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PSB e MDB aumentam a desconfiança em relação ao PT e ao governo Lula
Coluna Brasília-DF, de 14 de janeiro de 2024, por Denise Rothenburg
Para quem tem planos de se manter no poder por mais alguns mandatos, o PT e o governo começaram cedo a cutucar os aliados, em especial, o PSB e o MDB. E, muitos avisam que, se nada for feito, a resposta será dada no painel de votações no futuro próximo. Em um ano, o PSB perdeu o Ministério de Portos e Aeroportos e a Justiça e até aqui foi compensado com a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa. O MDB, fundamental para Lula vencer em 2022, é visto com desconfiança, desde que promoveu o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
No MDB, a ala que defende o rompimento com o governo pretende usar as falas de Lula contra o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e o movimento de tirar Marta Suplicy do partido como argumentos para buscar o afastamento. A turma avessa ao PT ainda não tem poder de fogo para romper de vez, mas promete fazer barulho em 2024. No PSB, desde que Eduardo Campos saiu candidato a presidente, em 2014, os petistas têm uma certa desconfiança em relação ao aliado. Até aqui, Lula segurou todos na cessão de cargos e muita lábia. Mas nada está tranquilo na sua base.
A aposta do PT
Os petistas acreditam que as entregas do governo serão suficientes para consolidar o retorno do partido ao coração do poder sem precisar depender muito do Centrão para 2026. Afinal, foi assim no passado ao ponto de Lula conseguir eleger Dilma. Esse é o receio dos aliados que hoje se veem colocados de lado no governo.
A carta da paz
A carta em que o ex-secretário executivo do Ministério das Cidades Hildo Rocha agradece ao ministro Jader Filho e pede exoneração foi a saída que os emedebistas encontraram para tentar tirar os holofotes de uma briga interna do MDB.
Não dê motivo
No partido de Michel Temer, há a certeza de que, se a ala que deseja permanecer no governo começa a se desentender, os governistas perdem fôlego. E, pelo menos até que se tenha alguma luz sobre 2026, não dá para largar o barco de Lula.
E o Centrão, hein?
O ministro do Esporte, André Fufuca, tem dito a amigos que começou o ano sem restos a pagar para tentar liberar no seu ministério. Agora, resta garantir as verbas de 2024 no Congresso. Será mais um jogo de empurra.
Tribuna vai virar palanque
Com quatro deputados federais pré-candidatos a prefeito de São Paulo, a tribuna da Câmara será o espaço para lançar propostas. É lá que Guilherme Boulos (PSol), Tábata Amaral (PSB), Kim Kataguiri (União Brasil) e Ricardo Salles (PL) vão debater antes de a corrida começar oficialmente.
O mantra de Ciro Nogueira
De olho no cenário nacional como um todo, Ciro Nogueira não se cansa de repetir aos amigos que o PT continua errando: “Eles estão cometendo o mesmo erro que nós cometemos. Passamos quatro anos falando de Lula. Eles falam diariamente do presidente Bolsonaro”.
Moro e Randolfe
O líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues respondeu assim à frase de Sergio Moro no antigo Twitter: “Caro colega Moro, poderia me ajudar a elucidar se o ministro Lewandowski mandou prender e tirou da disputa eleitoral de 2022 o candidato Bolsonaro para favorecer o atual presidente em troca de cargo no Ministério?” Moro havia dito que aceitar cargo em ministério não é e nem nunca deveria ter sido motivo de suspeição.
MDB em chamas com saída de Hildo Rocha do Ministério das Cidades
Por Denise Rothenburg — A saída do ex-deputado Hildo Rocha (MDB-MA) do cargo de secretário executivo do Ministério das Cidades e toda a sua equipe irritou o clã do ex-presidente José Sarney e opôs os sarneyzistas ao grupo do senador Jader Barbalho, dois grandes segmentos da legenda. Ninguém do MDB do Maranhão foi avisado da exoneração de Hildo, nem o próprio. O presidente nacional do partido, Baleia Rossi, que está nos Estados Unidos, também não foi comunicado. Os sarneyzistas não gostaram da forma como o ministro Jader Filho afastou o secretário: sem a menor consideração de avisar o ex-presidente ou Baleia Rossi. A desconsideração levou, inclusive, a deputada Roseana Sarney a avisar, na tarde de ontem, aos amigos que não iria tirar licença do mandato para Hildo assumir. A saída dela por um período é algo que está sendo cogitado por parte do MDB para tentar amenizar a situação. Ao fim do dia, porém, surgiu uma carta datada de 11 de janeiro, em que Hildo pede para sair da secretaria. Mas não explica os motivos. É o MDB governista tentando resolver suas diferenças para não insuflar aqueles que desejam o rompimento do partido com o governo. Afinal, a lista de problemas entre as duas agremiações só aumenta. A carta amenizou, mas não resolveu.
