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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva começou sua campanha, em 2021, atraindo para si todos os líderes de esquerda que poderiam enfraquecer a sua candidatura. Conseguiu a adesão de Guilherme Boulos (PSol), Marina Silva (Rede) e PSB, com o ex-tucano Geraldo Alckmin na chapa como seu vice. Feito esse serviço, restou a Ciro Gomes seguir em carreira solo, ou se aliar ao MDB de Simone Tebet, que, por pouco, não teve sua candidatura barrada pelos emedebistas aliados a Lula. No segundo turno, o petista ampliou esses movimentos atraindo o centro. Agora, repetirá a dose rumo aos aliados de Bolsonaro, leia-se Centrão e agregados.
A aposta de muitos é de que não será tão fácil Lula isolar Bolsonaro. O Centrão vai ficar com um pé na canoa governista e outro na oposicionista. Qual vai prevalecer, dependerá do nível de satisfação dos seus integrantes com a administração petista.
Diplomação, o dia D
Os bolsonaristas pretendem convocar outras manifestações, além da promovida no feriado de Finados. A mais importante do calendário será para 19 de dezembro, data da diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice, Geraldo Alckmin. Os petistas, porém, acreditam que esses movimentos tendem a se esvaziar até lá, diante da falta de uma agenda que não seja a intervenção militar e a inconformidade com a derrota.
O jogo de Valdemar
Ao prometer ao presidente Jair Bolsonaro toda a estrutura para que ele possa se manter em Brasília e se firmar como líder da oposição, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, mantém um pé no bolsonarismo, mas não deixará de ter uma relação institucional com o futuro governo. Se não estiver bem atendido, não tentará conter os “pittbulls”.
Cálculos políticos
Da parte dos bolsonaristas, está definido que a ideia é permanecer onde estão. E, se a convivência ficar difícil, um caminho mais à frente será o partido que surgir da fusão do PTB com o Patriotas.
Nem vem
Na conversa que o relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), teve com o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) por telefone falou-se de revisão do Orçamento, mas em nenhum momento se falou em orçamento secreto, apelido das tais emendas de relator. A ideia do Congresso é resistir a mexer nesses recursos.
Discurso pronto
Os congressistas já têm na ponta da língua a justificativa para manter o Orçamento em suas mãos. Vão dizer que as emendas serão transparentes, conforme inscrito na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A hora da política/ Coordenador da campanha de Lula no Distrito Federal, Geraldo Magela disse ao CB.Poder que não tem negociação com a extrema direita, leia-se a parte bolsonarista raiz dos parlamentares do bloco do Centrão. Porém, as conversas com o PSD de Gilberto Kassab e o União Brasil são “para ontem”.
E de juntar força/ O União Brasil elegeu quatro governadores e 60 deputados, uma força considerada crucial para ampliar a estabilidade política do futuro governo no Congresso. Assim como no caso dos militares, a maior aposta para fazer essa ponte é… Geraldo Alckmin, que já percorreu muito o país ao lado de Neto, em 2006.
Muita calma nessa hora/ O PSD se dá bem com Lula, mas daí a aceitar cargo no governo é outra história. O partido tem a vice-governadoria de São Paulo e pretende manter essa lua de mel com o governador eleito Tarcísio de Freitas por muito tempo.
Enquanto isso, no centro…/ A reunião do PSDB marcada para a semana que vem deve manter uma certa distância do futuro governo Lula, assim como o Cidadania e o Podemos. O MDB, que viu Simone Tebet entrar de corpo e alma na campanha do petista no segundo turno, está numa encruzilhada. Uma ala não quer Simone ministra. Outra considera melhor ela entrar no governo e ganhar mais visibilidade. Hoje, começa a temporada de conversas que só terminará no dia da posse.
Aliados de Lula agem para acalmar o mercado financeiro e mexer no Orçamento
Descansar, que nada. Já no primeiro dia depois da eleição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e sua equipe traçaram os movimentos mais urgentes. O primeiro deles é reforçar as pontes com o mercado financeiro, para evitar tumultos que possam gerar sobressaltos na economia e comprometer os projetos futuros. Na outra ponta, já houve conversas com o relator do orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a fim de assegurar um espaço para negociar a proposta orçamentária do ano que vem.
Castro integra a ala do partido que apoiou Lula desde o governo da presidente Dilma Rousseff — foi, inclusive, um dos poucos que se manteve ao lado dela quando do impeachment. O presidente da Comissão Mista de Orçamento, deputado Celso Sabino (UB-RJ), também não será problema para o presidente eleito. Quanto às emendas de relator, porém, será preciso negociar. Afinal, esse poder, hoje, vai além do próprio relator e do presidente da CMO.
