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Coluna Brasília-DF
Em conversas recentes, as cúpulas do Poder Executivo e do Congresso, leia-se Davi Alcolumbre, praticamente fecharam um acordo para deixar a análise dos vetos presidenciais para depois da eleição municipal, bem como a discussão a respeito do tal novo imposto sobre transações digitais.
A ideia é tratar desses temas sem deixar os candidatos aliados ao governo expostos ao desgaste de serem tratados como apoiadores de novos impostos.
Isso significa que o governo e os congressistas têm um mês e meio para fechar um acordo em torno dos vetos e dos recursos para cobrir a desoneração da folha, por exemplo.
Corra, Kassio, corra
A movimentação do desembargador Kassio Nunes junto aos senadores para buscar apoio é para consolidar logo. O próprio presidente apoiou a iniciativa, uma vez que, assim, o governo terá condições de medir o humor dos congressistas para aprovação do nome de Nunes assim que Celso de Mello sair do STF.
Vão bater, mas… paciência!
O presidente tem dito a aliados que quanto mais baterem no desembargador, mais ele continuará com a indicação. A crítica mais contundente, na avaliação de muitos bolsonaristas, é de que pode parecer uma aliança entre o presidente e o PT para dar um chega para lá na Lava-Jato.
Por falar em Lava-Jato…
Há quem diga que, para abater Sergio Moro, que agora é visto como um jogador do mundo da política, uma ala ligada ao presidente Bolsonaro faria acordo até mesmo com o PT. Aliás, o perfil que desponta agora ao STF é oposto ao do ex-juiz, que, antes de deixar o governo, era anunciado como o nome de Bolsonaro para a vaga no Supremo Tribunal Federal.
O pacificador/ O novo líder do governo, Ricardo Barros (foto), é visto como aquele que deu tranquilidade ao Executivo no Congresso, tirando, inclusive, um espaço de articulação na base que era ocupado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Aliás…/ O governo do presidente Jair Bolsonaro tem feito de tudo para tentar esvaziar o poder de Maia. Até aqui, ainda não consolidou essa posição.
Conversas a mil/ A casa do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), almirante Flávio Rocha, foi palco de um jantar com a bancada mineira que reuniu mais de 40 parlamentares nesta semana. Virou um dos pontos de articulação entre Executivo e Legislativo.
Malafaia lidera/ Os vídeos postados pelo pastor Silas Malafaia contra a indicação do desembargador Kassio Nunes foram registrados no Planalto como um sinal de que essa turma não está com o presidente para o que der e vier.
Arthur Lira ganha força política após Lindôra pedir rejeição de denúncia
Coluna Brasília-DF
O pedido da procuradora Lindôra Araújo ao Supremo Tribunal Federal, de rejeição da denúncia feita há quatro meses contra o líder do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), foi considerado a notícia mais importante na correlação de forças que, no momento, regem as articulações dentro do Congresso Nacional.
Os procuradores afirmam não haver provas de que o deputado recebeu R$ 1,6 milhão da Queiroz Galvão. Essa é a justificativa técnica. Mas, politicamente, os parlamentares avaliam que o presidente Jair Bolsonaro deu um passo na direção da candidatura de Lira à Presidência da Casa.
Discretamente, o presidente vai se aproximando cada vez mais do grupo ligado a Arthur Lira e deixando de lado o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Aliás, entre os líderes aliados, a leitura é a de que, com esse pedido do MP, Lira ganha fôlego para conquistar a Presidência da Comissão Mista de Orçamento, deslocando Maia. Os bastidores da política vão ferver até terça-feira, quando se espera um desfecho da briga na CMO.
O bloco fura-teto…
A turma interessada em romper o teto de gastos cresce a cada dia dentro da base do governo, ainda que o presidente Jair Bolsonaro e os ministros assegurem que a ideia está fora de cogitação. Agora, a conversa é a de que, por causa da pandemia, pode-se admitir furar o teto por dois ou três anos, porém, com “responsabilidade fiscal”.
… coleciona argumentos
O teto voltou a incomodar porque as excelências não querem mexer nos recursos do Fundeb, o Fundo de Desenvolvimento da Educação. Em relação aos precatórios, o mercado não quer. “Cada um tem uma pendência nesses tempos de pandemia, que não pode mexer, logo, não temos saída”, avaliou um vice-líder à coluna.