Hildo havia sido indicado pelo presidente do MDB, Baleia Rossi, e pelo MDB do Maranhão. Aos poucos, foi ganhando espaço. Seu último vídeo como secretário foi sobre a construção de três mil casas do Minha Casa/Minha Vida em São Luís (MA). Desta vez, avisam os emedebistas, a culpa não foi do PT. Lula atendeu um pedido de seu ministro, que, segundo relatos, discutira com o secretário. Agora, caberá ao MDB tentar resolver os seus problemas internos (leia mais na nota “férias do barulho” nesta coluna).
Hora do acordo
Depois do movimento do presidente Lula chamando Marta Suplicy para sair do MDB e voltar ao PT para ser vice de Guilherme Boulos, os partidos temem que a legenda deixe mais aliados pelo caminho na hora de compor alianças. Em São Paulo, o MDB sabe que é adversário do PT e não vai levar essa briga para o plano nacional. Mas há quem diga que é chegado o momento de estabelecer uma espécie de ajustamento de conduta em outros locais para não comprometer a parceria no Congresso.
O que eles temem
Dia desses, o ex-presidente do PT José Genoino, que era mais moderado, disse numa live do site Opera Mundi que considera “um erro” o partido apoiar a reeleição de Eduardo Paes no Rio de Janeiro. Ele defendeu uma chapa com o PSol. “Não é o momento de paz e amor, é de disputa política. Temos que projetar líderes e fortalecer alianças à esquerda. O aliancismo faz mal à esquerda”, comentou.
É só o começo
O que Genoino diz de público é repetido por ministros de Lula nos bastidores. Muitos desconfiam de aliados como o MDB, que, no passado, apoiou o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Por MP não vai
A negociação desta segunda-feira sobre a medida provisória que restabelece a oneração da folha de pagamentos, ainda que de forma escalonada, vai deixar claro que os senadores não querem saber de rediscutir esse tema. A ordem é buscar outras fontes e por projeto de lei.
Bolsonaro na pré-campanha/ Discretamente, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem circulado pelas cidades do Rio de Janeiro e registrado esses movimentos. Ontem, estava em Angra.
Férias do barulho/ O presidente do MDB, Baleia Rossi (foto), tirou uns dias de folga, mas está difícil descansar. Primeiro, foi o presidente Lula, chamando Ibaneis Rocha de conivente com o quebra-quebra de 8 de janeiro. Depois, Marta Suplicy saiu da prefeitura de São Paulo para virar parceira de chapa de Guilherme Boulos em São Paulo, num movimento orquestrado por Lula.
Caiu na real/ O MDB sabe hoje que Lula não planeja romper com a polarização política, contrariando o que havia prometido na campanha, em especial, quando recebeu o apoio de Simone Tebet, hoje ministra do Planejamento.
Vocês que se entendam/ O PSol já tem uma resposta pronta para a ideia do deputado estadual Eduardo Suplicy de concorrer a uma prévia para ser candidato a vice na chapa com Guilherme Boulos a prefeito de São Paulo: isso é um problema do PT.
“MDB gaucho não apoiará Eduardo Leite”, diz ex-ministro de Temer

A decisão do MDB tirada em Brasília, de ceder a candidatura do governo do Rio Grande do Sul ao tucano Eduardo Leite ameaça implodir o partido no estado. “Se o Gabriel quiser ser candidato a vice de Eduardo Leite, vamos à convenção com a candidatura de Cesar Schirmer”, diz o ex-ministro do Desenvolvimento Social e deputado Osmar Terra (MDB-RS), referindo-se a Gabriel Souza, pré-candidato ao governo gaúcho pelo MDB e ao vereador de Porto Alegre César Schirmer, que já foi deputado federal e prefeito de Santa Maria. Terra embarcou há pouco para Porto Alegre em busca da candidatura do próprio partido ao governo estadual. “O MDB é quem tem maior estrutura. Se o PSDB quiser ter candidato, é um direito dele, mas isso não quer dizer que o MDB apoiará. Vamos à convenção”, afirma Terra ao blog.