Promessa é dívida
Até aqui, os técnicos em orçamento dizem que a situação das contas públicas não está para criação de novas despesas — ou seja, ministérios, como Lula já se comprometeu a fazer. Terá que cortar em outros setores para cumprir as promessas. E é aí que virá o embate com o Centrão pelos R$ 19 bilhões das emendas de relator. Isso, sem contar na necessidade de cumprir o rombo embutido na proposta orçamentária.
A vida como ela é
A demora do presidente Jair Bolsonaro (PL) em reconhecer o resultado das urnas se deve, segundo aliados, ao fato de ele querer ganhar tempo para ver se consegue uma reviravolta no país. Porém, os ministros militares estão posicionados contra extremismos e a ala política mais “pé no chão” avisa que ou Bolsonaro reconhece logo o resultado ou comprometerá o capital político que adquiriu nas urnas.
A bolha bolsonarista…
O presidente está sendo pressionado pelos radicais a esperar o movimento dos caminhoneiros no feriado de finados e, somente depois, se posicionar. Porém, o passar das horas enfraquece a posição de Bolsonaro de líder da direita brasileira. Se demorar mais, ficará do tamanho da ala radical, que não chega a 10% dos eleitores.
…adverte
Nas redes sociais, os radicais avisaram que Bolsonaro reconhecerá o resultado e que cabe a eles não levar esse reconhecimento em conta, porque, dizem, o presidente espera que eles façam um movimento no feriado.
Ficamos assim/ No Planalto, porém, já está definido que se Bolsonaro não assinar os decretos criando a equipe de transição, com cargos e estrutura para Lula, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o fará.
Tapete vermelho/ Quem se desdobrou em atenções com os eleitos foi o vice-presidente Hamilton Mourão, senador eleito pelo Rio Grande do Sul. Ele já convidou e aguarda o futuro vice-presidente Geraldo Alckmin e dona Lu para conhecer o Jaburu.
Atrapalha todo mundo/ Quem ficou parado na Rodovia dos Bandeirantes pouco antes de Sumaré (SP) foi o deputado Fausto Pinato (PP-SP). “Nem ambulância passa. Um absurdo, esse grupo que não respeita a democracia e nem as pessoas”, afirmou.
Um feito e tanto/ O governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), foi o único candidato de um partido com perfil de esquerda a vencer no rol de 14 estados em que Bolsonaro ganhou.
Novos tempos/ No primeiro dia, conversa com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; com o da França, Emmanuel Macron; reunião com o presidente da Argentina, Alberto Fernandez; e o dólar a moeda que mais se fortaleceu. Enquanto isso, o presidente detentor da outra metade do país permaneceu calado, sem se colocar sequer para liderar a oposição. Em política, não existe espaço vazio.
Passada a primeira temporada da guerra dos tronos à brasileira, o mundo volta suas atenções às ações do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro desafio é montar a equipe, preservando o tom de seu primeiro discurso, em que afirmou não ter sido uma vitória dele e nem do PT e sim da sociedade brasileira. O olhar internacional e do mercado se volta, especialmente, para quem será o ministro da Fazenda, que, conforme o próprio Lula delineou na entrevista da semana passada, terá que ter responsabilidade fiscal e social. De quebra, Lula começará, já na semana pós-feriado de Finados, a orientar sua bancada no Congresso na negociação do Orçamento do ano que vem, em fase de elaboração. Será o primeiro teste de Lula na relação com o Centrão.
Vale lembrar: o olhar mais acurado dos outros países sobre essa transição, que se manterá quando Lula assumir, se justifica porque, até aqui, nenhum líder latino-americano que se elegeu de 2021 para cá conseguiu manter a popularidade. Lula tem como missão tentar quebrar essa sina.
Primeiros acordes
Nenhuma das autoridades que se pronunciaram depois que Luiz Inácio Lula da Silva estava matematicamente eleito criticou o resultado ou deu lastro a qualquer movimento de contestação do resultado. Isto posto, caberá agora ao presidente Jair Bolsonaro deflagrar a transição. O que mais se ouviu do polo adversário de Lula e dos petistas, logo depois nas primeiras horas, foram as palavras diálogo, respeito e democracia. Em alinhamento com o discurso do presidente eleito.
Diferenças em 20 anos I
Em seu primeiro discurso depois de eleito, em 2002, Lula agradeceu especialmente a José Dirceu, José Genoino, Benedita da Silva, e ao vice José Alencar, já falecido. Agora, a maioria dos citados na primeira fala pós-eleição pertence a outros partidos.
