Deputado do PL culpa Motta e líderes partidários de omissão

Publicado em Câmara dos Deputados, Congresso, Crise entre os Poderes, Política, STF

Por Eduarda Esposito — O deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP) culpa o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e os líderes partidários da Casa de omissão em relação à anistia. Segundo o parlamentar, as medidas que a oposição usou esta semana são resultados do não compromisso de Motta e dos líderes.

Crédito: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

“A semana que se iniciou tensa, exatamente por causa da anistia e das mobilizações na rua, e como aquilo não estava sendo refletido pelo parlamento, forçou a oposição a tomar medidas drásticas, e de fato fazer uma oposição mais física, mas o que acontece? Nós já temos maioria, essa que é a verdade. Então, a grande omissão estava vindo da presidência da Câmara e dos líderes dos partidos do centro, porque os deputados já haviam assinado, compondo uma maioria, para pautar a anistia”, afirmou em vídeo cedido ao Blog.

O deputado não para por aí, já que acusa o presidente da Casa de concordar com o governo e o Poder Judiciário. “Você vê nitidamente um alinhamento do presidente da Câmara com o governo e com o Judiciário. Isso foi prejudicial para a oposição que se viu lesada, traída, concernente às promessas que foram feitas no início do ano para que ele pudesse ser eleito e receber o voto da oposição para a sua candidatura à presidência da Câmara”, ressalta.

Contraponto

A declaração do deputado do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro vem depois de uma nota do líder do PL na Casa, Sóstenes Cavalcante (RJ), em que afirma que não houve acordo em pautar o projeto de anistia no Plenário da Câmara em troca de votos. “O presidente Hugo Motta não assumiu compromisso de pauta nenhuma conosco. O compromisso é com os líderes partidários e nós, que representamos a maioria desta Casa, vamos sim pautar o fim do foro privilegiado e a anistia. Quem define a pauta são os líderes, não o presidente da Câmara”, afirmou Sóstenes.

Pela parte dos líderes de centro, na última quarta-feira o Blog publicou um post com declarações do líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), explicando que a oposição mudou o teor do texto da anistia e que eles haviam assinado uma proposta e agora o PL e apoiadores de Bolsonaro querem votar outra. “A anistia tem um problema de base, as assinaturas da urgência do PL da anistia foram colhidas em cima de uma proposta que o líder Sóstenes foi a cada uma das bancadas pedindo para anistiar as pessoas que participaram do movimento de 8 de janeiro. Agora existe uma mudança de proposta para anistia ampla, geral e irrestrita, que não foi o comprometido quando foram colhidas as assinaturas da anistia. A gente precisa entender como se vai construir”, explicou.

Nova meta

Agora, o PL vai correr atrás de apoio para anistia, mas o objetivo mais urgente no momento é a PEC do fim do foro privilegiado. Para deputados do partido, a possibilidade de adesão do Parlamento com a causa é grande devido a forma com que muitos se sentem com a possibilidade de perda de mandato pelo Supremo Tribunal Federal. Outros, defendem que o texto volte ao formato original para que haja o fim do medo em relação ao poder desproporcional entre as instituições.

Veja o vídeo do deputado na íntegra: