
Porém, é um excelente vendedor do discurso de que as coisas estão melhorando. Só não pode tropeçar mais em falas sobre AI-5. Afinal, nada indica que os movimentos na América Latina chegarão com força ao Brasil.
Dois gumes e um Fux
Citado como próximo a Deltan Dallagnol nos diálogos da Vaza Jato, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux é quem analisará o pedido do procurador, que deseja rever a punição recebida no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Tem jurista dizendo que ele agora terá que decidir de que lado está: da instituição ou do MP.
Bateu a fadiga
Antes da polêmica na Cultura e das declarações do novo titular da Fundação Palmares, os líderes do governo tinham avisado ao Planalto que as reformas ficariam para 2020. Ninguém quer saber de votar mais nada muito polêmico este ano, depois das intensas discussões da reforma previdenciária na Câmara e no Senado.
Último esforço
O governo não abre mão de fechar esse agitado 2019 com a aprovação do projeto de reestruturação da Previdência dos militares. Afinal, nessa seara, é o projeto que Bolsonaro considera da sua lavra. A reforma previdenciária como um todo era mais do Congresso e de Paulo Guedes.
A troca na Cultura não terminou
As mudanças na Secretaria da Cultura aumentaram a má vontade de alguns líderes partidários para com o governo. A turma do MDB já foi comunicada do desejo de substituição no Instituto de Patrimônio Histórico (Iphan), onde está Kátia Bogéa, técnica com indicação atribuída à família Sarney.
CURTIDAS
Descolou geral/ Os dois dias de Congresso do PSB reforçaram a certeza entre os seus filiados de que a polarização só interessa ao PT e ao novo partido do presidente Jair Bolsonaro. Por isso, a ordem é não dar palanque ao ex-presidente Lula.
Cada um por si/ A posição dos socialistas altamente crítica ao PT tende a inviabilizar acordos entre as duas siglas em curso no Nordeste. Um caso especial é Pernambuco. O próprio Lula cogitava fechar o apoio ao deputado João Campos (foto) para a prefeitura de Recife, e, assim, tentar conseguir o apoio do PSB a um presidenciável petista. A preços de hoje, não vai rolar.
Exagero/ Tem gente espalhando que um ajudante de ordens passa por todos os gabinetes do Planalto proibindo sintonizar em canais das Organizações Globo. A coluna viu várias tevês sintonizadas nos programas globais, sem problemas.
Só para constar/ A reunião do Mercosul na semana que vem em Bento Gonçalves (RS) não está mobilizando corações e mentes. O presidente da Argentina deixará o cargo em breve; o Uruguai, que também trocará de mãos no ano que vem, terá como representante a vice, Lúcia Topolansky. Chile e Guiana enviarão apenas as representações diplomáticas.
Coluna Brasília-DF
Enquanto o PSL ferve, o PT começa a pressionar para que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decida logo o habeas corpus em que a defesa do ex-presidente Lula pede a suspeição do ministro da Justiça, Sérgio Moro, enquanto juiz da Lava-Jato. Para os petistas, esse seria o melhor dos mundos, porque levaria o caso de volta à fase de denúncia e, de quebra, reforçaria o discurso da inocência do ex-presidente para a campanha eleitoral do ano que vem. É aí que o PT jogará nos próximos meses.
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Até agora, como já é conhecido, só votaram o relator Edson Fachin e a ministra Cármen Lúcia, ambos contra o pedido de Lula. Faltam Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e o decano Celso de Mello. Os petistas estão esperançosos nessa suspeição do ministro mais popular do governo Bolsonaro, o único que, a preços de hoje, derrotaria o presidente num segundo turno, conforme mostrou a última pesquisa de intenção de voto divulgada pela revista Veja. Quem conhece os ministros do STF, entretanto, duvida que eles estejam dispostos a mexer nisso agora. Primeiro, a segunda instância, que já é confusão para mais de metro.
Vão ter que engolir
Ainda sem relatório aprovado, a CPI do BNDES busca a prorrogação por mais 15 dias, pelo menos, para tentar votar o parecer do relator, Altineu Côrtes (PL-RJ). Se não conseguir, a ideia é buscar uma brecha jurídica que permita encaminhar tudo ao Ministério Público. Nem que seja uma denúncia assinada pelos deputados. Há quem diga que os documentos angariados são suficientes para colocar muita gente na cadeia.
Mourão e Moro bem na fita/ O ministro da Justiça, Sérgio Moro, visitou Pernambuco para acompanhar in loco os projetos de segurança. A viagem se dá dias depois de o governador Paulo Câmara ser mencionado de forma deselegante pelo presidente Bolsonaro. Já o presidente em exercício, Hamilton Mourão, anunciou o Exército atuante na limpeza das praias.
Democracia em debate I/ O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e o
ex-presidente Sepúlveda Pertence abrem hoje à noite o XXII Congresso de Direito Internacional, no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Os temas deste ano são sistemas de governo e crise da democracia. A moderação da abertura estará a cargo do ministro do STF Gilmar Mendes.