Diferenças em 20 anos II
O fato de Bolsonaro fechar o dia da eleição sem parabenizar o presidente eleito rompe a tradição e leva a turma de Lula a apostar que a transição não será fácil. Em 2002, José Serra telefonou para Lula e fez um pronunciamento desejando-lhe sucesso na condução do país e Fernando Henrique Cardoso criou os parâmetros de transição civilizada.
Inversão
No passado, quem convocava greves eram os sindicatos ligados ao PT. Agora, quem ameaça paralisação são os caminhoneiros aliados a Jair Bolsonaro, em busca do terceiro turno. Até aqui, não tiveram apoio de outros segmentos e ainda correm o risco de prejudicar o fim do governo Bolsonaro.
À la Dilma-Temer/ Espera-se para esta transição algo mais parecido com a que foi de Dilma Rousseff para Michel Temer, logo depois do impeachment. Na época, os emedebistas reclamaram que, ao chegar ao Planalto, encontraram grande parte dos computadores foi apagada.
Missão cumprida/ O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, um dos coordenadores da campanha de Lula, tinha colocado como meta não deixar o presidente Jair Bolsonaro abrir uma grande diferença em São Paulo e segurar Minas Gerais. Conseguiu as duas coisas. Em São Paulo, a avaliação dos bolsonaristas é a de que, se o presidente tivesse 15 pontos de diferença no eleitorado paulista, estaria eleito.
Efeito Zambelli/ A avaliação de alguns aliados de Bolsonaro com um viés mais de centro é a de que muita gente se assustou com as imagens da deputada Carla Zambelli percorrendo as ruas de arma em punho, dias depois de Roberto Jefferson jogar uma granada e atirar contra policiais. Numa eleição tão apertada, pode ter tirado do presidente os votos que garantiriam a vitória.
Olho nela/ Rosângela Silva, a futura primeira-dama Janja, gosta de política e terá papel importante ao lado de Lula. Aliás, em relação a esposas de autoridades, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, já falecido, tinha um jeito muito peculiar de tentar desvendar o que se passava na mente de aliados e adversários: Se a esposa do interlocutor não lhe tratar bem, é porque ele já falou mal de você para ela.
E os tucanos, hein?/ O PSDB sai deste segundo turno com três eleitos: Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS). São Paulo, porém, começa um novo ciclo, em que os tucanos foram substituídos por Tarcísio de Freitas, eleito pelo bolsonarismo somado ao anti-petismo.
Por falar em bolsonarismo/ Resta saber se o presidente Jair Bolsonaro vai manter o capital político para o futuro ou jogará pela janela a capacidade de mobilização que apresentou nas ruas. Da mesma forma que Lula tem o desafio de governar, Bolsonaro enfrentará o desafio de sobreviver na oposição. Lula conseguiu e voltou. O maior adversário do PT hoje ainda é uma incógnita. Espera-se um pronunciamento dele ainda hoje, 31.
A final entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) obrigará ambos a deixarem mais claros seus projetos econômicos e sociais. O petista contava com a vitória na primeira rodada, jogando praticamente parado, colocando-se como o “fiador da democracia” e sem detalhar seu programa. Ainda assim, conseguiu ampliar em 25 milhões o desempenho e quase chegou ao total de 57 milhões de votos que Bolsonaro obteve no segundo turno em 2018. Mas só isso não basta: agora terá que detalhar seu programa.
Bolsonaro, por sua vez, obteve um milhão de votos além do que conquistou no primeiro turno de 2018. Seus aliados acreditam que poderia ter tido mais, se as pesquisas tivessem acertado o percentual de votos em favor dele, por exemplo, em São Paulo.
Agora, há quem diga que terá que assinar um compromisso com a democracia, detalhar projetos para os próximos quatro anos e mobilizar toda a tropa que elegeu 14 senadores e 101 deputados do PL para pedir votos em seu favor Brasil afora — especialmente em Minas Gerais. E, para não quebrar a onda favorável dos últimos dias, a ordem entre seus apoiadores é começar hoje.
Os cálculos de Valdemar da Costa Neto
Com o PL detentor da maior bancada do Senado e da Câmara, o comando do partido não tem mais dúvidas de que jogou certo ao acolher Bolsonaro. Agora, avalia, seja quem for o presidente da República, terá que negociar com a legenda. Afinal, 101 deputados é algo que há tempos nenhuma legenda atingiu, ainda mais sem coligação.