Conta outra
Entre os economistas, entretanto, esse discurso de “responsabilidade” não emplaca. Se furar o teto, avaliam os integrantes da equipe econômica, Bolsonaro pode dizer adeus ao equilíbrio fiscal.
E ele se deu bem
Até aqui, quem faturou politicamente com a história do Renda Cidadã foi o presidente Jair Bolsonaro. É o detentor do discurso “Eu quis ajudar as pessoas, mas o Congresso não quis”. Essa versão de que era dinheiro do Fundeb, dos precatórios, para os bolsonaristas, é apenas “um detalhe”.
Ricardo reina/ Os novos vice-líderes do governo levados para um café com o presidente Jair Bolsonaro são todos neófitos nas articulações políticas. Significa que Ricardo Barros (PP-PR) tem o comando absoluto das conversas na Câmara.
Por falar em eleição americana…/ A resposta do presidente Jair Bolsonaro ao candidato Joe Biden em suas redes sociais ganhou o apoio do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que não é bolsonarista. “O presidente está certo quando diz que a nossa soberania não é negociável. E olha que não sou da base do governo. Sou da região, e a situação não é a que se pinta lá fora”, diz.
Demorou, mas chegou/ O ex-deputado e ex-ministro Carlos Marun aproveitou o almoço, ontem, da reunião da Itaipu Binacional para receber a ordem do Mérito do Rio Branco, honraria que lhe foi concedida ainda no governo Michel Temer.
Mobilização nos Estados Unidos/ As estrelas da NBA e franquias deflagraram uma grande campanha para levar as pessoas às urnas nos EUA, onde o voto não é obrigatório. Alguns times inclusive ofereceram suas arenas para servirem de locais para votação presencial. Dia desses, Lebron James foi treinar com uma camisa “Vote or die”, ou seja, “vote ou morra”.
Comissão Mista de Orçamento é a disputa da vez entre aliados e opositores do governo
Coluna Brasília-DF
A instalação da Comissão Mista de Orçamento, hoje, coloca em primeiro plano a briga pelas relatorias setoriais do Orçamento de 2021. A relatoria-geral será do senador Márcio Bittar (MDB-AC).
No centro do ringue, os aliados do presidente Jair Bolsonaro e as oposições vão se digladiar em torno das relatorias setoriais, em especial, a da Saúde, que mais libera recursos.
De 2016 a 2019, por exemplo, as emendas da saúde foram as mais contempladas, seja na liberação anual, seja nos chamados restos a pagar, num total de R$ 19 bilhões nesse período.
Da base aliada, o PP é um que já avisou aos seus liderados que a Saúde é a sua prioridade. No ano passado, essa relatoria ficou a cargo do MDB e, como há um sistema de rodízio para que nenhum partido fique indefinidamente num setor, a corrida será entre PP, PR, PSD e DEM.
Apoia logo, pô!
Ainda na noite de domingo, o governo tentou fechar o apoio oficial dos partidos aliados às propostas de financiamento do Renda Cidadã, em relação ao uso do dinheiro do Fundo de Desenvolvimento da Educação (Fundeb) e precatórios. A ideia era aproveitar a grande reunião, na presença do presidente Jair Bolsonaro, para anunciar o novo auxílio.
Meu pescoço na corda, não!
A estratégia de anunciar tudo, em grande estilo, não funcionou. Os líderes disseram que não iriam se comprometer com a aprovação antes de conversar com as bancadas. Atualmente, líderes que selam acordo sem o aval das respectivas bancadas correm o risco de perder o posto.
Onde pegou
Alguns líderes ficaram muito desconfiados, por causa do uso do dinheiro do Fundeb, que já tem outra função no Orçamento. Para completar, o precatório é sinônimo de calote em quem tem recursos a receber. Por essas e outras, o mercado reagiu mal.
Onde vai pegar
Os congressistas não querem ficar com desgaste de novo imposto em ano eleitoral. Portanto, avisam aqueles que sabem das coisas, se o governo quiser incluir os “invisíveis” num auxílio permanente, melhor colocar todos no Bolsa Família.
No cenário atual, a contar pela dificuldade de encontrar recursos para turbinar o programa, nem a mudança de nome será possível.
