Categoria: Política
Conforme previram assessores do próprio governo ontem, as ações para suspender a ascensão de Moreira Franco ao cargo de ministro não vão parar (leia detalhes em nota publicada na coluna Brasília-DF hoje). As suspeitas do Planalto indicam uma enxurrada de ações populares por todo o país, algo que o governo não terá como controlar. Podem surgir nos 26 estados e no DF. Até aqui, foram “só duas”, comentam os palacianos. O caso só terá uma solução definitiva quando houver decisão do Supremo Tribunal Federal, hoje o centro nevrálgico do país.
Ao recriar o cargo de ministro da Secretaria Geral da Presidência da República dando a Wellington Moreira Franco status de ministro, o presidente Michel Temer enfrentou um desgaste que promete gerar uma saraivada de recursos ao Supremo Tribunal Federal. Agora, dizem inclusive alguns políticos ligados ao presidente, a possível indicação de Alexandre Moraes para o Supremo Tribunal Federal não será diferente em termos de desgaste para o governo. Por mais que Moraes seja um técnico, soará como um nome escolhido a dedo para revisar o processo da Lava Jato, onde estão sob os holofotes vários amigos do próprio Moraes __ do presidente da República, passando por grão-mestres tucanos, até boa parte da cúpula do PMDB. Embora haja notícias de que o presidente consultou o meio jurídico para colocar Moraes no topo de suas preferências e o ministro tenha formação jurídica considerada irretocável, as suspeitas de que a nomeação vem sob encomenda para um cinturão de proteção no Supremo será alardeada pela oposição como um sinal de desespero do PMDB. Até porque, dizem alguns, depois de o próprio Moraes ter defendido em sua tese de doutorado que integrantes do primeiro escalão do governo não deveriam seguir para STF, seu nome estaria praticamente fora dessa lista. Afinal, comenta-se nos bastidores, um ministro que chega à Suprema Corte com ares de “esqueçam o que eu escrevi”, ligadíssimo ao presidente e ao PSDB, e justamente como revisor do processo da Lava Jato, deixa uma certa desconfiança no ar. É impossível, comentam políticos distantes da Lava Jato, que apenas Moraes __ e nenhum dos ministros do Superior Tribunal de Justiça ou de outros tribunais superiores__ esteja à altura do desafio.
A depender das conversas dos petistas no velório da ex-primeira-dama Marisa Letícia, o diálogo com o governo do presidente Michel Temer deve ser descatardo. Nos bastidores, há quem diga que a história de “união nacional” para tirar o país da crise — e da corrupção — só poderá ser feita depois que todos os enroscados na Lava-Jato tiverem acertado as contas com a Justiça. O PT teme que o PMDB esteja querendo usar Lula para dar legitimidade ao atual governo, que o PT considera ilegítimo.
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Lula, da sua parte, vai viver o luto, deixar o tempo correr mais um pouco, baixar a poeira dentro do próprio partido, para mais à frente ver como é que fica o cenário. Agora, quem tem pressa é Temer e não o ex-presidente.
Um pé no Pará I
Quem é mais antigo no PMDB lembra-se de uma certa vez, nos idos de 2004, em que os senadores Sérgio Cabral, hoje preso, e Luiz Otávio, que até recentemente era da Secretaria de Portos, trocaram sopapos na sala da liderança do partido. Já naquela época, a briga foi por dinheiro.
Um pé no Pará II
Luiz Otávio insistia em ser indicado para o Tribunal de Contas da União. Cabral queria outro nome, justamente para não expor os negócios. Luiz Otávio era, até meados de janeiro, assessor especial do ministro dos Transportes, Maurício Quintela, mas respondia pela Secretaria de Portos. É sogro de Georges Sadala, amigo de Cabral, que foi concessionário do Poupa Tempo no Rio de Janeiro.
Pré-requisito
A insistência dos peemedebistas para fazer dos maranhenses Édison Lobão e João Alberto presidentes da Comissão de Constituição e Justiça e do Conselho de Ética, respectivamente, vai além da experiência de ambos no Senado e das ligações com José Sarney. Ambos são vistos como resistentes à pressão da opinião pública e das redes sociais.
Nas mãos de Janot
Quem conhece Edson Fachin garante que ele só levantará o sigilo da delação da Odebrecht se o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disser que não prejudica as investigações.
CURTIDAS
Similares // Muitos têm comparado a ascensão de Rodrigo Maia a de Aécio Neves, em 2000, quando o tucano, que até então era apenas o neto de Tancredo Neves, demonstrou habilidade política e arrematou a Presidência da Câmara das mãos do antigo PFL.
Diferentes // Só tem uma diferença: Aécio Neves não criou problemas para o governo logo na primeira entrevista.
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Amigos de fé // Quando Lula deixou Brasília depois da posse de Dilma, em janeiro de 2010, o ex-presidente José Sarney (foto) fez questão de acompanhá-lo no voo para São Paulo. Na última quinta-feira, na hora do almoço, foi o ex-presidente Lula que ligou para Sarney e informou da morte de dona Marisa. Sarney almoçava em casa com um grupo de políticos e dali partiu para organizar a viagem dos peemedebistas a São Paulo, a fim de prestar solidariedade ao ex-presidente.