Melhor de dois
O PL, porém, acredita que sua situação será muito mais confortável com a reeleição de Bolsonaro, que não pretende chegar detonando o poder dos congressistas sobre o Orçamento da União. Lula, ao contrário, já disse que deseja retomar esse controle. Diante dessa premissa, a bancada pretende ajudar a reeleição do presidente.
Alckmin deixou a desejar
Os petistas viam no ex-tucano Geraldo Alckmin um diferencial que deveria ajudar em São Paulo. Nas suas conversas mais reservadas, os petistas dizem que essa ajuda não veio. O desafio agora, dizem alguns, será o ex-governador atrair o PSDB de Rodrigo Garcia.
E o Kassab, hein?
Com Tarcísio de Freitas liderando a disputa neste segundo turno, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, tende a ficar fora da eleição nacional. Vai se concentrar em São Paulo. Quanto à Presidência da República, cada um que cuide de si.
Batman versus Super-Homem/ Em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB) elegeu Renan Filho para o senado e Arthur Lyra (PP) foi o mais votado para a Câmara dos Deputados. Agora, cada um fará campanha aberta para o seu candidato a presidente. Lyra, Bolsonaro; Renan, Lula.
Santo de casa/ O PP do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e de Lyra terá 47 deputados em 2023. Isso significa que, se quiser manter a presidência da Câmara, terá que fechar uma negociação na ponta do lápis com o vitorioso PL de Valdemar da Costa Neto.
A maldição de Michelle/ Ana Cristina Vale, que se apresentou como Cristina Bolsonaro, não chegou a 2 mil votos. A mãe de Jair Renan, o Zero Quatro, não ficou nem na suplência. E, das apostas do PL, a única que não obteve sucesso foi Flávia Arruda no Distrito Federal, que concorria contra Damares Alves, a candidata da primeira-dama.
Por falar em Michelle…/ Neste segundo turno, a mulher de Bolsonaro deverá ter uma agenda diferente do presidente, em busca das mulheres, especialmente, as nordestinas ligadas às igrejas evangélicas.
O porta-voz da Lava Jato/ A coleção de dissabores do PT neste primeiro turno incluiu a vitória do procurador da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, como o mais votado no Paraná, deixando em segundo lugar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Em conversas reservadas, a turma dos lavajatistas diz que Gleisi pode se preparar para duros embates no plenário, na linha de “Lula não foi inocentado”.
21% dos eleitores não têm interesse pelo pleito presidencial
O termômetro da campanha divulgado pela Associação Brasileira de Pesquisas Eleitorais mostra que mesmo na véspera do pleito, um grupo expressivo de leitores tem pouco ou nenhum interesse pela corrida presidencial. São 21%. Esse percentual, somado ao risco de abstenção, algo que tem subido a cada ano, é que preocupa todos os candidatos. Independentemente de quem sair vitorioso neste domingo, os políticos têm algo em comum: é preciso reaproximar o brasileiro da política.
Por falar em Congresso…
Antes de eleger os comandantes do Parlamento, os congressistas vão votar o Orçamento do ano que vem. E a ordem no Centrão é aprovar logo para garantir a expectativa de aplicação dos recursos nas bases eleitorais. Assim, com tudo aprovado, qualquer mudança que desagrade as bases será culpa do novo presidente da República, seja quem for.
A próxima disputa
Ainda que a eleição presidencial não feche em primeiro turno, o “terceiro turno” está posto a partir de amanhã: a eleição para presidente da Câmara. Os parlamentares que saírem vitoriosos — e as projeções indicam que a taxa de reeleição deve ficar na faixa de 70% para cima — vão trabalhar desde já o comando da Casa para 2023.
O PP vai de Lira
O atual presidente da Câmara, Arthur Lira, inclusive, tratou de ajudar seus aliados nesta campanha para lastrear a largada pela própria reeleição.
Enquanto isso, no PT…
O Partido dos Trabalhadores espera contar com a vitória de Lula, de preferência em primeiro turno, para poder organizar o jogo congressual de retomada do controle do Parlamento. A ordem é apoiar um candidato de outro partido. Na ponta da lança, como o leitor da coluna já sabe, está Roseana Sarney, do MDB, que projeta uma grande votação.
Por falar em MDB…
Quem novamente está sob risco é o ex-senador Romero Jucá, em Roraima. Ele é considerado uma das apostas do MDB para tentar equilibrar o jogo com o PSD de Rodrigo Pacheco no Senado. O partido do presidente do Congresso aponta para ser um dos grandes players do Parlamento no ano que vem.