PSDB fechou esta semana o apoio a Simone Tebet ao Palácio do Planalto e, como gesto de parceria, espera o apoio do MDB à recandidatura de Eduardo Leite ao governo estadual. Na segunda-feira, os tucanos gaúchos vão anunciar a candidatura de Leite ao governo do estado. E esperam o apoio. do MDB. O acordo foi chancelado pelo presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e por representantes do partido no Rio Grande do Sul, como o ex-governador Germano Rigotto, Tebet, que testou positivo para covid-19, participou da reunião por vídeo. Faltou combinar com a ala que promete lutar até a convenção para que o partido tenha candidato próprio ao governo gaúcho. Terra, por exemplo, é ada ala do partido que apoiará no primeiro turno a reeleição de Jair Bolsonaro e, se não pretende fazer campanha para Simone Tebet, nem tampouco para um representante do PSDB ao governo estadual.
Os tucanos vão decidir sua posição sobre a terceira via esta semana com o MDB resistente a ceder a cabeça de chapa a Eduardo Leite no Rio Grande do Sul. Lá, a imagem usada é a seguinte: o ex-governador gaúcho está igual ao marido que sai de casa para tentar a sorte com uma amante, no caso a candidatura ao Planalto, e, agora que deu errado, quer voltar para casa. Pode até conseguir, mas vai demorar. E talvez não seja nesse pleito.
Líder do MDB avisa: “Com ou sem federação, nosso candidato é Ibaneis”
O MDB foi a campo em defesa da candidatura do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, à reeleição e coloca desde já o DF como ponto inegociável, em caso de federação com o PSDB. O líder do partido na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), é incisivo: “Com ou sem federação com o PSDB, teremos Ibaneis como nosso candidato a governador do Distrito Federal. Não abrimos mão. Nossa relação é a melhor possível. O senador Izalci, pelo visto, conhece pouco a realidade da Câmara. Temos as melhores relações com o governador, que sempre foi parceiro e solidário”, afirma o líder.
O líder do MDB se refere à declaração do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) ao blog, sobre o governador Ibaneis Rocha ter que procurar outro partido para concorrer à reeleição, caso haja uma federação entre PSDB e MDB. Ontem, como o leitor pode conferir num dos posts abaixo, o senador Izalci Lucas disse que Ibaneis havia apoiado Arthur Lira para a Presidência da Câmara e não o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. Por isso, Ibaneis não poderia reivindicar o direito de ser o candidato, se houver a federação entre MDB e PSDB. Isnaldo diz não bem assim. “Não tem nada disso. Não temos mal estar com o governador Ibaneis.ele sempre foi parceiro e solidário”, diz.
Essa tensão entre Izalci e os emedebistas é apenas um no jogo de empurra que promete ocorre em alguns estados sobre a formação de uma federação entre os dois partidos. Porém, se o MDB e o PSDB decidirem que será melhor um casamento por quatro anos, as disputas estaduais e a do DF terão que ser resolvidas, ainda que alguém saia insatisfeito. A contar pela disposição dos emedebistas, quem terá que buscar outro projeto será o senador Izalci Lucas. Esse jogo ainda terá muitos lances pela frente.
Izalci: “Ibaneis terá que procurar outro partido, se quiser ser candidato à reeleição”
Bastou os dirigentes nacionais do PSDB e do MDB anunciarem o desejo de construir uma federação entre os dois partidos para que as diferenças entre seus integrantes aflorassem. Pré-candidato ao governo do Distrito Federal, o senador Izalci Lucas (PSDB-DF), líder do partido no Senado, disse ao blog com todas as letras que”Ibaneis precisa começar a se preocupar, porque não ajudou o MDB quando da eleição para presidente da Câmara dos Deputados. “Ele ajudou a eleger Arthur Lira contra o deputado Baleia Rossi, presidente do MDB. Portanto, se a federação der certo, ele terá que se preocupar, porque ficou contra o próprio partido. Ibaneis não foi correto com o partido dele e, trabalhou contra e, certamente, terá que procurar outro. Deve ser o PP (de Arthur Lira)”, diz Izalci,. lembrando que, em janeiro do ano passado, quando da campanha para Presidência da Câmara, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, apoiou Lira.