Democracia em debate II/ O programa é bem extenso. Até quinta-feira, serão 10 painéis de discussões dentro do XXII Congresso Internacional, incluindo violação de dados pessoais, desinformação, riscos à democracia, cortes constitucionais e o populismo judicial.
Homenagem/ Hoje, na abertura, às 20h, haverá homenagem póstuma ao ex-deputado Sigmaringa Seixas, defensor incansável da democracia, falecido em 25 de dezembro do ano passado.
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a semana para dois movimentos importantes: o primeiro foi incluir, no pé do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro, uma proposta que havia sido encaminhada ao Congresso antes mesmo da reforma da Previdência e sem direito a “Cabo Canaveral” — apelido que os políticos dão às solenidades de lançamento de projetos e programas no Planalto.
Agora, com a campanha do governo, o presidente espera retomar essa bandeira de combate à corrupção e ao crime organizado e, por tabela, deixar Sérgio Moro mais coladinho no Planalto, e não solto, de forma, a (quem sabe?) se lançar numa carreira política distante do chefe. O segundo movimento, além de Moro, diz respeito a tentar firmar mais um pé em outro terreno adversário, o de João Dória. Aí está relacionada a recepção ao PSD, partido do ex-ministro Gilberto Kassab, hoje ligado ao governador João Dória, que tem se aproximado do governo. A intenção é segurar a bancada ao lado do presidente para que não escape lá na frente.
Contraponto ao STF
A corrida do presidente rumo ao pacote anticrime aproxima Moro, põe Bolsonaro novamente na rota que o levou à vitória e, por tabela, ainda o põe em confronto com o Supremo Tribunal Federal, diante das discussões que virão, como a modulação dos processos passados relativos a delatores e a delatados e a prisão em segunda instância. Essas discussões vão ferver na segunda quinzena de outubro, depois da pausa para canonização de irmã Dulce.
O adversário
Pelo menos por enquanto, o Planalto não vê o empresário e apresentador Luciano Huck como o maior adversário do presidente no campo da centro-direita. Há quem diga que é fácil atribuir a Huck o slogan de “candidato da Globo”. O mesmo não é dito em relação ao governador de São Paulo, João Dória.
Em nome das crianças
Para não precisar esperar as complicadas negociações da PEC Paralela da reforma da Previdência — aquela que reúne tudo o que não foi consenso no texto original —, o senador Alessandro Vieira apresentou uma proposta para garantir a segurança de crianças brasileiras em situação de pobreza. A ideia é fornecer um benefício mensal às que estão nesta condição, com um complemento para aquelas em idade de frequentar a creche.
Bem na fita
Já está homologada a candidatura única do Brasil para sediar o congresso mundial da Intosai de 2022. A Intosai é a organização internacional que congrega as instituições superiores de auditoria de 195 países-membros. O Brasil também é candidato único a presidir a entidade de 2022 a 2025.
Rápido no gatilho…/ O deputado Felipe Rigoni (PSB-ES) recebeu só agora a comunicação oficial da Mesa Diretora da Câmara a respeito da punição imposta pelo partido para que ele deixasse duas das três comissões permanentes em que atua. O deputado, suspenso das atividades partidárias na Câmara porque votou a favor da reforma da Previdência, deu um jeito de pular essa fogueira.
… da articulação política/ Rigoni continuará na Comissão de Finanças e Tributação pelo PSB e não sairá das outras. O PSC lhe cedeu uma vaga para permanecer na Comissão de Educação e o Cidadania lhe garantiu um espaço na Comissão de Ciência e Tecnologia.
Outras frentes/ O Democratas cedeu ainda a Felipe Rigoni um lugar na comissão da reforma tributária e a Rede o acomodou na comissão da proposta de emenda constitucional que tira as instituições federais de ensino da base de cálculo e dos limites individualizados para
despesas primárias.
Toque da Alvorada/ O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, não teve sossego em seu aniversário ontem. O telefone começou a tocar às 6 da matina, com chamadas dos mais apressados em lhe dar os parabéns.
CPI da Vaza Jato: oposição consegue assinaturas suficientes e protocola pedido
A oposição ultrapassou a barreira das 171 assinaturas e protocolou o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores que integram a força-tarefa da Lava-Jato, no contexto dos diálogos revelados pelo site The Intercept.
Passada a fase de conferência das assinaturas, caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedir aos partidos que indiquem os membros da CPI e, posteriormente, promover a sua instalação.
O grupo de congressistas mais simpático ao hoje ministro da Justiça, Sergio Moro, vai tentar protelar ao máximo a instalação e tentar garantir que seja feita, ao mesmo tempo, uma outra CPI, esta para investigar a forma como os diálogos publicados pelo The Intercept foram obtidos.
São as duas faces de um assunto que promete gerar mais tensão no Parlamento, com um grupo defendendo e outro procurando desgastar a imagem do ex-juiz.