O rei é de todos I/ Depois que Neymar Jr. declarou apoio ao presidente Jair Bolsonaro, começou a pulular nas redes sociais uma foto de Pelé (foto) abraçado com Lula e outra em que o rei do futebol segura uma camisa do Santos autografada para o presidente Bolsonaro. Pelé não apoia formalmente nem um, nem outro.
O rei é de todos II/ Edson Arantes do Nascimento já negociou a marca Pelé com uma grande multinacional e, no contrato, está escrito que ele não pode dar declarações sobre política, cigarros e bebidas alcoólicas.
O rei é de todos III/ Pelé, aliás, tirou fotos e autografou camisas para líderes políticos dos mais variados matizes. Em 1997, foi condecorado pela rainha Elizabeth.
Votemos em paz/ Bom voto a todos neste domingo. E, lembre-se: nada de brigar com familiares, vizinhos e amigos por causa da política. Mais do que nunca é preciso respeito por quem pensa diferente de você. Vida longa à nossa democracia!
O movimento nos bastidores a uma semana das eleições indica que o Centrão — mais especificamente o PL, o PP e o Republicanos — trabalha para continuar no comando do Orçamento, seja quem for o presidente eleito. A preços de hoje, esses partidos já olham para as pesquisas, se preparando para um possível governo Lula, e as bases que pretendem impor para essa relação, algo muito diferente daquela que se deu em 2002, quando o PL de Valdemar Costa Neto indicou José Alencar para vice na chapa do petista. A decisão já tomada no calor da reta final desta campanha é que não haverá alinhamento automático com o petista, caso Lula vença, e caberá ao petista se adaptar aos novos tempos.
Os aliados de Arthur Lira (PP-AL), por exemplo, lembram que o mundo mudou. Quando Lula foi eleito pela primeira vez, o Poder Executivo dominava o Orçamento e não havia emendas individuais e de bancada de liberação obrigatória. Tampouco as emendas de relator, que Lula abomina, mas uma parte de seus correligionários adota.
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Os líderes do Centrão têm dito que, nestes 20 anos, o grupamento ganhou contornos mais ideológicos, ficou mais orgânico e tomou gosto pela gerência orçamentária. Logo, ainda que o STF venha a propor alguma mudança, a destinação de recursos a determinados projetos faz parte das atribuições constitucionais do Congresso. Logo, ou Lula, se vencer, aceita isso ou haverá um embate antes mesmo de 1º de janeiro. O recado, aliás, já foi dado ao comando de campanha petista.
Digitais
Advogados aliados a Lula têm sondado o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o fim das emendas de relator. Ainda não dá para definir um placar, mas a transparência terá que ser absoluta.
Projeções I
Se as projeções das mais diversas consultorias estiverem corretas, a esquerda deve chegar a algo entre 150/170 deputados. E os mais conservadores devem dominar a Câmara. Nesse caso, o Centrão acredita que terá condições de continuar dando as cartas no Parlamento.
Projeções II
Aliás, é justamente essa projeção em favor dos mais conservadores que leva o presidente da Câmara, Arthur Lira, a fazer uma postagem em defesa dos institutos que erram em “demasiado”.
Tensão no MDB/ Os emedebistas olham com preocupação para Roraima, onde o ex-senador Romero Jucá tenta voltar à ribalta. É que o Ipec desta semana por lá apontou Dr. Hiran, do Progressistas, com 36% de intenções de voto e Jucá, 27%.
Primeiros acordes/ Passadas as eleições, o presidente da Câmara, Arthur Lira, chamará a turma que deseja concorrer para ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) a fim de buscar um acordo de cavalheiros entre Soraya Santos, Jonathas de Jesus e Hugo Leal, todos aliados de Lira.
A lei das compensações/ A ideia é quem for eleito deputado abrir mão para o colega. Se os três conseguirem se reeleger, a preferência do grupo de Lira será por Jonathas.
Ciro em modo avião/ A forma como Ciro Gomes tem se referido à estratégia do PT de buscar o voto útil em cima de seus eleitores afastou de vez o pedetista de Lula.
Enquanto os políticos correm atrás de votos país afora, seus assessores técnicos começam a preparar os projetos para votação assim que terminar a eleição. O foco principal será o Orçamento de 2023. Se Lula vencer, os parlamentares planejam aprovar logo a peça orçamentária para as emendas de relator, de forma a não dar margem para muitas mudanças mais à frente.
O Centrão está convicto de que, aprovado, o Orçamento de 2023 se tornará uma espécie de “moeda” para a negociação com o PT. Afinal, se Lula quiser modificar a lei, depois de aprovada pelo Parlamento, precisará de aval do grupo que hoje comanda a Casa.