No clima da Lava-Jato // Na esvaziada solenidade de abertura dos trabalhos do Congresso Nacional, os deputados repararam que a salva de tiros de canhão estava mais estrondosa do que nos anos anteriores. “Nem parece tiro de saudação. Está mais para tiro de advertência!”, brincou o deputado Luís Carlos Hauly (PSDB-PR).
Diante da tempestade perfeita que se abate sobre o PMDB do Rio de Janeiro __ e que já levou Eduardo Cunha e Sérgio Cabral __, o presidente Michel Temer deslancha uma mudança no Ministério e aproveita essa reformulação para abrigar o secretário executivo do programa de investimentos, Wellington Moreira Franco, e tentar evitar que respingos dessa chuva recaiam sobre um de seus mais próximos colaboradores. Entre aqueles que são mais próximos ao presidente Temer, Moreira era o único sem status de ministro. Agora, ganhará a secretaria-geral da Presidência da República cuidando de toda a administração palaciana.
O temor dos amigos de Moreira Franco é que ele termine exposto a processos na Lava Jato, uma vez que o nome dele foi citado na delação da Odebrecht. Há receio também que ele seja envolvido em alguma citação de Eduardo Cunha a título de vingança. Moreira e Cunha não eram aliados e viviam às turras, numa disputa pelo partido no Rio de Janeiro. Com Moreira abrigado num cargo de primeiro escalão, qualquer citação que envolva o nome dele terá que ser investigada pelo Supremo Tribunal Federal, onde a fila é grande o tempo tem sido curto para analisar tudo.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin chegou há pouco em Brasília e se colocou à disposição para assumir a vaga de Teori Zavascki na segunda turma. “Se nenhum outro ministro mais antigo se apresentar, estou à disposição”, diz ele, pronto para assumir.
Desde o velório de Teori Zavascki, ainda em porto Alegre, o nome de Fachin e o do decano, Celso de Mello, são citados como os mais recomendados para relatar o processo da Lava Jato. Resta saber como a ministra Cármen Lúcia procederá o sorteio, se entre todos os ministros do STF, ou apenas os da segunda turma.
A tendência hoje é que Cármen Lúcia opte por sortear entre os integrantes da segunda turma, incluindo o novo ministro, até o momento, Edson Fachin. O fato de Edson Fachin ter se apresentado para compor a Segunda turma pode inclusive inibir os demais a reivindicar a vaga.
A crie politica volta oficialmente esta semana, com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso retomando suas atividades, sob uma saraivada de delações premiadas. Além da Odebrecht, homologada hoje de manhã, vem aí o depoimento do empresário Eike Batista. Nas entrelinhas das declarações de Eike percebe-se que ele tem muito a dizer. A fala inicial deixa claro que ele pagou propina para prospectar seus negócios nas esferas governamentais. Como da primeira vez em que foi chamado a dar esclarecimentos ele contou da missa a metade, agora terá que rezar o terço completo. Ainda não se mencionou, por exemplo, o ex-secretário do governo Cabral Regis Fichtner, advogado que ocupou a suplência de Cabral no Senado. Em seu blog, o ex-governador Anthony Garotinho alertou em dezembro que Fichtner era, por decreto do governador, o “único a autorizar a compensação de dívidas e pagamento de impostos atrás de precatórios”. Nos bastidores há quem diga que isso está sendo investigado.
Geralmente, as pessoas começam o ano cheias de esperanças no futuro. A classe política, entretanto, mudou o discurso de otimismo para frases do tipo, “pior que o hoje, só o amanhã”.
A ex-primeira-dama Marisa Letícia já foi operada, os médicos conseguiram estancar a hemorragia. Ela passará a noite em observação na UTI, no hospital Sírio Libanês. Deve permanecer assim pelas próximas 48 horas.
Ela chegou ao hospital no início da tarde, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral). #forçadonamarisa
A angiografia cerebral a que a ex-primeira-dama Marisa Letícia foi submetida não deu o resultado esperado pelos médicos e, segundo parentes, ela seguiu há pouco para uma cirurgia de maior complexidade. Todos continuam no hospital #forçadonamarisa
Dos exames preliminares, d. Marisa Letícia seguiu para a sala de cirurgia, onde está sendo submetida a uma angiografia cerebral. É um exame neurorradiológico com auxílio de cateteres de diferentes formatos e de um fio guia com o objetivo de avaliar a circulação intracraniana com a visualização dos vasos. Parentes já se reúnem no Sírio Libanês para ficar ao lado do ex-presidente Lula, aguardando mais notícias.
Depois de fortes dores de cabeça esta manhã e um pico de pressão. a ex-primeira-dama Marisa Letícia foi atendida em São Bernardo do Campo, onde foi diagnosticada uma suspeita de AVC, o que levou a família a transferi-la para o hospital Sírio Libanês, na capital paulista. Ela chegou consciente ao Sírio. Nesse momento, ela passa por exames para determinar a extensão do acidente vascular cerebral para saber se será necessário se submeter a uma cirurgia, segundo informou um parente.