A guerra do meio ambiente
Com a derrubada de medidas de restrição de desmatamento em manguezais e restingas, o governo coloca mais um ponto de desgaste da imagem do Brasil no exterior e mais um tema em que o Judiciário será chamado para a arbitragem.
Só que, desta vez, no Supremo Tribunal Federal, os governistas acreditam que terão, pelo menos, o voto do futuro ministro a ser escolhido nos próximos dias.
É política pura 1/ Os congressistas calculam que o governo não inclui os 10 milhões de invisíveis no Bolsa Família apenas para continuar com a defesa de mudança de nome do programa. É a forma a dar um viés social a Bolsonaro.
É política pura 2/ Nesse contexto, a oposição vai para cima, com o discurso de que o presidente quer tirar dinheiro da educação e não dos bilionários. “Precisamos aumentar o dinheiro do Bolsa Família, mas cobrando de quem tem muito e não tirando dinheiro da educação”, diz Carlos Zaratini (PT-SP), num ensaio do que o partido colocará a partir desta semana nas redes sociais. A guerra no Parlamento promete.
A hora das emendas/ A instalação da Comissão Mista de Orçamento só foi marcada para hoje a fim de dar tempo para a abertura do prazo de apresentação de emendas ao projeto da lei orçamentária de 2021. A temporada de emendas começa quinta-feira.
“Barracos” no Rio e em São Paulo/ Nos registros de violência e má educação, no Leblon e no restaurante Gero, um dos tops de São Paulo, a impressão é a de que as pessoas perderam a noção de convivência com as diferenças. Nos dois casos, faltaram educação, respeito, tolerância e bom senso.
Coluna Brasília-DF
O ex-presidente Lula aproveita a campanha municipal para, em causa própria, tentar buscar apoios para o PT. A ordem agora é manter distância da candidatura de Jilmar Tatto a prefeito de São Paulo. Não quer ser sócio da derrota de Tatto e trabalha na linha de aglutinar simpatias para si mesmo rumo a 2022. Por essas e outras, o ex-presidente tem elogiado Guilherme Boulos, Ciro Gomes e não abre mão de aproveitar essas eleições para lançar a campanha em prol da anulação da sentença que o condenou à prisão e a ficar fora da corrida eleitoral.
A cúpula petista tem obrigado os integrantes do partido que concorrem nas capitais a dedicarem parte da campanha à defesa do ex-presidente. Só tem um probleminha: muitos estão mais interessados em cuidar dos assuntos municipais e da própria sobrevivência política do que dos problemas de Lula. Há quem diga que o clima no partido está tão tenso quanto no período do mensalão/petrolão.
A sobrevivência vai falar mais alto
Dedicado à escolha de um ministro para o lugar de Celso de Mello, que se aposenta em breve, o presidente Jair Bolsonaro está de olho em quem vote em seu favor. E de todos os nomes até aqui listados, garante que só tem um que “matará no peito” qualquer processo: o do secretário-geral da Presidência da República, Jorge Oliveira.
Melhor de três
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) avisou a alguns apoiadores que só será candidata a presidente do Senado se for escolhida pela bancada de seu partido. Quer assim ficar em paz e, se for o caso, obter a liderança do partido na Casa. Além dela, concorrem o atual líder, Eduardo Braga, e o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (TO).
Muda Senado na espreita…
O grupamento Muda Senado, que no passado apoiou Simone Tebet — e ela terminou retirando a candidatura — vai insistir no voto aberto como forma de tentar evitar a reeleição de Davi Alcolumbre, no caso de o presidente da Casa garantir o direito de concorrer a mais um mandato.
… e nas negociações
Os senadores trabalham ainda a perspectiva de oferecer apoio a quem decidir desengavetar os pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal. Só tem um probleminha: do portifólio de pré-candidatos, ninguém pensa em tomar essa atitude, porque só serviria para provocar marola no ambiente político.
Ele tem a força…/ As críticas ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, por parte de adversário do governo e ONGs só têm reforçado a posição de Salles no governo, a ponto de ele participar da live presidencial da última quinta-feira.
