Tag: CPI da Covid
Anunciado pelo MDB como futuro relator da CPI da Covid no Senado, Renan Calheiros avisou ao Planalto que as interferências são ruins. Cabe ao governo “ter bom senso” e deixar o Congresso trabalhar, para que se faça uma investigação técnica. Nesse campo, alguns políticos veem a posição de Renan muito parecida com aquela adotada em 2016 por Eduardo Cunha. Quanto mais o governo brigar com o MDB, pior vai ficar.
Há cinco anos, em 17 de abril, a Câmara dos Deputados concedeu licença para a abertura de processo contra a então presidente Dilma Rousseff por causa da briga política que travou o MDB e o desejo de hegemonia de seu partido, episódio narrado em detalhes no Tchau, querida,
do ex-deputado Eduardo Cunha, hoje nas livrarias. Nos bastidores do Congresso, o livro é chamado de um “guia sobre como não tratar um aliado”, especialmente se a economia estiver com problemas. Dilma vetou Cunha para presidir a Câmara e perdeu. Se o Planalto continuar
trabalhando contra Renan e perder, será pior.
Ricardo Salles na lida
O presidente Jair Bolsonaro vai aproveitar a Earth Summit, o encontro sobre o clima convocado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para reforçar a posição de Ricardo Salles dentro do governo. O ministro não tem, na avaliação dos palacianos, tantas arestas quanto Ernesto Araújo, o chanceler que terminou atropelado.
Separa aí
As 808 páginas do Tchau, querida, o livro de Eduardo Cunha editado pela Matrix, vão ajudar a dinamitar as pinguelas que MDB e PT tentam construir. Lula é um dos poucos a quem Cunha preserva, mas nem tanto. O ex-deputado chama o ex-presidente de “pragmático”. Mas à página 216, ao relatar um encontro entre os dois para tratar da articulação política do governo, Cunha diz: “Além de pedir a conversa, (Lula) ainda me deixou a conta do hotel”.
E o Mercadante, hein?
Se tem alguém que é bom passar bem longe do MDB é o ex-ministro da Casa Civil Aloizio Mercadante. Cunha o coloca como aquele que evitava a boa convivência de Dilma com o MDB e que fazia as intrigas.
Minúcias registradas
Poucos detalhes escaparam do Tchau, querida. A obra cita, inclusive, o então comandante do Exército, general Villas Bôas, como um conhecedor da rotina de Dilma Rousseff no governo. Os ajudantes de ordens, segundo Cunha, mantinham os comandantes militares informados. Cunha, quando presidente da Câmara, e sua mulher, Cláudia Cruz, foram até convidados a passar um fim de semana com o general e a esposa, Maria Aparecida.
A largada de Danielle/ Danielle Cunha, filha do ex-presidente da Câmara e coautora do livro, será candidata a deputada federal em 2022, mas, ao que tudo indica, não será pelo MDB, ao qual está filiada. “O MDB é da mais absoluta incoerência. É um partido fraco, que vai sempre com a corrente.
Do MDB se espera qualquer coisa”, diz a
pré-candidata, que ainda não definiu que legenda adotará.
Eleição para a OAB Nacional/ Marcadas para novembro, as eleições das 27 seccionais da Ordem dos Advogados no Brasil começam a mobilizar as lideranças políticas da advocacia no país. No Brasil, com a decisão do presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, de ser candidato a um mandato eletivo pelo Rio de Janeiro em 2022, as articulações estão em torno de dois integrantes de sua diretoria: o vice-presidente nacional da OAB, o baiano Luiz Viana; e o secretário-geral, o amazonense Beto Simonetti.
Na área/ Na corrida em busca de apoio, Simonetti se movimenta. Já procurou
três nomes para compor a chapa representando a Região Centro-Oeste: a brasiliense e conselheira da OAB Nacional, Daniela Teixeira; o presidente da OAG-GO, Lúcio Flávio; e o presidente da seccional da OAB de Mato Grosso, Leonardo Campos.
Em Brasília…/ No Distrito Federal, o atual presidente da secional, Délio Lins e Silva (foto), confidenciou a amigos que será candidato à reeleição, mas pode ter dois concorrentes: os advogados Evandro Parente, filho do ministro aposentado do STF Sepúlveda Pertence; e Everardo Gueiros, ex-secretário de Cidadania do governo Ibaneis, ex-presidente da OAB local.
A falta de vacinas e o risco de colapso nos serviços de saúde de várias cidades brasileiras servem de combustível, nesta semana, para a instalação da CPI da Covid, que o governo deseja evitar. “Temos 31 assinaturas, podendo chegar a 32 e, até agora, não houve retirada das assinaturas. CPI, como o presidente da Casa bem sabe, é direito constitucional da minoria”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Nesse cenário, avisam outros senadores, o presidente da Casa não tem saída a não ser instalar o colegiado, ainda que os líderes do governo já tenham alertado que isso pode contaminar o ambiente de votações das reformas. Esse será um dos problemas do governo nesta curta semana que tem pela frente, ainda, as discussões do auxílio emergencial e do preço dos combustíveis.
A granada de Guedes
A impressão dos congressistas é de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, aproveita a necessidade do auxílio emergencial para obter o gatilho de redução de salários de servidores, com o objetivo de amenizar os problemas fiscais. Ninguém esquece que, naquela reunião de 22 junho de 2020, ele tratou a suspensão dos reajustes salariais como a “granada no bolso do inimigo”.
Hora da “entrega”
Se o governo quiser aprovar a possibilidade de promover alguma redução salarial atrelada ao auxílio emergencial terá de acionar o rolo compressor da base aliada no Parlamento. O “botão vermelho” ou o “protocolo da crise”, a forma como Guedes se refere aos dispositivos que podem levar à redução de salários, sofrem resistência entre os políticos.