A declaração ainda levará a muito debate entre os dois partidos. Na discussão das federações, está se cristalizando um acordo de cavalheiros que, posteriormente, deve virar um estatuto, no qual, quem tem o governo estadual ou do DF, terá o direito de indicar o candidato a governador. Porém, Izalci defende que o DF seja uma exceção a essa regra, porque o governador Ibaneis ficou contra o MDB. “O mundo dá voltas. ele deveria ter apoiado o partido dele”, reforça o senador. Ibaneis disse ao blog que apoia a federação entre MDB e PSDB e que Izalci “fala muito”.
A federação entre os dois partidos começou a ser discutida em São Paulo, com direito a anúncios entusiasmados nas redes sociais dos presidente do PSDB, Bruno Araújo, e do MDB, Baleia Rossi. As rusgas no DF são as primeiras anunciadas publicamente. Outras virão.
Na esteira da eleição de Arthur Lira (PP-AL) para presidente da Câmara, Jair Bolsonaro conseguiu dividir o DEM e o PSDB, enfraquecendo os partidos que, até aqui, são vistos como promessas para a construção de um adversário forte no campo eleitoral no qual o presidente nadou de braçada na eleição de 2018. No DEM, a briga continuará, pelo menos até o final deste ano, quando a ala ligada a Bolsonaro não descarta até mesmo tirar ACM Neto do comando da legenda. No PSDB, a briga entre o governador de São Paulo, João Doria, oposição a Bolsonaro, e o deputado Aécio Neves (MG), é outro fator que beneficia o presidente. O MDB, que tem dois líderes do governo, é o próximo alvo de Bolsonaro.
Doria, que de bobo não tem nada, chamou ACM Neto para conversar. Afinal, se a ala governista for majoritária no DEM e levar um pedaço do PSDB, a construção de uma candidatura contra Bolsonaro no campo do centro, em 2022, estará seriamente prejudicada. É lá que o presidente joga e jogará daqui para frente.
Maia leva algumas joias da coroa
O vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, seguirão com o deputado Rodrigo Maia (RJ) para fora do DEM. E o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta também não ficará.
Recuo tático
O MDB, que tem no comando os maiores profissionais da política, se recolheu depois da disputa pela Presidência da Câmara. A ordem é ficar quieto para ver como os partidos vão se acomodar até meados deste ano e, aí, começar a pedir cartas. O partido é congressual e assim permanecerá.
Por falar em cartas…
Numa eleição em que não haverá coligação para as eleições proporcionais, o MDB acredita que sua maior cartada será a estrutura por todo o país. É assim que o partido pretende atrair deputados de outras legendas para 2022.
O capricho de Arthur Lira
A decisão do presidente da Câmara de tirar o comitê de imprensa do lugar requer uma ampla reforma no local, num momento em que o país passa por uma escassez de recursos. Não há dinheiro para pagar o auxílio emergencial, equipar hospitais, mas haverá para mudar a sala da Presidência da Casa. Será a primeira reforma de Arthur Lira no comando. Cada um com a sua prioridade.
Renan, o líder/ Por integrar o maior partido do Senado, Renan Calheiros (MDB-AL), virou líder da maioria. Só tem um probleminha: não é governo. Logo, prevalecerá ali a figura de um líder experiente e independente. Que não jogará ao sabor do governo.
Tumulto geral I/ A fila para acesso dos elevadores do Anexo IV da Câmara, esta semana, está tão grande, que chegou a ser confundida com candidatos a uma vaga de emprego. A fila terminava na calçada, do lado de fora do prédio.
Tumulto geral II/ A maioria era de prefeitos, vereadores e até lobistas de alguns setores, interessados nas emendas do Orçamento deste ano. Chegou a dar briga, porque a medida de segurança sanitária proíbe mais de quatro pessoas em cada elevador que, no período pré-pandemia, subiam lotados.
E o Mourão, hein?/ Jair Bolsonaro quer deixar o vice-presidente Hamilton Mourão cada vez mais decorativo. Dilma Rousseff fez isso inicialmente com Michel Temer. Deu no que deu. A diferença era que Dilma não tinha a Presidência da Câmara, comandada por Eduardo Cunha. O presidente acredita que tem, porque ajudou a eleger Arthur Lira –– que tem fama de cumprir os acordos que fecha.