… E a caneta/ Até aqui, o vice-presidente, Hamilton Mourão, tem emprestado a sua imagem e voz à causa ambiental, mas quem tem o poder da tomada de decisões e assina os atos é o ministro da “boiada”, expressão que o próprio Salles usou na reunião para se referir à necessidade de aproveitar a pandemia para destravar o que fosse possível, via decreto, em todas as áreas do governo.
Hora das contas/ Até aqui, o governo não conseguiu fechar os votos nem recursos para o projeto de renda básica que pretende encaminhar ao Congresso. Será o maior teste do presidente Jair Bolsonaro.
Enquanto isso, na Saúde/ Além do livro do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta sobre seu período no Ministério da Saúde, o então secretário de comunicação social do Ministério, Ugo Braga, lança no mês que vem Guerra à Saúde — Como o Palácio do Planalto transformou o Ministério da Saúde em inimigo público em meio à maior pandemia do século XXI. O e-book estará disponível a partir de 23 de outubro, e o livro físico chega às livrarias em 10 de novembro.
Coluna Brasília-DF
O governo encerra a semana com comemorações, haja vista a pesquisa do CNI/Ibope deste mês, a primeira de 2020 da série, com a aprovação de 50% da maneira do presidente governar e 40% de ótimo e bom na avaliação do governo. A notícia ficou mais saborosa para os governistas ao ser associada à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, em favor de Jair Bolsonaro por escrito na investigação sobre a tentativa de interferência na Polícia Federal.
Os governistas se sentiram aliviados com o envio da decisão do ministro ao plenário virtual –– aquele em que os ministros vão colocando seus votos, sem que haja toda a pompa de uma sessão transmitida pela TV Justiça. Assim, crescem as esperanças dos apoiadores de Bolsonaro de reversão da tendência, revelada na semana passada, de que o presidente terminaria obrigado a ficar cara a cara com o ex-ministro Sergio Moro no Palácio do Planalto, que denunciou a suposta tentativa de interferência na PF.
Mais pressão sobre Guedes
A mesma pesquisa CNI/Ibope, que foi vista como um alívio para Bolsonaro, deixa a equipe econômica, liderada por Paulo Guedes, com a missão de entregar logo alguns produtos caros ao presidente. Caiu nos ombros do ministro da Economia os indicadores com taxas de desaprovação acima dos 60%: impostos (28% aprovam e 67% desaprovam); taxa de juros (30% aprovam e 64% desaprovam) e o combate ao desemprego (37% aprovam e 60% desaprovam).
Tropa de Alcolumbre balança
O parecer técnico de consultores do Senado sobre a inconstitucionalidade da reeleição dos presidentes das duas Casas legislativas tirou de cena vários apoiadores do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Há um grupo, agora, disposto a ajustar a visão para outros nomes.
Onde mora o perigo
A perspectiva de o STF não decidir, deixando os parlamentares cuidarem desse tema, uma vez que ainda não há uma candidatura oficialmente posta para o comando do Senado, é vista como o pior dos mundos para Alcolumbre. Isso porque ele estará exposto a uma ação direta de inconstitucionalidade, caso se apresente oficialmente para concorrer à reeleição.
MDB se anima
Diante das incertezas, o MDB entra no aquecimento e nas duas Casas. Na Câmara, o líder e presidente do partido, Baleia Rossi (SP), deflagrou conversas com os parlamentares. E, no Senado, o nome que entra em movimento é o do líder da bancada emedebista, Eduardo Braga (AM), que tem trânsito na oposição.
CURTIDAS
O novo normal/ O PT decidiu partir para cima de todos os ministros do governo que atacarem os governos Lula e Dilma no quesito corrupção, e a estreia foi justamente com o chanceler Ernesto Araújo, que classificou o país como “pária” e “exportador de corrupção” nos governos petistas. “Quando fala de corrupção, o senhor precisa explicar a corrupção na família do presidente. Aí, a gente começa a discutir corrupção”, disse o líder no Senado, Rogério Carvalho (SE). Foi um constrangimento em que o ministro ainda se prontificou a dar uma resposta ao líder petista, mas o presidente da Comissão de Relações Exteriores, Nelsinho Trad (PSD-MS), pediu apenas que Araújo concluísse o raciocínio, dentro do tema em debate –– a visita do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, a Roraima.