Ponte congressual
Distante da campanha à Presidência da República, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem feito pontes com todos os partidos, de olho em mais dois anos de mandato no comando da Casa.
Há controvérsias
Já tem gente no Parlamento disposta a causar polêmica nessa tentativa de reeleição de Pacheco. Como o Regimento Interno impede a reeleição na mesma legislatura, e Pacheco tem mais quatro anos de mandato, há interesse em levantar a tese de que ele não poderá concorrer.
Nem vem
Aliados de Pacheco, porém, já preparam a resposta: embora o senador seja o mesmo, a legislatura é outra, e a candidatura, válida. Esse jogo vai começar tão logo fechem as urnas em 2 de outubro. É que Pacheco, por pertencer a um partido “híbrido”, pretende se colocar na disputa, seja quem for o futuro presidente da República.
A luta deles
Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), Felipe D’Ávila (Novo) e Soraya Thronicke (UB) passam esses dias tentando arregimentar eleitores para levar a eleição ao segundo turno. Acreditam que seja a melhor alternativa para baixar a bola dos “polarizados” e não dar a quem vencer o sentimento de “todo-poderoso”.
Piso da enfermagem/ Sem quórum para votações nesses 14 dias que restam até a eleição, a tendência é o Senado buscar saídas neste período e deixar tudo pronto para garantir recursos e retomar as votações logo na segunda semana de outubro.
Campanha é assim/ Não eram nem 14h de um sábado, e o ex-senador Lobão Filho, do MDB, candidato a deputado federal pelo Maranhão, já visitava o quarto município, no dia do seu aniversário. Lá, a família se mobiliza para percorrer o maior número de cidades nesses 16 dias que faltam até a eleição.
Justiça Federal em festa I/ Considerada uma das entidades de classe mais atuantes no cenário nacional, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) completa 50 anos nesta terça-feira. Além de sessão solene no Senado, às 10h, tem lançamento da agenda político-institucional, também no plenário da Casa.
Justiça Federal em festa II/ A Ajufe lançará, no Conselho da Justiça Federal, um livro que conta um pouco da história da associação, hoje composta por 2 mil magistrados federais.
Caso Lula seja eleito, Orçamento será a primeira crise com o Parlamento
Lula quer o papel de pacificador, mas, a contar pela entrevista ao Jornal Nacional, está contratada a primeira crise, caso seja eleito: o enfrentamento com um Congresso que começou a mandar no Orçamento e não pretende abrir mão dessa prerrogativa. “Vou convencê-los conversando com eles”, disse Lula. As reações dos congressistas, porém, assim que a entrevista terminou, foram no sentido de “aí vamos ver”, como quem se prepara para uma disputa lá na frente.
Para quem planeja levar uma bandeira branca, símbolo da paz, para o horário eleitoral a partir deste sábado, a intenção de tirar poder do Congresso sobre o Orçamento soou no Parlamento como uma declaração de que vem guerra por aí.
A prioridade do PP
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do Progressistas, e o deputado Cláudio Cajado, que está no comando da sigla, já avisaram a todos os filiados que a prioridade para este ano é a eleição de deputados federais. O partido avalia que conseguirá eleger de 52 a 58 deputados.
Empresários versus Moraes
Se até a operação contra os empresários o ministro Alexandre de Moraes recebia críticas apenas de bolsonaristas radicais e alguns juristas, agora a história mudou. O empresariado está revoltado com o fato de conversas de WhatsApp servirem para busca e apreensão. Até Ciro Gomes engrossou as cobranças. Ou o ministro vem a público e expõe provas que justifiquem seus movimentos ou verá a pressão contra ele ampliada em pleno período eleitoral.
Climão
A ausência do procurador-geral da República, Augusto Aras, na posse da presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) foi atribuída, entre os convidados, à vontade de Aras de deixar o palco para uma mulher, a sub-procuradora Lindôra Araújo, e não à dor no ombro. Mas, na roda de advogados, o comentário era o de que o procurador quer evitar constrangimentos depois da operação contra empresários. Lindôra, ao discursar, citou os ministros do Supremo Tribunal Federal, mas não Alexandre de Moraes, que estava na frente dela.
E os militares, hein?
A contar pelos recados do Dia do Soldado, quem quiser buscar as tropas para qualquer golpe no país não encontrará apoio. A Ordem do Dia deixou claro que a mensagem é de respeito à Constituição.