Aliados tentam convencer Bolsonaro a prorrogar estado de calamidade pública
Brasília-DF, por Denise Rothenburg
A esperança permanece
Números positivos
MDB vai reforçar bancada no Senado
Vai vendo
PP vê puxada de tapete e quer explicações de Maia após ruptura do Centrão
Coluna Brasília-DF
Com a saída do DEM, do MDB e de outros partidos do Centrão, o PP de Arthur Lira (AL) planeja cobrar do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o compromisso de que, em 2021, caberia ao PP indicar o sucessor ao comando da Casa.
Até aqui, o PP vê nesses movimentos de saída uma forma de puxar o tapete, não só de Lira, mas do seu partido como um todo — uma vez que no rol de candidatos pepistas está ainda o líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
Só tem um probleminha, diz a turma do DEM: o “novo normal” mudou tudo, inclusive as circunstâncias em que os compromissos foram selados. O PP foi com tanta sede ao pote de senhor da relação com o governo que acabou perdendo musculatura.
Com isso, se foi também o poder de, a preços de hoje, obrigar Maia a alavancar um dos seus. E por mais que o presidente da Câmara insista em dizer que a saída do Centrão não tem nada a ver com sua sucessão, a leitura dos bastidores é a de que essa eleição sofrerá a maior consequência. E, no momento, quem mais perde nesse jogo é Lira e o PP.
A la Fundeb I
A única forma de o presidente Jair Bolsonaro sair vencedor da disputa pela Presidência da Câmara é abraçar aquele que obtiver mais votos lá na frente e se colocar como um dos partícipes da vitória. Se fizer como Dilma Rousseff, que lançou um candidato isolado, terá dificuldades.
A la Fundeb II
Foi assim que o governo fez na votação do Fundeb. Apostou na retirada de pauta, depois na mudança do texto. Quando viu que nada funcionaria, orientou o voto favorável para não ficar fora da foto.
“O que mais me entristece é a polarização. Decisões caprichosas devem ficar no âmbito privado. Decisões na vida pública devem ser tomadas à luz do espírito da Constituição, que é imutável”
Do procurador-geral da República, Augusto Aras
Aos lavajatistas
Augusto Aras foi além. Perguntado sobre a Lava-Jato, os processos do Conselho Nacional do Ministério Público e o comportamento dos procuradores, foi direto: “A lei impõe sigilo até a denúncia. Vazamento era uma arma de alguns segmentos que queriam dominar a nossa instituição. Não temo ser criticado, mas não aceito manipulação, não aceito intimidação de qualquer natureza”.
Mantenha distância I/ O cenário atual coloca Arthur Lira em desvantagem na corrida para presidente da Câmara. O vídeo que ele fez com Bolsonaro, no Planalto, todo sorridente, foi lido como uma quebra na independência que os deputados querem de seu futuro presidente em relação ao Planalto. Pode negociar, mas não pode ser subserviente ao Poder Executivo.
Mantenha distância II/ Outro que começa a perder força é o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira. A filiação dos filhos de Bolsonaro ao Republicanos é lida por integrantes do próprio partido como um alinhamento muito grande ao Planalto para quem deseja comandar toda a Casa.
Vem reação/ Essa mexida na correlação de forças terá uma reação intensa mais à frente. Se Bolsonaro não tiver muito jogo de cintura –– e até aqui não demonstrou ter ––, essa briga respingará no colo do governo. Até porque, as mexidas estão diretamente relacionadas à vontade de negociar, leia-se cargos e emendas.
Hoje, a live é delas/ Advogadas do grupo “Elas Pedem Vista” participam hoje do 142º encontro do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), com o tema Visão feminina do Judiciário Pós-Pandemia. Entre as palestrantes, Anna Maria Reis, pós-graduada em Direito pela PUC/MG e sócia do escritório Trindade, Reis Advogados; a desembargadora federal do TRF-1 e pós-graduada em Direito Daniele Maranhão; a vice-presidente da Comissão OAB Mulher e da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, Flávia Ribeiro; e Vitória Buzzi, secretária-adjunta da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. Na mediação, as advogadas Júlia de Baère e Carol Caputo.
Eleição para presidente da Câmara está por trás da divisão do Centrão
Coluna Brasília-DF
A saída do DEM e do MDB do chamado Centrão, o bloco de partidos que se aproxima do presidente Jair Bolsonaro, é a abertura oficial da pré-campanha à sucessão do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), nos partidos mais ao centro do espectro político. Nos bastidores, os deputados do MDB, por exemplo, veem nessa saída um gesto para tirar fôlego do líder do PP, Arthur Lira (AL), pré-candidato ao comando da Casa.