Por falar em PT…/ O partido esperava uma colocação melhor para Jilmar Tatto, na primeira pesquisa DataFolha, depois de conhecidos todos os candidatos a prefeito de São Paulo. A surpresa da largada de 2%, empatados com o PSTU, enquanto Guilherme Boulos, do PSol, chegou a 9%, foi um baque e deixou a muitos a sensação de que Tatto é o nome errado na hora errada.
…e em eleição…/ Na live da semana, Bolsonaro deixou a impressão de que terminará entrando na campanha eleitoral deste ano. Citou especificamente São Paulo, Santos (SP) e Manaus, mas não elencou nomes. Se entrar, as apostas do presidente nessas cidades são, respectivamente, o deputado Celso Russomano (Republicanos); o desembargador Ivan Sartori (PSD); e o coronel da reserva do Exército Alfredo Alexandre de Menezes Júnior (Patriotas), que tem como nome de guerra Coronel Menezes.
Governo insiste em novo CPMF para atingir os invisíveis ‘descobertos’ no auxílio emergencial
Coluna Brasília-DF
Um dos pontos que levaram o governo a insistir com o novo imposto sobre transação digital foi a “descoberta” dos 38 milhões de invisíveis cadastrados para o auxílio emergencial. Um imposto sobre essas transações certamente levará essas pessoas, que hoje têm conta bancária, ao contribuir com o Fisco. O mesmo ocorrerá com aqueles que escapam da mordida do Leão no papel de pessoa jurídica.
Só tem um probleminha: o Congresso não se mostra disposto a aprovar uma nova CPMF (contribuição sobre Movimentação Financeira), ainda que venha travestida de “imposto alternativo”.
Em tempo: Até janeiro, é muito difícil essa proposta vingar, porque a Casa ainda será presidida por Rodrigo Maia. Qualquer coisa que venha com cheiro de novo tributo será rechaçada. A justificativa de criação de empregos pode até ajudar, mas o debate será intenso. O mais provável, a preços de hoje, é aprovar a reforma tributária sem o chamado imposto alternativo.
Eduardo assina acordo sem poder
No papel de presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara (Creden), o deputado Eduardo Bolsonaro (SP) acaba de assinar um termo de cooperação interparlamentar com a Comissão de Relações Exteriores e Defesa do Knesset do Estado de Israel. A ideia da parceria é promover troca de informações entre os dois parlamentos, boas práticas no processo legislativo e intercâmbio de delegações entre os países. O ato será objeto de consulta à Mesa Diretora da Câmara.
Vem polêmica aí…
Técnicos da Câmara ouvidos pela coluna informaram, no entanto, que presidentes de comissões do ano passado não podem convocar reuniões nem se pronunciar como tal, porque os mandatos estão vencidos. Não há dispositivo legal que prorrogue automaticamente o comando das comissões. Este ano, por causa da pandemia, a maioria das comissões sequer foi instalada. Só agora é que esta instalação está em debate entre os líderes.
… mas vai ficar assim
O fato de o acordo ser fruto de uma viagem anterior dos parlamentares a Israel pesa a favor de Eduardo. Afinal, o acordo já estava previsto desde 2019, quando ele ainda comandava a Creden. Porém, dar declarações a essa altura como o presidente do colegiado, no exercício pleno dessa função, foi um tom acima.
Na nota distribuída pela Embaixada de Israel, onde Eduardo foi assinar o acordo, ele diz que o termo de cooperação pode abrir portas para futuros acordos nas áreas de tecnologia e em outras de interesse do Brasil. “Temos uma base de lançamento de satélites em Alcântara (MA), vamos trabalhar para que no futuro tenhamos acordos para lançar satélites como o que firmamos com os Estados Unidos”.
Em nome do embaixador
Por sorte de Eduardo, o embaixador de Israel, Yossi Sheley, é muito querido e respeitado pelos parlamentares, que não vão expor o Parlamento ao vexame de ter um acordo com o Parlamento israelense invalidado. Na nota, Sheley declara que “o Brasil é uma grande potência e essa é uma grande oportunidade, pois é a primeira vez que os dois países assinam um acordo como esse”.