Faixa de Gaza/ É assim que o grupo do governador Ibaneis Rocha tem se referido à disputa entre Flávia Arruda (PL) e Damares Alves (Republicanos), ambas candidatas ao Senado e apoiadoras da reeleição de Ibaneis. A ciumeira está grande de um lado e de outro. E, quanto mais próximo da eleição, mais tensa será essa guerra.
Hora de decisão I/ O presidente Jair Bolsonaro escolherá em breve um nome para a vaga de desembargador suplente do TRE-DF, espaço reservado a um jurista. Na votação da lista tríplice feita pelo TJDFT, em março, o primeiro colocado foi Guilherme Pupe da Nóbrega, doutor em Direito Constitucional, professor do IDP, ex-professor da UnB e presidente da Associação Brasiliense de Direito Processual Civil.
Hora de decisão II/ Guilherme Pupe da Nóbrega obteve 26 votos dos desembargadores em primeiro escrutínio. O segundo colocado foi Bruno Martins, com 24 votos, em quarto escrutínio. A terceira colocada foi Mírian Lavocat, também em quarto escrutínio. No TRE-DF, os suplentes ficam responsáveis pela propaganda eleitoral. Logo, serviço não falta.
Visitantes ilustres/ Os juízes da Corte Interamericana de Direitos Humanos aproveitaram a abertura do 150º Período Ordinário de Sessões, em Brasília, para fazer uma visita de cortesia ao ex-presidente Roberto Caldas, em sua casa. Na foto, da esquerda para a direita, Humberto Sierra Porto, colombiano, presidente em 2014/2015; Roberto Caldas, brasileiro, presidente em 2016/2017; Ricardo Pérez Manrique, uruguaio, atual presidente; Eduardo Ferrer, mexicano, presidente em 2018/2019; e Pablo Saavedra, chileno, secretário executivo.
A retirada do dispositivo que pretendia tornar obrigatória a liberação das emendas de relator do Orçamento foi vista nos bastidores do Congresso como a tábua à qual o senador Marcos do Val (Podemos-ES) se agarrou para tentar atenuar as denúncias de ter sido favorecido nessas propostas. Do Val atende a oposição e faz valer o discurso de que essas emendas jamais foram questão prioritária para ele.
Os parlamentares, de um modo geral, também consideram que é preciso dar uma freada de arrumação nessas emendas. Afinal, há uma coleção de denúncias sobre o orçamento secreto. E, agora, com essa retirada, a avaliação de alguns é de que, se houver problema, o Executivo terá sua parcela de culpa, porque liberou recursos sem prestar atenção naquilo em que aplicava os recursos da União.
O fim do diálogo
O Instituto Locomotiva quis saber como está a capacidade de diálogo do brasileiro quando o tema é política. Descobriu que o país desaprendeu a conviver com as diferenças de pensamento. Sete em cada 10 pessoas com opiniões diferentes em geral não dialogam bem no país.
Medo de conversar
Apenas 27% costumam dialogar bem e ter uma conversa construtiva. 73%, não. Quando a pergunta é sobre expor a opinião, 38% nunca expõem o que pensam, enquanto 36% apresentam suas posições políticas e defendem com força seus pontos de vista.
Nem tudo está perdido
O Locomotiva descobriu que 41% dos brasileiros têm alta tolerância política. Mas é preciso ficar atento, porque a elevada intolerância é uma doença que atinge 25% dos cidadãos.
Veja bem
Nos extremos, estão os mais intolerantes. 32% dos esquerdistas se dizem intolerantes, assim como 32% dos direitistas. E é aí que mora o perigo de assassinatos, como o que ocorreu em Foz do Iguaçu. Em tempos de eleição, é preciso estar atento.
Jogo casado/ Ao pedir o adiamento da votação a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o líder do Novo, Marcel Van Hatten (RS), não só segurou a obrigatoriedade das emendas de relator, como ajudou a adiar a análise da PEC das Bondades. A aposta geral é de que a sessão de hoje, marcada para votar a proposta de emenda constitucional, corre riscos, uma vez que com tantos projetos orçamentários e vetos para deliberar, além da própria LDO, torna a sessão desta manhã muito apertada para ajustar tudo.
Chamariz/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, deixou para amanhã uma sessão de análise dos projetos dos parlamentares. É um dos estímulos para que a turma não vá embora e permaneça por Brasília até quinta-feira, para a sanção da PEC das Bondades. A avaliação é de que a PEC tem votos favoráveis de sobra. Falta organizar a hora de votar, para garantir que os deputados não estejam em trânsito.