Por falar em “entregas”…
Depois do feriado de carnaval na praia, o presidente Jair Bolsonaro volta ao trabalho com um leque de problemas sobre a mesa. Da falta de vacinas ao preço dos combustíveis nas alturas. E com praticamente 10 meses para mostrar serviço antes de aberta a temporada eleitoral.
… a ampulheta virou
A avaliação geral é de que o quadro eleitoral ainda é incerto. No Planalto e fora dele, só se tem a certeza de que, a preços de hoje, o presidente Jair Bolsonaro tem a vantagem, e a oposição ainda não tem “aquele nome” para derrotá-lo. Porém, é preciso controlar a pandemia, com o fornecimento de vacinas, e recuperar empregos. O governo está atrasado nas duas frentes, e o tempo é curto.
Soma que diminui I/ A ideia da deputada Bia Kicis de, se eleita presidente da Comissão de Constituição e Justiça, estudar alterações regimentais que possam reduzir o chamado “kit obstrução” não é consenso entre os partidos que apoiam o governo. É que a turma que esteve na oposição no governo Dilma sabe que esses instrumentos farão falta se a maré mudar.
Soma que diminui II/ Essa perspectiva pode, inclusive, ajudar a construir maioria em favor do deputado Lafayette Andrada (Republicanos-MG). Ele é do mesmo bloco que tem direito à CCJ, logo, avaliam alguns deputados, não seria ferir a distribuição das comissões. O PSL, porém, tem a maior bancada dentro do bloco e, portanto, o direito a indicar o presidente.
Home office/ O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, está convicto de que pegou covid em Brasília, de onde não saiu nos últimos 10 dias. “Agora, é isolamento e hidratação, mas não vou deixar de trabalhar”, disse à coluna.
E por falar em meio ambiente…/ A prioridade, agora, é conseguir um bom orçamento para não comprometer a fiscalização nem as ações de combate ao desmatamento e incêndios florestais. O problema é que todos os ministros já estão à caça do relator, senador Marcio Bittar (MDB-AC), com o mesmo pedido.
Os estrategistas do governo no Congresso querem jogar mais luz sobre a CPI da Saúde, criada no Amazonas, no ano passado, para usar como justificativa a fim de evitar a CPI da Covid no Senado. Essa será uma das missões de Eduardo Pazuello, hoje (11/2), na exposição que fará ao Senado, reforçando que, se não fosse a atuação do governo federal, a situação estaria muito pior. Se o ministro da Saúde não for convincente, não evitará a comissão de inquérito.
O receio do Planalto é que os senadores ampliem a apuração para vários estados, deixando o governo novamente na defensiva nesse tema, justamente no momento em que o presidente Jair Bolsonaro tenta reformular o próprio discurso em relação às vacinas. Na visão do governo, daqui até 2022, não dá para deixar nenhuma aresta solta rumo à reeleição. E este é um tema que ainda deixa a desejar.
A missão de hoje I
A viagem do presidente, hoje, à Base de Alcântara, foi fechada depois que ONGs e professores universitários no Brasil e nos Estados Unidos firmaram um documento que defende a suspensão do acordo do Centro de Lançamento de Alcântara enquanto durar a gestão Jair Bolsonaro.
A missão de hoje II
O documento, de 31 páginas, está com o governo de Joe Biden. Agora, Bolsonaro quer dar visibilidade ao acordo firmado na gestão Trump e mostrar que o Brasil está fazendo sua parte.
Ganhar tempo…
O governo espera ter um tempo até a aprovação do Orçamento de 2020 para que o Congresso vote o auxílio emergencial. A avaliação interna é a de que, enquanto o Orçamento não estiver aprovado, o benefício não pode sair. Ou seja, nada será pago antes de março.
…e mudar o nome
No Planalto, também se cogita mudar o nome do auxílio para Renda Brasil ou algo do gênero. Ainda não está totalmente fechado, mas a ideia é evitar que se tenha um discurso de redução do valor pago no ano passado. A ordem é montar o discurso de “novo benefício”, diferente daquele de 2020, e dentro da responsabilidade fiscal que o momento exige.
Curtidas
Nem vem/ A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, já fez chegar às autoridades que não cumprirá a decisão do Conanda de permitir relações sexuais de jovens do mesmo sexo que cumprem pena em instituições socio-educativas ou mesmo visitas íntimas. “Motel com dinheiro público não dá. Enquanto eu for ministra, é livro, bola, arroz e feijão”, disse a ministra em entrevista ao programa Frente-a-Frente, da Rede Vida.
Veja bem/ Damares cita, por exemplo, que não pode permitir colocar dois adolescentes do mesmo sexo que se dizem apaixonados na mesma cela, porque pode, inclusive, tratar-se de caso de abuso sexual, em que um dos dois tem medo de denunciar. Portanto, essa recomendação não será cumprida.
Chegou para dialogar/ Ao reunir sua equipe e a da Comissão de Orçamento para uma primeira rodada de trabalho, o ministro da Economia, Paulo Guedes, elogiou bastante a escolha da deputada Flávia Arruda (PL-DF) para presidir o colegiado, dizendo que ela tem tudo para fazer a união entre a responsabilidade social e fiscal. Flávia, por sua vez, prometeu ajudar: “A situação é muito grave, sem entendimento, as coisas só vão se agravar”.
Dupla jornada/ Primeira deputada a comandar a CMO, ela começou o dia cuidando das duas filhas, Maria Luísa e Maria Clara. Fez questão de levá-las à escola antes de ir para o Congresso. E já avisou aos colegas de parlamento: “Eu não abro mão de cuidar das minhas meninas”.