Se vira, Ernesto!/ Além da visita do secretário de Estado do governo dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima, o chanceler Ernesto Araújo terá de explicar, hoje, aos senadores a liberação do etanol norte-americano com tarifa zero. De quebra, os senadores também querem saber como ficará a relação com os Estados Unidos em caso de vitória de Joe Biden. Embora o ministro já tenha dito que nada muda, os senadores querem que ele seja mais claro a respeito.
O corpo fala…/ Quando, em plena sessão, o senador Lasier Martins (Podemos-RS) cobrou a análise de pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o semblante do presidente da Casa, Davi Alcolumbre, deixou transparecer a irritação ao dizer que o assunto seria tratado “oportunamente”.
… mas o político segura/ Alcolumbre está em fase de “paz e amor” com o STF, na esperança de que os ministros liberem a candidatura do senador a presidente da Casa. A tendência do Supremo, porém, é de rejeitar, ou não decidir, porque não há uma candidatura no momento e o STF não pode se manifestar sobre hipóteses. Para completar, ninguém pensa em colocar fogo na política promovendo ações contra decisões da Suprema Corte.
No discurso na ONU, Bolsonaro esqueceu de corrupção e segurança para os turistas
Coluna Brasília-DF
O discurso do presidente Jair Bolsonaro nas Nações Unidas não citou nem sequer uma vez o combate à corrupção, nem tampouco mencionou que as cidades brasileiras representam um porto seguro para os turistas do mundo inteiro, dois pontos que faltaram se comparados à fala presidencial de 2019.
Lá atrás, com nove meses e governo, Bolsonaro ainda não era próximo do PP de Ciro Nogueira, do PTB de Roberto Jefferson e ressaltava o “patriotismo, a perseverança e coragem de um juiz que é símbolo no meu país, o doutor Sergio Moro, nosso atual ministro da Justiça”.
A segurança nas cidades brasileiras também foi deixada de lado. Em seu lugar, entrou a defesa das reformas, o apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Em tempo: Conforme antecipou a coluna, Bolsonaro desta vez não citou nenhum ministro. Afinal, como ele já pode perceber enquanto presidente da República, a velha expressão “entra comigo e sai comigo” que ele usou para nomear muita gente, já caiu em desuso faz tempo.
Em ano eleitoral, não vai
Quem fez as contas garante: Com a eleição chegando aos lares dos brasileiros no início de outubro, com horário eleitoral, o governo não terá votos para aprovar o auxílio emergencial de R$ 300. Ninguém vai querer botar a cara e o nome no painel de votações e arriscar levar um “cartão vermelho”
A guerra do teto
A contar pelo que disse o secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, a “tentação” de mexer no teto de gastos deve ser contida. No painel Telebrasil desta semana, o ex-ministro da Fazenda de Michel Temer e ex-presidente do Banco Central de Lula lembrou que é um dos instrumentos do governo para manter a confiança de que o país cuidará de equilibrar suas contas.
Separação litigiosa
Meirelles, com esse discurso, fica a anos-luz do PT de Lula. Ao lançar o plano de reconstrução nacional na segunda-feira, o PT defendeu o fim do teto de gastos e mais presença do estado para resolver a crise econômica. Meirelles se mantém na linha de atrair investimentos.
O funil das reformas…
A área econômica já sabe que reforma administrativa este ano não sai. Se alguma alteração constitucional for aprovada, será o primeiro turno da reforma tributária e olhe lá. Daí, a intensa agenda de reuniões desta semana. A ideia é acelerar esse processo e, se der, incluir o novo imposto sobre sobre operações eletrônicas.
Olho no lance/ Deputados e senadores começam a prestar atenção nas grandes casas de apostas digitais que faturam bilhões, por exemplo, com o futebol. Dados que circulam entre os parlamentares apontam R$ 4 bilhões arrecadados na Copa do Mundo.
Agora, os elogios, talkey?/ A presença de líderes no Planalto, ontem, para acompanhar, ao lado de Bolsonaro, a exibição do discurso na ONU, e já saíram dali com as orientações na ponta da língua para elogiar a fala presidencial.
Tensão no Senado/ O jantar que o senador Izalci (PSDB-DF, foto) ofereceu, ontem, aos colegas num amplo salão de festas da cidade, atraiu as excelências cansadas do isolamento, mas alguns foram com medo. Apesar do distanciamento social, sabe como é, em meio a confraternização, muita gente esquece que o Brasil ainda vive uma pandemia.