Lula sai da toca/ Até o mês passado, o ex-presidente estava praticamente restrito a eventos fechados de seus apoiadores. Agora, circula entre públicos não tão favoráveis e, inclusive, com eventos de rua. Hoje, na Confederação Nacional do Comércio (CNC), os diretores torcem para que ele e Geraldo Alckmin finalmente exponham pontos do projeto econômico.
Bolsonaro “marca um gol” ao escolher Daniella Marques para a Caixa
Para quem corria o risco de encerrar o mês das festas juninas com o desgaste de um auxiliar envolvido num escândalo de assédio sexual, o presidente Jair Bolsonaro (PL) pulou essa fogueira. A escolha de Daniella Marques, da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para comandar a Caixa Econômica Federal, leva para a crucial área de financiamento e atendimento à população uma profissional atenta à política, bem relacionada e respeitada por parlamentares de todos os partidos da base, tribunais superiores e Tribunal de Contas da União (TCU). Ela já era considerada peça-chave nas articulações do governo, explicando sempre de forma muito didática a visão do Ministério da Economia nas rodas políticas. Agora, essa tarefa de articuladora será usada para pacificar a Caixa.
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Em meio ao furacão da saída de Pedro Guimarães, Bolsonaro sequer mencionou a instituição durante a fala na Confederação Nacional da Indústria (CNI) — justamente no dia em que lançou o Plano Safra, do qual a CEF será grande financiadora. A expectativa, porém, assim que Daniella assumir o cargo, é de que a Caixa voltará à cena com uma comandante que, dizem os políticos, é querida e tem capacidade e articulação. Na seara política, na base do governo e fora dela, avalia-se que, pela primeira vez, Bolsonaro saiu rapidamente de uma crise.
No limite
A PEC dos Combustíveis, relatada pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e vista como a salvação da lavoura para garantir um alívio aos caminhoneiros, será o motivo de tensão nos próximos dias. É que o calendário está apertado. No “Cenário Disney”, aquele em que tudo dá certo no final, será votada em 13 de julho, último dia de funcionamento da Câmara antes do recesso.
Deu ruim para Lula
O PT e o PSol ficaram sozinhos na tentativa de barrar as emendas de relator impositivas ao Orçamento. Conforme antecipou a coluna, a bancada petista se organizou para tentar barrar a liberação obrigatória e não conseguiu.
Pegar ou largar
Se Lula vencer, terá que negociar uma transição em relação a essas emendas. E será para 2024, porque 2023 já foi. Ninguém vai recuar na obrigatoriedade de execução desse gasto, estimado em R$ 19 bilhões.
E a CPI, hein?
Cumprida a decisão do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de avaliar todos os pedidos de CPI e instalar na ordem cronológica, a CPI do MEC ficará na gaveta por algum tempo.
Joga a bomba…/ …No campo do adversário! Comenta-se à boca pequena no Parlamento e em restaurantes frequentados por políticos em Brasília que o tal pastor Arílton Moura, aquele que, segundo um prefeito, pediu “um quilo de ouro” em troca de recursos do Ministério da Educação, fazia campanha contra Bolsonaro em 2018 e já agia nos governos anteriores fazendo lobby em Brasília. Mais uma tarefa para a CPI e para a Polícia Federal.
Um elogio em meio ao caos/ Quem foi promovida na gestão de Pedro Guimarães na Caixa não tem do que reclamar. Em sua rede no LinkedIn, Camila de Freitas Aichinger, 35 anos, vice-presidente de Rede de Varejo, escreveu: “Esta semana está sendo muito especial e emocionante para mim. Depois de 21 anos de Caixa, assumo a vice-presidência de Rede de Varejo. Agradeço muito a oportunidade e a confiança do presidente Pedro Guimarães. É motivo de muito orgulho participar de uma gestão que incentiva de fato as lideranças femininas”.
Saída forçada/ Guimarães, aliás, tentou, inicialmente, montar uma defesa no cargo. Não conseguiu por causa da pressão da ala política, sempre atenta ao eleitorado feminino. Houve quem dissesse: “O Guimarães não está entendendo. Não basta mais só sair, é preciso dar um upgrade na gestão da Caixa”.
Cobriu um santo…/ …expôs outro. A pergunta de ouro do setor de indústria e tecnologia é quem assume o lugar de Daniella Marques na Secretaria de Indústria do Ministério da Economia. Principalmente nas negociações com a Zona Franca de Manaus. Dani, como é chamada pelos parlamentares, tinha encontrado o equilíbrio perfeito no setor.
Colaboraram Cristiane Norberto e Vinicius Doria