Lira, que de bobo não tem nada, avisou logo ontem, em entrevista à CNN, que a eleição é só em fevereiro e coisa e tal, que não é hora de tratar disso, que o Centrão era um grupo para a formação da Comissão Mista de Orçamento. Tenta, assim, manter as cartas meio embaralhadas enquanto organiza o próprio jogo.
Presidente e líder do MDB, Baleia Rossi, como o leitor da coluna já sabe, é pré-candidato e torce para que Lira se inviabilize. O DEM também não pretende apoiar Lira para a sucessão de Maia. O próprio presidente incensou vários candidatos no primeiro semestre, a ordem agora é deixar estar para ver como é que fica.
Reza a lenda da política que quem tem muitos candidatos, não quer nenhum. Baleia Rossi entra na campanha, e longe do Centrão, independente, porém, próximo ao governo. Ontem, para explicar sua posição de saída do bloco, declarou “somos #PontoDeEquilibrio”. A corrida começa agora.
Apetites abertos
O Banco do Brasil entrou no radar dos partidos. As apostas são as de que ou o Ministério da Saúde, ou o banco, vão acabar ocupados por indicações políticas. Até aqui, o presidente Jair Bolsonaro resistiu a entregar as joias da coroa aos aliados. Liberou apenas o que considera passível de controle pelos seus fiéis escudeiros.
Por falar em Bolsonaro…
A volta do presidente à porta do Alvorada, com frases do tipo “problemas que jogaram no meu colo” e “acabaram com os empregos”, foi vista como uma sinalização clara de que o discurso não mudou. Ele vai continuar culpando os governadores pelas mazelas econômicas decorrentes da pandemia.
… façam suas apostas
O presidente melhorou a avaliação nas pesquisas de opinião enquanto manteve distanciamento das declarações polêmicas e agressivas. Se voltar a essa batida do confronto, terá dificuldades de diálogo para aprovar as reformas.
E o Dallagnol, hein?
Apoiadores do ex-ministro Sergio Moro colocaram a hashtag #DeltanNaLavajato em alta nos trending topics Brasil do Twitter ontem à tarde. É um movimento para evitar que o Conselho Nacional do Ministério Público tire o procurador da coordenação da força-tarefa.
O julgamento do pedido de afastamento de Dallagnol está marcado para 18 de agosto, a pedido do relator, o conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho, conforme publicado em primeira mão pela coluna. Até aqui, o procurador-geral, Augusto Aras, não se pronunciou sobre o caso.
Curtas
Hora de morfar/ Em conversas reservadas, petistas e tucanos têm um único veredicto: Ou renovam seus quadros, ou vão ficar desgastados nas páginas das operações policiais. No caso do PT, ontem foi a vez do governador do Piauí, Wellington Dias, que era uma das apostas para cargos majoritários e algo para mostrar em termos de gestão. Agora, terá que mergulhar e focar na própria defesa.
Prata da casa I/ Formado na UnB, o engenheiro elétrico Luis Henrique Baldez Jr., colaborador da HP Company desde 2002, acaba de assumir o cargo de Diretor Executivo da 3MF Consortium, organização internacional estabelecida em São Francisco, EUA, dedicada ao desenvolvimento das especificações universais para impressoras 3D. A ideia é que essas definições facilitem a comunicação de dados entre diferentes fabricantes, simplificando o uso de impressoras 3D para o usuário final.
Prata da Casa II/ Luis Baldez é um dos pioneiros da impressão 3D na HP e um dos criadores da entidade 3MF. A 3MF foi constituída em 2015 congrega gigantes da área de tecnologia, impressão e software 3D, como a HP, a Microsoft, a Siemens, a Autodesk, entre outras 16 multinacionais. É mais um exemplo do talento brasileiro pelo mundo.
E Queiroz ganha tempo/ Com a cirurgia de emergência do ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, quem ganha um tempinho a mais na prisão domiciliar é o ex-assessor Fabrício Queiroz e Márcia, a esposa. Quando Fischer voltar, há quem aposte que começará a contagem regressiva para Queiroz voltar ao chuveiro frio.