Por falar em tensão…/ O discurso na ONU reavivou o mal-estar entre o presidente Jair Bolsonaro e o conselho nacional dos secretários de saúde (Conass). Essa história de dizer que ficou fora da coordenação da covid-19 foi meia-verdade.
Coluna Brasília-DF
As declarações do vice-presidente Hamilton Mourão, de que Bolsonaro apresentará as questões ambientais, e do ministro-chefe da Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, de que as críticas têm o intuito de prejudicar o Brasil e “derrubar o presidente Jair Bolsonaro”, estarão presentes no discurso de Bolsonaro na 75ª Assembleia-Geral da ONU. A narrativa de que a visão sobre a Amazônia estará diretamente ligada à política não virá recheada de críticas a outros países.
Em tempo: o fato de o discurso ter sido gravado foi, inclusive, um alívio para muitos diplomatas brasileiros, por que ajudará a evitar cacos incluídos na véspera. No ano passado, no púlpito do plenário das Nações Unidas, em Nova York, Bolsonaro incluiu itens de última hora em sua fala, como, por exemplo, a citação ao cacique Raoni — seria alguém que servia de “peça de manobra” por governos estrangeiros.
Huck e Lula…
Dois eventos simultâneos na largada desta semana indicam que os adversários do presidente não estão inertes à espera de 2022. Numa live para o Conselho Político da Associação Comercial de São Paulo, o empresário e apresentador Luciano Huck disse que o Brasil vive uma “ignorância estruturada para impedir o debate político informado”. Referia-se à polarização entre o PT e Bolsonaro.
… no aquecimento
Na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o PT do ex-presidente Lula apresentou seu plano de reconstrução do Brasil, com a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, lançando a ideia de que eleições, para serem democráticas, têm que ter a participação do ex-presidente.
Ciro corre por fora
Em sua conta no YouTube, Ciro Gomes apresentou um “pot pourri” de suas falas e entrevistas, em que chama Bolsonaro de corrupto, cita a filha de Fabrício Queiroz que trabalhou no gabinete do presidente quando era deputado federal e, de quebra, ainda se refere ao clã presidencial como “formação de quadrilha”.
Conhecereis a verdade (e tome desgaste)
A ausência do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) à acareação com o empresário Paulo Marinho reforça o discurso de que o parlamentar não quer usar todas as armas de que dispõe para apresentar a sua versão dos fatos. De quebra, vira um prato cheio para os opositores, num momento em que o irmão Carlos será candidato.
Ernesto sem saída/ O chanceler Ernesto Araújo só aceitou explicar aos congressistas a visita do secretário Mike Pompeo a Roraima para não comprometer a aprovação da série de embaixadores que aguardam a aprovação pelo Senado. Melhor garantir a nomeação daqueles que o governo escolheu e não esticar uma briga, justamente na véspera do discurso de Bolsonaro na ONU.
Esquece o cara, talkey?/ No ano passado, o único ministro citado por Bolsonaro em sua fala foi o da Justiça, Sergio Moro, que deixou o cargo com acusações de que o presidente tentou interferir na Polícia Federal. Agora, com Moro fora da equipe, aqueles que ajudaram Bolsonaro a compor sua fala preferiram não indicar citações nominais a integrantes da equipe. A ideia é valorizar o governo como um todo.
Eleição dos memes/ Caiu nas redes a foto da candidata do PTB à prefeitura do Rio de Janeiro, Cristiane Brasil, durante um vídeo em que dizia considerar sua prisão uma jogada para tirá-la da eleição. E junto lia-se a inscrição: “O Rio de Janeiro está avançando… Agora o candidato já vem preso”.
China inova/ Em meio a pandemia, o embaixador chinês Yang Wanming e a embaixatriz Lu Yanliu encontraram um meio criativo de não passar em branco o 71º aniversário da República Popular da China. Com a tecnologia de nuvem, orquestras de renome dos dois países tocarão em conjunto músicas chinesas e brasileiras. A estreia está marcada para o próximo sábado, às 11h, no canal da Embaixada da China no YouTube.
Planalto trabalha para que investigações contra Carlos e Flávio não esbarrem em Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
Em conversas reservadas, os aliados do presidente Jair Bolsonaro consideram que o maior problema do vereador Carlos Bolsonaro continua sendo a investigação sobre as fake news. O depoimento mais recente, em que o vereador negou o uso de robôs, ainda vai passar por um grande pente fino por parte dos investigadores e o Planalto está atento para que isso não esbarre no presidente.
No caso de Flávio Bolsonaro, a investigação do desvio de parte do salário dos servidores de gabinete nos tempos de deputado estadual, as “rachadinhas”, que levou à prisão o ex-assessor Fabrício Queiroz, é o que mais preocupa o clã.
Até aqui, nenhum desses problemas afetou diretamente a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. E tudo será feito para que continue assim. Nem falar sobre esses problemas, Bolsonaro falará. Políticos próximos ao Planalto asseguram que cada filho terá que segurar o desgaste, caso seja necessário.
É desgaste, mas…
Ainda que o Supremo Tribunal Federal obrigue o presidente Jair Bolsonaro a prestar depoimento presencialmente, a avaliação do Planalto é a de que o caso das suspeitas de tentativa de interferência na Polícia Federal não farão parte do cardápio das eleições e nem da agenda do cidadão comum, mais preocupado com o preço do arroz, o atendimento no posto de saúde, e a covid-19. Mesmo quem desrespeita as recomendações de isolamento social não está tranquilo.
Aliado, “pero no mucho”
A dissolução do diretório do PTB em Salvador foi vista como uma certeza por parte dos políticos de que o presidente Jair Bolsonaro não confia no DEM como aliado de sua reeleição. Roberto Jefferson, presidente do PTB, partiu para cima dos petebistas baianos justamente por causa da aliança com Bruno Reis (DEM), o candidato do prefeito ACM Neto.
Insegurança política
A aliança em Salvador se manteve de pé por uma liminar judicial, mas a confusão política está armada e a desconfiança é geral. À primeira vista, há quem diga que Jefferson adotou essa posição de intervir, depois de ter autorizado a coligação, justamente para mostrar a Bolsonaro que ACM Neto não manda no PTB.
Melhor pesquisa/ O presidente Jair Bolsonaro tem dito aos seus aliados que não precisa das pesquisas de opinião para saber como está a sua popularidade. Prefere fazer como no sábado, que, ao sair da convenção das Assembleias de Deus, seguiu para a lotérica da 103 Norte, onde foi aplaudido e terminou em aglomeração.
Por falar em aglomeração…/ É preocupante a campanha eleitoral no entorno do DF. O desrespeito aos protocolos de segurança nas convenções partidárias deixou muita gente com medo.
PSol arrisca tomar lugar do PT/ Ao usar para os candidatos deste ano o mesmo algoritmo adotado para medir a trajetória ascendente de Jair Bolsonaro em 2018, o Instituto Bites já identificou alguns candidatos que o mundo da política deve prestar atenção: Em São Paulo, Guilherme Boulos (PSol) é quem mais chama a atenção nas redes sociais, nesse momento.
Em BH, idem/ A candidata do PSol, Áurea Carolina, também foi quem mais atraiu as redes sociais nos últimos sete dias, conforme a análise do Bites. As apostas no mundo da política são as de que o PT dificilmente manterá o posto de domínio das esquerdas nesta rodada de eleições municipais.
Plenário do STF deve manter depoimento presencial de Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
A avaliação de alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é a de que o presidente Jair Bolsonaro terá dificuldades em conseguir fazer valer o depoimento por escrito, no caso em que é investigado pela denúncia de interferência na Polícia Federal.
É que a tendência do plenário da Corte, hoje, é seguir o relator original, Celso de Mello, e, de quebra, decidir de uma vez por todas que, daqui para frente, vai ser assim: presidente da República escolhe o local, mas o depoimento, em caso de investigado, tem de ser presencial.
Na minha sala, talkey?
O governo ainda tem esperança de conseguir o depoimento por escrito, mas já decidiu que, se perder, Bolsonaro prestará informações no Planalto, até para não se expor mais neste tema.
A avaliação dos aliados do presidente é a de que, na cabeça do eleitorado, essa história de interferência na PF está em fogo brando e, para não esquentar, melhor ficar quieto.